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Revista Dr. Plinio 12, Março de <strong>1999</strong><br />
LUZES DA CIVILIZAÇÃO CRISTÃ<br />
E<br />
xpressiva característica<br />
das grandes construções<br />
medievais é o fato<br />
de elas solicitarem, de quem as contempla,<br />
o tributo de um eminente e<br />
abnegado amor, estimando-as mais<br />
do que a si próprio. Exemplo disso<br />
é a belíssima Catedral de Notre-<br />
Dame de Paris, que manifesta, ante<br />
os que dela se aproximam, perene<br />
convite para essa superior dileção.<br />
O mesmo pedido nos é feito, à<br />
maneira de sussurro, por outra pre-<br />
ciosa jóia de arquitetura, esta já não<br />
medieval, mas que conserva algo de<br />
medievalizante: o castelo de Chambord.<br />
Quando o visitei, em fins de 1988,<br />
tive ocasião de ali perceber restos<br />
da graça que soprou sobre a Europa<br />
e deu origem à Idade Média,<br />
pondo-se séculos depois, lentamente,<br />
como um sol esplendoroso.<br />
Chambord é uma das irradiações<br />
desse ocaso da Cristandade medieval,<br />
mas um ocaso magnífico, como<br />
magnífica é também a Cristandade.<br />
Durante minha visita, voltei a vista<br />
continuamente para esta consideração:<br />
cada detalhe do castelo espelha<br />
de modo esplêndido o espírito<br />
católico, ainda que sob a forma de<br />
um glorioso crepúsculo. No fundo,<br />
eu contemplava em Chambord cintilações<br />
da Santa Igreja Católica, à<br />
qual amamos de um amor tão imenso,<br />
que este amor se torna a razão e<br />
o fundamento de todas as nossas de-<br />
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