A estátua eqüestre de Luís XIV é outro dos belos ornamentos de Versailles. O rei é representado ainda jovem, varonil, enérgico, cheio de iniciativa e conduzindo o cavalo com arrojo. O corpo e o movimento do animal são lindos, como é também de extrema beleza — uma verdadeira obra-prima — o tecido que cobre a sela. Luís XIV segura o bastão de Condestável da França numa das mãos e, na outra, uma varinha que indica a linha do comando. No chapéu de abas largas ondeia uma pluma, que devia ser branca, pois esta é a cor da Casa de Bourbon, à qual pertencem os monarcas franceses. Montado quase no pescoço do cavalo, o Rei está na atitude de quem ordena o avanço às suas tropas, com a alegria de quem está certo da vitória. Mas, também, com a estabilidade de um homem que, nas grandes ocasiões, sabia conservar-se na graça de Deus, de maneira que essa estátua se tornou uma imagem exata do que era o próprio Luís XIV. Nela se manifesta, outrossim, algo de esplêndido que ainda existia nos Tempos Mo- Canteiros dos esplendorosos jardins de Versailles A fonte de Apolo dernos: o espírito batalhador. A nobreza era, por excelência, a classe combatente do reino da França. Durante as guerras, enquanto a burguesia e a plebe sustentavam o país com o dinheiro e o trabalho, os nobres o faziam militarmente, contendo o invasor na ponta da espada. E o rei era o primeiro a partir para a batalha. Daí, a atitude magnífica de Luís XIV, imortalizada na sua estátua eqüestre. *** Modelado segundo o espírito de um dos maiores governantes da França, esse é Versailles, poderoso e majestoso, sorridente e charmant, em cujas construções, apesar da influência renascentista, ainda reluzem as últimas pepitas de ouro da velha sacralidade medieval... 35
Há 70 anos, os primeiros passos no apostolado leigo