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2018_Luzes-ApostoloPulchrum

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<strong>Luzes</strong> da Civilização Cristã<br />

José Luiz (CC3.0)<br />

Miguel Hermoso Cuesta (CC3.0)<br />

O palácio assim é, como deve ser, muito ligado às coisas<br />

temporais, porque o poder do Estado é este. Mas o<br />

que fica por detrás, o pressuposto religioso da autoridade<br />

do Estado, a missão deste de velar, para proteger a<br />

Igreja contra as agressões, garantir a expansão dos missionários<br />

por toda a Terra, de maneira a poderem pregar<br />

livremente a palavra de Deus sem que ninguém use da<br />

força contra eles, o poder de coibir as heresias declaradas<br />

como tais pela Igreja e de impedir que elas se expandam,<br />

apenas tolerando que tenham um lugar encafuado<br />

e envergonhado sobre a face terrestre, isto indica quase<br />

que a missão de Cruzado do Estado.<br />

O Estado tem, ao lado da finalidade de governar os<br />

homens, uma missão muito mais alta, a de servir para defender<br />

a Igreja. Este lado altíssimo do poder do Estado<br />

é muito bem representado pela torre, que vai alto, alto e<br />

alto, e diz: “Vós, olhando para o lado temporal das coisas,<br />

notais toda a minha figura temporal. Vede como ela<br />

é bela! Mas vós não vistes nada, não conheceis minha<br />

missão divina: Olhai!”<br />

Esta seria uma pequena meditação sobre a praça do<br />

Paço Municipal de Siena.<br />

Tal meditação se opõe à atitude psicológica de um<br />

número incontável de turistas que enchem isto durante<br />

o dia. Eles não têm nem sequer essas ideias, nem esses<br />

pressupostos, não se colocam nesses antecedentes históricos.<br />

Em consequência, cuidam de chupar – porque a<br />

palavra é bem essa – uma orchata, ou de beber uma cerveja,<br />

comer um sanduíche ou qualquer coisa nas numerosas<br />

mesas que, nos dias de verão, coalham essa praça.<br />

Dir-se-ia que esse palácio, atualmente, é apenas um<br />

remanescente histórico o qual, à maneira de um animal<br />

pré-histórico, os arqueólogos tiram do meio dos gelos e<br />

dizem: “Esse é um mamute.” Aqui são os ossários da Civilização<br />

Cristã...<br />

Erguer as almas para o Céu<br />

O interior do palácio está coberto de pinturas de um<br />

grande valor. É interessante notar como o espírito católico<br />

aproveita os ambientes. Em Subiaco foram as vastidões<br />

que, tendo como cúpula o céu, alimentaram a meditação<br />

de São Bento. Aqui o teto, que parece baixo em virtude de<br />

quão baixos são esses arcos, convida a uma outra forma de<br />

meditação: é o recolhimento do espaço pequeno.<br />

As pinturas assemelham-se a um grande livro que trata<br />

de cenas eclesiásticas, históricas, etc., em que o homem<br />

pode meditar sobre as coisas de Deus. E um espírito<br />

meditativo e pensativo sobre as grandes responsabilidades,<br />

os grandes serviços que pode prestar para a salvação<br />

das almas e para o bem dos homens e, sobretudo, para<br />

o serviço da Igreja, encontra aqui um lugar ideal para<br />

passear sozinho enquanto toda a cidade dorme, e apenas<br />

de vez em quando um tilintar dos relógios e dos sinos fazem<br />

entender a hora que passa, e ele está rezando e pensando,<br />

rezando e pensando: “Quantos homens vão sair<br />

para a Cruzada?”<br />

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