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Myugu1 (CC3.0)<br />
que la beauté – o charme, mais belo que a própria beleza.<br />
A Catedral de São Marcos está cheia de charmes assim.<br />
O charme está também nessas portinhas... Mas o<br />
que não é charme aqui? Só não é charme o que é grandeza.<br />
Entretanto, o charme é o aliado natural da grandeza;<br />
porque a grandeza sem charme fica pesadona, e o charme<br />
sem grandeza torna-se frívolo.<br />
Referi-me à grandeza. Procurem ver na cúpula, atrás,<br />
a grandeza, a magnificência. É espantosa! Ela seria muito<br />
pesada se não fosse tudo isso descrito anteriormente.<br />
Daria a impressão de um panelão colocado ali. Mas<br />
olhem a forma da cúpula, a cruz no alto, o jogo de várias<br />
pequenas cúpulas, e terão propriamente o charme. É a<br />
incomparável Catedral de São Marcos.<br />
Desforra da feiura, da hediondez e<br />
da trivialidade contemporâneas<br />
Os venezianos do tempo das palafitas 1 não percebiam<br />
o que ia sair do que eles faziam. Mas pode-se supor que<br />
já tivessem uma certa propensão para isso, à qual o Batismo<br />
deu a realidade, o élan, de maneira que saísse o<br />
que nós estamos contemplando aqui.<br />
A julgar pela afirmação de São Luís Maria Grignion<br />
de Montfort de que os Santos do Reino de Maria vão ser<br />
tais que, comparados aos do passado, serão como cedros<br />
do Líbano em relação a arbustos 2 , a medida de beleza, de<br />
verdade e de bem que toda civilização alcança é dada pela<br />
medida dos Santos que nela florescem.<br />
Esse princípio, por exemplo, o encontramos subjacente<br />
em todas as reflexões que fiz sobre a gruta de Subiaco<br />
e São Bento 3 .<br />
Mas creio que em nossas almas há um desejo de uma<br />
desforra da feiura, da hediondez, da trivialidade contemporâneas.<br />
E esse desejo faz de nós os “palafíticos” do<br />
Reino de Maria. Contudo, enquanto não se der o Grand<br />
Retour 5 , não vierem os castigos previstos em Fátima, e<br />
tudo isso não for varrido e limpo, quase não conseguimos<br />
entrever as belezas vindouras. Entretanto, no fundo<br />
de nossas almas existe esse anseio que nos faz discernir<br />
a potencialidade para o maravilhoso de cem coisas que<br />
conhecemos, mas que ainda não são maravilhosas.<br />
Para isso, cuidemos de ser santos e de ir vivendo. Pelo<br />
curso natural do tempo e da idade, muitos assistirão ainda<br />
a todas essas maravilhas sobre a face da Terra. Outros as<br />
verão antecipadamente – coisa muito melhor –, pois serão<br />
chamados por Deus a contemplá-Lo face a face, no Céu.v<br />
1) Cf. Revista Dr. Plinio n. 246, p. 33.<br />
(Extraído de conferência de 2/12/1988)<br />
2) Cf. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Cap.<br />
I, art. 2, n. 47.<br />
3) Cf. Revista Dr. Plinio n. 244, p. 27.<br />
4) No início da década de 1940, houve na França extraordinário<br />
incremento do espírito religioso, quando das peregrinações<br />
de quatro imagens de Nossa Senhora de Boulogne. Tal movimento<br />
espiritual foi denominado de “grand retour”, para indicar<br />
o imenso retorno daquele país a seu antigo e autêntico<br />
fervor, então esmaecido. Ao tomar conhecimento desses fatos,<br />
Dr. Plinio começou a empregar a expressão não apenas<br />
no sentido de “grande retorno”, mas de uma torrente avassaladora<br />
de graças que, através da Virgem Santíssima, Deus<br />
concederá ao mundo para a implantação do Reino de Maria.<br />
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