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2018_Luzes-ApostoloPulchrum

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<strong>Luzes</strong> da Civilização Cristã<br />

Gabriel K.<br />

Lugar onde a<br />

Providência quis reunir<br />

suas maravilhas - I<br />

Dr. Plinio sempre teve encanto pelo mar. Eis uma<br />

das razões pelas quais apreciava sobremaneira<br />

Veneza, a cidade construída sobre as águas. A causa<br />

mais profunda do surgimento de tal maravilha é<br />

o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, de Quem<br />

resulta tudo quanto há de bom e de belo na Terra.<br />

Antes de comentarmos alguns aspectos de Veneza,<br />

parece-me conveniente considerarmos um<br />

pouco o que se passa no interior de nossa alma,<br />

vendo essa cidade. Externo aqui minhas reflexões ao visitá-la,<br />

pois o que vou dizer a meu respeito se dá mais ou<br />

menos com todo mundo.<br />

Fascínio pelo mar<br />

Tanto quanto me lembro, em pequeno eu tinha impulsos<br />

que me levavam a lamentar de não poder viver, não<br />

propriamente no mundo da fantasia, mas num mundo<br />

que não era aquele no qual eu vivia. Portanto, levar uma<br />

vida real numa atmosfera diferente da qual eu vivia.<br />

Assim, por exemplo, recordo-me de, muitas vezes, estando<br />

em Santos ou, muito mais modestamente, numa<br />

estação de águas hidrotermal que eu frequentava por<br />

causa de minha mãe, onde havia um riachinho um pouco<br />

nutrido, corria um pouco de água, formava uma ilhota e<br />

umas coisas assim; olhava para as águas e sentia o fascínio<br />

que esse elemento produz. A água salgada do mar me<br />

fascinava além de todo limite. Foi toda a vida o encanto<br />

de minha alma considerar o mar.<br />

Lembro-me do meu tempo de deputado, quando o prédio<br />

onde se reunia a Assembleia Constituinte ficava numa<br />

praça do Rio de Janeiro, no fundo da qual há um braço de<br />

mar. Meu gosto pelo mar era tal que, às vezes, eu estava<br />

sentado assistindo à sessão e me vinha à mente: “Como seria<br />

interessante se eu pudesse estar olhando para o mar,<br />

por exemplo, sobre uma espécie de terracinho de madeira<br />

amarrado em estacas, posto na água de maneira a acompanhar<br />

o movimento da maré!” Aquilo me distraía a ponto de<br />

ter que fazer esforço com a minha inteligência para prestar<br />

atenção nas arengas, tanto era o meu gosto pelo mar.<br />

Entretanto, nunca me passou pela cabeça imaginar<br />

um homem que, estando no mar, começasse a pensar na<br />

terra. Então, alguém se encontrando num navio, vendo<br />

a terra de longe, pensasse: “Ah, que delícia aquela terra!<br />

Pisar em solo firme…” O chão não é firme, mas duro; é<br />

diferente de firme. Para acharmos graça no chão é preciso<br />

calçá-lo com pedras bonitas, pôr um tapete para disfarçá-lo<br />

a fim de nos sentirmos à vontade em cima dele.<br />

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