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propmark.com.br<br />
ANO 54 - Nº 2729 - <strong>21</strong> <strong>de</strong> jaNeiro <strong>de</strong> <strong>2019</strong> R$ 15,00<br />
Luso/iStock<br />
são paulo se fortalece<br />
como capital criativa<br />
completando 465 anos no dia 25 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>, cida<strong>de</strong> se consolida como a terra<br />
das boas i<strong>de</strong>ias, ao concentrar 40% dos profissionais <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do estado.<br />
conhecida por ser o motor econômico do Brasil, capital tem o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong><br />
reposicionar sua imagem para questões básicas como segurança e mobilida<strong>de</strong><br />
urbana. publicitários sugerem melhorias. pág. 36<br />
cARNAvAl tARdiO esticA O veRãO e<br />
fAvORece AtivAçÕes pOR tOdO O pAís<br />
Ações ao ar livre, que vão até março,<br />
ficam entre as preferidas das marcas.<br />
Mastercard, por exemplo, está em<br />
Trancoso, na Bahia, para se aproximar<br />
<strong>de</strong> clientes. Atrações incluem até<br />
shows <strong>de</strong> Elba Ramalho. pág. 44<br />
executivO fAz<br />
RAiO x dO itAú<br />
Fernando Chacon,<br />
diretor-executivo <strong>de</strong><br />
marketing do Itaú<br />
Unibanco, enumera<br />
as estratégias que<br />
levam a instituição a<br />
ser a marca mais valiosa<br />
do país. pág. 24<br />
lgpd gANhA óRgãO RegulAdOR, mAs<br />
mO<strong>de</strong>lO é mOtivO <strong>de</strong> pReOcupAçãO<br />
Autorida<strong>de</strong> criada em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />
2018 tem mudanças significativas<br />
em relação ao que estava previsto<br />
na Lei Geral <strong>de</strong> Proteção <strong>de</strong> Dados,<br />
sancionada em agosto. pág. 12<br />
gillette BuscA O melhOR dOs<br />
hOmeNs e divi<strong>de</strong> OpiNiÕes<br />
Criada pela Grey <strong>de</strong> Nova York,<br />
campanha levanta questões como<br />
bullying e assédio. Parte consi<strong>de</strong>rável<br />
do público criticou a iniciativa.<br />
Especialistas divergem. pág. 41<br />
memes dOmiNAm Re<strong>de</strong>s<br />
sOciAis dAs mARcAs<br />
Agências e empresas<br />
trabalham com rapi<strong>de</strong>z<br />
para transformar<br />
temas virais em<br />
postagens relevantes<br />
e que possam gerar<br />
engajamento com o<br />
público. pág. 48
NINGUÉM<br />
SEGURA A<br />
53%<br />
DE PARTICIPAÇÃO<br />
A audiência da Vanguarda<br />
é maior que a soma <strong>de</strong><br />
todos os canais abertos.<br />
Dos 50 programas <strong>de</strong><br />
maior audiência,<br />
40 são da Vanguarda.<br />
97% <strong>de</strong> cobertura digital na região<br />
100% do jornalismo local em HD<br />
100% da programação local em HD<br />
Fonte: Kantar Ibope Media - Media Workstation - São José dos Campos e Taubaté - nov/18.
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
dias melhores para todos<br />
mercado publicitário brasileiro começa a acusar uma melhora nas A primeira reação que provoca junto ao público é a <strong>de</strong> um leve otimismo,<br />
que ten<strong>de</strong> a crescer, e <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> esperança naquilo que o povo<br />
O suas receitas, tendo em vista a volta <strong>de</strong> um ainda mo<strong>de</strong>rado otimismo<br />
nos índices econômicos, cuja tendência, segundo temos apurado, é convencionou adotar como lema, após qualquer período <strong>de</strong> crise como<br />
melhorar com o passar dos dias e as <strong>de</strong>cisões da nova equipe econômica,<br />
ainda em<br />
o que estamos <strong>de</strong>ixando para trás: “dias melhores virão”.<br />
elaboração.<br />
Diante <strong>de</strong>sse quadro, po<strong>de</strong>mos afirmar com segurança que o pior já passou.<br />
O país começa a se levantar do caos para on<strong>de</strong> foi jogado por políticas<br />
erradas e sequenciais <strong>de</strong> governo, além <strong>de</strong> questões penais que<br />
mancharam vários proeminentes das últimas gestões oficiais, <strong>de</strong>ixando<br />
o país à <strong>de</strong>riva.<br />
Foi principalmente o soterramento da nossa economia que fez o<br />
eleitor brasileiro optar por um capitão do Exército e <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral<br />
até então pouco conhecido, apesar <strong>de</strong> ter estado na Câmara Fe<strong>de</strong>ral<br />
por mais <strong>de</strong> 20 anos seguidos, na eleição para a Presidência da República.<br />
Ele era o novo e algumas das suas muitas promessas <strong>de</strong> combate à corrupção<br />
ecoaram fundo nos brasileiros, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há muito com anseios <strong>de</strong><br />
uma reviravolta na política para que o país pu<strong>de</strong>sse se pôr em pé novamente.<br />
Não há ainda gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>cisões oficiais atingindo a economia. O governo<br />
está mais empenhado com a criminalida<strong>de</strong> e em consequência com a<br />
<strong>de</strong>fesa do cidadão, estartando uma convencional polêmica sobre a liberação<br />
<strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo (sob algumas condições mínimas) em cumprimento<br />
a promessas <strong>de</strong> campanha.<br />
Enquanto a atenção da população e da própria imprensa é <strong>de</strong>sviada para<br />
esse tema, medidas mais concretas <strong>de</strong> combate à inflação, ao <strong>de</strong>semprego<br />
e, por outro lado, <strong>de</strong> estímulo à economia, <strong>de</strong>vem estar sendo <strong>de</strong>senhadas<br />
pela equipe do competente ministro Paulo Gue<strong>de</strong>s, com ele na<br />
li<strong>de</strong>rança aplaudindo algumas i<strong>de</strong>ias e planos e repudiando outros.<br />
O mais importante é termos saído dos dias sombrios que nos atingiram<br />
nos últimos tempos. Há um clima <strong>de</strong> muita esperança em torno do novo<br />
governo e alguns sinais já começam a ser dados pela iniciativa privada,<br />
que voltou a prestigiar com ênfase a mídia neste início do ano, algo incomum<br />
para a época, qualquer que fosse o governo, acenando com isso<br />
para a chegada <strong>de</strong> novos tempos ao país.<br />
Aí é que entra a força da propaganda: todos sabemos que, além <strong>de</strong> provocar<br />
bons resultados para os produtos e serviços que anuncia, além<br />
<strong>de</strong> valorizar a marca dos anunciantes em cada esforço <strong>de</strong> comunicação<br />
<strong>de</strong>stes, há um resultado que corre em paralelo e, se antes não precisamos<br />
observar, agora tornou-se imperioso: o estímulo que comerciais,<br />
anúncios e todo tipo <strong>de</strong> (boas) mensagens publicitárias causam junto<br />
não só à opinião pública em geral como também e principalmente junto<br />
aos players principais da ativida<strong>de</strong> econômica, <strong>de</strong>ntre eles os anunciantes<br />
da iniciativa privada.<br />
Quem está se dando ao trabalho <strong>de</strong> observar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comerciais<br />
e anúncios na mídia em geral neste início <strong>de</strong> ano, perceberá que não só<br />
já é outro o volume <strong>de</strong>ssas mensagens comerciais, como também o próprio<br />
conteúdo das mesmas anda mais otimista.<br />
A propaganda, não po<strong>de</strong>mos nos esquecer, sempre foi o espelho refletor<br />
da economia <strong>de</strong> um país. Se ela vai bem, se as suas mensagens são animadoras<br />
e criativas, e transmitem um conteúdo otimista, sem dúvida,<br />
influenciará o público em geral, ainda que não se transformem em consumidores<br />
imediatos <strong>de</strong>ste ou daquele produto ou serviços anunciados.<br />
***<br />
Por uma boa coincidência histórica, São Paulo foi fundada no primeiro<br />
mês do ano, comemorando neste <strong>janeiro</strong> 465 verões.<br />
Por ser o maior centro do país, com um público consumidor que se aproxima<br />
em valores monetários à meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo o Brasil, cada aniversário<br />
que comemora é motivo para todo tipo <strong>de</strong> mensagens publicitárias, veiculadas<br />
nos mais diversos meios <strong>de</strong> comunicação.<br />
Esse bom começo <strong>de</strong> ano para a ativida<strong>de</strong> publicitária nacional é sempre<br />
um elemento-chave impulsionador <strong>de</strong> campanhas que se reproduzem<br />
pelo país afora, mas que principalmente neste ano significarão o tiro <strong>de</strong><br />
largada para um período excepcional da até aqui contida propaganda<br />
brasileira.<br />
Nesta edição, o leitor vai se <strong>de</strong>parar com um pouco <strong>de</strong> tudo isso. Levando<br />
em conta que São Paulo se tornou a capital criativa não só do Brasil,<br />
mas <strong>de</strong> toda a América Latina, nossa reportagem foi ouvir cientistas<br />
políticos, especialistas em marketing e li<strong>de</strong>ranças oficiais responsáveis<br />
pela comunicação <strong>de</strong> governo (na União, estados e municípios), que falaram<br />
sobre os pontos fortes da capital <strong>de</strong> São Paulo, como a sua publicida<strong>de</strong><br />
e eventos, com “fenômenos” <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>smesurado como<br />
o nosso Carnaval <strong>de</strong> rua.<br />
***<br />
Uma trama <strong>de</strong> bastidores, urdida em Brasília para que o novo governo<br />
brasileiro pu<strong>de</strong>sse combater as inúmeras críticas (e muitas injustas) que<br />
tem recebido <strong>de</strong> profissionais pertencentes a vários meios <strong>de</strong> comunicação,<br />
acabou <strong>de</strong>saguando em uma i<strong>de</strong>ia infeliz <strong>de</strong> revanche, com ameaças<br />
às empresas on<strong>de</strong> trabalham esses comunicadores, com foco maior<br />
sobre a Re<strong>de</strong> Globo, que paga um preço muito alto pelo continuado sucesso<br />
que <strong>de</strong>sfruta no mercado.<br />
A trama obteve o beneplácito do presi<strong>de</strong>nte da República recém-empossado,<br />
que <strong>de</strong>cidiu ser o seu porta-voz, em um momento <strong>de</strong> arroubo pessoal<br />
muito próprio da sua personalida<strong>de</strong>.<br />
Assim, veio à tona uma crítica às BVs (bonificações <strong>de</strong> volume), que<br />
não só a gran<strong>de</strong> maioria da população brasileira não sabe do que se<br />
trata, como também muita gente que trabalha em agências, produtoras,<br />
veículos, fornecedores do mercado e até mesmo em anunciantes,<br />
não sabe ao certo (ou não sabe nada) o que significa a sigla BV. Porque<br />
se trata <strong>de</strong> uma prática, embora <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 50 anos, que percorre poucos<br />
canais <strong>de</strong>ntro das empresas que compõem o planeta publicitário<br />
brasileiro.<br />
O assunto levou-nos a ocupar todo o nosso último Editorial, contando<br />
como e por que nasceu esse mecanismo <strong>de</strong> incentivo dos meios, cuja<br />
origem, como dissemos, remonta seguramente aos anos 60 do século<br />
passado.<br />
A reação dos leitores foi <strong>de</strong> certa forma até surpreen<strong>de</strong>nte, com mais<br />
<strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> apoios e cumprimentos vindos <strong>de</strong> várias partes do<br />
mercado publicitário brasileiro.<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 3
conexões<br />
Carta aberta ao presi<strong>de</strong>nte<br />
Bolsonaro<br />
Prezado Armando Ferrentini, meus<br />
sinceros cumprimentos pelo editorial<br />
no PROPMARK. Você <strong>de</strong>monstrou<br />
com este artigo sua preocupação<br />
(e do mercado) em relação à BV,<br />
que sempre foi um gran<strong>de</strong> incentivo<br />
para as agências e não <strong>de</strong>verá acabar<br />
nunca.<br />
Oscar Colucci<br />
Caro Armando, além da <strong>de</strong>fesa que<br />
você fez tão brilhantemente <strong>de</strong> nosso<br />
negócio, gostei das saudações<br />
palestrinas ao presi<strong>de</strong>nte.<br />
Flavio Conti<br />
Armando, parabéns! Admiro sua incansável<br />
luta pelo melhor ao nosso<br />
mercado.<br />
Enio Vergeiro<br />
Bela <strong>de</strong>fesa da nossa história e da<br />
nossa evolução criativa, porque<br />
nossa indústria <strong>de</strong> ponta da economia<br />
criativa construiu e posicionou<br />
marcas conectando milhões <strong>de</strong> consumidores.<br />
Num Brasil que muitas<br />
vezes fez inclusão pelo consumo, a<br />
nossa publicida<strong>de</strong> educa, informa e<br />
entretém.<br />
Luiz Lara<br />
Querido Armando, acabo <strong>de</strong> ler e<br />
cumprimento-o pelo editorial em <strong>de</strong>fesa<br />
<strong>de</strong> nossa profissão e nossa indústria.<br />
Parabéns pelo grito solitário,<br />
espero que outras vozes se somem.<br />
Emmanuel P. Dias<br />
Caro amigo Armando, quero parabenizá-lo<br />
pelo brilhante editorial sobre<br />
o comentário do presi<strong>de</strong>nte Bolsonaro<br />
sobre BVs, eleito que foi com<br />
total apoio <strong>de</strong> nosso meio. Ele sofre<br />
<strong>de</strong> um mal que nosso setor po<strong>de</strong>ria<br />
resolver facilmente, um profissional<br />
<strong>de</strong> gabarito como porta-voz ou RP.<br />
Decio Clemente<br />
Amigo Armando, acabo <strong>de</strong> ler e reler<br />
o seu oportuno, claro e corajoso<br />
editorial. Você claramente está trabalhando<br />
pelo bem <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong><br />
que engran<strong>de</strong>ce o Brasil e é motivo<br />
<strong>de</strong> orgulho para os brasileiros.<br />
Um governo que chega pregando a<br />
economia <strong>de</strong> mercado não <strong>de</strong>veria<br />
per<strong>de</strong>r tempo com essas ativida<strong>de</strong>s<br />
econômicas que se organizam e se<br />
sustentam <strong>de</strong>ntro da lei.<br />
Orlando Marques<br />
Armando, parabéns por seu editorial!<br />
Soma-se a tantas outras iniciativas<br />
tuas em <strong>de</strong>fesa da melhor publicida<strong>de</strong><br />
brasileira.<br />
Caio Barsotti<br />
Armando, simplesmente brilhante<br />
seu editorial que acabo <strong>de</strong> ler. Parabéns!<br />
Em outras épocas, a Abap já<br />
teria tomado providências. Não foi<br />
a Globo que instituiu o BV. Começa<br />
por aí. São tantos pontos a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />
este tema, por parte das agências,<br />
dos veículos, dos anunciantes, dos<br />
fornecedores, que é lamentável assistir<br />
o que está acontecendo.<br />
José Francisco Queiroz<br />
Armando, li com muita atenção seu<br />
editorial em <strong>de</strong>fesa do BV. Mas, dada<br />
minha experiência <strong>de</strong> muitos<br />
anos em veículos e clientes, quero<br />
fazer um contraponto. Essa prática,<br />
jabuticaba brasileira, cria um conflito<br />
<strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> difícil conciliação,<br />
já que a lealda<strong>de</strong> da agência <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> por vezes parece não<br />
estar com quem paga a conta, seu<br />
cliente. Legislar contra o BV talvez<br />
não seja a solução, mas o mercado<br />
precisa discutir e encontrar outro<br />
instrumento mais legítimo <strong>de</strong> financiamento<br />
adicional das agências.<br />
Marco Simões Coelho<br />
Parabéns pelo texto!<br />
Filipe Bartholomeu<br />
Caro Armando, seu editorial em<br />
<strong>de</strong>fesa da propaganda brasileira<br />
foi admirado e ressaltado em todo<br />
o Sistema Fenapro/Sinapro. Começamos<br />
o ano com a necessária<br />
união <strong>de</strong> esforços em <strong>de</strong>fesa da<br />
importância e das boas práticas da<br />
nossa ativida<strong>de</strong>, em resposta aos<br />
comentários equivocados, vindos<br />
<strong>de</strong> Brasília. E seu texto será uma<br />
referência <strong>de</strong> extrema importância<br />
nessa cruzada.<br />
Alexis Pagliarini<br />
Armando, parabéns! Sua carta<br />
aberta me remeteu a um tempo em<br />
que tínhamos gran<strong>de</strong>s profissionais,<br />
como Caio Domingues, Renato<br />
Castello Branco e Geraldo Alonso.<br />
Humberto Men<strong>de</strong>s<br />
última Hora<br />
MANTIDO<br />
Ford vai manter operação<br />
integral do Global Team<br />
Blue (GTB) no Brasil. A<br />
resolução, segundo nota da<br />
empresa, está relacionada<br />
às especificida<strong>de</strong>s do<br />
mercado brasileiro. Com<br />
isso, a Ford permanece na<br />
carteira <strong>de</strong> clientes da J.<br />
Walter Thompson, ligada à<br />
GTB. “A <strong>de</strong>finição foi feita<br />
por questões particulares do<br />
mercado brasileiro”, diz Ford.<br />
ESTÁGIO<br />
A FCB Brasil lançou o<br />
programa <strong>de</strong> estágio<br />
FCBrains. Em parceria<br />
com a consultoria <strong>de</strong> RH<br />
MatchBox, agência abriu<br />
inscrições para diversas<br />
áreas. Haverá etapas com<br />
gamifications e candidatos<br />
terão <strong>de</strong> gravar ví<strong>de</strong>o<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a contratação.<br />
dorinHo<br />
JORNALISMO<br />
O Facebook <strong>de</strong>clarou que<br />
preten<strong>de</strong> apoiar jornalistas<br />
e redações nos Estados<br />
Unidos na busca por pautas<br />
e ajudar as organizações<br />
locais a criarem mo<strong>de</strong>los<br />
<strong>de</strong> negócios sustentáveis,<br />
por meio <strong>de</strong> um trabalho<br />
com produtos e parcerias. O<br />
investimento <strong>de</strong>ve chegar a<br />
US$ 300 milhões. A diretriz<br />
é fruto <strong>de</strong> pesquisa feita pela<br />
re<strong>de</strong> social com parceiros.<br />
DIVERSIDADE<br />
O brasileiro está preocupado<br />
com assuntos como respeito<br />
e inclusão. 85% das pessoas<br />
acreditam ser importante<br />
que as marcas abor<strong>de</strong>m<br />
a diversida<strong>de</strong> em sua<br />
comunicação. A conclusão<br />
é <strong>de</strong> pesquisa realizada pela<br />
Samsung Brasil em parceria<br />
com a Bridge Research.<br />
4 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
paulrommer/iStock<br />
Índice<br />
cAPA<br />
36<br />
São Paulo se<br />
consolida como<br />
capital criativa<br />
Cida<strong>de</strong> faz 465 anos no dia 25 e<br />
reportagem <strong>de</strong> capa aborda como<br />
São Paulo se tornou o principal<br />
polo <strong>de</strong> criação da América<br />
Latina. Lí<strong>de</strong>res do governo e do<br />
mercado propõem rebranding.<br />
Divulgação<br />
meRcAdo<br />
Setor <strong>de</strong> healthcare<br />
ganha <strong>de</strong>staque<br />
Indústria muda e inova. Para os negócios<br />
das agências, setor <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> traz boas<br />
oportunida<strong>de</strong>s. FCB Brasil, por exemplo,<br />
lançou unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicada. Aurélio Lopes,<br />
presi<strong>de</strong>nte da agência, diz que criativida<strong>de</strong><br />
em pharma cresceu e o Festival <strong>de</strong> Cannes<br />
ajudou nesse <strong>de</strong>senvolvimento. pág. 34<br />
Divulgação<br />
tendênciAS<br />
Divulgação<br />
entReviStA<br />
Divulgação<br />
mARcAS<br />
Anunciantes apostam<br />
na temporada <strong>de</strong> verão<br />
Marcas aproveitam o período para investir<br />
em ações <strong>de</strong> aproximação. Ativações da<br />
Mastercard, por exemplo, chegaram a<br />
Trancoso (Bahia). Cartoon Network (foto)<br />
realiza ações ao ar livre em SP. pág. 44<br />
executivo do itaú<br />
revela estratégias<br />
Fernando Chacon, diretor-executivo <strong>de</strong><br />
marketing do Itaú Unibanco, afirma que a<br />
soma da razão e emoção cria uma conexão<br />
diferente entre as pessoas e a marca. Ele<br />
fala ainda sobre o papel da tecnologia nos<br />
negócios e analisa a concorrência. pág. 24<br />
Retrô <strong>de</strong>ve dominar,<br />
aponta Shutterstock<br />
Banco <strong>de</strong> imagem revelou dados da 8ª<br />
edição <strong>de</strong> seu relatório anual <strong>de</strong> tendências<br />
criativas. Especialistas em conteúdo e<br />
<strong>de</strong>sign i<strong>de</strong>ntificaram estilos que farão<br />
parte <strong>de</strong> diversos setores este ano. Os três<br />
principais tópicos possuem um ponto em<br />
comum: remetem ao passado. pág. 39<br />
editorial ................................................................3<br />
conexões ...............................................................4<br />
curtas ....................................................................8<br />
mídia ...................................................................10<br />
digital .................................................................12<br />
Agências .............................................................18<br />
Beyond the Line ................................................19<br />
inspiração ..........................................................22<br />
entrevista ...........................................................24<br />
marketing & negócios ......................................26<br />
Quem Fez ............................................................28<br />
Storyteller ..........................................................30<br />
curtas ..................................................................31<br />
We Love mKt ......................................................32<br />
Arena do esporte ...............................................33<br />
mercado ..............................................................34<br />
marcas .................................................................41<br />
Última Página ....................................................50<br />
O jornalista Paulo Macedo está <strong>de</strong> férias e a coluna<br />
Supercenas voltará em fevereiro<br />
6 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
Curtas<br />
Prêmio Desafio Estadão<br />
Cannes lança briefing<br />
sobre refugiados<br />
Fotos: Divulgação<br />
Na reta final das inscrições do Prêmio<br />
Desafio Estadão Cannes, o jornal lançou<br />
um briefing diferente. O prêmio convida<br />
criativos e mídias a criarem uma campanha<br />
inédita para a categoria Brief <strong>de</strong>safio<br />
sob o tema Conscientização sobre a aceitação<br />
<strong>de</strong> refugiados. Segundo a Agência<br />
da ONU para Refugiados, 69 milhões <strong>de</strong><br />
pessoas em todo o mundo <strong>de</strong>ixaram suas<br />
casas à procura <strong>de</strong> abrigo em outros países<br />
em 2017. O objetivo da ação é convidar os<br />
criativos a pensarem no tema, uma vez<br />
que 52% <strong>de</strong>ssas pessoas que procuram<br />
um novo lar são menores <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Além<br />
disso, <strong>de</strong> acordo com o relatório da Acnur<br />
Brasil, em 2017 o país (com 208 milhões<br />
<strong>de</strong> habitantes) conce<strong>de</strong>u apenas cerca <strong>de</strong><br />
10.415 pedidos <strong>de</strong> refúgio. As inscrições<br />
para o prêmio se encerram em 31 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>2019</strong>, em todas as categorias, além do<br />
Brief Desafio. O estadão é o representante<br />
oficial do Festival <strong>de</strong> Cannes no Brasil.<br />
O tema da campanha é “Conscientização sobre a aceitação <strong>de</strong> refugiados”<br />
GympASS tem nOvO viSuAL<br />
LOnGO inGreSSA nA S8, WOW<br />
Stink FiLmS cOntrAtA prOdutOrA<br />
Nova marca foi criada pelo Estúdio <strong>de</strong> Design Vasava<br />
O Gympass, que oferece acesso ilimitado<br />
a milhares <strong>de</strong> aca<strong>de</strong>mias, relançou sua<br />
marca. A nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual, com cores<br />
alegres, foi criada pelo Estúdio <strong>de</strong> Design<br />
Vasava, <strong>de</strong> Barcelona, e li<strong>de</strong>rada pelo<br />
time global da empresa que atua no Brasil.<br />
A agência Soko e a produtora Obvious <strong>de</strong>senvolveram<br />
os ví<strong>de</strong>os. As formas geográficas<br />
circulares representam o biótipo dos<br />
usuários, enquanto as angulares simbolizam<br />
diferentes tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s. “Com<br />
esse novo visual, i<strong>de</strong>alizamos expressar os<br />
conceitos ‘pleasure beats pressure’ e ‘find<br />
an activity to love’”, explica Jana Borges,<br />
head global <strong>de</strong> Branding do Gympass.<br />
Publicitário será sócio-conselheiro na agência<br />
A S8, Sampa, comandada pelos sócios<br />
Sergio Lima e Walter Scigliano, convidou<br />
Walter Longo para compor a equipe como<br />
sócio-conselheiro. A agência passa a se<br />
chamar S8, WoW. Com mais <strong>de</strong> 40 anos <strong>de</strong><br />
experiência em múltiplas funções, Longo<br />
foi um dos responsáveis pelo processo <strong>de</strong><br />
implementação e ampliação da TV por<br />
assinatura no Brasil. Presidiu a ABTA (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> TV por Assinatura) e<br />
<strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2016 até <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2017<br />
foi presi<strong>de</strong>nte do Grupo Abril. Ele também<br />
atuou como mentor <strong>de</strong> estratégia e inovação<br />
do Grupo Newcomm, antiga holding<br />
<strong>de</strong> comunicação do Grupo WPP.<br />
Ingrid Raszl, Daniel Bergmann, fundador, e Renata<br />
A Stink Films tem uma nova produtora<br />
executiva sênior. renata dumont trabalhará<br />
no escritório <strong>de</strong> São Paulo diretamente<br />
com Ingrid Raszl, managing director, e vai<br />
li<strong>de</strong>rar o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> atendimento –<br />
do qual também fazem parte os produtores<br />
executivos Carolina Junqueira, Tico Cruz<br />
e Camila Martinez. “Meu maior <strong>de</strong>safio é<br />
manter a percepção que já existe (sobre a<br />
Stink), ou seja, <strong>de</strong> uma produtora mundialmente<br />
reconhecida como criativa, ousada<br />
e com excelência em seus processos, mas<br />
ao mesmo tempo competitiva”. A executiva<br />
acumula passagens pela Boiler, Delicatessen<br />
e Hungry Man.<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo<br />
e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Danúbia Paraizo<br />
e Leonardo Araujo<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP), Felipe<br />
Turlão (SP), Jéssica Oliveira (SP), Mariana<br />
Barbosa (SP) e Claudia Penteado (RJ)<br />
Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />
Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Site: propmark.com.br<br />
Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />
CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />
Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />
e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />
Departamento Comercial<br />
Gerentes: Mel Floriano<br />
mel@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0748<br />
Monserrat Miró<br />
monserrat@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0744<br />
Diretor Executivo: Tiago A. Milani Ferrentini<br />
tferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />
Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />
regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />
Assinaturas/Renovação/<br />
Atendimento a assinantes<br />
assinatura@editorareferencia.com.br<br />
São Paulo (11) 2065-0738<br />
Demais estados: 0800 704 4149<br />
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
8 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
mídiA<br />
CNN terá operação no Brasil por<br />
meio <strong>de</strong> licenciamento da marca<br />
Emissora <strong>de</strong>ve contratar cerca <strong>de</strong> 400 jornalistas e equipe <strong>de</strong> produção;<br />
empresa ainda não confirmou <strong>de</strong>talhes sobre início da atuação comercial<br />
MARINA OLIVEIRA<br />
– Especial para o PROPMARK<br />
chegada da CNN Brasil <strong>de</strong>ve<br />
aquecer o mercado <strong>de</strong><br />
A<br />
comunicação. Serão contratados<br />
cerca <strong>de</strong> 400 jornalistas<br />
para que a operação entre no<br />
ar já no segundo semestre <strong>de</strong>ste<br />
ano. Com relação à área comercial,<br />
a emissora ainda não<br />
confirmou os <strong>de</strong>talhes sobre o<br />
início da operação.<br />
O jornalista Douglas Tavolaro<br />
atuará como CEO e o empresário<br />
Rubens Menin como<br />
presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong> Administração<br />
da emissora.<br />
Tavolaro estava há 17 anos na<br />
Record TV e foi vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> jornalismo do grupo. Já Menin<br />
é fundador e presi<strong>de</strong>nte do<br />
Conselho <strong>de</strong> Administração da<br />
MRV Engenharia.<br />
Fundador do R7, Antonio Guerreiro<br />
assume jornalismo da Record TV<br />
Mo<strong>de</strong>rnização e inovação tecnológica nos telejornais são as promessas<br />
da nova gestão; linha editorial não sofre alterações com a mudança<br />
Grupo Record anunciou na<br />
O semana passada Antonio<br />
Guerreiro para a vice-presidência<br />
<strong>de</strong> jornalismo da emissora.<br />
Com mais <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> experiência,<br />
Guerreiro é especialista<br />
em estratégia e inovação.<br />
Há <strong>de</strong>z anos no grupo, ocupava<br />
o cargo <strong>de</strong> superinten<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> estratégia multiplataforma<br />
e é um dos fundadores<br />
do Portal R7. O jornalista <strong>de</strong>ve<br />
investir ainda mais na inovação<br />
tecnológica dos telejornais<br />
e programas jornalísticos da<br />
casa.<br />
A chegada <strong>de</strong> Guerreiro ao<br />
jornalismo da Record TV <strong>de</strong>ve<br />
dar continuida<strong>de</strong> à linha editorial<br />
da empresa, que tem 11<br />
Divulgação/Antonio Chahestian/RecordTV<br />
Douglas Tavolaro, CEO da CNN Brasil: “Sonho <strong>de</strong> jornalista se tornando realida<strong>de</strong>”<br />
horas diárias <strong>de</strong> programação<br />
ao vivo e mais <strong>de</strong> 500 profissionais<br />
distribuídos entre o Brasil<br />
e o exterior.<br />
A mudança na cúpula da<br />
emissora é <strong>de</strong>corrente da saída<br />
<strong>de</strong> Douglas Tavolaro do grupo,<br />
que vai assumir a CNN Brasil<br />
(veja reportagem nesta página).<br />
Em nota, a Record TV <strong>de</strong>sejou<br />
sucesso a Antonio Guerreiro<br />
na nova trajetória e agra<strong>de</strong>ceu<br />
o importante trabalho<br />
<strong>de</strong>senvolvido por Douglas Tavolaro<br />
nesses últimos anos no<br />
jornalismo.<br />
O grupo almeja uma carreira<br />
promissora em seu novo <strong>de</strong>safio<br />
profissional.<br />
MO<br />
“A CNN é um ícone global e a<br />
parceria com essa marca é o sonho<br />
<strong>de</strong> um jornalista se tornando<br />
realida<strong>de</strong>”, disse Tavolaro<br />
na semana passada.<br />
Des<strong>de</strong> os anos 1990, a CNN<br />
namora o mercado brasileiro.<br />
Em 1999, a re<strong>de</strong> lançou site<br />
com notícias em português. A<br />
iniciativa durou até 2004. Em<br />
2017, a CNN negociou com a Re<strong>de</strong>TV!<br />
para utilizar a estrutura<br />
da emissora, mas o acordo foi<br />
interrompido por questões legislativas.<br />
No Brasil, não é permitido<br />
que um mesmo grupo<br />
seja dono e opere canais <strong>de</strong> TV.<br />
No caso da CNN, o canal pertence<br />
a Turner, que faz parte do<br />
conglomerado <strong>de</strong> comunicação<br />
da Warner e da AT&T, empresa<br />
<strong>de</strong> telecomunicações e operadora<br />
<strong>de</strong> pay TV. Resta saber se<br />
haverá novo imbróglio.<br />
Divulgação/Edu Moraes/ Record TV<br />
Antonio Guerreiro está há mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos no Grupo Record e é fundador do Portal R7<br />
10 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
Como se chama<br />
quando uma agência<br />
junta criativida<strong>de</strong><br />
com as mais mo<strong>de</strong>rnas<br />
tecnologias e<br />
análise <strong>de</strong> dados?<br />
A gente chama assim:<br />
refmais.com.br<br />
ART<br />
SCIENCE<br />
A comunicação tradicional já não é suficiente para<br />
falar com os novos consumidores. É preciso colocar<br />
a criativida<strong>de</strong> e a tecnologia da informação para<br />
trabalharem juntas, conectar i<strong>de</strong>ias com análise <strong>de</strong><br />
dados e inspiração com resultados. Sua marca está<br />
preparada para unir art & science? Então fale com<br />
o Fernando, no telefone 11 3045-2515 ou pelo<br />
e-mail fcalfat@refmais.com.br<br />
Art&Science
dência da República. “Isso tem<br />
alguns efeitos práticos bastante<br />
importantes e, em geral, negativos.<br />
Deixar o órgão subordinado<br />
diretamente à Presidência o<br />
<strong>de</strong>ixa muito sujeito a questões<br />
e manobras políticas. Antes, a<br />
Autorida<strong>de</strong> teria in<strong>de</strong>pendência<br />
administrativa e autonomia<br />
financeira, o que não está mais<br />
garantido pela MP. Esses pontos<br />
são importantes já que ela é<br />
um órgão fiscalizador, responsável<br />
por editar normas e regulamentar<br />
questões relativas<br />
ao cumprimento da LGPD. E a<br />
fiscalização serve não só para<br />
o setor privado, mas também<br />
para a administração pública,<br />
que realiza ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento<br />
<strong>de</strong> dados pessoais.”<br />
Na avaliação <strong>de</strong> Bárbara, o<br />
estágio nas empresas ainda é <strong>de</strong><br />
uma percepção gradativa sobre<br />
a importância do tema. Além<br />
disso, é crescente a preocupadigital<br />
Mudança no órgão que fiscaliza a lei<br />
<strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> dados acen<strong>de</strong> alerta<br />
Perda do status <strong>de</strong> autarquia especial é motivo <strong>de</strong> questionamento;<br />
Autorida<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Proteção <strong>de</strong> Dados foi assinada em <strong>de</strong>zembro<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
No próximo mês <strong>de</strong> fevereiro,<br />
o Brasil <strong>de</strong>veria entrar<br />
em contagem regressiva <strong>de</strong> um<br />
ano para a vigência da Lei nº<br />
13.709, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2018,<br />
a LGPD (Lei Geral <strong>de</strong> Proteção<br />
<strong>de</strong> Dados). Mas muita coisa mudou.<br />
No último dia útil <strong>de</strong> 2018,<br />
o então presi<strong>de</strong>nte Michel Temer<br />
assinou uma Medida Provisória<br />
que cria um órgão para<br />
supervisionar regras criadas<br />
pela lei. Mas a ANPD (Autorida<strong>de</strong><br />
Nacional <strong>de</strong> Proteção <strong>de</strong><br />
Dados) já nasceu controversa.<br />
Um dos motivos é que o início<br />
<strong>de</strong> vigoração da LGPD mudou<br />
<strong>de</strong> 18 para 24 meses após a sanção,<br />
adiando o “valendo” para<br />
agosto <strong>de</strong> 2020.<br />
Outra mudança preocupa<br />
muito mais. A ANPD terá funções<br />
como fiscalizar o tratamento<br />
<strong>de</strong> dados por empresas,<br />
aplicar sanções por infrações e<br />
criar normas e diretrizes para o<br />
uso das informações pessoais.<br />
O órgão fazia parte do projeto<br />
sobre proteção <strong>de</strong> dados pessoais<br />
aprovado pelo Congresso,<br />
mas foi vetado pelo ex-presi<strong>de</strong>nte<br />
porque o Legislativo não<br />
po<strong>de</strong> criar órgãos que resultem<br />
em novos gastos no Orçamento.<br />
A <strong>de</strong>cisão gerou pressão por<br />
parte <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s representativas,<br />
instituições acadêmicas,<br />
organizações e pessoas<br />
(42 no total) que subscreveram<br />
um manifesto pela criação da<br />
ANPD. Assinaram o documento,<br />
por exemplo, Abap (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Agências <strong>de</strong><br />
Publicida<strong>de</strong>), Abemd (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Marketing <strong>de</strong><br />
Dados), Abert (Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> Emissoras <strong>de</strong> Rádio<br />
e Televisão), Aner (Associação<br />
Nacional <strong>de</strong> Editores <strong>de</strong> Revistas),<br />
ANJ (Associação Nacional<br />
<strong>de</strong> Jornais), Cenp (Conselho<br />
Executivo das Normas-Padrão)<br />
e Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional<br />
das Agências <strong>de</strong> Propaganda).<br />
O pedido foi atendido, mas o<br />
resultado preocupa, porque o<br />
Um dos objetivos da Lei nº 13.709, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2018, é permitir mais controle às pessoas sobre o uso <strong>de</strong> suas informações<br />
“a fiscalização<br />
serve não só para<br />
o setor privado,<br />
mas também para<br />
a administração<br />
pública”<br />
peterhowell/iStock<br />
mo<strong>de</strong>lo criado modificou o que<br />
estava previsto na lei.<br />
Bárbara Simão, pesquisadora<br />
em direitos digitais do I<strong>de</strong>c<br />
(Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Defesa<br />
do Consumidor), explica que o<br />
mo<strong>de</strong>lo criado retirou seu status<br />
<strong>de</strong> autarquia especial sem<br />
subordinação hierárquica ao<br />
governo, transformando a Autorida<strong>de</strong><br />
em uma espécie <strong>de</strong><br />
secretaria vinculada à Presição<br />
por profissionais preparados.<br />
Um <strong>de</strong>slize custa caro. As<br />
penas diárias po<strong>de</strong>m chegar a<br />
4% do faturamento da empresa<br />
no ano anterior até o limite<br />
<strong>de</strong> R$ 50 milhões por infração.<br />
Apesar do imbróglio e do adiamento,<br />
a profissional <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
que não é cedo para agências e<br />
anunciantes pensarem profundamente<br />
nesse assunto.<br />
“A questão agora é enten<strong>de</strong>r<br />
que não é possível <strong>de</strong>senvolver<br />
uma estratégia <strong>de</strong> marketing,<br />
um produto ou serviço, sem<br />
uma preocupação prévia com a<br />
privacida<strong>de</strong> das pessoas, com o<br />
controle que <strong>de</strong>vem ter sobre o<br />
seu fluxo <strong>de</strong> dados e com o risco<br />
informacional que essas ferramentas<br />
po<strong>de</strong>m gerar (possíveis<br />
vazamentos ou danos aos consumidores).<br />
Esse é um passo<br />
importante para a construção<br />
<strong>de</strong> um ambiente <strong>de</strong> confiança<br />
na internet”, analisa ela.<br />
12 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
digital<br />
Ministério Público consi<strong>de</strong>ra unboxing<br />
como publicida<strong>de</strong> infantil abusiva<br />
Órgão acredita em propaganda disfarçada e marcas são citadas em<br />
processo contra o Google, que <strong>de</strong>ve retirar os ví<strong>de</strong>os do YouTube<br />
MARIANA BARBOSA<br />
Ministério Público <strong>de</strong> São<br />
O Paulo (MP-SP) move uma<br />
ação contra o Google para que<br />
sejam retirados do YouTube ví<strong>de</strong>os<br />
<strong>de</strong> influenciadores mirins<br />
na categoria unboxing. O órgão<br />
alega que, por meio <strong>de</strong>sse tipo<br />
<strong>de</strong> conteúdo, o público infantil<br />
se torna “receptor <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
disfarçada <strong>de</strong> programação<br />
<strong>de</strong> entretenimento”, configurando<br />
assim prática abusiva.<br />
O promotor do inquérito,<br />
Eduardo Dias, pe<strong>de</strong> ainda que<br />
sejam adotadas medidas para<br />
impedir a monetização <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os<br />
com propaganda infantil.<br />
A ação é resultado <strong>de</strong> três<br />
diferentes <strong>de</strong>núncias realizadas<br />
pelo Instituto Alana. Na<br />
primeira <strong>de</strong>las, feita em 2015, a<br />
ONG afirma que o McDonald’s<br />
enviou brinquedos do McLanche<br />
Feliz antes do lançamento<br />
oficial da campanha a um youtuber<br />
mirim. A segunda citou 15<br />
marcas <strong>de</strong> diferentes segmentos,<br />
como brinquedos, roupas<br />
e material escolar, também por<br />
envio <strong>de</strong> produtos a crianças. Já<br />
a última, <strong>de</strong> 2017, <strong>de</strong>nunciava a<br />
Mattel por ação <strong>de</strong> divulgação<br />
<strong>de</strong> produtos “Monster High” no<br />
canal da youtuber Julia Silva,<br />
atualmente com 14 anos.<br />
“Não somos contra a relação<br />
da criança com as mídias e com<br />
a internet. A gente se preocupa<br />
com a superexposição <strong>de</strong>las e o<br />
direcionamento da publicida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> forma velada. Não tem como<br />
dizer que esse tipo <strong>de</strong> prática<br />
não influencia, o efeito do<br />
unboxing é muito po<strong>de</strong>roso”,<br />
afirma Ekaterine Karageorgiadis,<br />
coor<strong>de</strong>nadora do programa<br />
Criança e Consumo, do Instituto<br />
Alana.<br />
Procurado pela reportagem,<br />
o Google afirma que “não comenta<br />
casos específicos”.<br />
A Mattel ressalta que “a campanha<br />
<strong>de</strong> Monster High realizada<br />
na plataforma YouTube, em<br />
2016, foi feita <strong>de</strong> acordo com as<br />
leis brasileiras”. A fabricante<br />
A youtuber mirim Julia Silva acumula<br />
atualmente mais <strong>de</strong> 4,3 milhões <strong>de</strong> inscritos<br />
em seu canal no YouTube<br />
esclarece ainda que “a <strong>de</strong>speito<br />
da regularida<strong>de</strong> do conteúdo, o<br />
mesmo <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser veiculado<br />
pela Mattel, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong><br />
2017”.<br />
Já o McDonald’s fala que não<br />
trabalha com youtubers mirins.<br />
“Nossa comunicação com os<br />
consumidores é feita com responsabilida<strong>de</strong><br />
e segue rigorosos<br />
critérios internos e práticas<br />
do setor. Por exemplo, em 2016<br />
reafirmamos um compromisso<br />
público iniciado em 2009 junto<br />
a entida<strong>de</strong>s e empresas do nosso<br />
ramo para uma publicida<strong>de</strong><br />
responsável <strong>de</strong> alimentos e bebidas<br />
para crianças e <strong>de</strong>finimos,<br />
entre outras restrições, que não<br />
anunciamos em programas, veículos<br />
e/ou canais que tenham<br />
50% ou mais <strong>de</strong> sua audiência<br />
composta por crianças menores<br />
<strong>de</strong> 12 anos. Além disso, há 10<br />
anos adotamos voluntariamente<br />
um compromisso e código <strong>de</strong><br />
ética próprios em comunicação<br />
publicitária <strong>de</strong> alimentos”, comenta<br />
a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast food.<br />
O FENÔMENO dO UNBOXiNg<br />
A categoria <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os unboxing<br />
começou fazer sucesso<br />
nos Estados Unidos em 2006,<br />
oferecendo ao público resenhas<br />
técnicas <strong>de</strong> produtos – principalmente<br />
eletrônicos.<br />
Em meados dos anos 2010,<br />
os ví<strong>de</strong>os ganharam força no<br />
nicho infantil. Um dos maiores<br />
nomes da modalida<strong>de</strong> no mundo<br />
é Ryan, do canal Ryan Toys-<br />
Review, que teve seu primeiro<br />
ví<strong>de</strong>o publicado em 2015. Segundo<br />
a Forbes, no último ano<br />
o garoto <strong>de</strong> oito anos se tornou<br />
a estrela mais bem paga do You-<br />
Tube, arrecadando US$ 22 milhões<br />
(cerca <strong>de</strong> R$ 84 milhões)<br />
durante o período.<br />
Além da influenciadora Julia<br />
Silva, ação do MP-SP cita ainda<br />
outros seis youtubers mirins:<br />
Fotos: Reprodução<br />
“As criAnçAs não<br />
compreen<strong>de</strong>m<br />
A diferençA<br />
<strong>de</strong> conteúdo e<br />
publicidA<strong>de</strong>.<br />
então, por que<br />
não fAlAr com<br />
o Adulto?”<br />
14 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
Divulgação/Alana<br />
Divulgação<br />
Ekaterine Karageorgiadis: “Conteúdos unboxing violam direitos das crianças”<br />
Carlos Tristan orienta marcas a dirigirem suas ações às mães e pais, e não às crianças<br />
Felipe Calixto, Vida <strong>de</strong> Amy,<br />
Canal Duda MH, Manoela Antelo,<br />
Gabriela Saraivah e Marina<br />
Bombonato. O menor dos canais<br />
tem, atualmente, 523 mil<br />
inscritos; o maior, 4,6 milhões.<br />
De acordo com os próprios<br />
Termos <strong>de</strong> Serviço, “o website<br />
do YouTube não é projetado<br />
para jovens menores <strong>de</strong> 18<br />
anos”.<br />
A diretriz é outro ponto<br />
questionado por Dias no inquérito<br />
contra o Google. “O que se<br />
percebe, <strong>de</strong> fato, é que não apenas<br />
a plataforma é utilizada por<br />
crianças e adolescentes, como<br />
virou palco <strong>de</strong> violação <strong>de</strong> direitos,<br />
como no caso em apreço<br />
em que crianças e adolescentes<br />
são expostas a comunicações<br />
mercadológicas abusivas através<br />
dos youtubers mirins”, sugere<br />
o promotor.<br />
“O fenômeno unboxing é<br />
muito amplo e começa com<br />
uma finalida<strong>de</strong> bastante legítima.<br />
Já no universo infantil, ele<br />
se vale da vulnerabilida<strong>de</strong> da<br />
criança e a transforma em um<br />
promotor <strong>de</strong> vendas. Enxergamos<br />
com preocupação o fato<br />
disso fazer parte da formação<br />
<strong>de</strong>ssas crianças <strong>de</strong>s<strong>de</strong> tão cedo.<br />
Nesse contexto, muitas vezes<br />
as crianças nem falam, mas já<br />
apresentam necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
consumo por conta <strong>de</strong>sse tipo<br />
<strong>de</strong> influência”, acrescenta Ekaterine.<br />
“Se a plataforma tem<br />
como retirar do ar ví<strong>de</strong>os por<br />
violação <strong>de</strong> direitos autorais,<br />
como músicas e ví<strong>de</strong>os, por que<br />
ela não <strong>de</strong>rruba conteúdos que<br />
violam os direitos das crianças?”,<br />
questiona.<br />
HistóricO<br />
Em 2016, o Ministério Público<br />
Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais<br />
(MPF-MG) pediu ao Google para<br />
que em todo o site fosse inserido<br />
um aviso <strong>de</strong> que publicida<strong>de</strong><br />
infantil é proibida e abusiva. O<br />
grupo <strong>de</strong> tecnologia ganhou o<br />
processo.<br />
No ano seguinte, os irmãos<br />
Felipe e Luccas Neto foram advertidos<br />
pelo Conar (Conselho<br />
Nacional <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />
Publicitária) por conta<br />
da ação Desafio Felipe Neto vs.<br />
Luccas Neto (Na Netoland), que<br />
consistia em um sorteio no qual<br />
os vencedores passariam um<br />
dia na casa dos youtubers. As<br />
inscrições eram feitas por meio<br />
<strong>de</strong> ligações telefônicas.<br />
O órgão afirmou que o ví<strong>de</strong>o<br />
não <strong>de</strong>ixava claro que a promoção<br />
se tratava <strong>de</strong> um anúncio<br />
publicitário e que as regras para<br />
participação não foram expostas<br />
<strong>de</strong> forma clara.<br />
Mesmo retirando o ví<strong>de</strong>o do<br />
ar, os influenciadores recorreram<br />
da <strong>de</strong>cisão, que foi julgada<br />
em 2018 pelo Conselho <strong>de</strong> Ética.<br />
Em <strong>de</strong>cisão unânime, Felipe<br />
e Luccas foram punidos e o<br />
conteúdo permanece suspenso.<br />
Gran<strong>de</strong> parte do público dos<br />
canais é formada por crianças e<br />
adolescentes.<br />
O qUE diz a lEi?<br />
A resolução <strong>de</strong> 2014 do Conanda<br />
(Conselho Nacional dos<br />
Direitos da Criança e do Adolescente)<br />
consi<strong>de</strong>ra abusiva a prática<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação<br />
mercadológica à criança<br />
utilizando-se, <strong>de</strong>ntre outros, <strong>de</strong><br />
linguagem infantil, representação<br />
<strong>de</strong> criança, pessoas ou celebrida<strong>de</strong>s<br />
com apelo ao público<br />
infantil, personagens ou apresentadores<br />
infantis, <strong>de</strong>senho<br />
animado, bonecos ou similares<br />
e promoções com distribuição<br />
“quAndo os<br />
influenciAdores<br />
fAlAm <strong>de</strong> produtos,<br />
eles se tornAm<br />
portA-vozes <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terminAdA<br />
mArcA. É muito<br />
fácil que isso<br />
fujA do controle”<br />
<strong>de</strong> prêmios ou brin<strong>de</strong>s ou com<br />
competições ou jogos com apelo<br />
infantil.<br />
Segundo o Conar, os anúncios<br />
não po<strong>de</strong>m “empregar<br />
crianças e adolescentes como<br />
mo<strong>de</strong>los para vocalizar apelo<br />
direto, recomendação ou<br />
sugestão <strong>de</strong> uso ou consumo,<br />
sendo admitida, entretanto, a<br />
participação <strong>de</strong>les nas <strong>de</strong>monstrações<br />
pertinentes <strong>de</strong> serviço<br />
ou produto”. O conselho consi<strong>de</strong>ra<br />
também irregular as campanhas<br />
infantis com verbos no<br />
imperativo ou publicida<strong>de</strong> velada.<br />
EvOlUçãO dO MErcadO<br />
Para Carlos Tristan, CMO<br />
e cofundador da Squid, uma<br />
plataforma especializada em<br />
marketing <strong>de</strong> influência com<br />
microinfluenciadores, ocorrências<br />
como essa po<strong>de</strong>m ser<br />
positivas para que o mercado<br />
aprenda e crie para si novas regras.<br />
“Essa discussão é válida<br />
porque o relacionamento com<br />
influenciadores digitais, apesar<br />
<strong>de</strong> já ser prática do dia a dia, é<br />
ainda muito novo. Não existe<br />
uma receita <strong>de</strong> bolo, é necessário<br />
testar os formatos que funcionam”,<br />
afirma.<br />
O especialista acredita na relevância<br />
<strong>de</strong> investimentos mais<br />
assertivos para outros formatos<br />
publicitários além do unboxing,<br />
em que as marcas obtêm maior<br />
segurança em relação às entregas<br />
e resultados. “Às vezes o<br />
investimento é maior, mas com<br />
retorno muito mais robusto. O<br />
i<strong>de</strong>al para um relacionamento<br />
entre uma marca e um influenciador,<br />
seja o pagamento realizado<br />
em dinheiro ou produtos,<br />
é trabalhar com contratos, contrapartidas<br />
e monitoramento. É<br />
um processo melhor construído”,<br />
explica.<br />
Ainda <strong>de</strong> acordo com o CMO,<br />
a reputação <strong>de</strong> suas marcas é<br />
um dos principais motivos para<br />
se planejar melhor as ações digitais.<br />
“Quando os influenciadores<br />
falam <strong>de</strong> produtos, eles<br />
se tornam porta-vozes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />
marca. É muito fácil<br />
que isso fuja do controle e repercuta<br />
negativamente quando<br />
não há uma preocupação com<br />
o histórico <strong>de</strong> quem está falando<br />
por você”. Tristan reforça<br />
ainda a importância <strong>de</strong> direcionar<br />
as ações, mesmo que infantis,<br />
não às crianças, mas sim a<br />
seus responsáveis. “No fim das<br />
contas, são os adultos que têm<br />
o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra e tomam <strong>de</strong>cisões”,<br />
aponta.<br />
A orientação vai <strong>de</strong> encontro<br />
ao que propõe também o Instituto<br />
Alana. “As crianças não<br />
compreen<strong>de</strong>m a diferença <strong>de</strong><br />
conteúdo e publicida<strong>de</strong>. Então,<br />
por que não falar com o adulto?<br />
Com esse público é possível<br />
abordar os diferenciais dos produtos<br />
sem apelar ao imaginário<br />
infantil para ven<strong>de</strong>r”, encerra<br />
Ekaterine.<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 15
HENRIQUE<br />
GUILHERME<br />
SILVIO LUIZ<br />
RONALDO<br />
GIOVANELI<br />
PAULO<br />
ROBERTO<br />
MARTINS<br />
JOSÉ<br />
EDUARDO<br />
SAVOIA<br />
OSCAR<br />
ROBERTO<br />
GODOI<br />
MÁRCIO<br />
BERNARDES<br />
THOMAZ<br />
RAFAEL<br />
JOSÉ<br />
CALIL<br />
ANDRÉ<br />
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UM BOLÃO, HÁ 18 ANOS.<br />
O projeto esportivo da Transamérica comemora 18 ANOS.<br />
O time segue li<strong>de</strong>rando as pesquisas <strong>de</strong> audiência e<br />
#ComABolaToda.
OSWALDO<br />
MACIEL<br />
GUILHERME<br />
LAGE<br />
GAVIÃO<br />
MARCO<br />
BELLO<br />
ROBERTO<br />
CARMONA<br />
IVAN<br />
DRAGO<br />
LEANDRO<br />
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agênCias<br />
Publicitário aposta em mo<strong>de</strong>lo novo<br />
com Bedouin CC para se <strong>de</strong>stacar<br />
Ex-Publicis e Leo Burnett, João F. Saddock <strong>de</strong>senvolveu hub <strong>de</strong><br />
comunicação com entregas que variam <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> a conteúdo<br />
Com 15 anos <strong>de</strong> atuação no<br />
mercado, João F. Saddock<br />
trabalha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2017 com a sua<br />
Bedouin CC, hub <strong>de</strong> comunicação<br />
que trabalha com banco<br />
<strong>de</strong> talentos que, segundo o publicitário,<br />
chega a 800 profissionais<br />
<strong>de</strong> áreas como planejamento,<br />
atendimento, criação,<br />
social media, programação,<br />
branding, <strong>de</strong>sign e conteúdo,<br />
acionados <strong>de</strong> acordo com o tipo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda.<br />
Com projetos <strong>de</strong>senvolvidos<br />
para marcas como Clear Corretora<br />
(Grupo XP), Safe Cap,<br />
uma indústria <strong>de</strong> embalagens<br />
para o setor <strong>de</strong> alimentos e bebidas,<br />
e Monster PRO 3D Filaments,<br />
empresa <strong>de</strong> filamentos<br />
para impressão 3D, a Bedouin<br />
não tem se<strong>de</strong> fixa. As reuniões<br />
<strong>de</strong> equipe costumam ser por<br />
meio <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>oconferência ou<br />
em espaços <strong>de</strong> coworking. Se<br />
necessário, po<strong>de</strong>m alugar flats<br />
ou apartamentos em sites <strong>de</strong><br />
compartilhamento <strong>de</strong> imóveis,<br />
como Airbnb, para reunir os<br />
profissionais.<br />
“Temos um time <strong>de</strong> talentos<br />
capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as dores<br />
dos clientes e apresentar<br />
alternativas para a resolução<br />
<strong>de</strong> problemas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> eles estão. Não<br />
queremos rótulos, ser <strong>de</strong>finidos<br />
como uma agência ou uma<br />
produtora - isso limita muito<br />
nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrega”,<br />
conta o fundador da Bedouin<br />
CC. O nome da empresa, diz, é<br />
inspirado no estilo nôma<strong>de</strong> dos<br />
beduínos, o povo que vive majoritariamente<br />
em <strong>de</strong>sertos do<br />
norte da África e Oriente Médio.<br />
A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Saddock é que o<br />
mercado anunciante aposte<br />
em mo<strong>de</strong>los novos, embora<br />
uma empresa como a Bedouin<br />
CC possa trabalhar em parceria<br />
com agências <strong>de</strong> porte gran<strong>de</strong>.<br />
“Um mo<strong>de</strong>lo não anula o outro.<br />
Eles se somam quando bem<br />
administrados. Já recebemos<br />
algumas sondagens e propostas<br />
para trabalhar em parceria<br />
com gran<strong>de</strong>s agências, mas<br />
João F. Saddock: “Não queremos rótulos, ser <strong>de</strong>finidos como uma agência ou uma produtora - isso limita muito nossa entrega”<br />
costumamos esbarrar em um<br />
dos principais vértices que proporcionam<br />
a melhor entrega, o<br />
prazo. Acreditamos que ele é<br />
peça-chave numa entrega consistente,<br />
com planejamento,<br />
estratégia e execução em harmonia.<br />
Existe uma ansieda<strong>de</strong><br />
presente no mercado em geral<br />
<strong>de</strong> querer tudo para ‘ontem’”.<br />
Sobre os clientes, os projetos<br />
para Monster e Quantick consistiram<br />
no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> marcas e produtos. “Trabalhamos<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção, já<br />
que são empresas novas e isso<br />
é muito legal no branding, pois<br />
tudo foi pensado do zero. Quanto<br />
à SafeCap, foi reestruturação<br />
da marca, uma nova cara e um<br />
novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> abordagem comercial”,<br />
esclarece. Segundo o<br />
profissional, os projetos foram<br />
um teste ao mo<strong>de</strong>lo operacional,<br />
pois envolveram pessoas<br />
que estavam em diversas cida<strong>de</strong>s<br />
no Brasil, como Curitiba,<br />
São Paulo, Camboriú, Bastos,<br />
“Temos um Time <strong>de</strong><br />
TalenTos capaz<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>nTificar as<br />
dores dos clienTes<br />
e apresenTar<br />
alTernaTivas para<br />
resolução <strong>de</strong><br />
problemas”<br />
Divulgação<br />
Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte; e até em<br />
países do exterior, como Estados<br />
Unidos, Rússia, Índia e<br />
Paquistão. “É a soma <strong>de</strong> bons<br />
profissionais, trabalhando a<br />
distância, <strong>de</strong> forma concisa e<br />
plural, em busca do melhor<br />
resultado possível para nossos<br />
clientes”, diz.<br />
Colocar o mo<strong>de</strong>lo em pé não<br />
é fácil. Primeiro, diz Saddock,<br />
houve o <strong>de</strong>safio financeiro, mas<br />
um método <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> caixa<br />
ajudou a Bedouin CC a ter segurança.<br />
O segundo <strong>de</strong>safio, que<br />
vale para qualquer mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
negócio, é angariar novos clientes,<br />
através <strong>de</strong> indicações. “Se<br />
um cliente nos procura com um<br />
problema <strong>de</strong> marketing ou comunicação<br />
e observamos outro<br />
problema, operacional ou <strong>de</strong><br />
produto, nossa proposta terá<br />
foco no operacional e no produto;<br />
caso ele não queira, não<br />
fazemos, porque daqui a 3 ou 6<br />
meses ele vai voltar e dizer que<br />
o problema continua”, encerra.<br />
18 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
eyond tHe line<br />
PeopleImages/iStock<br />
Hora <strong>de</strong> união<br />
Fazer propaganda ou comunicação eficaz<br />
é coisa para especialistas<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
ano começou com <strong>de</strong>clarações preocupantes<br />
do novo presi<strong>de</strong>nte da Repú-<br />
O<br />
blica e da sua equipe, a respeito da nossa<br />
ativida<strong>de</strong>. Ainda no ano passado, o vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte, antes mesmo <strong>de</strong> tomar posse,<br />
fez uma avaliação simplista sobre a ativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> propaganda.<br />
“O processo tradicional <strong>de</strong> propaganda,<br />
que gasta rios <strong>de</strong> dinheiro, <strong>de</strong>ve ser abandonado”,<br />
afirmou. Segundo ele, as <strong>de</strong>mandas<br />
<strong>de</strong> comunicação do governo po<strong>de</strong>m<br />
ser resolvidas via re<strong>de</strong>s sociais e processos<br />
online.<br />
De fato, a performance da campanha <strong>de</strong><br />
Bolsonaro, baseada quase que tão somente<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais, <strong>de</strong>ve ter encantado o<br />
general. Mas, infelizmente, nada é tão simples<br />
assim. Há <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar muitas outras<br />
variáveis e efeitos conjunturais antes<br />
<strong>de</strong> tirar conclusões simplistas.<br />
Começando pela penetração da internet.<br />
Estima-se que um terço dos brasileiros não<br />
tenha acesso à internet. Esses não serão<br />
impactados pela comunicação do governo?!<br />
Outra questão é o custo. Uma inserção<br />
em mídia <strong>de</strong> massa, na TV aberta, por<br />
exemplo, realmente tem um valor absoluto<br />
alto, mas se analisarmos o custo por mil é<br />
plenamente justificável. Fazer propaganda<br />
ou comunicação eficaz é coisa para especialistas<br />
e nossa esperança é que o novo<br />
governo não abra mão <strong>de</strong> agências qualificadas<br />
para fazer um trabalho competente.<br />
E o governo po<strong>de</strong> ficar tranquilo: o Brasil<br />
é consi<strong>de</strong>rado um dos países mais avançados<br />
nessa área, estando entre os três mais<br />
premiados em festivais internacionais.<br />
Propaganda é um dos raros setores econômicos<br />
brasileiros reverenciados mundo<br />
afora. Dias atrás, foi a vez do próprio presi<strong>de</strong>nte<br />
questionar o BV <strong>de</strong> agências. Como<br />
sabemos, os Programas <strong>de</strong> Incentivo (que<br />
ele chamou <strong>de</strong> BV) são instrumentos lícitos,<br />
existentes em diversas categorias, com<br />
total amparo legal.<br />
Fenapro e Abap já se posicionaram e<br />
houve gran<strong>de</strong> repercussão, exposta aqui<br />
mesmo, na última edição do PROPMARK.<br />
Na edição anterior do PROPMARK, no<br />
seu Editorial, Armando Ferrentini apresenta<br />
uma carta aberta ao presi<strong>de</strong>nte, expondo,<br />
com muita proprieda<strong>de</strong>, o valor da<br />
propaganda. Ferrentini <strong>de</strong>ixou claro que o<br />
<strong>de</strong>sempenho do setor não é algo <strong>de</strong> modismos,<br />
<strong>de</strong> agora, mas, isso sim, fruto <strong>de</strong> um<br />
trabalho histórico, <strong>de</strong> forte participação <strong>de</strong><br />
todos os envolvidos ao longo <strong>de</strong> décadas.<br />
O fato é que a nossa propaganda está<br />
sendo criticada e analisada <strong>de</strong> forma simplista,<br />
amadora e inusitada. Mais do que<br />
nunca, é necessária uma mobilização <strong>de</strong><br />
todos do setor para gerar os esclarecimentos<br />
necessários e criar uma agenda com os<br />
lí<strong>de</strong>res governamentais no sentido <strong>de</strong> alterar<br />
a percepção equivocada sobre a nossa<br />
importante ativida<strong>de</strong>.<br />
É preciso um esforço coletivo <strong>de</strong> esclarecimento<br />
público e <strong>de</strong> gestão junto aos dirigentes<br />
públicos.<br />
O nosso setor é exemplar no sentido da<br />
autorregulação, tendo excelentes fóruns<br />
para discussão da nossa ativida<strong>de</strong>, seja no<br />
estabelecimento <strong>de</strong> melhores práticas, seja<br />
na observação e controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> comunicação. Tudo feito com transparência<br />
e com o envolvimento <strong>de</strong> todos os<br />
players. O setor tem também instituições<br />
maduras e representativas, capazes <strong>de</strong> conduzir<br />
discussões em alto nível.<br />
Associações e entida<strong>de</strong>s sindicais têm<br />
feito um excelente trabalho no sentido <strong>de</strong><br />
garantir a mais alta qualida<strong>de</strong> do nosso<br />
setor, atestada internacionalmente, como<br />
frisei neste artigo, nos mais importantes<br />
concursos e festivais mundo afora. Puxando<br />
a brasa para minha sardinha, gostaria<br />
<strong>de</strong> usar este espaço para conclamar especialmente<br />
todas as agências <strong>de</strong> propaganda<br />
para uma união <strong>de</strong> esforços concentrada<br />
nesse importante momento.<br />
Acreditem na representação setorial!<br />
Fortaleçam os sistemas <strong>de</strong> representação<br />
organizados! Devemos acreditar no bom<br />
senso e na intenção honesta dos governantes<br />
em melhorar o que estão encontrando<br />
na gestão pública.<br />
De fato, essa revisão é necessária e todos<br />
esperamos isso. Mas <strong>de</strong>vemos também<br />
estar atentos e unidos para garantir uma<br />
percepção verda<strong>de</strong>ira dos processos maduros<br />
que envolvem a propaganda brasileira.<br />
#Tamojunto!<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional das Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 19
MODELO<br />
BRASILEIRO<br />
TRANSPARÊNCIA<br />
E SEGURANÇA<br />
AOS NEGÓCIOS<br />
NA PUBLICIDADE<br />
Oportunida<strong>de</strong> para relembrar os fundamentos do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios na publicida<strong>de</strong> brasileira<br />
e a transparência trazida pela combinação da legislação e autorregulação ético-comercial<br />
Os principais aspectos das relações<br />
comerciais da publicida<strong>de</strong> brasileira, inclusive<br />
a forma <strong>de</strong> remuneração <strong>de</strong> agências<br />
e veículos, são regulados em legislação<br />
fe<strong>de</strong>ral. Já a autorregulação ético-comercial<br />
existe para garantir a máxima transparência<br />
e segurança jurídica ao sistema.<br />
Os benefícios da combinação legislação-autorregulação<br />
ultrapassam em<br />
muito o campo comercial, proporcionando<br />
as bases para que o Mo<strong>de</strong>lo Brasileiro <strong>de</strong><br />
Publicida<strong>de</strong> alavanque a economia, aproximando<br />
consumidores e anunciantes, além<br />
<strong>de</strong> proporcionar aos veículos condições<br />
financeiras para buscarem suas audiências,<br />
oferecendo cultura, entretenimento e<br />
jornalismo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Como se vê, há<br />
uma ligação direta entre a publicida<strong>de</strong> e a<br />
liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão, um dos elementos<br />
<strong>de</strong> transparência da <strong>de</strong>mocracia.<br />
A lei explicita que a remuneração pelo<br />
planejamento, execução, veiculação <strong>de</strong><br />
mídia e direitos autorais das campanhas<br />
se dá por meio <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sconto a ser<br />
concedido pelos veículos <strong>de</strong> comunicação<br />
às agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> certificadas.<br />
Já as Normas-Padrão <strong>de</strong>talham a forma<br />
pela qual este valor, <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong>sconto-padrão<br />
no ambiente autorregulado,<br />
<strong>de</strong>ve ser calculado, recomendando que ele<br />
só seja concedido nos termos da autorregulação<br />
pelos veículos a agências que tenham<br />
obtido a Certificação <strong>de</strong> Qualificação<br />
Técnica concedida pelo CENP. Para obter a<br />
Certificação, a agência precisa <strong>de</strong>monstrar<br />
capacitação técnica, posse e uso regular<br />
<strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong> mídia, entre outros compromissos,<br />
com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir<br />
aos anunciantes a plena habilitação ética e<br />
técnica da agência e, aos veículos, a<br />
máxima competência na criação e veiculação<br />
das mensagens publicitárias, inclusive<br />
em benefício da audiência.<br />
É importante lembrar que a agência só<br />
contrata mídia com a aprovação prévia e<br />
expressa do anunciante que po<strong>de</strong>, se <strong>de</strong>sejar,<br />
participar <strong>de</strong> todo o processo negocial<br />
com cada veículo. O anunciante não<br />
apenas aprova o conteúdo das campanhas,<br />
mas <strong>de</strong>fine o valor disponível para investimento<br />
e verifica se o planejamento <strong>de</strong><br />
mídia está em conformida<strong>de</strong> com o briefing,<br />
antes que ele seja executado, ou seja, a<br />
agência só atua e realiza contratações,<br />
após a aprovação do anunciante.<br />
TRANSPARÊNCIA<br />
A publicida<strong>de</strong> brasileira pratica a autorregulação<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> meta<strong>de</strong> do século passado. De<br />
tão bem-sucedida, esta experiência <strong>de</strong>u<br />
origem a leis e <strong>de</strong>cretos que hoje regulam e<br />
dão norte às relações entre quem anuncia,<br />
produz a comunicação e veicula a publicida<strong>de</strong>,<br />
em proveito <strong>de</strong> toda a socieda<strong>de</strong>, contribuindo<br />
com a concorrência entre os diferentes<br />
players e para o estímulo à economia,<br />
fazendo-a girar.<br />
Se funciona tão bem, proporcionando as<br />
bases para que a publicida<strong>de</strong> brasileira<br />
tenha se tornado um dos setores mais<br />
competitivos da economia nacional, é porque a<br />
autorregulação publicitária é <strong>de</strong>sdobramento<br />
natural do mo<strong>de</strong>lo brasileiro <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />
O MODELO E O CENP<br />
Foi exatamente para perenizar o mo<strong>de</strong>lo aqui<br />
existente que as li<strong>de</strong>ranças do mercado publicitário<br />
brasileiro atualizaram as Normas-Padrão da<br />
Ativida<strong>de</strong> Publicitária e o CENP, vinte anos atrás.<br />
As Normas-Padrão foram criadas a partir<br />
<strong>de</strong> uma premissa simples: não inventar,<br />
mas sim sistematizar as melhores práticas<br />
observadas no dia-a-dia do mercado<br />
publicitário, beneficiando mais o conjunto<br />
do que suas partes e funcionando como<br />
um elemento emulador e catalisador da<br />
publicida<strong>de</strong> como instrumento <strong>de</strong> geração<br />
<strong>de</strong> riqueza, <strong>de</strong> melhoria do padrão <strong>de</strong> vida<br />
dos brasileiros, <strong>de</strong> disseminação da cultura
e sustentáculo das bases da <strong>de</strong>mocracia,<br />
ao proporcionar condições financeiras para<br />
a diversida<strong>de</strong> e liberda<strong>de</strong> dos diversos<br />
veículos <strong>de</strong> comunicação.<br />
Princípio elementar do sistema é pensar<br />
primeiro nos benefícios do todo e, <strong>de</strong>pois,<br />
em cada parte envolvida. Tudo é pensado,<br />
discutido e aprovado <strong>de</strong> modo tripartite.<br />
Também é um princípio pétreo da autorregulação<br />
ético-comercial que as vantagens para uma<br />
parte não po<strong>de</strong>m ser obtidas pelo prejuízo<br />
das <strong>de</strong>mais. A intenção e estruturação <strong>de</strong><br />
suas normas, obrigações e benefícios é<br />
sempre no sentido <strong>de</strong> um jogo <strong>de</strong><br />
ganha-ganha.<br />
OS PILARES DO MODELO BRASILEIRO DE PUBLICIDADE<br />
A lógica produtiva e virtuosa do Mo<strong>de</strong>lo Brasileiro <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> é a <strong>de</strong> que a cada compromisso assumido<br />
por uma organização <strong>de</strong> uma <strong>de</strong> suas três partes resulta em um ou mais benefícios para as <strong>de</strong>mais.<br />
Conheça melhor o Mo<strong>de</strong>lo e seus pilares assistindo aos ví<strong>de</strong>os produzidos pelo CENP disponíveis em<br />
www.cenp.com.br<br />
Ví<strong>de</strong>o: A Visão Econômica do Mo<strong>de</strong>lo Brasileiro <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />
Ví<strong>de</strong>o: A Harmonia Eficaz do Mo<strong>de</strong>lo Brasileiro <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />
As virtu<strong>de</strong>s econômicas Lorem do mo<strong>de</strong>lo ipsum<br />
brasileiro <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> estão<br />
expostas em um dos fascículos da<br />
série Documentos CENP, produzidas<br />
pela FA Estudos Econômicos e pela<br />
LCA Consultores e disponível em<br />
www.cenp.com.br/documentos<br />
Ví<strong>de</strong>o: A Publicida<strong>de</strong> Brasileira e a Autorregulação<br />
No site do CENP, você encontra tudo o que precisa saber sobre as Normas-Padrão,<br />
a certificação e os <strong>de</strong>mais serviços oferecidos pelo CENP<br />
www.cenp.com.br<br />
O CENP<br />
O CENP é a casa da concórdia da publicida<strong>de</strong> brasileira.<br />
A entida<strong>de</strong> atua com base em seus conselhos e comitês técnicos,<br />
todos integrados por profissionais do mercado que entregam tempo<br />
e talento <strong>de</strong> muito valor em favor da ativida<strong>de</strong>.<br />
O CENP é <strong>de</strong> fato o espelho <strong>de</strong> suas entida<strong>de</strong>s fundadoras e das que<br />
a ele a<strong>de</strong>riram, por respeito às Normas-Padrão – um correto instrumento<br />
do mercado cujo tamanho a entida<strong>de</strong> <strong>de</strong>seja ter.<br />
Além da Certificação <strong>de</strong> Qualificação Técnica concedida às agências,<br />
o CENP oferece ao mercado publicitário os seguintes serviços:<br />
• BUP, Banco Único <strong>de</strong> Listas <strong>de</strong> Preços<br />
• Cre<strong>de</strong>nciamento <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Fornecedores <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong><br />
Mídia<br />
• Cre<strong>de</strong>nciamento <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Verificação <strong>de</strong> Circulação<br />
• Fórum <strong>de</strong> Discussões Técnicas e Ético-Comerciais<br />
• CENP-Meios<br />
Isso tudo ocorre porque o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios tem uma robusta lógica<br />
do ponto <strong>de</strong> vista técnico, gerencial e econômico, como comprovam<br />
estudos econômicos, como os encomendados pelo CENP junto a<br />
especialistas.<br />
ENTIDADES FUNDADORAS ENTIDADES ASSOCIADAS ENTIDADES PROFISSIONAIS ADERENTES/CONVENIADAS
inspiração<br />
rúgbi, coletivo e intenso<br />
South_agency/iStock<br />
“O mesmo vale para a empresa que, para dar certo, tem <strong>de</strong> aceitar<br />
a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, ida<strong>de</strong>s, valores, gêneros e formações”<br />
Patrick Men<strong>de</strong>s<br />
especial para o PrOPMark<br />
Nasci em uma cida<strong>de</strong> pequena, no sudoeste<br />
da França, chamada Dax. Fica perto<br />
<strong>de</strong> Bor<strong>de</strong>aux, região famosa pelos vinhos que<br />
produz. Des<strong>de</strong> pequeno aprendi sobre a importância<br />
do esporte. Sabemos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> longa<br />
data, que o esporte traz benefícios à saú<strong>de</strong>: ao<br />
coração, ao pulmão, aos ossos e aos músculos,<br />
só para citar alguns exemplos.<br />
A AccorHotels apoia, aqui e em outros países<br />
em que atuamos, diversos eventos esportivos.<br />
Golfe, tênis, corrida e rúgbi são algumas<br />
das modalida<strong>de</strong>s que nós incentivamos, seja<br />
pela nossa marca institucional, pelas marcas<br />
<strong>de</strong> hotéis ou pelo nosso programa <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>,<br />
o Le Club AccorHotels. Estes esportes, <strong>de</strong><br />
alguma forma, transmitem os valores e qualida<strong>de</strong>s<br />
que nós <strong>de</strong>sejamos para a empresa.<br />
Além <strong>de</strong>ssas modalida<strong>de</strong>s apoiadas, sou um<br />
apaixonado pela prática esportiva: corrida,<br />
ciclismo, esqui, golfe, esportes <strong>de</strong> aventura e<br />
rúgbi são alguns dos meus preferidos.<br />
Posso citar aqui os benefícios e peculiarida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> cada um, mas vou me ater, como<br />
exemplos, ao rúgbi e à corrida. Eles fazem<br />
toda a diferença na forma como eu transmito<br />
minhas mensagens aos nossos colaboradores.<br />
O rúgbi exige organização, respeito entre<br />
os jogadores do mesmo time e com o adversário,<br />
concentração, espírito <strong>de</strong> equipe, treino,<br />
integração e ética. É impossível fazer um try<br />
(gol) sem que seja resultado <strong>de</strong> um trabalho<br />
<strong>de</strong> equipe. É um esporte completo.<br />
No rúgbi é impossível uma disputa ser levada<br />
para fora do campo. Quando acaba a<br />
competição, todos saem para confraternizar.<br />
E, se formos comparar com uma empresa,<br />
encontramos muitas semelhanças. Afinal,<br />
uma companhia, para obter sucesso, precisa<br />
<strong>de</strong> uma equipe concentrada e coesa, que tenha<br />
o ímpeto <strong>de</strong> trabalhar unida, que se respeite<br />
e que respeite todos os seus stakehol<strong>de</strong>rs.<br />
Se não for <strong>de</strong>sta forma, uma empresa<br />
não terá sucesso.<br />
Além disso, um time <strong>de</strong> sucesso no rúgbi<br />
precisa <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> entre atletas. É o conjunto<br />
<strong>de</strong> características diferentes dos atletas<br />
que fará o sucesso <strong>de</strong> uma equipe. O mesmo<br />
vale para a empresa que, para dar certo, tem<br />
<strong>de</strong> aceitar a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, ida<strong>de</strong>s, valores,<br />
gêneros e formações.<br />
A corrida, outro esporte que apresento<br />
como exemplo, permite que eu explore a vida<br />
das cida<strong>de</strong>s, os costumes e tendências e, então,<br />
possa levá-los para <strong>de</strong>ntro da AccorHotels<br />
e dos nossos hotéis. Correndo, sempre vamos<br />
mais longe. Sempre conquistamos mais.<br />
Hoje, corro muito, mais <strong>de</strong> 15 quilômetros<br />
em um treino se possível. Corro nas cida<strong>de</strong>s,<br />
corro quando viajo. Assim, sinto o lugar. Pratico<br />
corrida em Lisboa, em Paris e em São<br />
Paulo. Aqui, admiro o uso da cida<strong>de</strong> como<br />
espaço <strong>de</strong> manifestação cultural. Admiro, por<br />
exemplo, os grafites <strong>de</strong> rua e os seus artistas.<br />
A lateral do prédio <strong>de</strong> um <strong>de</strong> nossos hotéis,<br />
por exemplo, é uma obra <strong>de</strong> arte <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sses<br />
artistas, o Kobra.<br />
Quando eu corro, coloco os meus pensamentos<br />
em or<strong>de</strong>m. Encontro soluções para<br />
<strong>de</strong>safios que a cada instante surgem sobre a<br />
minha mesa. Vejo as pessoas, vejo os problemas,<br />
vejo as boas i<strong>de</strong>ias e é a partir <strong>de</strong>sta mistura<br />
<strong>de</strong> fatos e acontecimentos que <strong>de</strong>volvo<br />
para a minha equipe os <strong>de</strong>safios que todos<br />
nós traçamos e <strong>de</strong>sejo que eles alcancem e<br />
superem.<br />
Além <strong>de</strong> tudo isso, a prática <strong>de</strong> esportes<br />
ainda proporciona diversos benefícios, auxiliando<br />
nosso corpo e mente a estarem sempre<br />
saudáveis. Este é um tema muito importante<br />
para a AccorHotels. Temos um programa <strong>de</strong><br />
bem-estar chamado VIVAH, em que incentivamos<br />
nossos 15 mil colaboradores da região<br />
a praticarem ativida<strong>de</strong> física, ter uma alimentação<br />
balanceada e boa saú<strong>de</strong>.<br />
É possível buscar inspiração e respostas<br />
para os <strong>de</strong>safios em todos os esportes. Mas<br />
eu cito aqui rúgbi e corrida como exemplos <strong>de</strong><br />
esportes que se completam e trazem para o<br />
meu dia a dia um pouco da cultura e dos objetivos<br />
que nós temos na AccorHotels. São eles<br />
que me ajudam a seguir um rumo e a, assim<br />
como no esporte, buscar a superação a cada<br />
novo dia.<br />
Patrick Men<strong>de</strong>s é CEO da<br />
AccorHotels América do Sul<br />
22 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
entrevIsta<br />
Fernando ChaCon<br />
diretor-executivo <strong>de</strong> marketing do Itaú Unibanco<br />
as pessoas<br />
Fazem o Itaú<br />
ser uma marCa<br />
maIs valIosa<br />
O<br />
que faz com que uma marca seja escolhida<br />
pelos brasileiros como uma das mais<br />
valiosas do mercado? Para Fernando<br />
Chacon, diretor-executivo <strong>de</strong> marketing<br />
do Itaú Unibanco, companhia que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2001 ocupa<br />
este posto no ranking da Interbrand, a soma da<br />
razão e emoção cria uma conexão diferente das<br />
pessoas com a marca. Nesta entrevista, Chacon fala<br />
sobre o papel da tecnologia nos negócios, analisa<br />
a concorrência com o mercado <strong>de</strong> fintechs e revela<br />
algumas das perspectivas para este ano, entre elas,<br />
a participação no Rock in Rio <strong>2019</strong>.<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
Que balanço você faz <strong>de</strong> 2018?<br />
O ano passado foi muito bom<br />
para o banco. Prezamos pela consistência<br />
na gestão da nossa marca.<br />
Nos últimos anos imprimimos<br />
um ritmo mais institucional para<br />
a nossa comunicação, um pouco<br />
menos focada em produtos e serviços.<br />
Em 2018, especificamente,<br />
por conta da Copa do Mundo na<br />
Rússia, tivemos uma presença<br />
institucional mais forte. Temos<br />
também uma série <strong>de</strong> causas e investimentos<br />
sociais privados, aliás,<br />
acredito que o Itaú Unibanco<br />
seja uma das maiores empresas<br />
do país que faz este tipo <strong>de</strong> investimento.<br />
Então, estes conteúdos<br />
também ajudam na construção.<br />
O que a companhia tem feito para se<br />
manter como uma das marcas mais<br />
valiosas do país <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2001?<br />
Des<strong>de</strong> que o ranking foi lançado<br />
pela Interbrand temos tido<br />
o privilégio <strong>de</strong> sermos reconhecidos<br />
como a marca mais valiosa<br />
do Brasil. Atualmente, em uma<br />
socieda<strong>de</strong> em re<strong>de</strong>, o protagonismo<br />
da escolha está na mão das<br />
pessoas. Aquela época em que as<br />
marcas <strong>de</strong>finiam o que elas queriam<br />
falar e apenas passavam a<br />
sua mensagem acabou. Agora<br />
você precisa ter uma conversa<br />
com as pessoas. É necessário que<br />
elas vejam relevância na sua marca<br />
e nos temas que você traz para<br />
ela. Se essas pessoas enxergarem<br />
que <strong>de</strong> fato essa marca está entregando<br />
algo relevante para a vida<br />
<strong>de</strong>la, que traz um significado,<br />
essa conexão acontece. Uma vez<br />
que isso ocorra, o resto é muito<br />
natural. Isso significa ter um<br />
equilíbrio entre tudo o que nós<br />
falamos quanto ao significado e<br />
à razão do porquê nós fazemos o<br />
que nós fazemos. Temos hoje o<br />
nosso internet banking reconhecido<br />
como o melhor aplicativo<br />
<strong>de</strong> celular <strong>de</strong> um banco no planeta.<br />
Então, além do significado<br />
da marca, há uma entrega muito<br />
relevante para as pessoas. A soma<br />
<strong>de</strong>sses dois fatores, razão e emoção,<br />
cria uma conexão diferente<br />
das pessoas com a sua marca.<br />
O Itaú é visto pela gran<strong>de</strong> maioria<br />
dos brasileiros como um dos bancos<br />
mais digitais do mercado. Como<br />
você enxerga o papel da tecnologia<br />
na companhia?<br />
A tecnologia é fundamental.<br />
Se perguntarmos para os nossos<br />
acionistas e controladores o que<br />
nos trouxe até aqui e o que nos<br />
<strong>de</strong>u essa li<strong>de</strong>rança, claramente,<br />
há dois fatores protagonistas:<br />
marca e tecnologia. Diria que essas<br />
coisas são indissociáveis. A<br />
tecnologia, para uma empresa <strong>de</strong><br />
serviço, é fundamental. É ela que<br />
nos permite <strong>de</strong>senvolver produtos,<br />
serviços e entregar isso para<br />
os nossos clientes. Nós <strong>de</strong>cidimos,<br />
muito antes <strong>de</strong>ste universo<br />
digital ter um protagonismo tão<br />
gran<strong>de</strong> como há nos bancos hoje,<br />
que não teríamos duas instituições<br />
distintas. Nossa opção foi fazer<br />
com que a organização tivesse<br />
um mindset digital. Isso fez com<br />
que a gente conseguisse <strong>de</strong> fato<br />
conquistar o status <strong>de</strong> um banco<br />
digital.<br />
E como você analisa a concorrência<br />
com o mercado <strong>de</strong> fintechs que está<br />
em franco crescimento no país?<br />
Quando nós falamos sobre<br />
concorrência, não falamos necessariamente<br />
<strong>de</strong> bancos. Estamos<br />
falando <strong>de</strong> empresas que prestam<br />
serviços para as pessoas. O que<br />
temos certeza é que, por exemplo,<br />
quando você entra em um<br />
hospital e se, inevitavelmente,<br />
você tiver <strong>de</strong> ficar nele, você automaticamente<br />
fará comparações<br />
com algum hotel on<strong>de</strong> já ficou<br />
hospedado ou com algum serviço<br />
ou alimentação que já lhe foi<br />
oferecido. Em bancos não é diferente.<br />
Quando você possui uma<br />
experiência com eles, você vai<br />
comparar as suas experiências<br />
com outras empresas <strong>de</strong> serviços.<br />
Então, neste universo <strong>de</strong> fintechs<br />
e startups, e, até mesmo, <strong>de</strong> empresas<br />
consolidadas como Amazon<br />
e Apple, observamos muito<br />
uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r<br />
com a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços que<br />
elas prestam, que possuem o<br />
mindset <strong>de</strong> ter o cliente no centro<br />
<strong>de</strong> tudo. Então, a concorrência<br />
para nós tem um sentido muito<br />
amplo <strong>de</strong> análise, pois diz respeito<br />
a todas as experiências que as<br />
pessoas possam ter e como isso<br />
po<strong>de</strong> interferir na experiência<br />
que nós queremos proporcionar<br />
para o nosso público também.<br />
A crise econômica que vem afetando<br />
o país nos últimos anos impactou <strong>de</strong><br />
alguma forma na comunicação da<br />
marca?<br />
Afetou não só a comunicação,<br />
mas o nosso negócio também.<br />
Atualmente as receitas <strong>de</strong> serviços<br />
possuem um protagonismo<br />
muito gran<strong>de</strong> na entrega do resultado<br />
final. A contribuição <strong>de</strong><br />
crédito hoje é menor do que a<br />
contribuição <strong>de</strong> serviços prestados.<br />
Então, isso <strong>de</strong>monstra que<br />
nós temos <strong>de</strong> levar a marca para<br />
o caminho <strong>de</strong> ser uma prestadora<br />
<strong>de</strong> serviço e não uma marca <strong>de</strong><br />
instituição financeira ven<strong>de</strong>dora<br />
<strong>de</strong> crédito. O que fizemos no <strong>de</strong>correr<br />
dos últimos anos foi trazer<br />
coisas boas para as pessoas. Elas<br />
estão cansadas <strong>de</strong> ver comunicação<br />
<strong>de</strong> produtos e serviços pura<br />
e simplesmente. Não estamos<br />
aqui para ven<strong>de</strong>r produtos e serviços,<br />
estamos aqui para ter um<br />
significado na vida das pessoas.<br />
Então, a nossa comunicação, ao<br />
longo <strong>de</strong> todos os últimos anos,<br />
foi lastreada na construção <strong>de</strong><br />
significado para as pessoas, para<br />
que a gente criasse, <strong>de</strong> fato, uma<br />
conexão diferenciada.<br />
Como criar um diferencial durante a<br />
gestão <strong>de</strong> uma marca?<br />
Toda marca <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r<br />
qual é o seu propósito. Este é o<br />
começo <strong>de</strong> tudo. A partir daí você<br />
tem uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivadas par-<br />
“Nossa opção<br />
foi fazer<br />
com que a<br />
orgaNização<br />
tivesse um<br />
miNdset<br />
digital”<br />
24 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
tindo do propósito para construir<br />
o que <strong>de</strong> fato é uma estratégia <strong>de</strong><br />
gestão <strong>de</strong> marca muito consistente.<br />
Uma vez que essa organização<br />
tenha muita clareza <strong>de</strong> qual é o<br />
seu papel na socieda<strong>de</strong> e qual a<br />
razão <strong>de</strong>la existir, acredito que<br />
tudo começa a fazer sentido na<br />
hora em que você começa a construir<br />
todo o conteúdo <strong>de</strong> comunicação<br />
e toda a sua entrega <strong>de</strong><br />
produtos e serviços.<br />
Enten<strong>de</strong>r os novos hábitos dos consumidores<br />
é um dos principais <strong>de</strong>safios<br />
da marca hoje?<br />
Quando você fala <strong>de</strong> uma<br />
instituição como a nossa, que<br />
conversa com mais <strong>de</strong> 50 milhões<br />
<strong>de</strong> CPFs e CNPJs no Brasil,<br />
a penetração é muito expressiva.<br />
Como em toda a população,<br />
você possui diversos perfis <strong>de</strong><br />
clientes, que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aquele<br />
<strong>de</strong> baixa renda até um cliente <strong>de</strong><br />
altíssima renda e com um gran<strong>de</strong><br />
patrimônio. Então, trabalhar<br />
com toda essa clusterização <strong>de</strong><br />
pessoas dá um trabalho muito<br />
gran<strong>de</strong>. Para i<strong>de</strong>ntificar qual é<br />
o problema que você está resolvendo,<br />
<strong>de</strong> cada perfil <strong>de</strong> pessoa,<br />
você precisa ter um mindset <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sign <strong>de</strong> serviços muito <strong>de</strong>senvolvido<br />
e maduro. Senão, você<br />
acaba sendo traído pela intenção<br />
<strong>de</strong> olhar para o próprio umbigo e<br />
tomar <strong>de</strong>cisões olhando só para<br />
o seu negócio. Então, é cada vez<br />
mais difícil, mas, por outro lado,<br />
o prazer <strong>de</strong> você po<strong>de</strong>r atuar<br />
colocando o cliente no centro<br />
das suas ativida<strong>de</strong>s, trazendo o<br />
protagonismo <strong>de</strong>le na busca dos<br />
problemas, tem trazido uma experiência<br />
muito interessante.<br />
E o que espera o cliente do Itaú?<br />
O que uma pessoa espera <strong>de</strong><br />
uma empresa <strong>de</strong> serviços é a melhor<br />
prestação <strong>de</strong> um serviço. O<br />
básico bem feito é fundamental.<br />
E o que é o básico bem feito? É<br />
fazer com que o cartão <strong>de</strong> crédito<br />
da pessoa funcione na hora da<br />
compra, que o cartão <strong>de</strong> débito<br />
funcione durante uma transação<br />
e a pessoa consiga realizar o pagamento<br />
<strong>de</strong> um título em qualquer<br />
lugar, através do nosso aplicativo.<br />
O nosso papel é fazer o banco<br />
funcionar e, quando temos alguma<br />
oportunida<strong>de</strong>, surpreen<strong>de</strong>r<br />
com alguma facilida<strong>de</strong> em nossa<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer entrega tecnológica.<br />
Recentemente fizemos<br />
isso com a entrega do nosso teclado<br />
digital e as pessoas realmente<br />
disseram ‘uau’. Queremos sempre<br />
surpreen<strong>de</strong>r.<br />
O que você enxerga como tendência<br />
para o nosso mercado?<br />
Observamos no mercado financeiro<br />
o que po<strong>de</strong>mos chamar<br />
<strong>de</strong> uma fragmentação da ca<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> valor. O que é isso? Antes<br />
você tinha gran<strong>de</strong>s organizações<br />
Divulgação<br />
que do começo ao fim entregavam<br />
um produto ou serviço,<br />
mas hoje você vai dividindo essa<br />
ca<strong>de</strong>ia em várias etapas e para<br />
cada uma <strong>de</strong>las existe um competidor<br />
diferente atuando nela.<br />
Então, <strong>de</strong>vemos apren<strong>de</strong>r com<br />
esses competidores e enten<strong>de</strong>r<br />
como po<strong>de</strong>mos realizar melhor<br />
do que eles. O que observamos<br />
é um aumento <strong>de</strong> concorrência,<br />
uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizado<br />
e uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada<br />
vez mais estar entregando coisas<br />
relevantes para as pessoas. Ser<br />
a marca mais valiosa não é uma<br />
opção da marca. É uma opção<br />
<strong>de</strong> fazer o melhor pelas pessoas.<br />
As pessoas fazem o Itaú ser uma<br />
marca mais valiosa.<br />
Quais são as perspectivas para<br />
<strong>2019</strong>?<br />
“toda<br />
marca <strong>de</strong>ve<br />
eNteN<strong>de</strong>r<br />
qual é o seu<br />
propósito”<br />
Queremos não só falar com<br />
o nosso cliente, mas sobretudo<br />
instigar as pessoas que não<br />
possuem nenhuma relação com<br />
a nossa organização a virar um<br />
cliente. Então, vamos sair com<br />
um posicionamento diferenciado,<br />
novo e call to action para <strong>de</strong><br />
fato termos a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ampliar a nossa base <strong>de</strong> clientes<br />
e <strong>de</strong> relacionamento. E, no<br />
segundo semestre, teremos o<br />
Rock in Rio, sempre uma gran<strong>de</strong><br />
expectativa, pois acredito que<br />
seja o maior evento <strong>de</strong> rock do<br />
mundo e ele é realizado em nosso<br />
país. Temos o privilégio <strong>de</strong><br />
ter participado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira<br />
edição. Fizemos um Rock in Rio<br />
maravilhoso há dois anos e queremos<br />
em <strong>2019</strong> fazer algo melhor<br />
ainda. Então, temos boas<br />
perspectivas para este ano.<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 25
marketing & negócios<br />
maxsattana/iStock<br />
<strong>2019</strong> será melhor,<br />
mas não vai ser fácil<br />
Apesar das excelentes perspectivas<br />
para este ano, a vida das<br />
empresas e marcas será bem difícil<br />
Rafael Sampaio<br />
Na coluna da semana passada, observei<br />
que estamos no limiar <strong>de</strong> duas renascenças<br />
para a ativida<strong>de</strong> publicitária: o<br />
fortalecimento da mídia “tradicional”, inclusive<br />
com a colaboração do digital, e da<br />
economia <strong>de</strong> mercado, pela anunciada reorientação<br />
da política econômica pública.<br />
Os sinais <strong>de</strong> retorno da crença da mídia<br />
“tradicional” é um fenômeno global que<br />
vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano passado e será acelerado<br />
em <strong>2019</strong>. No caso do mercado nacional, as<br />
perspectivas <strong>de</strong> profundas mudanças e <strong>de</strong><br />
um período <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> aceleração dos negócios<br />
estão na base da nova política econômica,<br />
nos propósitos e no perfil nos novos<br />
responsáveis pela sua gestão macro.<br />
Esse esperado período <strong>de</strong> vacas gordas<br />
não vai cair do céu, porém, nem significar<br />
uma vida fácil para os gestores das organizações<br />
e marcas, incluindo seus dirigentes<br />
comerciais e <strong>de</strong> marketing e comunicação.<br />
Isso porque, consi<strong>de</strong>rando a situação que<br />
se anuncia, as empresas e marcas precisarão,<br />
mais e mais, cativar os corações, convencer<br />
as mentes e estimular os <strong>de</strong>dos, ou<br />
seja, motivar as ações dos prospects, consumidores<br />
e clientes. O que significa, para<br />
o mercado publicitário, uma situação com<br />
certeza bem melhor que nos últimos anos,<br />
mas que será mais complexa e difícil, uma<br />
vez que operar no novo ambiente – para<br />
anunciantes, agências e veículos – <strong>de</strong>mandará<br />
mais esforços e assertivida<strong>de</strong>.<br />
À medida em que o mercado começar<br />
a voltar, timing e aceleração serão vitais,<br />
pois a <strong>de</strong>mora em mudar <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> e voltar<br />
a investir com maior vigor na disputa pelos<br />
consumidores po<strong>de</strong> levar as marcas retardatárias<br />
a per<strong>de</strong>r ótimas oportunida<strong>de</strong>s. As<br />
empresas – que disputam, neste momento,<br />
o pagamento das dívidas, novos investimentos<br />
ou mais consumo – precisam estar<br />
mais ativas do que nunca, para não per<strong>de</strong>r<br />
seu lugar na maratona que se inicia, que terá<br />
aumentada a velocida<strong>de</strong> e a intensida<strong>de</strong><br />
média <strong>de</strong> competição. Porque as bases <strong>de</strong><br />
mercado foram modificadas nesses anos<br />
<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> evolução tecnológica<br />
e <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>ramento dos consumidores,<br />
com um expressivo aumento da competição<br />
cruzada e da própria eficiência dos concorrentes.<br />
Os consumidores mudaram <strong>de</strong> visão,<br />
comportamento e hábito, novas categorias<br />
e subcategorias <strong>de</strong> mercado foram criadas e<br />
inúmeras novas marcas passaram a existir.<br />
Há, também, um número maior <strong>de</strong> “bocas<br />
para comer”, interna e externamente às<br />
organizações, e todos vão disputar ferozmente<br />
cada real existente ou que venha a<br />
existir. Competidores diretos e, principalmente,<br />
indiretos estão ou estarão na disputa<br />
em número cada vez maior, empregando<br />
estratégias e táticas tradicionais e inovadoras<br />
com maior pressão.<br />
Com isso constataremos, uma vez mais,<br />
que as soluções mais eficientes po<strong>de</strong>m<br />
não ser as mais eficazes. E novos padrões<br />
<strong>de</strong> pensamento, estruturação <strong>de</strong> planos,<br />
sua aplicação e mensuração precisarão ser<br />
aplicados, com mais esforço e precisão que<br />
antes. Quando o mercado era menos complexo<br />
e havia menos soluções, não era difícil<br />
escolher a melhor <strong>de</strong>las. Agora, é exatamente<br />
o contrário.<br />
Uma dificulda<strong>de</strong> comum no marketing<br />
e na publicida<strong>de</strong> tem sido a estruturação<br />
<strong>de</strong> soluções mais eficientes no curto prazo,<br />
mas que po<strong>de</strong>m comprometer a eficácia no<br />
longo prazo.<br />
Por isso, o recomendado é, evi<strong>de</strong>ntemente,<br />
empregar um mix otimizado do passado<br />
e do presente para assegurar o futuro, pois<br />
é certo que nem tudo que é antigo funciona<br />
menos ou <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> funcionar e nem tudo<br />
que é novo funciona ou é melhor.<br />
A sabedoria está em fazer esse mix otimizado<br />
do tradicional com o novo para<br />
construir o amanhã com maior soli<strong>de</strong>z. O<br />
que <strong>de</strong>mandará colaboração mais intensa e<br />
ativa entre anunciantes, agências e veículos<br />
– tema do terceiro artigo <strong>de</strong>sta série.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
26 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
quem fez<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
diversão<br />
O hit I don’t want to miss a thing, da banda<br />
Aerosmith, embala o comercial da re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
idiomas CNA. A paródia I don’t want to miss<br />
a class, criada para a campanha, é cantarolada<br />
por alunos que, mesmo em situações extremas,<br />
não faltam às aulas. A i<strong>de</strong>ia é mostrar<br />
que o curso tem recursos tão divertidos que<br />
não dá vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> cabular.<br />
TalenT MarCel<br />
Cna<br />
Fotos: divulgação<br />
Título: I don’t want to miss a class, Mecânica, Paciente;<br />
produto: institucional; criação: Ricardo<br />
Marques e Hiroito Takahashi; produtora <strong>de</strong> filme:<br />
Barry Company; direção: Pedro Giomi; produtora<br />
<strong>de</strong> som: Antfood; aprovação do cliente: Décio Pecin,<br />
Luciana Fortuna e Nicadan Galvão.<br />
<strong>de</strong>spertAr<br />
Trazendo o conceito Desiberne pra tudo que<br />
uma cerveja po<strong>de</strong> ser, a cervejaria Colorado<br />
marca o lançamento da versão em lata da<br />
cerveja Appia com filme bem-humorado.<br />
Na peça, dois amigos passam por situações<br />
nada convencionais que fazem referência à<br />
receita do produto. A nova embalagem <strong>de</strong><br />
410ml chega ainda em <strong>janeiro</strong> nos PDVs.<br />
sanTa Clara<br />
Cervejaria Colorado<br />
Título: Desiberne pra tudo que uma cerveja po<strong>de</strong><br />
ser; produto: Appia em Lata; criação: Fred Cruz,<br />
Gustavo Henrique, Humberto Cunha e Thiago Toledo;<br />
produtora <strong>de</strong> filme: Auditiva Films; direção:<br />
Pedro Serrano; produtora <strong>de</strong> som: DaHouse; aprovação<br />
cliente: Nilson Kalili, Guilherme Poyares.<br />
Assistente<br />
O ex-atleta olímpico Gustavo Borges estrela<br />
campanha da Cruzeiro do Sul Educacional que<br />
divulga as vantagens da ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> educação<br />
à distância do grupo. Os filmes trazem o esportista<br />
interagindo com Estela, uma assistente<br />
virtual que respon<strong>de</strong> com irreverência às dúvidas<br />
do protagonista.<br />
FCB Brasil<br />
Cruzeiro do Sul eduCaCional<br />
Título: Fôlego para ir mais longe na sua carreira; produto:<br />
Cruzeiro do Sul Virtual; criação: Marcelo Machioni e<br />
Fabricio Soares; produtora <strong>de</strong> filme: Geral Filmes; direção:<br />
Caetano Gottardi; produtora <strong>de</strong> som: Audioink;<br />
aprovação do cliente: Wilson Diniz, Mary Wakabara, Carolina<br />
Pacheco e Suzana Salathiel.<br />
28 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
pArAbéns<br />
Em <strong>2019</strong>, a Gol atinge sua maiorida<strong>de</strong> ao completar<br />
18 anos. E, para celebrar, escolheu um consumidor<br />
que nasceu junto com a companhia. O novo filme da<br />
empresa narra a história <strong>de</strong> Gustavo <strong>de</strong> Marco Souza,<br />
cujo sonho é se tornar piloto. Além <strong>de</strong> realizar<br />
sua primeira viagem aérea, o jovem foi levado para<br />
conhecer o hangar da companhia no Aeroporto <strong>de</strong><br />
Confins (MG). A gran<strong>de</strong> surpresa do personagem<br />
ocorre quando ele <strong>de</strong>scobre que o presente não se esgotou<br />
com o passeio. A Gol vai custear um curso <strong>de</strong><br />
formação para piloto, além da formação em língua<br />
estrangeira e universitária.<br />
alMapBBdo<br />
Gol linhaS aéreaS<br />
Título: Surpresa; produto: institucional; criação: Iron Brito,<br />
Pedro Paulo Mesquita e Erick Correia; produtora <strong>de</strong> filme:<br />
ÇA VA art; direção: Tiago Venturi; produtora <strong>de</strong> áudio: Liquo<br />
Audio; aprovação do cliente: Maurício Parise, Sérgio<br />
Quito, Carlos Alberto Costa, German Carmona, Steffie Watanabe,<br />
Juliana Flud, Renata Yamaguti, Fernanda Malavazi,<br />
Naíla Cruzado, Ja<strong>de</strong> Sabbag e Luiz Guimarães.<br />
não-lAnçAmento<br />
Para marcar a chegada da sua versão puro malte<br />
às gôndolas, a Skol tratou com bom humor a<br />
novida<strong>de</strong> em campanha <strong>de</strong> “não lançamento”<br />
do produto. Em meio às discussões sobre notícias<br />
falsas na internet, o filme segue a linha do<br />
comunicado lançado pela marca em <strong>de</strong>zembro<br />
“negando” a chegada <strong>de</strong> uma nova cerveja ao<br />
seu portfólio. Como diferencial, a puro malte<br />
da Skol é leve, adaptando-se ao verão brasileiro.<br />
F/nazCa saaTChi & saaTChi<br />
Skol<br />
Título: Campanha Puro Malte; produto: Skol Puro Malte;<br />
criação: Fabio Fernan<strong>de</strong>s, Toni Fernan<strong>de</strong>s, Leonardo Claret,<br />
Marcelo Rosa, Isabelle <strong>de</strong> Vooght, Luiz Brodo e Will<br />
Cega; produtora <strong>de</strong> filme: Killers; produção <strong>de</strong> som e<br />
trilha: Tesis; aprovação cliente: Ricardo Dias, Maria Fernanda<br />
Albuquerque, Daniel Feitoza e Leandro Thot.<br />
sAlAdA mistA<br />
Às vésperas <strong>de</strong> mais uma edição do Oscar, a<br />
re<strong>de</strong> Natural da Terra apresenta nova edição<br />
da campanha Hortiflix. Na comunicação,<br />
as frutas, verduras e legumes do hortifruti<br />
viram estrelas <strong>de</strong> filmes. A paródia bem-<br />
-humorada brinca com títulos <strong>de</strong> clássicos,<br />
como Kill Bill. Com trocadilhos bem-humorados,<br />
o filme traz produções como O Rei<br />
Melão e Chuchurek.<br />
Mp puBliCida<strong>de</strong><br />
hortiFruti natural da terra<br />
Título: Hortiflix; criação: Rafael Venturini, João Paulo<br />
Pitanga, Daniel Galvão, Louis Debbané, Bruno Franco<br />
e Eric Alvarenga; produtora <strong>de</strong> filme: Audio Visual,<br />
Alexandre Borges, Boson; produtora <strong>de</strong> som: Nova<br />
Arte; aprovação do cliente: Fabiana Castro e Ilana<br />
Bandarovsky Burdman.<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 29
STORYTELLER<br />
nito100/iStock<br />
Duas cositas<br />
Trump e boa parte <strong>de</strong> seus<br />
eleitores nunca <strong>de</strong>vem ter ido<br />
à Estátua da Liberda<strong>de</strong>, hoje<br />
um caça-níqueis turístico<br />
LuLa Vieira<br />
Duas coisas. A primeira <strong>de</strong>las. Aos pés da<br />
Estátua da Liberda<strong>de</strong> há uma placa <strong>de</strong><br />
bronze com um poema escrito por Emma<br />
Lazarus, uma poeta americana, do qual um<br />
trecho usamos na Young Rubicam quando<br />
fomos a agência escolhida para divulgar a<br />
campanha <strong>de</strong> arrecadação <strong>de</strong> fundos para a<br />
recuperação do monumento.<br />
A campanha foi um sucesso, pois naquela<br />
época os americanos e os próprios povos<br />
livres acreditavam na i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e<br />
acolhimento. Aquela estátua, cujos turistas<br />
fazem selfie, foi, sim, um símbolo <strong>de</strong> uma<br />
nação e a representação <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>al das<br />
pessoas <strong>de</strong> boa vonta<strong>de</strong>. Eis o trecho:<br />
“Aqui nos nossos portões banhados<br />
pelo mar e dourados pelo sol, se erguerá/<br />
Uma mulher po<strong>de</strong>rosa, com uma tocha<br />
cuja chama/É o relâmpago aprisionado e<br />
seu nome Mãe dos Exílios./Do farol <strong>de</strong> sua<br />
mão/Brilha um acolhedor abraço universal;/Os<br />
seus suaves olhos/Comandam o<br />
porto unido por pontes que enquadram cida<strong>de</strong>s<br />
gêmeas./‘Mantenham antigas terras<br />
sua pompa histórica!’, grita ela/Com lábios<br />
silenciosos/‘Dai-me os seus fatigados, os<br />
seus pobres,/As suas massas encurraladas/<br />
ansiosas por respirar liberda<strong>de</strong>/O miserável<br />
refugo das suas costas apinhadas./Mandai-<br />
-me os sem abrigo, os arremessados pelas<br />
tempesta<strong>de</strong>s/Eu ergo o meu farol junto ao<br />
portal dourado.’”<br />
Trump e boa parte <strong>de</strong> seus eleitores nunca<br />
<strong>de</strong>vem ter ido à Estátua da Liberda<strong>de</strong>,<br />
hoje um caça-níqueis turístico. A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
que centenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> turistas tenham<br />
por algum momento pensado em<br />
seu símbolo é bisonha. Ela e sua tocha hoje<br />
têm o mesmo significado que a réplica que<br />
marca a entrada <strong>de</strong> um dos gran<strong>de</strong>s shoppings<br />
do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Excelente para se<br />
autofotografar com cara <strong>de</strong> babaca. No caso<br />
da original, com gorro na cabeça para dizer<br />
que está frio.<br />
Segunda coisa: Sei que estou mal-humorado.<br />
Escrevo estas toscas linhas pouco<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o presi<strong>de</strong>nte liberar a posse<br />
<strong>de</strong> armas, primeiro passo para a liberação<br />
do porte e o livre comércio. O que acho<br />
disso? Eu digo.<br />
Acho que como o governo eleito corre<br />
o risco <strong>de</strong> se restringir a uma pauta espetaculosa<br />
e verborrágica, até chegar a hora<br />
<strong>de</strong> fazer política <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Daí, babau.<br />
Como diria o guru <strong>de</strong>les todos, Olavo <strong>de</strong><br />
Carvalho, que virou meta <strong>de</strong> peregrinação<br />
<strong>de</strong>vidamente protegido numa cida<strong>de</strong> americana<br />
- daí fu<strong>de</strong>u (sic). Não me falta em nenhum<br />
momento a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar errado.<br />
Adoraria mor<strong>de</strong>r a língua.<br />
Exponho-me ao ridículo <strong>de</strong> amigos e<br />
conhecidos por <strong>de</strong>screr. Rezo, se fé me<br />
restou, para que tudo dê certo. Mas (horror!<br />
horror!) estou velho. E já passei pelo<br />
Jânio, pelo Collor, por generais amalucados<br />
- na própria opinião da caserna, como<br />
o Nini que espancava automóveis - e por<br />
muitos outros parecidos. Nunca <strong>de</strong>u certo,<br />
nem mesmo o operário pelo qual verti<br />
lágrimas emocionado no dia <strong>de</strong> sua vitória.<br />
Mas, antes que me morra a puta da esperança,<br />
vamos ver.<br />
Meu lado feminino sempre acha que o<br />
espancador bêbado vai se regenerar, ilusão<br />
cruel das vítimas <strong>de</strong> violência. Claro<br />
que hoje gostaria <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r estar contando<br />
as besteiras pelas quais sou pago para escrever,<br />
claro que teria o maior prazer em<br />
comentar as opiniões do Posto Ipiranga a<br />
respeito <strong>de</strong> economia, claro que pretendo<br />
dar um tempo. Eu <strong>de</strong>i um tempo até para<br />
o nosso querido Adhemar <strong>de</strong> Barros, o protomaluf,<br />
cujo slogan <strong>de</strong> campanha foi Desta<br />
vez vamos! Fumo. Desculpem a falta <strong>de</strong><br />
jeito. Os dias são assim. Semana que vem<br />
conto a do cliente, do papagaio fanho e do<br />
banheiro que colocaram o vidro do lado<br />
errado e revelava tudo o que se passava lá<br />
<strong>de</strong>ntro. Juro. Não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> me ler só pelo<br />
<strong>de</strong>sabafo. Só me faltava essa!<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />
e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />
editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
30 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
curtas<br />
Uma sátira às fake news e,<br />
ao mesmo tempo, uma forma<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o problema, o<br />
site E-farsas, que esclarece<br />
boatos que circulam pelas<br />
re<strong>de</strong>s, lança o The Foolitzer<br />
Prizes (em alusão ao famoso<br />
The Pulitze), em parceria<br />
com a Leo Burnett Tailor<br />
Ma<strong>de</strong>. O prêmio vai mostrar<br />
as piores fake news do ano <strong>de</strong><br />
2018 e <strong>de</strong>nunciar os veículos<br />
que trabalham e disseminam<br />
a <strong>de</strong>sinformação. “Fazemos<br />
o trabalho <strong>de</strong> checar a informação<br />
e <strong>de</strong>smentir um boato<br />
antes mesmo do conceito<br />
‘fake news’ aparecer, mas nos<br />
últimos anos percebemos um<br />
aumento tanto na produção<br />
quanto no consumo <strong>de</strong> fake news, o que tem influenciado muito<br />
o comportamento dos brasileiros. Reunir as piores é uma forma<br />
<strong>de</strong> mostrar ao público quais são os veículos que produzem notícias<br />
mentirosas, com má intenção ou simplesmente em busca <strong>de</strong><br />
cliques”, explica Gilmar Lopes, fundador do E-farsas. O prêmio<br />
revelará seus indicados através do site www.foolitzer.org. Os vencedores<br />
serão escolhidos pela equipe do E-farsas, com exceção da<br />
categoria Gran Foolitzer, que vai contar com a participação do público,<br />
que votará pelo site na pior fake news do ano. O período <strong>de</strong><br />
votação começa no dia 15 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>, e os vencedores serão anunciados<br />
no começo <strong>de</strong> fevereiro. Para divulgar o prêmio, a Leo Burnett<br />
preparou uma campanha (foto) com amplo material online,<br />
além <strong>de</strong> pôsteres, filmes <strong>de</strong> divulgação e entrega da premiação,<br />
com todos os indicados e suas categorias.<br />
Fotos: Divulgação e istock/PhonlamaiPhoto<br />
O Google anunciou mais uma edição do Desafio <strong>de</strong> Impacto em<br />
IA. O programa dividirá um fundo <strong>de</strong> US$ 25 milhões entre as melhores<br />
soluções para áreas como ciência ambiental, saú<strong>de</strong> e conservação<br />
<strong>de</strong> espécies. Organizações sem fins lucrativos e pesquisadores interessados<br />
em <strong>de</strong>senvolver propostas que beneficiem a humanida<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>m se inscrever até 22 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>, pelo site do Google.org, braço<br />
filantropo da empresa. O <strong>de</strong>safio busca que usem a Inteligência<br />
Artificial para o bem social e tenham capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferecer i<strong>de</strong>ias<br />
e avanços em frentes distintas como pobreza, oportunida<strong>de</strong> econômica,<br />
educação, resposta a crises e meio ambiente, entre outras. De<br />
acordo com uma pesquisa realizada em parceria entre Google e a empresa<br />
McKinsey, a IA tem um gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> impacto em quatro<br />
áreas: saú<strong>de</strong> e fome, educação, segurança e justiça, e igualda<strong>de</strong> e<br />
inclusão. Os projetos passarão pela avaliação <strong>de</strong> um painel internacional<br />
<strong>de</strong> especialistas, que <strong>de</strong>cidirá quais propostas participarão do<br />
programa. Alguns dos critérios para admissão no <strong>de</strong>safio são o impacto<br />
da tecnologia no projeto, a aplicabilida<strong>de</strong> da i<strong>de</strong>ia, o quanto ela<br />
consegue escalar para gran<strong>de</strong>s projetos e outros empreendimentos, e<br />
se a proposta segue os princípios do Google a respeito <strong>de</strong> IA.<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 31
we<br />
mkt<br />
cyano66/iStock<br />
Repelescentes...<br />
“Quando eu era pequeno,<br />
meus pais <strong>de</strong>scobriram que eu<br />
tinha tendências masoquistas.<br />
Aí passaram a me bater todo dia,<br />
para ver se eu parava com aquilo.”<br />
Woody Allen<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Quem foi o gênio? Quem realizou essa proeza?<br />
Quem conseguiu espantar adolescentes?<br />
Aquela doença que todos temos, mas<br />
felizmente - para a gran<strong>de</strong> maioria - passa.<br />
Por razões que a razão nem mesmo imagina<br />
o fato é que no ano <strong>de</strong> 1982, um shopping<br />
no Brasil <strong>de</strong>cidiu eleger como público-alvo,<br />
como target essencial, pasmem, os adolescentes.<br />
E assim nasceu o MorumbiShopping.<br />
Todo um andar voltado para os adolescentes,<br />
culminando com uma monumental pista<br />
<strong>de</strong> patinação. Os adolescentes adoravam.<br />
Todos! Passavam as férias no MorumbiShopping.<br />
Consumiam uma Coca-Cola, eventualmente<br />
um cachorro quente, mexiam com<br />
todos os <strong>de</strong>mais frequentadores, que muito<br />
rapidamente <strong>de</strong>sistiram da novida<strong>de</strong>. Antes<br />
mesmo <strong>de</strong> completar dois anos, o Morumbi<br />
se <strong>de</strong>u conta do absurdo, <strong>de</strong>tonou a pista e<br />
o piso, e converteu naquela que talvez seja<br />
até hoje a maior praça sofisticada <strong>de</strong> alimentação<br />
<strong>de</strong>ntre todos os shopping centers do<br />
mundo. Com a presença <strong>de</strong> muitos e ótimos<br />
restaurantes. Corrigido o grave equívoco <strong>de</strong>colou<br />
e hoje é um dos três shopping centers<br />
melhor sucedidos da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Se<br />
já tivessem <strong>de</strong>scoberto os repelescentes...<br />
Segundo matérias publicadas em diferentes<br />
plataformas <strong>de</strong> comunicação no ano<br />
passado... Adivinhem... O mais eficaz <strong>de</strong>ntre<br />
todos os repelescentes é... A... Música<br />
clássica! Melhor ainda, meio parecido com<br />
o SBP que se diz “terrível, mas só contra os<br />
insetos...”. Com todos os <strong>de</strong>mais públicos,<br />
exceto os adolescentes, a música clássica<br />
atrai, magnetiza, encanta e conquista! O<br />
primeiro estabelecimento comercial que<br />
teve a i<strong>de</strong>ia e a iniciativa <strong>de</strong> testar essa solução,<br />
já quase no <strong>de</strong>sespero, foi a 7-Eleven.<br />
Uma loja da re<strong>de</strong>, na cida<strong>de</strong> cana<strong>de</strong>nse<br />
Columbia Britânica, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> esgotados<br />
todos os recursos para expulsar jovens<br />
adolescentes que passavam horas em seu<br />
estacionamento aparentemente drogados,<br />
colocou nos alto-falantes, dirigidos especificamente<br />
para esse espaço, Mozart. Em<br />
alto e bom som! Vazaram, como costumam<br />
dizer e em questão <strong>de</strong> minutos; e nunca<br />
mais voltaram para buscar dois skates e um<br />
par <strong>de</strong> patins que esqueceram na pressa. O<br />
sucesso foi tanto que todas as <strong>de</strong>mais lojas<br />
da franquia adotaram o mesmo procedimento<br />
com idêntico sucesso. Anos <strong>de</strong>pois,<br />
o mesmo aconteceu em West Palm Beach,<br />
na Flórida. Músicas <strong>de</strong> Beethoven, Mozart<br />
e Bach para “espantar” a horda <strong>de</strong> drogados<br />
que viviam pela redon<strong>de</strong>za. Mais que<br />
<strong>de</strong>u certo e a polícia local comemorou a<br />
queda quase que a zero dos problemas das<br />
madrugadas... E a clientela adorou!<br />
E, assim, a música clássica, quem diria,<br />
encontrou uma plataforma para índices<br />
maiores <strong>de</strong> popularização. E hoje se faz<br />
presente como medida reconfortante e<br />
acolhedora das pessoas em diferentes países<br />
<strong>de</strong> todos os continentes. Mantendo a<br />
distância inconvenientes <strong>de</strong> toda a or<strong>de</strong>m<br />
e procedência. Em matéria do mês passado<br />
assinada pelo jornalista Theodore Gioia, da<br />
Los Angeles Review of Books, o relato <strong>de</strong><br />
manifestações crescentes e sucessivas em<br />
diferentes cida<strong>de</strong>s e países...<br />
“Na Penn Station, em Nova York, pessoas<br />
compram seus tíquetes ferroviários ao som<br />
<strong>de</strong> música barroca”... No terminal rodoviário<br />
<strong>de</strong> Nova York, Greyhound, os viajantes<br />
que chegam são recebidos com música <strong>de</strong><br />
Franz Schubert... O sistema metroviário <strong>de</strong><br />
Atlanta hoje funciona tendo como trilha<br />
sonora, para o <strong>de</strong>leite <strong>de</strong> seus usuários, as<br />
composições <strong>de</strong> Hän<strong>de</strong>l... O parque público<br />
em Duncan é patrulhado pela voz <strong>de</strong> tenor<br />
<strong>de</strong> Pavarotti... Os vândalos literalmente <strong>de</strong>sapareceram...<br />
Uma biblioteca da Virgínia<br />
anima seus funcionários <strong>de</strong> limpeza com o<br />
som <strong>de</strong> Mozart... E a briga entre traficantes<br />
em Columbus, Ohio, foi resolvida com As<br />
Quatro Estações <strong>de</strong> Vivaldi... Será que daria<br />
certo no Brasil? Será que a música clássica<br />
aquietaria o ânimo dos brasileiros, e <strong>de</strong>spertaria<br />
uma paixão e compromissos maiores<br />
com o país, por exemplo? Vamos tentar?<br />
Acho que <strong>de</strong>veríamos...<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
32 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
ArEnA Do ESPortE<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
Daniel Augusto Jr. /Agência Corinthians/Divulgação<br />
Endorfina criativa<br />
Cofrinho 1<br />
O anúncio do banco BMG como novo patrocinador máster do Corinthians, na semana passada,<br />
foi marcado pela troca <strong>de</strong> farpas entre a instituição financeira e sua concorrente – a<br />
Crefisa –, e a promessa <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo comercial com o clube. Sem patrocinador máster<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> meados <strong>de</strong> 2017, quando o contrato com a Caixa não foi renovado, o Corinthians<br />
agora estampará no espaço mais nobre <strong>de</strong> seu uniforme, o peito da camisa, a logomarca<br />
do BMG. Em contrapartida, a instituição pagará R$ 30 milhões anuais ao clube, mas os<br />
rendimentos po<strong>de</strong>rão ser superiores. Segundo Luis Paulo Rosenberg, diretor <strong>de</strong> marketing<br />
do Corinthians, um novo produto financeiro será lançado, e quanto maior a a<strong>de</strong>são dos<br />
torcedores, mais ganhos terá o clube. Os <strong>de</strong>talhes serão apresentados na terça-feira (22)<br />
pelo presi<strong>de</strong>nte do Corinthians, Andrés Sanchez, e Ricardo Guimarães, dono do banco.<br />
Cofrinho 2<br />
A notícia sobre o novo contrato movimentou as re<strong>de</strong>s sociais, logo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a informação<br />
ter sido publicada pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Sem confirmar a<br />
informação, o BMG usou seu perfil no Twitter para provocar seu concorrente – a Crefisa.<br />
Se conseguisse superar a rival em número <strong>de</strong> seguidores, prometeu dar mais <strong>de</strong>talhes sobre<br />
o patrocínio. A Crefisa não <strong>de</strong>ixou por menos e acusou o BMG <strong>de</strong> estar com inveja, em<br />
referência à recente campanha do Palmeiras e Puma, criada pela agência Bullet. A Crefisa<br />
é patrocinadora máster do time.<br />
Divulgação<br />
joGo DELAS<br />
Reconhecida globalmente<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> conquistar dois<br />
Leões no Cannes Lions em<br />
2018 - Bronze na categoria PR<br />
e Prata na categoria Glass: The<br />
Lion For Change - a campanha<br />
#MyNameMyGame (foto) acaba<br />
<strong>de</strong> conquistar apoio da ONU<br />
Mulheres. O projeto criado<br />
pela agência Africa para a ONG<br />
americana Won<strong>de</strong>r Woman<br />
Tech tem como objetivo disseminar<br />
conhecimento e barrar o preconceito, abusos e opressão contra mulheres no cenário<br />
gamer mundial.<br />
joGo DELAS 2<br />
Com praticamente 50% do mercado <strong>de</strong> jogos online sendo consumido por mulheres, a discussão<br />
sobre respeito é mais do que relevante. Principalmente porque 100% das mulheres<br />
que jogam games por pelo menos 22 horas semanais já sofreram algum tipo <strong>de</strong> assédio, segundo<br />
estudo da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Ohio. Com o apoio da agência das Nações Unidas,<br />
o projeto entra em nova fase, tendo como objetivo mobilizar a indústria <strong>de</strong> games em <strong>de</strong>fesa<br />
das mulheres. O incentivo à captação <strong>de</strong> recursos para entida<strong>de</strong>s que atuam no enfrentamento<br />
da violência contra as mulheres também é um novo <strong>de</strong>sdobramento da iniciativa. A i<strong>de</strong>ia é<br />
fortalecer e ampliar a voz <strong>de</strong> atores centrais para <strong>de</strong>fesa das gamers.<br />
Sem ter o perfil <strong>de</strong> esportista<br />
e gostar <strong>de</strong> aca<strong>de</strong>mia,<br />
praticar exercícios sempre<br />
foi tão <strong>de</strong>safiador, até eu <strong>de</strong>scobrir o<br />
Airsoft. O esporte estimula o raciocínio<br />
lógico, a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sob<br />
pressão, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança e<br />
<strong>de</strong> atuação em grupo.”<br />
E<strong>de</strong>n Wie<strong>de</strong>mann, CEO da Wololo<br />
Divulgação<br />
BiG fomE<br />
O tradicional Jogo das Estrelas, parceria da<br />
Liga Nacional <strong>de</strong> Basquete e da NBA, terá<br />
pelo segundo ano consecutivo o patrocínio<br />
do McDonald’s. A exemplo do que ocorreu<br />
em 2018, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast food promete<br />
distribuir lanches Big Mac para a torcida<br />
caso os times NBB Brasil e/ou NBB Mundo<br />
ultrapassem a marca <strong>de</strong> 100 pontos no<br />
Jogo das Estrelas. No ano passado, mais<br />
<strong>de</strong> 10 mil lanches foram distribuídos no<br />
Ginásio do Ibirapuera (SP). O evento será<br />
realizado nos dias 8 e 9 <strong>de</strong> fevereiro, no<br />
Ginásio Pedrocão, em Franca (SP), e conta<br />
com patrocínios da Caixa, Avianca, Nike,<br />
Penalty, Infraero e McDonald’s e os apoios<br />
da Unisal, Açúcar Guarani, Ministério do<br />
Esporte e governo fe<strong>de</strong>ral.<br />
PrAiAno<br />
O Guaraná Poty está diversificando e<br />
ampliando seus investimentos no futebol<br />
brasileiro. Depois <strong>de</strong> anunciar há duas<br />
semanas o patrocínio ao Corinthians, agora<br />
é a vez <strong>de</strong> o time <strong>de</strong> base do Santos contar<br />
com o apoio da empresa. O contrato para<br />
<strong>2019</strong> prevê a marca estampada na barra<br />
traseira das camisas dos Meninos da Vila.<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 33
mercado<br />
Indústria <strong>de</strong> healthcare amplia<br />
criativida<strong>de</strong> e gera mais negócios<br />
Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovação atrai holofotes para segmento que virou<br />
priorida<strong>de</strong> do consumidor e está na mente <strong>de</strong> todas as gran<strong>de</strong>s marcas<br />
Corazón, do Montefiore Hospital, vencedor <strong>de</strong> GP em Cannes, conta a história <strong>de</strong> uma garota <strong>de</strong> programa com problemas <strong>de</strong> coração<br />
Zé Roberto Pereira, Ingrid Bachmann, Charles Houdoux, Daniel Martins e Laura Florence, da Havas Health & You<br />
Fotos: Divulgação<br />
felipe turlão<br />
cenário da comunicação no<br />
O segmento <strong>de</strong> laboratórios e<br />
farmacêuticas há cerca <strong>de</strong> uma<br />
década era altamente restritivo<br />
e tinha como uma das estratégias<br />
<strong>de</strong> maior relevância a produção<br />
<strong>de</strong> materiais para representantes<br />
<strong>de</strong> vendas que propagan<strong>de</strong>avam<br />
seus produtos para<br />
os médicos. A função ainda<br />
existe, mas uma série <strong>de</strong> fatores<br />
transformou a publicida<strong>de</strong> feita<br />
no segmento e fez do healthcare<br />
um segmento lucrativo para<br />
os grupos <strong>de</strong> comunicação e interessante<br />
para carreiras, especialmente<br />
<strong>de</strong> criativos.<br />
O healthcare tem empolgado<br />
uma geração <strong>de</strong> profissionais<br />
que buscam fatores como<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar para uma<br />
indústria que se <strong>de</strong>staca pela<br />
inovação, trabalhar com o propósito<br />
<strong>de</strong>, em última instância,<br />
salvar vidas. No começo <strong>de</strong>ste<br />
ano, por exemplo, a McCann<br />
Health anunciou a contratação<br />
<strong>de</strong> Matt Eastwood como CCO<br />
global. O profissional, ex-CCO<br />
global da J. Walter Thompson<br />
e jurado do Festival <strong>de</strong> Cannes<br />
por diversas vezes, foi contratado<br />
para ajudar a acelerar o crescimento<br />
da re<strong>de</strong>.<br />
Para os brasileiros, o mercado<br />
é uma promessa. Na semana<br />
passada, por exemplo,<br />
Fernando Brandt tornou-se<br />
Associate Creative Director da<br />
FCB Health NY. Antes, passou<br />
por BBDO Moscou e, no Brasil,<br />
por J. Walter Thompson, Publicis,<br />
Africa, AlmapBBDO e FCB.<br />
“Especialmente aqui nos EUA,<br />
o mercado <strong>de</strong> healthcare é muito<br />
forte. Atualmente, existe um<br />
claro movimento migratório <strong>de</strong><br />
criativos <strong>de</strong> agências tradicionais<br />
para a área <strong>de</strong> healthcare,<br />
e acredito que todo mundo sai<br />
ganhando com isso: a agência,<br />
por contar com profissionais<br />
com bagagens diversificadas,<br />
e os profissionais, por terem a<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuar em um<br />
campo que nunca para <strong>de</strong> inovar<br />
e que é, ao mesmo tempo,<br />
gratificante”, afirma. “Quantos<br />
<strong>de</strong> nós questionamos, diariamente,<br />
a nossa profissão, e<br />
sonhamos que nosso trabalho<br />
impacte a vida das pessoas <strong>de</strong><br />
maneira verda<strong>de</strong>iramente relevante?<br />
Healthcare é um bom caminho<br />
para se alcançar isso. Em<br />
12 anos <strong>de</strong> carreira, essa é a primeira<br />
vez que eu trabalho em<br />
uma agência 100% healthcare,<br />
assim como meu atual dupla,<br />
e não po<strong>de</strong>ríamos estar mais<br />
contentes”, diz Brandt, que fará<br />
parceria com o norte-americano<br />
David Ba<strong>de</strong>, ex-BBDO NY.<br />
Inovação e criativida<strong>de</strong> ajudam<br />
a atrair a atenção das pessoas<br />
para o setor. O uso <strong>de</strong> wereables<br />
e sensores, como smart<br />
glasses, já se sabe, é uma revolução<br />
no setor médico, com capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar problemas<br />
e ampliar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida,<br />
sem mesmo a presença <strong>de</strong> médicos<br />
em alguns casos. Inúmeras<br />
soluções <strong>de</strong> healthcare são<br />
aguardadas para eventos <strong>de</strong><br />
inovação com o SXSW, sendo<br />
34 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
que elas foram <strong>de</strong>staque já em<br />
2018. A NASA anunciou, durante<br />
a atração, o lançamento do<br />
Collaborative Health Innovation<br />
Plataform, um sistema que<br />
conecta investidores da empresa<br />
com startups <strong>de</strong> healthcare,<br />
com vistas a criar produtos <strong>de</strong><br />
health que possam ser utilizados<br />
no espaço.<br />
PrÊmIoS<br />
O predomínio da internet<br />
como canal para informações<br />
sobre healthcare, a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gerar engajamento através<br />
do uso <strong>de</strong> ferramentas como<br />
conteúdo e a explosão <strong>de</strong> dados<br />
que permitem uma comunicação<br />
pessoal formam um tripé<br />
que ajudou a publicida<strong>de</strong> a gerar<br />
negócios e trabalhos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
em escala muito superior à<br />
do passado, com mídias sujeitas<br />
a legislações mais restritivas.<br />
Com o argumento <strong>de</strong> permitir<br />
uma competição mais justa<br />
para um segmento com menos<br />
possibilida<strong>de</strong>s criativas, mas<br />
também para atrair anunciantes<br />
do setor e ajudar no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
das agências do setor, o<br />
Festival Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Cannes lançou um<br />
festival Lions Health em 2014.<br />
Hoje, a área <strong>de</strong> Health é uma<br />
das nove tracks temáticas do<br />
festival geral.<br />
Na edição 2018, saíram com<br />
ouros da área Pharma Blink to<br />
Speak, linguagem gestual feita<br />
<strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong> olhos para<br />
gerar conexão com pacientes<br />
com paralisia (venceu o GP for<br />
Good do Healthcare). Outra solução,<br />
The Hearing Test in Disguise<br />
é um filme que ajudou a<br />
i<strong>de</strong>ntificar pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />
auditiva, já que seu roteiro<br />
tem interpretação diferente <strong>de</strong><br />
acordo com o nível do problema.<br />
Já Change Gout trouxe uma<br />
experiência digital para sensibilizar<br />
as pessoas sobre a gota. O<br />
Brasil teve uma prata com Stories<br />
to Inhale, focado em tornar<br />
a inalação mais divertida para<br />
as crianças. Já na categoria Health<br />
& Welness, que tem menos<br />
restrições, o Grand Prix foi para<br />
o filme <strong>de</strong> 48 minutos Corazón -<br />
Give Your Heart, <strong>de</strong> Montefiore<br />
Hospital, com a história <strong>de</strong> uma<br />
garota <strong>de</strong> programa com problemas<br />
<strong>de</strong> coração. A ação ajudou<br />
a gerar engajamento e aumentar<br />
doadores <strong>de</strong> órgãos.<br />
Ao se falar em comunicação<br />
healthcare, pensa-se em publicida<strong>de</strong><br />
feita por indústrias farmacêuticas,<br />
laboratórios ou, no<br />
máximo, ONGs. Mas o fato é que<br />
a questão passou a fazer parte<br />
do discurso <strong>de</strong> toda gran<strong>de</strong><br />
marca. Um estudo da Havas Life<br />
Diego Freitas, Aurélio Lopes e Mauro Arruda, da FCB Health, lançada no ano passado<br />
& You, o “Prosumer 2018 - DiY<br />
+ Data: Taking healthcare to the<br />
next level”, mostra que 72% dos<br />
consumidores brasileiros avaliam<br />
que as marcas têm responsabilida<strong>de</strong><br />
em estimular hábitos<br />
saudáveis. “As marcas po<strong>de</strong>m<br />
ajudar as pessoas a melhorarem<br />
a sua saú<strong>de</strong> até porque uma das<br />
gran<strong>de</strong>s tendências no segmento<br />
farmacêutico é prevenir antes<br />
<strong>de</strong> medicar”, afirma Charles<br />
Houdoux, global partner e CEO<br />
da Ásia do Havas Health & You.<br />
“O maior movimento <strong>de</strong>ssa indústria<br />
nos últimos anos foi colocar<br />
o consumidor no centro<br />
da conversa. As marcas <strong>de</strong>vem<br />
oferecer serviços, dar educação,<br />
entreter, ajudar. E isso <strong>de</strong><br />
forma cada vez mais criativa. As<br />
pessoas não querem ler coisas<br />
difíceis, mas, por exemplo, jogar<br />
um game ou assistir a um ví<strong>de</strong>o<br />
curto e personalizado sobre<br />
saú<strong>de</strong>. Todos os movimentos<br />
levam a indústria a precisar <strong>de</strong><br />
mais criativida<strong>de</strong>”, completa.<br />
Na semana passada, o executivo<br />
francês anunciou a nova estrutura<br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança no Brasil, com<br />
Zé Roberto Pereira (managing<br />
director e CSO), Daniel Martins<br />
(managing director e COO), Ingrid<br />
Bachmann (diretora <strong>de</strong> negócios<br />
e relacionamento) e Laura<br />
Florence (diretora-executiva<br />
<strong>de</strong> criação).<br />
Bom InveStImento<br />
Para os negócios das agências,<br />
healthcare traz boas possibilida<strong>de</strong>s.<br />
A FCB Brasil lançou,<br />
no ano passado, a unida<strong>de</strong><br />
FCB Health, sob li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong><br />
Mauro Arruda e Diego Freitas,<br />
ex-Havas Life. “Foi um movimento<br />
muito bem planejado.<br />
Nossa operação <strong>de</strong> healthcare<br />
no mundo é enorme, com 2<br />
mil funcionários, com mais <strong>de</strong><br />
50 médicos. Aten<strong>de</strong>mos nessa<br />
O brasileiro Fernando Brandt tornou-se Associate Creative Director da FCB Health NY<br />
operação global 19 dos 20 maiores<br />
laboratórios e empresas da<br />
indústria farmacêutica, sem<br />
conflito, porque são produtos<br />
diferentes”, afirma Aurélio Lopes,<br />
presi<strong>de</strong>nte da FCB Brasil.<br />
“Outro pilar para investirmos<br />
nisso é que a criativida<strong>de</strong><br />
cresceu na indústria pharma<br />
e Cannes ajudou a trazer mais<br />
interesse. Por fim, a internet<br />
criou uma disrupção no aspecto<br />
legislativo do uso <strong>de</strong> meios,<br />
on<strong>de</strong> não se podia veicular.<br />
Hoje, é possível trabalhar lembrança<br />
<strong>de</strong> marca na internet,<br />
influenciadores, geolocalização<br />
e diversas outras ferramentas.<br />
Isso introduziu um caminho<br />
novo para um mercado ultra-<br />
-regulado e temos mais oportunida<strong>de</strong>s<br />
para sermos criativos”,<br />
resume Lopes.<br />
No Grupo WPP, o healthcare é<br />
consi<strong>de</strong>rado uma das especialida<strong>de</strong>s<br />
importantes para os clientes<br />
<strong>de</strong>ntro do pilar <strong>de</strong> comunicação,<br />
ao lado <strong>de</strong> PR, publicida<strong>de</strong><br />
e outros. “É um setor importante<br />
e em expansão. Temos uma<br />
nova oferta para o setor, para<br />
evoluir e integrar a força <strong>de</strong><br />
nossas empresas para os clientes”,<br />
afirmou Mark Read, CEO<br />
global do WPP quando a empresa<br />
anunciou, em outubro <strong>de</strong><br />
2018, a distribuição dos serviços<br />
prestados pela WPP Health &<br />
Welness, que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> existir,<br />
para as re<strong>de</strong>s VMLY&R, Ogilvy<br />
e Wun<strong>de</strong>rman. Já no Grupo<br />
Publicis, a or<strong>de</strong>m é negociar o<br />
braço Publicis Health Services,<br />
por sua performance ruim. Entretanto,<br />
executivos do setor<br />
afirmaram em off que, em geral,<br />
healthcare é um segmento muito<br />
lucrativo para a publicida<strong>de</strong><br />
e novos movimentos nessa área<br />
são esperados no Brasil.<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 35
mercado<br />
São Paulo se consolida como<br />
capital da inovação e criativida<strong>de</strong><br />
Com imagem ainda restrita a àrea <strong>de</strong> negócios, cida<strong>de</strong> tem como <strong>de</strong>safio<br />
mo<strong>de</strong>rnizar sua marca; comunicação pública eficiente é um caminho<br />
Danúbia Paraizo<br />
Alguma coisa acontece no<br />
coração <strong>de</strong> todos que pelo<br />
menos uma vez já cruzaram a<br />
Ipiranga e a Avenida São João.<br />
Seja por causa da lembrança <strong>de</strong><br />
Sampa, eternizada por Caetano<br />
Veloso, ou pela simples contemplação<br />
da dura poesia concreta<br />
do centro, São Paulo inegavelmente<br />
<strong>de</strong>sperta os mais<br />
diversos sentimentos.<br />
Às vésperas <strong>de</strong> completar 465<br />
anos na sexta-feira (25), a capital<br />
paulista po<strong>de</strong> ser lembrada<br />
com justiça por ser o principal<br />
motor econômico do país, com<br />
PIB <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> R$ 687 bilhões,<br />
<strong>de</strong> acordo com os dados mais<br />
recentes do IBGE, <strong>de</strong> 2016. Ou<br />
ainda por sua gastronomia, que<br />
contempla <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os requintes<br />
da Rua Oscar Freire ao bom<br />
prato feito servido no Vale do<br />
Anhangabaú. A cida<strong>de</strong> também<br />
é lembrada pela miscigenação<br />
oriunda dos imigrantes italianos,<br />
japoneses e árabes, entre<br />
outras nacionalida<strong>de</strong>s que ajudaram<br />
a construir a marca pela<br />
qual a capital é conhecida hoje.<br />
Mas há um elemento que permeia<br />
todas essas coisas: a criativida<strong>de</strong>.<br />
Sem ela, os negócios<br />
não alcançariam novo patamar,<br />
os pratos não teriam o mesmo<br />
gosto e as pessoas trabalhariam<br />
sem propósito, apenas para pagar<br />
boletos. Nesta equação, o<br />
mercado publicitário contribui<br />
ativamente com seus mais <strong>de</strong><br />
3.400 profissionais na capital,<br />
segundo o Sinapro-SP (Sindicato<br />
das Agências <strong>de</strong> Propaganda<br />
do Estado <strong>de</strong> São Paulo).<br />
A capital paulista correspon<strong>de</strong><br />
a 40% do mercado do estado,<br />
<strong>de</strong>tém os maiores salários<br />
(média <strong>de</strong> R$ 6.017) e também<br />
é dona do maior número <strong>de</strong><br />
contratações no regime CLT<br />
(88%), o que impacta diretamente<br />
a qualida<strong>de</strong> dos trabalhos<br />
criativos. Esses são os dados<br />
mais recentes que integram<br />
a pesquisa Perfil e Tendências<br />
das Agências <strong>de</strong> Propaganda do<br />
Carnaval <strong>de</strong> Rua e outros gran<strong>de</strong>s eventos contribuem para o fortalecimento da imagem da cida<strong>de</strong> no Brasil e no exterior<br />
Estado <strong>de</strong> São Paulo 2017, do<br />
Sinapro-SP.<br />
“O berço da industrialização<br />
no Brasil foi São Paulo. Neste<br />
período, os profissionais <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>ram num<br />
mercado efervescente e cheio<br />
<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s. Experimentaram,<br />
erraram e acertaram<br />
muito e isso trouxe reconhecimento<br />
da nossa profissão”, ressalta<br />
Dudu Godoy, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Sinapro-SP.<br />
marca regiStrada<br />
Não há dúvidas <strong>de</strong> que o coração<br />
da criativida<strong>de</strong> publicitária<br />
resida em São Paulo, assim<br />
como os negócios criativos.<br />
Na contramão <strong>de</strong>sse cenário, a<br />
imagem da cida<strong>de</strong> entre seus<br />
habitantes e até mesmo no<br />
exterior não representa com<br />
clareza todo o seu potencial.<br />
A análise é <strong>de</strong> Marcelo Pontes,<br />
professor do curso <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
e propaganda da ESPM.<br />
“Não gosto como a marca da<br />
cida<strong>de</strong> é trabalhada. Acho muito<br />
restritiva. A gente ficou com<br />
uma imagem marcada como a<br />
capital que trabalha 24 horas,<br />
uma coisa convencional e careta,<br />
como se não tivesse mais<br />
nada para fazer em São Paulo<br />
do que trabalhar nas indústrias<br />
tradicionais. A cida<strong>de</strong> é muito<br />
mais do que isso”.<br />
O cenário <strong>de</strong> inovação dá<br />
uma pista da força da capital.<br />
Por aqui operam mais <strong>de</strong> duas<br />
mil startups, segundo dados da<br />
Associação Brasileira <strong>de</strong> Startups.<br />
O turismo <strong>de</strong> negócios<br />
também é intenso, mas para<br />
Pontes, falta um olhar dos governos<br />
para enxergar a cida<strong>de</strong><br />
além do ponto óbvio da economia.<br />
A dimensão do Carnaval<br />
<strong>de</strong> Rua e da Parada do Orgulho<br />
LGBT na cida<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>ncia ativos<br />
que po<strong>de</strong>m ser trabalhados<br />
<strong>de</strong> forma mais eficaz. “Devemos<br />
compreen<strong>de</strong>r o conceito<br />
<strong>de</strong> capital no sentido mais amplo.<br />
Incomoda-me ouvir a i<strong>de</strong>ia<br />
FG Tra<strong>de</strong>/iStock<br />
“essa mudança <strong>de</strong><br />
pensamento e <strong>de</strong><br />
reposicionamento<br />
da marca passa<br />
por uma política<br />
<strong>de</strong> governo”<br />
36 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
Dudu Godoy: cida<strong>de</strong> fornece ambiente <strong>de</strong> experimentação<br />
<strong>de</strong> que São Paulo tem um turismo<br />
<strong>de</strong> lazer limitado porque<br />
não tem praia. Enquanto isso,<br />
cida<strong>de</strong>s que mais recebem turistas<br />
no mundo, como Paris,<br />
e Nova York, só crescem. Mas<br />
essa mudança <strong>de</strong> pensamento e<br />
<strong>de</strong> reposicionamento da marca<br />
passa pelo governo”.<br />
imagem Pública<br />
O orçamento da Prefeitura<br />
para <strong>2019</strong> tem valor <strong>de</strong> R$ 60,5<br />
bilhões e contempla, majoritariamente,<br />
as áreas <strong>de</strong> educação,<br />
previdência, saú<strong>de</strong> e transportes,<br />
mas a comunicação pública<br />
<strong>de</strong>ve ser um dos pontos-chave<br />
para essa construção <strong>de</strong> marca.<br />
Segundo dados do Relatório <strong>de</strong><br />
Investimentos em Publicida<strong>de</strong><br />
da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, no<br />
exercício <strong>de</strong> 2018 foram gastos<br />
em comunicação institucional<br />
pela Secretaria do Governo<br />
Municipal e pela Fundação<br />
Theatro Municipal <strong>de</strong> São Paulo<br />
pouco mais <strong>de</strong> R$ 74 milhões,<br />
equivalente a 0,12% do orçamento<br />
da cida<strong>de</strong>.<br />
Já com publicida<strong>de</strong> legal, ou<br />
seja, para a publicação <strong>de</strong> avisos,<br />
balanços e relatórios da<br />
Prefeitura e <strong>de</strong> suas secretarias,<br />
o valor gasto foi <strong>de</strong> pouco mais<br />
<strong>de</strong> R$ 933 mil. A SPTuris, a Secretaria<br />
<strong>de</strong> Turismo da cida<strong>de</strong>,<br />
foi a segunda maior verba publicitária<br />
com R$ 171.407,37.<br />
Vale lembrar que parte <strong>de</strong>sses<br />
dados contemplam o período<br />
em que João Doria (PSDB) foi<br />
Divulgação<br />
Marcelo Pontes: imagem da cida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ve ser “careta”<br />
Prefeito Bruno Covas terá <strong>de</strong>safios ligados à mobilida<strong>de</strong> urbana e à segurança<br />
Divulgação<br />
“a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> são<br />
paulo é muito<br />
importante, tem<br />
seu peso. por ser a<br />
capital do estado<br />
ela carrega<br />
esse status”<br />
prefeito da capital paulista.<br />
Agora, sob gestão <strong>de</strong> Bruno Covas<br />
(PSDB), ainda há dúvidas<br />
<strong>de</strong> como o prefeito vai encarar a<br />
comunicação pública e a gestão<br />
da cida<strong>de</strong> como um todo.<br />
Segundo Duílio Malfatti Júnior,<br />
que acaba <strong>de</strong> assumir a<br />
área <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do Governo<br />
do Estado <strong>de</strong> São Paulo, o<br />
trabalho <strong>de</strong> branding da cida<strong>de</strong><br />
é feito pela própria Prefeitura,<br />
mas seu trabalho no Governo<br />
do Estado também inclui a <strong>de</strong>stinação<br />
<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> verba para<br />
os 645 municípios, entre eles,<br />
a capital paulista. “Meu trabalho<br />
<strong>de</strong> branding será mais amplo,<br />
relacionado a todo o estado.<br />
A atração <strong>de</strong> recursos para<br />
a capital é uma ação conjunta<br />
entre prefeitura e o governo. A<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo é muito importante,<br />
tem seu peso. Por ser<br />
a capital do estado ela carrega<br />
esse status, mas ainda estamos<br />
discutindo como será esse trabalho<br />
conjunto”.<br />
Diante das recentes discussões<br />
sobre publicida<strong>de</strong> pública<br />
após <strong>de</strong>clarações do presi<strong>de</strong>nte<br />
Jair Bolsonaro e do ministro<br />
da Economia, Paulo Gue<strong>de</strong>s, o<br />
cenário <strong>de</strong>ve ser mais ameno<br />
para a Prefeitura. Na avaliação<br />
<strong>de</strong> Sérgio Praça, pós-doutorado<br />
em administração pública e<br />
Governo pela FGV-SP, o modo<br />
<strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> Bolsonaro<br />
se assemelha ao do presi<strong>de</strong>nte<br />
dos Estados Unidos, Donald<br />
Trump, postura que dificilmente<br />
será mimetizada pelo prefeito<br />
Bruno Covas ou por Doria. “É<br />
arriscada essa postura <strong>de</strong> confronto.<br />
Doria é muito bom <strong>de</strong><br />
comunicação, essa é a sua melhor<br />
área. Já Covas é político <strong>de</strong><br />
carreira, é bastante experiente<br />
nessa relação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r”.<br />
Em meio aos <strong>de</strong>safios econômicos,<br />
políticos e sociais da<br />
cida<strong>de</strong>, o PROPMARK convidou<br />
três personalida<strong>de</strong>s do mercado<br />
<strong>de</strong> comunicação com ampla<br />
intimida<strong>de</strong> com a capital paulista<br />
para que avaliem a cida<strong>de</strong>.<br />
A seguir, acompanhe as reflexões<br />
<strong>de</strong> Hugo Rodrigues,<br />
chairman e CEO da WMcCann.<br />
O criativo é responsável pela<br />
campanha #ComoDeveriaSer,<br />
do mo<strong>de</strong>lo Cruze, da Chevrolet,<br />
que durante as eleições do ano<br />
passado levou milhares à reflexão<br />
sobre um Brasil melhor.<br />
Entre as mudanças, <strong>de</strong>staque<br />
para a revitalização do Rio Pinheiros,<br />
um dos cartões-postais<br />
<strong>de</strong> São Paulo.<br />
Já José Victor Oliva, o eterno<br />
“rei da noite paulistana”, analisou<br />
a cida<strong>de</strong> do ponto <strong>de</strong> vista<br />
dos gran<strong>de</strong>s eventos e como<br />
seus atrativos po<strong>de</strong>m ser potencializados.<br />
E para fechar o<br />
trio <strong>de</strong> especialistas na cida<strong>de</strong>,<br />
Washington Olivetto trouxe<br />
um olhar <strong>de</strong> quem hoje vive<br />
em Londres, mas que tem na<br />
capital não apenas seu time do<br />
coração - o Corinthians - mas<br />
também uma longa história<br />
com a publicida<strong>de</strong>.<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 37
Campanha “como <strong>de</strong>veria ser”, da WMcCann para a Chevrolet, mostra a revitalização do Rio Pinheiros como um futuro possível para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />
tá na hora <strong>de</strong> Ser “como <strong>de</strong>veria Ser”<br />
Na verda<strong>de</strong>, já passou da hora. Vivemos em uma das mais importantes cida<strong>de</strong>s do<br />
mundo, com problemas <strong>de</strong> locais que nem existem no mapa, como falta <strong>de</strong> saneamento<br />
básico, por exemplo.<br />
Nos orgulhamos <strong>de</strong> ser a selva <strong>de</strong> pedra, mas não damos a <strong>de</strong>vida atenção aos nossos<br />
prédios históricos. Nos vangloriamos da nossa vida noturna, mas temos medo <strong>de</strong><br />
sair nas ruas até à luz do dia.<br />
Se compararmos com a história do mundo, alguém vai dizer que essas contradições<br />
acontecem porque ainda estamos engatinhando, mesmo com 465 anos. Mas<br />
uma cida<strong>de</strong> como São Paulo, que se apropriou da velocida<strong>de</strong> e do ritmo frenético do<br />
dia a dia para se posicionar, não po<strong>de</strong> sequer pensar em parar para dar ouvidos a esses<br />
argumentos. Há problemas que não po<strong>de</strong>m esperar, até porque soluções existem.<br />
Basta sermos mais exigentes, darmos mais o exemplo e não <strong>de</strong>scansarmos enquanto<br />
a mudança não vier. Afinal, São Paulo merece que a gente lute por ela.<br />
Hugo Rodrigues, chairman e CEO da WMcCann<br />
um evento hiStórico<br />
<strong>de</strong>SPoluindo menteS<br />
São Paulo é uma cida<strong>de</strong> incrível.<br />
Na minha área <strong>de</strong> atuação, consigo<br />
enxergá-la como um gran<strong>de</strong><br />
evento ou festival, <strong>de</strong>sses que<br />
reúnem milhares <strong>de</strong> pessoas em<br />
um dia – ou uma semana. Temos<br />
características tão positivas que<br />
nos colocam no mesmo patamar<br />
<strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s como Nova York e Tóquio.<br />
A cida<strong>de</strong> não dorme nunca. Temos um<br />
cardápio <strong>de</strong> ações para todos os gostos, bolsos e hábitos – e<br />
agradamos gregos e troianos. A gastronomia é um ponto<br />
alto: <strong>de</strong> fast a slow food, <strong>de</strong> restaurantes requintados a botecos<br />
charmosos. Nesse evento chamado São Paulo as pessoas<br />
não ficam na vonta<strong>de</strong>.<br />
Para a engrenagem <strong>de</strong>sse gran<strong>de</strong> evento rodar a<strong>de</strong>quadamente,<br />
existem alguns pontos <strong>de</strong> atenção. E um dos<br />
principais é a questão da segurança. Para uma pessoa ter<br />
uma experiência 100% agradável em um evento, é essencial<br />
que ela se sinta segura. É importante, portanto, que<br />
esse assunto seja priorida<strong>de</strong> número um para a organização.<br />
Outro ponto fundamental para o sucesso do evento<br />
São Paulo é a nossa infraestrutura: ela precisa abranger todas<br />
as suas necessida<strong>de</strong>s. Não adianta termos um evento<br />
perfeito se nosso público não consegue chegar. São Paulo é<br />
uma marca fortíssima, que ren<strong>de</strong> um evento histórico.<br />
José Victor Oliva, fundador da Holding Clube<br />
Morando em Londres e observando<br />
o Rio Tâmisa como parte<br />
importante do transporte público<br />
da cida<strong>de</strong>, via os Oysters<br />
vendidos nos un<strong>de</strong>rgrounds<br />
que interligam metrôs, ônibus e<br />
barcos, e como parte importante<br />
do turismo da cida<strong>de</strong>, via barcos/<br />
restaurantes <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> que<br />
proporcionam lindos passeios diurnos e<br />
noturnos, me transformei num <strong>de</strong>fensor ainda mais fanático<br />
<strong>de</strong> um projeto para São Paulo que sempre sonhei, mas nunca<br />
aconteceu: a <strong>de</strong>spoluição do Rio Tietê.<br />
A <strong>de</strong>spoluição do Tâmisa foi resolvida em 1858, quando<br />
sessões do Parlamento Inglês foram suspensas <strong>de</strong>vido ao mau<br />
cheiro do rio que acabou apelidado como “O Gran<strong>de</strong> Fedor”.<br />
Os primeiros resultados do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>spoluição só<br />
apareceram em 1930, e foram num crescendo até chegar à<br />
quase perfeição que é mantida até hoje com rigor e bom senso<br />
pela Thames Water, a companhia <strong>de</strong> saneamento e controle<br />
<strong>de</strong> águas e esgotos <strong>de</strong> Londres.<br />
Mais <strong>de</strong> cem anos <strong>de</strong>pois, num mundo com muito mais recursos<br />
tecnológicos, é obvio que o mesmo trabalho que foi<br />
feito no Tâmisa po<strong>de</strong>ria ser feito no Tietê.<br />
Para isso, basta apenas os nossos dirigentes começarem<br />
<strong>de</strong>spoluindo suas mentes.<br />
Washington Olivetto<br />
38 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
MARIANA BARBOSA<br />
Especializada em fornecer<br />
diferentes tipos <strong>de</strong> imagens,<br />
ví<strong>de</strong>os e músicas em alta<br />
qualida<strong>de</strong>, a Shutterstock<br />
divulgou na última semana a<br />
oitava edição <strong>de</strong> seu relatório<br />
anual <strong>de</strong> tendências criativas.<br />
Especialistas em conteúdo e<br />
<strong>de</strong>sign i<strong>de</strong>ntificaram os principais<br />
estilos que farão parte do<br />
<strong>de</strong>sign e da moda durante <strong>2019</strong>,<br />
com base em análises do crescimento<br />
dos dados <strong>de</strong> pesquisas e<br />
downloads <strong>de</strong> usuários durante<br />
o ano anterior. Os três principais<br />
tópicos <strong>de</strong>stacados pelo<br />
relatório possuem um ponto<br />
em comum: todos remetem ao<br />
passado <strong>de</strong> maneira criativa.<br />
A Cultura Zine (publicações<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes que tiveram seu<br />
boom nos anos 1980 como forma<br />
<strong>de</strong> manifestação artística)<br />
é a principal <strong>de</strong>las, e as buscas<br />
pelo termo “colagem artística<br />
contemporânea” cresceram<br />
1.376%. Padronagens típicas<br />
da década <strong>de</strong> 1980, como “correntes<br />
<strong>de</strong> ouro”, “estampas <strong>de</strong><br />
couro <strong>de</strong> cobra”, “estampas <strong>de</strong><br />
leopardo” e “estampas elegantes”,<br />
também vêm crescendo<br />
expressivamente. Já o conceito<br />
que se tinha no passado sobre<br />
como seria o futuro, como neon<br />
brilhante, paisagens futuristas<br />
e vi<strong>de</strong>ogames antigos, <strong>de</strong>ve<br />
permear o <strong>de</strong>sign pelos próximos<br />
meses.<br />
A publicação evi<strong>de</strong>ncia também<br />
temas em ascensão relacionados<br />
a comportamento e<br />
cultura. Pesquisas referentes à<br />
sustentabilida<strong>de</strong> e à diminuição<br />
do uso <strong>de</strong> plástico cresceram<br />
em média mais <strong>de</strong> 700% na plataforma,<br />
assim como avanços<br />
tecnológicos que já fazem parte<br />
do cotidiano, como e-sports e<br />
face ID, que tiveram aumento<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 1.500% nas buscas.<br />
O estilo Kawaii japonês, com<br />
ilustrações fofinhas, ganha relevância<br />
junto à arte indiana <strong>de</strong><br />
pintura e impressão Kalamkari.<br />
Ainda <strong>de</strong> acordo com a ShutmeRcado<br />
Relatório evi<strong>de</strong>ncia resgate ao<br />
passado como tendência para marcas<br />
Levantamento da Shutterstock enumera o que estará em voga no <strong>de</strong>sign,<br />
moda e produção visual; termo "vintage romântico" é popular no Brasil<br />
A tendência que mais cresce no Brasil é o “vintage romântico”, em linha com o que foi observado globalmente<br />
O estilo Kawaii japonês ganha relevância junto à arte indiana <strong>de</strong> pintura<br />
terstock, <strong>de</strong> encontro com o<br />
que foi observado globalmente,<br />
a tendência que mais cresce no<br />
Brasil é o “vintage romântico”.<br />
Por fim, a plataforma <strong>de</strong>staca<br />
ainda a “Tipografia Tentadora”<br />
como tendência para ficar <strong>de</strong><br />
olho. Com aumento <strong>de</strong> 8.389%<br />
<strong>de</strong> buscas, o termo po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido<br />
como letras personalizadas<br />
com coberturas <strong>de</strong> doces,<br />
como donuts e glacês.<br />
Fotos: Divulgação<br />
A publicAção<br />
evi<strong>de</strong>nciA tAmbém<br />
temAs em Ascensão<br />
relAcionAdos A<br />
comportAmento<br />
e culturA<br />
Em 2018, tendências que fizeram<br />
sucesso até mesmo em<br />
produtos e itens diversos, como<br />
as estampas <strong>de</strong> unicórnio, cactos,<br />
tons pastéis e holográfico,<br />
foram ressaltadas pelo relatório.<br />
“Até mesmo os profissionais<br />
criativos mais talentosos às<br />
vezes querem um pouco <strong>de</strong> inspiração<br />
para o próximo gran<strong>de</strong><br />
projeto e o nosso Relatório <strong>de</strong><br />
Tendências Criativas está aqui<br />
para ajudar”, disse Lou Weiss,<br />
diretor global <strong>de</strong> marketing da<br />
Shutterstock.<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 39
Danúbia Paraizo<br />
Apouco mais <strong>de</strong> um ano das<br />
eleições presi<strong>de</strong>nciais nos<br />
Estados Unidos e em meio a<br />
<strong>de</strong>bates acalorados sobre imigração<br />
e racismo, além da ascensão<br />
<strong>de</strong> causas sociais, como<br />
empo<strong>de</strong>ramento feminino, o<br />
Super Bowl po<strong>de</strong>ria ser a vitrine<br />
i<strong>de</strong>al para marcas se posicionarem.<br />
Lí<strong>de</strong>r global em audiência<br />
na TV, com 103,4 milhões <strong>de</strong><br />
espectadores em 2018, segundo<br />
a Nielsen, o Big Game é sempre<br />
marcado por um show à parte<br />
nos intervalos comerciais com<br />
propagandas que emocionam,<br />
divertem e engajam.<br />
Foi assim em 2017, com o<br />
filme <strong>de</strong> Budweiser que reconheceu<br />
as origens <strong>de</strong> seu fundador,<br />
um imigrante. Ou em<br />
2018, com a campanha da Coca-Cola<br />
que teve a diversida<strong>de</strong><br />
como tema central. Mas no que<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da audiência norte-<br />
-americana, a 53ª edição, no<br />
dia 3 <strong>de</strong> fevereiro, em Atlanta,<br />
<strong>de</strong>ve ser com menos polêmicas.<br />
Segundo levantamento da<br />
consultoria Morning Consult,<br />
para quase dois terços dos consumidores,<br />
o Super Bowl é ina<strong>de</strong>quado<br />
para as marcas discutirem<br />
política, contra 20% dos<br />
que são favoráveis. Assuntos<br />
como ajuda a veteranos (49%)<br />
e <strong>de</strong>sastres naturais (33%)<br />
recebem maior suporte dos<br />
torcedores, já o direito dos jogadores<br />
protestarem ao se ajoelhar<br />
durante o hino nacional,<br />
por exemplo, não é recebido<br />
com bons olhos. Apenas 20% é<br />
a favor da postura.<br />
Essa forma <strong>de</strong> manifestação,<br />
em especial, tem ganhado<br />
evidência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2016, quando<br />
o então jogador do 49rs, Colin<br />
Kaepernick, se ajoelhou durante<br />
a veiculação do hino nacional<br />
em uma das partidas da NFL. O<br />
manifesto foi contra a onda <strong>de</strong><br />
violência contra negros no país,<br />
o que dividiu a torcida entre os<br />
que julgaram <strong>de</strong>srespeitosa a<br />
atitu<strong>de</strong> do atleta e os que a achamercAdo<br />
Audiência quer menos política no<br />
intervalo comercial do Super Bowl<br />
Em meio a <strong>de</strong>bates sobre racismo, imigração e diversida<strong>de</strong>, pesquisa<br />
revela que americanos esperam menos polêmica e mais entretenimento<br />
Merce<strong>de</strong>s-Benz Stadium, em Atlanta, será palco do Super Bowl <strong>2019</strong>; canal CBS fará a transmissão para os Estados Unidos<br />
ram louvável. No ano passado,<br />
a Nike ganhou os holofotes e foi<br />
alvo também <strong>de</strong> boicote <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> resgatar o caso Kaepernick<br />
em uma <strong>de</strong> suas campanhas<br />
<strong>de</strong> 30 anos do slogan Just Do It.<br />
No filme assinado pela agência<br />
Wie<strong>de</strong>n+Kennedy, Kaepernick<br />
é embalado pelos dizeres “Acredite<br />
em algo, mesmo que isso<br />
signifique sacrificar tudo”. A<br />
frase faz referência ao fato <strong>de</strong> o<br />
jogador estar fora da NFL <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que protestou em 2016.<br />
políticA verSuS eSporte<br />
Segundo Ivan Martinho, professor<br />
<strong>de</strong> marketing esportivo<br />
da ESPM, as discussões raciais<br />
no esporte são antigas e têm<br />
gran<strong>de</strong> potencial midiático,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> quando Tommie Smith<br />
e John Carlos fizeram o gestual<br />
que remetia aos Panteras<br />
Negras durante uma premiação<br />
olímpica em 1968. Agora,<br />
quando a Nike apostou em Kaepernick<br />
como seu embaixador,<br />
há um claro recado. “Há uma<br />
tendência atual <strong>de</strong> as marcas<br />
“Há uma tendência<br />
atual <strong>de</strong> as marcas<br />
tomarem partidos<br />
<strong>de</strong> causas<br />
importantes e não<br />
mais se manterem<br />
neutras”<br />
Divulgação<br />
tomarem partidos <strong>de</strong> causas<br />
importantes e não mais se manterem<br />
neutras, mesmo que isso<br />
represente per<strong>de</strong>r parte do seu<br />
público cativo”.<br />
Voltando à edição <strong>2019</strong> do<br />
Big Game, há expectativas sobre<br />
a abordagem dos gran<strong>de</strong>s<br />
anunciantes. Ciente <strong>de</strong> sua responsabilida<strong>de</strong><br />
e cuidado com<br />
o tema, a Pepsi e a NFL anunciaram,<br />
na semana passada, os<br />
rappers Travis Scott e BIGBOI,<br />
artistas afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, que,<br />
juntamente com o Maroon 5,<br />
estrelarão o show do intervalo,<br />
cujo patrocínio é feito pela Pepsi<br />
há sete anos.<br />
Custando US$ 5 milhões por<br />
30 segundos, os comerciais no<br />
Super Bowl não são um investimento<br />
barato e, justamente<br />
por isso, são friamente avaliados.<br />
Além da Pepsi, Budweiser,<br />
Doritos, Audi e MM’s, entre outros,<br />
já confirmaram presença<br />
no evento exibido pelo canal<br />
CBS. Resta saber se as marcas<br />
assumirão riscos ou se ren<strong>de</strong>rão<br />
ao lugar seguro.<br />
40 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
marcas<br />
Gillette divi<strong>de</strong> opiniões com nova<br />
campanha criada pela Grey NY<br />
Filme aborda a masculinida<strong>de</strong> tóxica e foi duramente criticado no<br />
YouTube; especialistas divergem sobre efetivida<strong>de</strong> do posicionamento<br />
LEONARDO ARAUJO<br />
Gillette quer “separar homens<br />
<strong>de</strong> meninos”. A nova<br />
A<br />
campanha da marca <strong>de</strong>seja inspirar<br />
os consumidores a reavaliarem<br />
o que significa ser melhor.<br />
Assim, a empresa também<br />
revê, 30 anos <strong>de</strong>pois, o slogan O<br />
melhor que um homem po<strong>de</strong> ter.<br />
O filme da iniciativa, criado pela<br />
Grey <strong>de</strong> Nova York, viralizou.<br />
Mas nem todo mundo gostou.<br />
“Eu vou parar <strong>de</strong> comprar<br />
Gillette a partir <strong>de</strong> agora”, diz<br />
um dos comentários mais curtidos<br />
do ví<strong>de</strong>o que, até o fechamento<br />
<strong>de</strong>ssa reportagem, tinha<br />
quase um milhão <strong>de</strong> dislikes,<br />
contra mais <strong>de</strong> 500 mil likes.<br />
“A campanha foi planejada<br />
para veiculação nos Estados<br />
Unidos, seguindo um posicionamento<br />
global <strong>de</strong> Gillette.<br />
Toda a comunicação da marca<br />
globalmente está se transformando<br />
e o Brasil faz parte <strong>de</strong>sse<br />
trabalho”, diz Juliana Moretti,<br />
diretora <strong>de</strong> marketing da empresa<br />
no Brasil. “Assim como lá<br />
fora, aqui queremos ressignificar<br />
o que as pessoas enxergam<br />
como masculinida<strong>de</strong>, não apenas<br />
em conceitos, mas também<br />
com iniciativas que po<strong>de</strong>m ajudar<br />
os homens na reflexão e no<br />
diálogo”, afirma a executiva.<br />
“Sabíamos que a campanha<br />
receberia reações diversas.<br />
Acreditamos que as gran<strong>de</strong>s<br />
marcas <strong>de</strong>sempenham um papel<br />
importante <strong>de</strong> influenciar<br />
culturas e <strong>de</strong>vem usar suas<br />
vozes para apoiar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />
questões <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância<br />
para seus consumidores”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
Juliana.<br />
“A ala conservadora tem tido<br />
uma voz significativa nos últimos<br />
tempos. Como se avanços<br />
e retrocessos andassem na<br />
mesma velocida<strong>de</strong>. Esta ala<br />
conservadora com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
opinião nas re<strong>de</strong>s sociais fez<br />
este fenômeno [a repercussão<br />
negativa] acontecer”, explica<br />
Paulo André Bione, diretor acadêmico<br />
da Miami Ad School.<br />
Bullying, assédio e agressões: masculinida<strong>de</strong> tóxica entra no radar da Gillette e marca recebe críticas <strong>de</strong> parte consi<strong>de</strong>rável do público<br />
“É um <strong>de</strong>ver das marcas dialogar<br />
não só features do produto,<br />
mas questões relevantes do<br />
seu público e para o seu público.<br />
Isso as tornam mais próximas<br />
das pessoas e menos entida<strong>de</strong>s.<br />
Não é mais sobre o meu<br />
produto. É sobre a sua vida e<br />
como eu vou po<strong>de</strong>r participar<br />
<strong>de</strong>la”, analisa Bione.<br />
Já para Marcos Be<strong>de</strong>ndo,<br />
professor <strong>de</strong> branding na pós-<br />
-graduação da ESPM, a Gillette<br />
errou ao querer abraçar um discurso<br />
<strong>de</strong> uma maneira “atabalhoada”.<br />
Para ele, a companhia<br />
nunca teve um posicionamento<br />
focado em causas.<br />
“A mudança <strong>de</strong> marca tem<br />
<strong>de</strong> ser feita com um pouco mais<br />
<strong>de</strong> cuidado”, analisa. “Enquanto<br />
discurso, o filme é bacana.<br />
Está alinhado às questões atuais,<br />
mas é uma abordagem que<br />
a Gillette nunca teve. É como<br />
se eu, que vi três jogos <strong>de</strong> futebol<br />
americano em toda a minha<br />
vida, quisesse ir lá nos Estados<br />
“É um <strong>de</strong>ver das<br />
marcas dialogar<br />
não só features<br />
do produto,<br />
mas questões<br />
relevantes do seu<br />
público e para o<br />
seu público”<br />
Divulgação<br />
Unidos discutir com o americano”,<br />
avalia.<br />
Em comparação, a Nike também<br />
sofreu críticas em 2018 por<br />
sua campanha estrelada pelo<br />
jogador Colin Kaepernick, mas<br />
a empresa trabalhou o discurso<br />
combativo ao longo dos anos.<br />
“A mudança <strong>de</strong>veria ser feita<br />
<strong>de</strong> uma maneira mais gradual.<br />
Marcas estabelecidas como a<br />
Gillette não têm um movimento<br />
rápido. Acho que o processo<br />
foi bem atabalhoado [...]. Posicionamentos<br />
que dão certo só<br />
funcionam quando as pessoas<br />
envolvidas com tal causa aceitam<br />
essa marca”, ressalta Be<strong>de</strong>ndo.<br />
Apesar das críticas, a empresa<br />
reiterou seu posicionamento.<br />
A marca da P&G também<br />
apresentou um programa <strong>de</strong>dicado<br />
a celebrar homens que<br />
façam a diferença e se comprometeu<br />
a doar US$ 1 milhão para<br />
ONGs americanas que combatem<br />
a masculinida<strong>de</strong> tóxica.<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 41
Marcas<br />
Mercado <strong>de</strong> beleza dá novos passos<br />
para aten<strong>de</strong>r e falar com veganos<br />
Empresas como O Boticário e Natura fortalecem postura adotada ao<br />
longo dos anos com mais ações para esse público e simpatizantes<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Origem e composição dos<br />
produtos x benefícios funcionais.<br />
Esses dois pontos não<br />
precisam ser opostos ou andar<br />
separados. Pelo menos não aos<br />
olhos dos consumidores. Esse<br />
movimento reflete uma série<br />
<strong>de</strong> novos hábitos e costumes da<br />
socieda<strong>de</strong>, com uma preocupação<br />
maior com o meio ambiente<br />
e a vida no planeta. Algumas<br />
marcas no mercado <strong>de</strong> beleza,<br />
como O Boticário e Natura,<br />
acompanham essa tendência<br />
há anos e sinalizam novos contornos<br />
no Brasil.<br />
A partir <strong>de</strong>ste ano, O Boticário<br />
passa a i<strong>de</strong>ntificar em todos<br />
os seus pontos <strong>de</strong> comunicação<br />
quais dos seus produtos já são<br />
veganos. A parte <strong>de</strong> maquiagem,<br />
com as linhas Make B. e<br />
Intense, já tem 30% do portfólio<br />
da categoria com itens sem<br />
matéria-prima <strong>de</strong> origem animal.<br />
O selo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação é<br />
proprietário e segue o padrão<br />
estabelecido pelas certificadoras.<br />
Ele <strong>de</strong>ve aparecer em lojas,<br />
catálogos e e-commerce.<br />
O diretor <strong>de</strong> marketing Alexandre<br />
Bouza afirma que a iniciativa<br />
aten<strong>de</strong> a uma <strong>de</strong>manda<br />
frequente <strong>de</strong> consumidores, e<br />
empresa está em um movimento<br />
crescente <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong><br />
matérias-primas <strong>de</strong> origem animal<br />
para vegetal, mineral, biotecnológica<br />
ou sintética.<br />
“O Boticário sempre foi uma<br />
marca que se relacionou <strong>de</strong><br />
maneira muito próxima com<br />
seu consumidor. Recebemos<br />
através do nosso SAC perguntas<br />
relacionadas ao tema e já<br />
tínhamos notado a importância<br />
<strong>de</strong>sse posicionamento. Já existia<br />
no nosso portfólio produtos<br />
com essa característica, não fazia<br />
sentido não sinalizarmos”.<br />
O movimento que a marca<br />
faz dá continuida<strong>de</strong> a uma linha<br />
que vem sendo <strong>de</strong>senhada<br />
há muitos anos. Há aproximadamente<br />
duas décadas o Grupo<br />
Boticário não realiza teste em<br />
PeopleImages/IsTock<br />
O Boticário e Natura dão novos passos com ações e comunicação <strong>de</strong> produtos veganos<br />
animais. Segundo a companhia,<br />
a empresa foi a primeira<br />
brasileira a <strong>de</strong>senvolver a pele<br />
3D e os organs-on-chip para simular<br />
as condições <strong>de</strong> uso em<br />
órgãos humanos.<br />
Bouza acrescenta que a empresa<br />
está comprometida em<br />
ampliar gradativamente o leque<br />
<strong>de</strong> opções e evoluir a cada<br />
lançamento. “Temos muitas estratégias<br />
e passos traçados para<br />
aumentar consi<strong>de</strong>ravelmente<br />
essa porcentagem, como o repack<br />
completo da linha Intense<br />
e até mesmo os estudos do uso<br />
<strong>de</strong> glicerol somente <strong>de</strong> origem<br />
vegetal em nossos produtos”.<br />
EssÊNcIa<br />
Uma outra companhia que<br />
já há bastante tempo mostra<br />
preocupação com a questão é<br />
a Natura. A empresa tem diversos<br />
produtos veganos em linhas<br />
como Ekos, Chronos, Mamãe e<br />
“Buscamos<br />
cada vez mais<br />
transparência na<br />
comunicação <strong>de</strong><br />
nossas fórmulas<br />
e ingredientes,<br />
com o oBjetivo<br />
<strong>de</strong> facilitar<br />
as <strong>de</strong>cisões<br />
<strong>de</strong> consumo”<br />
Bebe e Faces e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006, não<br />
faz testes <strong>de</strong> ingredientes ou <strong>de</strong><br />
produtos finais em animais. O<br />
restante do grupo Natura & Co<br />
(Aesop e The Body Shop) também<br />
não tem a prática.<br />
Roseli Mello, diretora <strong>de</strong> inovação<br />
e segurança do consumidor<br />
da Natura, aponta que<br />
há uma busca constante por<br />
soluções tecnológicas e já foram<br />
<strong>de</strong>senvolvidos mais <strong>de</strong> 67<br />
métodos alternativos <strong>de</strong> teste<br />
para comprovar a eficácia e a<br />
segurança dos produtos. Um<br />
dos resultados <strong>de</strong>sse esforço<br />
veio em 2018, com o selo The<br />
Leaping Bunny, da Cruelty Free<br />
International, uma das mais reconhecidas<br />
entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> proteção<br />
animal do mundo.<br />
De acordo com a executiva,<br />
a tendência <strong>de</strong> buscar produtos<br />
sustentáveis, com eficácia<br />
comprovada, é “a razão <strong>de</strong> ser”<br />
da empresa. “Já há quase duas<br />
décadas, quando optamos por<br />
priorizar o uso <strong>de</strong> ingredientes<br />
vegetais e <strong>de</strong> origem renovável,<br />
abrimos esse caminho. Hoje<br />
mais <strong>de</strong> 80% das nossas fórmulas<br />
têm origem vegetal, por<br />
exemplo”, indica.<br />
Outras iniciativas da marca<br />
incluem o apoio público à campanha<br />
da The Body Shop pelo<br />
fim dos testes em animais na<br />
indústria cosmética, que obteve<br />
mais <strong>de</strong> oito milhões <strong>de</strong><br />
assinaturas em todo o mundo.<br />
Internamente, os colaboradores<br />
são estimulados a <strong>de</strong>bater<br />
o consumo consciente. No fim<br />
do ano passado, a empresa implementou<br />
nos refeitórios a Segunda<br />
sem Carne, em parceria<br />
com a (SVB) Socieda<strong>de</strong> Brasileira<br />
<strong>de</strong> Vegetarianismo.<br />
Além do conjunto <strong>de</strong> iniciativas,<br />
Roseli <strong>de</strong>staca que o acesso<br />
à informação é fundamental<br />
nesse movimento. “Buscamos<br />
cada vez mais transparência na<br />
comunicação <strong>de</strong> nossas fórmulas<br />
e ingredientes, com o objetivo<br />
<strong>de</strong> facilitar as <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong><br />
consumo. É a chave para o crescimento<br />
no mercado.”<br />
42 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
MARCAS<br />
Temporada longa <strong>de</strong> verão favorece<br />
ativações em diferentes formatos<br />
Projetos ocorrem ao ar livre Brasil afora, mas se consolidam no digital;<br />
Carnaval apenas em março facilita as ativida<strong>de</strong>s em família nas férias<br />
MARINA OLIVEIRA<br />
– Especial para o PROPMARk<br />
Com o Carnaval na primeira semana <strong>de</strong><br />
março, a temporada <strong>2019</strong> ten<strong>de</strong> a ser<br />
mais longa e as marcas aproveitam a estação<br />
para investir em ações <strong>de</strong> aproximação<br />
com o público. As ativações vão <strong>de</strong> eventos<br />
em ruas, praças e praias até parcerias com<br />
influencers.<br />
A cervejaria Sol anunciou o patrocínio <strong>de</strong><br />
algumas das festas <strong>de</strong> Réveillon mais disputadas<br />
do Nor<strong>de</strong>ste – Je Suis Jeri (Jericoacoara<br />
- CE), AWE (Caraíva - BA), Piawaii (Barra<br />
Gran<strong>de</strong> - PI) e Let’s Pipa (Tibau do Sul - RN)<br />
– além do projeto Neuronha, que conta com<br />
uma casa <strong>de</strong> influenciadores e uma série <strong>de</strong><br />
eventos sustentáveis promovidos pelo ator<br />
Paulo Vilhena, em Fernando <strong>de</strong> Noronha.<br />
As iniciativas, sob a assinatura Taste The<br />
Sun, estimularam a troca <strong>de</strong> garrafas vazias<br />
por prêmios e experiências para serem<br />
curtidas ao ar livre (Sol Beach Point); um<br />
lounge <strong>de</strong>stinado a promover o encontro<br />
<strong>de</strong> convidados, contando ainda com carregadores<br />
<strong>de</strong> celular alimentados por energia<br />
solar (Domo Sol), além <strong>de</strong> promover a<br />
sustentabilida<strong>de</strong> e o consumo responsável,<br />
uma vez que a marca fez a coleta dos resíduos<br />
dando <strong>de</strong>stinação às cooperativas locais<br />
<strong>de</strong> reciclagem.<br />
“Enten<strong>de</strong>mos que o público presente nas<br />
festas são consumidores regulares ou potenciais<br />
<strong>de</strong> Sol. Mais <strong>de</strong> seis mil brin<strong>de</strong>s (bolas,<br />
viseiras, bonés, cangas e toalhas, entre<br />
outros) da marca foram distribuídos. Mais<br />
<strong>de</strong> 20 influenciadores digitais foram curtir<br />
o Réveillon com a marca e impactaram mais<br />
<strong>de</strong> 37 milhões <strong>de</strong> pessoas com seus posts<br />
vinculados à Sol”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Guilherme Retz,<br />
gerente das marcas Sol e Heineken.<br />
As ativações foram realizadas pela agência<br />
Suno, a estratégia <strong>de</strong> PR ficou por conta<br />
da agência 1927, enquanto que o conteúdo<br />
dos canais proprietários da marca foi <strong>de</strong><br />
responsabilida<strong>de</strong> da JWT.<br />
Já o Cartoon Network aposta nos eventos<br />
<strong>de</strong> ativação para se aproximar do público<br />
durante a temporada. De acordo com Adriana<br />
Alcântara, diretora sênior <strong>de</strong> Conteúdo<br />
e Produção Nacional das marcas infantis da<br />
Turner Brasil, as ativida<strong>de</strong>s em conjunto e<br />
ao ar livre são priorida<strong>de</strong> entre as famílias<br />
nesta época do ano, assim “os eventos ao<br />
vivo são um dos pilares fundamentais do<br />
Cartoon Network para manter a conexão<br />
com os fãs <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s e suas famílias.<br />
E o Verão Cartoon oferece tudo isso<br />
Ativação da Sol levou conscientização sobre meio ambiente a diversas praias do Nor<strong>de</strong>ste durante o Ano Novo<br />
para as crianças que estão em São Paulo,<br />
num período <strong>de</strong> dias <strong>de</strong> sol mais longos e<br />
férias escolares”, aponta.<br />
Para isso, o canal promove <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong><br />
a 3 <strong>de</strong> fevereiro a oitava edição do “Verão<br />
Cartoon”. Pelo segundo ano consecutivo,<br />
o canal infantil oferece uma programação<br />
especial com mais <strong>de</strong> 15 atrações no Parque<br />
Villa-Lobos, em São Paulo. Em <strong>2019</strong>, a agência<br />
Voga é quem assina a execução do evento,<br />
que conta com o patrocínio da Huggies,<br />
Sunny e apoio da Bic e Leiturinha. “Esperamos<br />
crescer em 20% o número <strong>de</strong> cadastros<br />
em relação a 2018, nossa expectativa é ter<br />
mais <strong>de</strong> 100 mil pessoas cadastradas no Verão<br />
Cartoon”, afirma.<br />
A Veloe, plataforma <strong>de</strong> pagamento eletrônico<br />
para pedágios rodoviários e mobilida<strong>de</strong><br />
urbana da Alelo, aposta em ações<br />
pontuais nos litorais paulista e carioca. Em<br />
<strong>janeiro</strong>, e também durante o Carnaval, a<br />
marca realiza uma ativação com um avião<br />
para reforçar o tema Menos fila, mais sombra<br />
e água fresca e gerar awareness com relação<br />
ao seu mix <strong>de</strong> produtos, além <strong>de</strong> reforçar<br />
promoções vigentes. Também estão<br />
programadas ativações com veículos em<br />
pontos estratégicos no litoral sul e central<br />
<strong>de</strong> São Paulo e nas praias da capital fluminense,<br />
em especial Copacabana.<br />
“Com menos esforço estamos atingindo<br />
um público maior. Estamos no momento <strong>de</strong><br />
Fotos: Divulgação<br />
“EspEramos crEscEr<br />
Em 20% o númEro dE<br />
cadastros Em rElação a<br />
2018. nossa ExpEctativa<br />
é tEr mais dE 100 mil<br />
pEssoas cadastradas<br />
no vErão cartoon”<br />
44 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
maior divulgação da marca e (o verão) é o<br />
momento certo <strong>de</strong> criar essa abordagem”,<br />
afirma André Turquetto, diretor <strong>de</strong> marketing<br />
e produtos da Alelo.<br />
Assim como a Sol, a Veloe também esten<strong>de</strong><br />
as ações para as mídias digitais. “Esse é<br />
o DNA da empresa, o corpo da ação é digital<br />
e queremos gerar experiência do ponto <strong>de</strong><br />
vista da interação com o usuário. Enten<strong>de</strong>r<br />
como ele se relaciona com a marca ao longo<br />
do ano”, aponta.<br />
Um dos objetivos é utilizar inteligência<br />
digital para impactar ainda mais público.<br />
Por isso, trabalham em parceria com o Climatempo<br />
e com outros serviços <strong>de</strong> geolocalização<br />
para atingir quem passou pelo<br />
pedágio durante a temporada e, assim, tentar<br />
reter este público em suas re<strong>de</strong>s sociais<br />
durante <strong>2019</strong>.<br />
No caso da Veloe, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ativação<br />
foram criadas pela DAN e o fim da ação<br />
coinci<strong>de</strong> com o início <strong>de</strong> uma nova campanha,<br />
já assinada pela BETC/Havas, que conquistou<br />
a conta da Alelo em <strong>de</strong>zembro.<br />
A Nespresso aproveita a temporada para<br />
lançar mais duas opções <strong>de</strong> cafés gelados<br />
em um evento na boutique-conceito da<br />
marca na badalada Rua Oscar Freire, em São<br />
Paulo. No último fim <strong>de</strong> semana, além <strong>de</strong> conhecer<br />
os novos produtos da edição On Ice<br />
e curtir shows na presença <strong>de</strong> celebrida<strong>de</strong>s,<br />
4.500 pessoas participaram <strong>de</strong> workshops,<br />
oficinas, treino funcional, teatro e outras<br />
ativida<strong>de</strong>s. O espaço pet friendly contou<br />
com parceria da Purina e a Ecoplan foi responsável<br />
pela neutralização dos resíduos.<br />
“Com o Carnaval apenas no início <strong>de</strong><br />
março, po<strong>de</strong>remos explorar o lançamento<br />
dos novos cafés por mais tempo, aproveitando<br />
ao máximo a estação. Estamos<br />
constantemente estudando e ouvindo os<br />
clientes para <strong>de</strong>senvolver ações <strong>de</strong> marketing<br />
assertivas. Sabemos que ações como<br />
essas são capazes <strong>de</strong> gerar conhecimento<br />
sobre o mundo do café, mas também proporcionam<br />
um momento <strong>de</strong> diversão e <strong>de</strong><br />
conexão orgânica com a marca”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
Marcos Djinishian, head <strong>de</strong> marketing da<br />
Nespresso no Brasil.<br />
Este é o segundo ano que eles realizam<br />
uma ativação <strong>de</strong> verão para a promoção dos<br />
cafés da Edição Limitada. “Vimos a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> também inovar no verão e trazer<br />
esses dois novos cafés <strong>de</strong> Edição Limitada.<br />
Esse movimento merece gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque,<br />
pois impacta os consumidores, promove<br />
experiências únicas e cria um novo hábito”,<br />
vaticina Djinishian.<br />
Em <strong>2019</strong>, uma das estratégias <strong>de</strong> promoção<br />
do evento foi no ambiente digital. A<br />
marca criou um evento no Facebook e também<br />
um hotsite com a programação completa<br />
da ativação.<br />
“As re<strong>de</strong>s sociais são fundamentais <strong>de</strong>ntro<br />
do ecossistema <strong>de</strong> comunicação que<br />
mantemos com nossos consumidores, pois<br />
além <strong>de</strong> coletarmos feedbacks e ouvirmos a<br />
opinião do público, também promovemos a<br />
geração <strong>de</strong> conteúdo”, finaliza.<br />
Há dois anos o Cartoon Network realiza evento <strong>de</strong> ativação no Parque Villa-Lobos, em São Paulo<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 45
MARCAS<br />
Mastercard expan<strong>de</strong> experiências<br />
do Priceless para litoral da Bahia<br />
ALIssON FERNáNdEz<br />
– <strong>de</strong> Trancoso<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> expandir<br />
os benefícios do programa<br />
Priceless Cities, a Mastercard<br />
chega, pela primeira vez, à cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Trancoso, na Bahia.<br />
As ações, que começaram<br />
em 26 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro e vão até<br />
o próximo dia 27, são, exclusivamente,<br />
para clientes Mastercard<br />
Black. A novida<strong>de</strong>, que<br />
preten<strong>de</strong> valorizar a cultura<br />
local da região, está alinhada<br />
com o movimento da marca,<br />
Comece o que não tem preço,<br />
que foi lançado no primeiro semestre<br />
<strong>de</strong> 2018.<br />
“Este é <strong>de</strong> fato um momento<br />
importante para a marca.<br />
Saímos dos gran<strong>de</strong>s centros<br />
e viemos para um polo como<br />
Trancoso fazer um trabalho<br />
muito direcionado aos nossos<br />
clientes que possuem o cartão<br />
Mastercard Black. Também<br />
criamos aqui uma série <strong>de</strong> experiências<br />
específicas para todos<br />
os visitantes que vêm para<br />
Trancoso po<strong>de</strong>rem participar<br />
com algumas <strong>de</strong>gustações que<br />
só os clientes Mastercard terão<br />
acesso”, revela Guilherme Esquivel,<br />
diretor <strong>de</strong> pagamentos<br />
e inovação da Mastercard.<br />
Entre as iniciativas, a marca<br />
traz na Casa Mastercard Black,<br />
localizada no famoso quadrado<br />
<strong>de</strong> Trancoso, experiências gastronômicas<br />
na Casa da Glória,<br />
almoço imersivo no restaurante<br />
Floresta e workshops com<br />
artesãos locais. Na parte <strong>de</strong><br />
entretenimento musical, quatro<br />
shows com a cantora Elba<br />
Ramalho agitaram a praia do<br />
vilarejo.<br />
Com o projeto Elba recebe,<br />
que em <strong>2019</strong> completa 20<br />
anos, a cantora recebeu nomes<br />
como Rogério Flausino, do<br />
Jota Quest; Felipe Pezzoni, da<br />
Banda Eva; Levi Lima, da banda<br />
Jamil; Preta Gil e Margareth<br />
Menezes, entre outros.<br />
“A gente luta muito para fazer<br />
esse projeto. É uma batalha<br />
pessoal, que possui um cunho<br />
beneficente. Então, para mim,<br />
é muito positivo e motivador<br />
po<strong>de</strong>r contar com o apoio da<br />
Guilherme Esquivel: momento importante para a marca<br />
Mastercard”, afirmou Elba Ramalho.<br />
Ainda segundo a cantora,<br />
que recepcionou cerca <strong>de</strong> 15<br />
clientes da marca para assistir<br />
a um ensaio do show no jardim<br />
<strong>de</strong> sua casa, ter amigos e colegas<br />
<strong>de</strong> outras bandas é uma forma<br />
<strong>de</strong> aprendizado.<br />
“Sempre há uma experiência<br />
nova que você acaba apren<strong>de</strong>ndo<br />
e compartilhando com eles.<br />
No palco é que fica bonito, pois<br />
cada um tem uma história e na<br />
hora acabamos exercitando a<br />
nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> improvisação.<br />
A música tem essa coisa<br />
universal <strong>de</strong> unir as pessoas<br />
e isso é maravilhoso. Não é a<br />
primeira vez que Rogério Flausino,<br />
do Jota Quest, e Felipe<br />
Pezzoni, da Banda Eva, participam<br />
do projeto. Eles já são brothers.<br />
Sou muito fã. Mas este é<br />
o primeiro ano que o Levi, da<br />
“saímos dos<br />
grandEs cEntros<br />
E viEmos para<br />
um pólo como<br />
trancoso fazEr<br />
um trabalho<br />
muito dirEcionado<br />
aos nossos<br />
cliEntEs quE<br />
possuEm o cartão<br />
mastErcard<br />
black”<br />
Elba Ramalho: apoio da Mastercard é motivador<br />
Fotos: Divulgação<br />
banda Jamil, participa. Vai ser<br />
um gran<strong>de</strong> show”.<br />
Além disso, a Mastercard<br />
também traz um beach lounge,<br />
localizado na praia do Rio Ver<strong>de</strong>.<br />
Os clientes que a<strong>de</strong>rirem ao<br />
serviço no local serão recepcionados<br />
com água <strong>de</strong> coco,<br />
pranchas <strong>de</strong> stand up paddle,<br />
raquetes <strong>de</strong> frescobol, espreguiça<strong>de</strong>iras<br />
e guarda-sóis exclusivos.<br />
“Com todas essas experiências,<br />
buscamos resgatar as<br />
tradições <strong>de</strong> uso da região e<br />
po<strong>de</strong>r divulgar isso <strong>de</strong> forma<br />
mais abrangente junto aos<br />
nossos clientes. Esses são alguns<br />
dos elementos <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong>ssa nossa ação <strong>de</strong> Mastercard<br />
aqui em Trancoso. Acreditamos<br />
que essa é a primeira<br />
<strong>de</strong> muitas ações que <strong>de</strong>vemos<br />
fazer daqui para frente”, finaliza<br />
Esquivel.<br />
46 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
marcas<br />
Volkswagen e Ford fazem aliança<br />
para produção <strong>de</strong> vans e picapes<br />
Empresas também assinaram acordo <strong>de</strong> intenção para estudar a<br />
colaboração em veículos autônomos, elétricos e serviços <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />
Volkswagen AG e a Ford Motor Company<br />
anunciaram na semana passada<br />
A<br />
acordo que permitirá que às empresas aumentem<br />
sua competitivida<strong>de</strong>. A parceira<br />
<strong>de</strong>ve ainda ajudar a aten<strong>de</strong>r melhor os consumidores.<br />
O CEO da Volkswagen, Herbert<br />
Diess, e o CEO da Ford, Jim Hackett, disseram<br />
que as companhias preten<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver<br />
vans comerciais e picapes médias<br />
para os mercados globais a partir <strong>de</strong> 2022.<br />
A aliança vai gerar ganhos significativos <strong>de</strong><br />
escala e eficiência e permitirá às fabricantes<br />
o compartilhamento <strong>de</strong> investimentos<br />
em arquiteturas <strong>de</strong> veículos que abrangem<br />
diferentes capacida<strong>de</strong>s e tecnologias.<br />
As companhias estimam que a cooperação<br />
em vans comerciais e picapes ren<strong>de</strong>rá<br />
um melhor resultado operacional anual<br />
antes dos impostos a partir <strong>de</strong> 2023. Além<br />
disso, a Volkswagen e a Ford assinaram um<br />
documento <strong>de</strong> intenções para estudar a colaboração<br />
em veículos autônomos, serviços<br />
<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> e veículos elétricos e iniciaram<br />
o aproveitamento <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Ambas também <strong>de</strong>clararam estar abertas<br />
a consi<strong>de</strong>rar outros programas conjuntos<br />
<strong>de</strong> veículos no futuro. As equipes das empresas<br />
continuarão a trabalhar nos <strong>de</strong>talhes<br />
da parceria nos próximos meses. “Ao longo<br />
do tempo, essa aliança vai ajudar as empresas<br />
a criar valor e aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> nossos clientes e da socieda<strong>de</strong>”, disse<br />
Hackett. “Ela vai não só trazer eficiências<br />
importantes e ajudar ambas a melhorar seu<br />
<strong>de</strong>sempenho, mas também nos dará a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ajudar a formar a próxima era<br />
da mobilida<strong>de</strong>”, acrescentou.<br />
“A Volkswagen e a Ford vão combinar<br />
seus recursos, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovação e<br />
posições <strong>de</strong> mercado complementares para<br />
melhor aten<strong>de</strong>r a milhões <strong>de</strong> consumidores<br />
ao redor do mundo. Ao mesmo tempo,<br />
a aliança servirá como pilar para a nossa<br />
meta <strong>de</strong> aumento da competitivida<strong>de</strong>”, <strong>de</strong>clarou<br />
Diess. A aliança, que não envolve a<br />
troca <strong>de</strong> ações entre as duas empresas, será<br />
dirigida por um comitê, que será li<strong>de</strong>rado<br />
por Hackett e Diess e incluirá executivos sênior<br />
<strong>de</strong> duas empresas.<br />
Tanto a Ford como a Volkswagen possuem<br />
negócios robustos em vans comerciais<br />
e picapes ao redor do mundo, com<br />
linhas populares como a família Ford Transit<br />
e a Ranger, assim como as linhas Transporter,<br />
Caddy e Amarok, da Volkswagen. O<br />
volume total <strong>de</strong> veículos comerciais leves<br />
das empresas em 2018 somou cerca <strong>de</strong> 1,2<br />
milhão <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s globalmente.<br />
Jim Hackett e Herbert Diess no Salão <strong>de</strong> Detroit, on<strong>de</strong> anunciaram acordo global <strong>de</strong> cooperação<br />
Dilvulgação<br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 47
mArcAs<br />
Anunciantes apostam em memes<br />
e geram engajamento nas re<strong>de</strong>s<br />
O nome <strong>de</strong>la é Jenifer, o ovo e Desafio dos 10 anos agitaram a semana e<br />
se transformaram em conteúdo <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> nas plataformas digitais<br />
MARIANA BARBOSA<br />
última semana foi bastante<br />
agitada para os fãs <strong>de</strong><br />
A<br />
memes e <strong>de</strong>safios da internet.<br />
Além da repercussão esperada<br />
para assuntos factuais,<br />
como a facilitação ao porte <strong>de</strong><br />
armas pelo governo brasileiro<br />
e o início da 19ª edição do<br />
Big Brother Brasil, três tópicos<br />
dominaram os feeds das re<strong>de</strong>s<br />
sociais: a música Jenifer,<br />
o recor<strong>de</strong> da foto mais curtida<br />
do Instagram que foi quebrado<br />
por um ovo, e o Desafio dos<br />
10 anos (ou #10yearschallenge,<br />
em inglês).<br />
Para fazer parte das conversas<br />
do momento e transmitir<br />
mensagens na linguagem do<br />
público, marcas tiveram bastante<br />
trabalho em aproveitar<br />
as oportunida<strong>de</strong>s para gerar<br />
conteúdo relevante <strong>de</strong> forma<br />
rápida, antes que o formato<br />
escolhido per<strong>de</strong>sse relevância<br />
para o próximo viral.<br />
A Coca-Cola <strong>de</strong>u a largada<br />
nesse movimento e personalizou<br />
a sua garrafinha com<br />
o nome Jenifer. “O nome <strong>de</strong>la<br />
está em todo lugar. Até na garrafa<br />
<strong>de</strong> Coca-Cola”, publicou<br />
a empresa no Instagram, em<br />
post criado pela David. A brinca<strong>de</strong>ira<br />
faz alusão ao sucesso<br />
da canção Jenifer, interpretada<br />
por Gabriel Diniz.<br />
O estrondoso sucesso da<br />
música, que briga pelo título<br />
<strong>de</strong> ‘hit do Carnaval <strong>2019</strong>’ e<br />
estava, na última sexta-feira,<br />
18, em 1º lugar das paradas do<br />
Spotify Brasil, também chamou<br />
a atenção do Burger King<br />
e da Brahma.<br />
Aproveitando trecho da<br />
letra no qual o cantor afirma<br />
que conheceu a Jenifer no<br />
Tin<strong>de</strong>r, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast food<br />
criou um perfil para a moça<br />
no aplicativo. A i<strong>de</strong>ia era que<br />
os consumidores <strong>de</strong>ssem match<br />
na página para receber um<br />
cupom <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto que po<strong>de</strong>ria<br />
ser utilizado nas lojas.<br />
A brinca<strong>de</strong>ira também foi<br />
Com criação da David, Coca-Cola personalizou sua garrafinha com o nome Jenifer, em alusão ao hit do cantor Gabriel Diniz<br />
criada pela David.<br />
Já a Brahma foi a marca<br />
mais lembrada das paródias<br />
da música na internet. O tweet<br />
O nome <strong>de</strong>la é Brahma eu<br />
encontrei ela no Freezer foi a<br />
inspiração para que a cervejaria<br />
chamasse o próprio Gabriel<br />
Diniz para oficializar a versão<br />
em ví<strong>de</strong>o publicado em seus<br />
canais oficiais.<br />
Outro dos assuntos mais<br />
comentados não só nas plataformas<br />
digitais, mas em toda<br />
a mídia, foi o recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> foto<br />
mais curtida da história do<br />
Instagram quebrado pela imagem<br />
<strong>de</strong> um simples ovo. A fotografia<br />
é a única publicação<br />
do perfil Egg Gang, criado em<br />
4 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> com a <strong>de</strong>scrição<br />
“Vamos criar um recor<strong>de</strong> juntos<br />
e ter o post mais curtido<br />
do Instagram. Vamos vencer<br />
o recor<strong>de</strong> atual, mantido por<br />
Kylie Jenner (18 milhões)! A<br />
gente consegue”.<br />
O recor<strong>de</strong> inusitado já havia<br />
conquistado mais <strong>de</strong> 48<br />
milhões <strong>de</strong> likes até o fechamento<br />
da última semana,<br />
<strong>de</strong>sbancando a foto da socialite<br />
e empresária Kylie Jenner,<br />
publicada em 6 <strong>de</strong> fevereiro<br />
<strong>de</strong> 2018, anunciando o nascimento<br />
<strong>de</strong> sua primeira filha,<br />
Stormi.<br />
Com a façanha, a página<br />
agora se <strong>de</strong>fine como “<strong>de</strong>tentora<br />
oficial do recor<strong>de</strong> da foto<br />
mais curtida do Instagram” e<br />
ganhou até selo <strong>de</strong> verificação<br />
do perfil. A própria Kylie Jenner<br />
brincou com a situação em<br />
suas re<strong>de</strong>s sociais, quebrando<br />
um ovo no asfalto quente<br />
para fritá-lo. Até o momento,<br />
nenhuma agência ou marca<br />
revelou estar por trás da ação,<br />
mas a Egg Gang anunciou via<br />
Stories a produção <strong>de</strong> merchandising<br />
oficial do ovo mais<br />
famoso do mundo.<br />
A Netflix Brasil aproveitou<br />
a repercussão do viral com<br />
a própria versão do ovo, que<br />
leva o rosto do ator Noah Centineo,<br />
protagonista da produção<br />
original Para Todos Os Garotos<br />
Que Já Amei. “Dei uma<br />
apelada aqui, mas eu quero é<br />
recor<strong>de</strong>s!”, publicou a plata-<br />
Reprodução<br />
marcas tiveram<br />
trabalho em<br />
aproveitar as<br />
oportunida<strong>de</strong>s<br />
para gerar<br />
conteúdo<br />
relevante <strong>de</strong><br />
forma rápida<br />
48 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong> brincou com os<br />
seguidores do Instagram da Kin<strong>de</strong>r Brasil<br />
O Boticário reforçou crescimento do Grupo nos últimos 10 anos<br />
forma no Instagram.<br />
Em criação da Leo Burnett<br />
Tailor Ma<strong>de</strong>, o Bra<strong>de</strong>sco fez<br />
alusão ao novo recordista<br />
com o pôster <strong>de</strong> OVO, nome<br />
do espetáculo do Cirque du<br />
Soleil patrocinado pelo banco<br />
que chega ao Brasil em março<br />
<strong>de</strong>ste ano. A agência foi também<br />
responsável pela versão<br />
do viral com o Kin<strong>de</strong>r Ovo,<br />
que diverte-se com o fato <strong>de</strong> o<br />
chocolate ser o “mais curtido<br />
por toda a família”.<br />
Já o KFC Brasil se mostrou<br />
“chocado” com o recor<strong>de</strong> em<br />
seu perfil do Instagram, com<br />
uma imagem em que o seu<br />
tradicional bal<strong>de</strong> <strong>de</strong> frango<br />
aparece <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um ovo<br />
quebrado.<br />
A varejista online <strong>de</strong> artigos<br />
esportivos Netshoes apontou<br />
a semelhança do alimento<br />
com o formato <strong>de</strong> uma bola<br />
<strong>de</strong> futebol americano. Quem<br />
também entrou na moda do<br />
ovo foi a Zattini, loja online<br />
<strong>de</strong> moda do Grupo Netshoes,<br />
que personalizou a foto original<br />
do meme com artigos dos<br />
vários estilos <strong>de</strong> produtos oferecidos<br />
pela plataforma.<br />
Em montagem com um pinguim<br />
saindo do ovo, o Pontofrio<br />
afirmou no Twitter que o<br />
viral era apenas um registro<br />
do dia do nascimento <strong>de</strong> seu<br />
famoso mascote.<br />
A F/Nazca Saatchi & Saatchi<br />
enxergou o meme como uma<br />
oportunida<strong>de</strong> para impulsionar<br />
o “não lançamento” da<br />
nova cerveja Puro Malte <strong>de</strong><br />
Skol. A agência vem investindo<br />
em uma linha bem-humorada<br />
para a campanha do<br />
novo produto, com peças que<br />
negam a criação <strong>de</strong> uma “suposta”<br />
puro malte que “estaria<br />
sendo <strong>de</strong>senvolvida” pela<br />
empresa. Também fez parte<br />
da estratégia da agência inserir<br />
a cerveja no Desafio dos 10<br />
anos, o #10yearschallenge.<br />
O game começou com pessoas<br />
postando uma foto sua<br />
atual ao lado <strong>de</strong> outra <strong>de</strong> 10<br />
anos atrás para comparar as<br />
possíveis mudanças na aparência.<br />
Em pouco tempo, o<br />
<strong>de</strong>safio ganhou novas vertentes,<br />
com a publicação <strong>de</strong><br />
obras públicas em paralisação<br />
há muitos anos e até mesmo a<br />
exposição <strong>de</strong> efeitos causados<br />
por questões ambientais.<br />
Além da Skol, outras empresas<br />
investiram no formato<br />
para reforçar as suas mensagens<br />
institucionais, sejam<br />
elas <strong>de</strong> crescimento, mudança<br />
ou até mesmo atributos <strong>de</strong><br />
seus produtos.<br />
O Boticário relembrou a<br />
trajetória do Grupo nos últimos<br />
anos: em 2009, apenas a<br />
marca homônima fazia parte<br />
da empresa, que hoje é dona<br />
ainda da Eudora; quem disse,<br />
berecenice?; The Beauty Box;<br />
Multi B e Vult.<br />
A 99, aplicativo <strong>de</strong> táxi e<br />
transportes compartilhados,<br />
relembrou o quando a tecnologia<br />
vem mudando a forma<br />
com que a socieda<strong>de</strong> realiza<br />
tarefas cotidianas. Há 10 anos,<br />
a forma mais comum para pegar<br />
esse tipo <strong>de</strong> transporte era<br />
fazer sinal aos motoristas na<br />
rua; agora, os veículos estão<br />
a distância <strong>de</strong> um toque <strong>de</strong><br />
celular.<br />
Skol utilizou memes para o “não lançamento” <strong>de</strong> sua puro malte<br />
empresas<br />
investiram no<br />
<strong>de</strong>safio dos<br />
10 anos para<br />
reforçar suas<br />
mensagens<br />
institucionais<br />
e atributos <strong>de</strong><br />
produtos<br />
A Lego chamou atenção em<br />
seu perfil do Instagram ao afirmar<br />
que “criativida<strong>de</strong> não envelhece”,<br />
mostrando <strong>de</strong> forma<br />
inusitada que seu produto ainda<br />
é o mesmo, mas que continua<br />
fazendo sucesso.<br />
Por sua vez, a FIFA compartilhou<br />
duas fotos do Troféu<br />
da Copa do Mundo <strong>de</strong> Futebol<br />
apenas com a legenda<br />
“eterno”.<br />
Depois <strong>de</strong> dias intensos,<br />
uma coisa é certa: seja qual for<br />
a próxima modinha, o mercado<br />
publicitário estará atento e<br />
será rápido ao transformá-la<br />
em diferentes conteúdos.<br />
Perfil da Jenifer no Tin<strong>de</strong>r, criado pelo Burger King, dava <strong>de</strong>scontos nas lojas da re<strong>de</strong><br />
jornal propmark - <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 49
última página<br />
cswimm/iStocks<br />
lí<strong>de</strong>res, países<br />
e empatia<br />
Stalimir Vieira<br />
Justin Tru<strong>de</strong>au é um dos lí<strong>de</strong>res políticos<br />
mais brilhantes que conheci. Aliás, terá<br />
puxado ao avô, o saudoso Pierre Tru<strong>de</strong>au<br />
que, em plena ditadura brasileira, <strong>de</strong>sembarcou<br />
em Brasília e foi recebido por milicos<br />
<strong>de</strong> alto coturno calçando um prosaico<br />
par <strong>de</strong> tênis. O que num político convencional<br />
soaria como marketing, nos Tru<strong>de</strong>au<br />
parece natural.<br />
Seja quando Justin Tru<strong>de</strong>au usa meias<br />
divertidas numa entrevista <strong>de</strong> TV, seja<br />
em questões mais graves como acolher,<br />
prontamente, a jovem saudita<br />
que fugiu da opressão machista<br />
<strong>de</strong> seu país, mesmo correndo<br />
todos os riscos. Isso é a cara<br />
do Canadá. Aqui, certas coisas<br />
não se discutem mais: inclusão<br />
social e aceitação da diversida<strong>de</strong>,<br />
por exemplo. São questões<br />
óbvias.<br />
O que faz a vida muito mais<br />
confortável para a inteligência.<br />
Certamente, há racistas, homofóbicos,<br />
machistas e xenófobos no<br />
Canadá. Só que a gente não ouve<br />
falar neles. Diferentemente dos Estados Unidos<br />
(ou do Brasil), no Canadá, aparentemente,<br />
não pega bem pagar <strong>de</strong> fascista, não forma<br />
fã-clube na internet, não viabiliza candidatura<br />
vitoriosa em eleições.<br />
Dos lugares que visitei no mundo – cida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> uns 26 países – foi em Vancouver que, pela<br />
primeira vez, senti “no ar” o conceito <strong>de</strong> empatia<br />
absolutamente integrado à vida cotidiana.<br />
Não significa dizer que por aqui não haja<br />
quem viva em “piores condições”.<br />
A diferença, porém, é que esse tipo <strong>de</strong><br />
assunto nunca é varrido para <strong>de</strong>baixo do tapete<br />
nem as pessoas ficam à mercê da carida<strong>de</strong>.<br />
“O que num<br />
pOlíticO<br />
cOnvenciOnal<br />
sOaria cOmO<br />
marketing,<br />
nOs tru<strong>de</strong>au<br />
parece<br />
natural”<br />
Leio jornal todos os dias (<strong>de</strong>sculpem, preciso<br />
<strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong> informações razoavelmente<br />
intelectualizada e minimamente confiável)<br />
e acompanho as narrativas das <strong>de</strong>liberações<br />
dos conselhos dos bairros, dos distritos, das<br />
cida<strong>de</strong>s, sobre providências para corrigir <strong>de</strong>sequilíbrios<br />
mais graves. Ou seja, há uma permanente<br />
fiscalização para que o país não se<br />
perca na falta <strong>de</strong> empatia.<br />
Semana passada, a manchete da capa da<br />
edição <strong>de</strong> domingo <strong>de</strong> um dos principais jornais<br />
<strong>de</strong> Vancouver “<strong>de</strong>nunciava” que muita<br />
gente anda sofrendo <strong>de</strong> dor <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte por <strong>de</strong>ficiência<br />
do serviço público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Não imagino<br />
qual a dimensão <strong>de</strong>ssa “epi<strong>de</strong>mia”<br />
<strong>de</strong> dor <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte, mas seja<br />
ela qual for é suficiente para merecer<br />
o clamor <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong><br />
que não aceita que se negligencie<br />
o sofrimento alheio.<br />
Dá para perceber que há uma<br />
linha <strong>de</strong> coerência, unindo fatos<br />
que são aparentemente díspares,<br />
como a preocupação com a dor<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma parcela da população<br />
e a pronta acolhida da jovem<br />
saudita. Ou seja, é um país que<br />
não “vira a cara”, diante da dor<br />
e do drama “dos outros”. Há uma consciência<br />
<strong>de</strong> que a socieda<strong>de</strong> é uma ca<strong>de</strong>ia inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
e, portanto, ainda que se trate <strong>de</strong><br />
um país essencialmente capitalista, o nível da<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida coletiva é que espelha o sucesso<br />
das atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada um.<br />
Vancouver é uma cida<strong>de</strong> em que o indivíduo<br />
não tem como ocupação primordial proteger-se<br />
do outro: não há muros na frente das<br />
casas, não há segurança ostensiva nas ruas,<br />
não há <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> metais nas portas dos bancos...<br />
É interessante <strong>de</strong>scobrir, estando aqui,<br />
que o contrário é inaceitável. E que o normal<br />
é ter um presi<strong>de</strong>nte como Justin Tru<strong>de</strong>au, por<br />
exemplo.<br />
Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />
stalimircom@gmail.com<br />
50 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark
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