12 ABRIL 2019 ENTREVISTA VIDA BOA Em “Verão 90”, Alexandre Borges acumula mais um personagem sedutor e cômico por Luana Borges / TV Press O tempo parece ser amigo de Alexandre Borges. Afinal, o ator ainda esbanja o mesmo “jeitão” despojado e cheio de energia de anos atrás, quando viveu tipos marcantes na teledramaturgia. Entre eles, o Bruno de “A Próxima Vítima”, em 1995, e o mulherengo Danilo de “Laços de Família”, nos anos 2000. Acostumado a interpretar personagens que fazem o gênero galã cômico, Alexandre reencontra esse mesmo perfil na pele de Quinzão, em “Verão 90”. Aos 53 anos, o ator está satisfeito com suas conquistas profissionais e pessoais. “Essa década está sendo maravilhosa! O passar da vida, o passar das coisas, tenho minha família e ainda tenho o privilégio de ter meus pais vivos. Só coisas maravilhosas”, comemora. Na história escrita por Paula Amaral e Izabel de Oliveira, Alexandre interpreta um sedutor de marca maior, estilo de papel que conhece bem. Afinal, já teve a oportunidade de encarnar esse tipo de personagem em algumas produções, entre elas “Avenida Brasil”, de 2012. Apesar de casado com Mercedes, vilã de Totia Meireles, Quinzão se envolve com outras mulheres. “Ele é um cara que não tem pudor em achar uma mulher bonita e querer tomar um café, conhecer melhor, ter um papo e paquerar também. É um cara de uma década e de um papel bem liberado”, explica. Você faz o estilo mais “low profile”, enquanto seu personagem em “Verão 90” é um homem que gosta de aparecer e chamar atenção, assim como a mulher, Mercedes, interpretada por Totia Meireles. Como foi construir esse casal? Acho que são personagens que têm empreendimentos que são sucessos pela energia do próprio casal. Todo mundo quer estar com eles. Eles conhecem todos os artistas, todos os músicos. Todos os eventos são com eles: o Cassino da Urca, a boate Dr. Spock, as revistas. O trabalho deles é, justamente, aparecer na mídia e divulgar as coisas. Mostrar a casa, mostrar a família, os filhos, sair nas revistas e tudo mais. Mas muitos atores também costumam abrir a porta de sua casa para revistas... Mas o ator vive intensamente o trabalho enquanto ele está acontecendo. Geralmente, quando acaba, é natural que haja um recolhimento e que o ator espere o próximo. As coisas vão nesse ciclo. O estilo de vida de Quinzão e Mercedes foi inspirado em algum casal da alta sociedade brasileira? É uma homenagem muito sutil e carinhosa a Gisella Amaral, que faleceu recentemente. Na verdade, para esse casal maravilhoso, Gisella e Ricardo Amaral. Um casal que soube vender o Rio, tinha esse pique e organizava as melhores festas. Os dois estavam nos melhores lugares, mais badalados e mais modernos. Agora que você revive, ainda que na ficção, a década de 1990 com a novela, percebe uma diferença entre as atitudes dos homens daquele período e dos dias de hoje? Às vezes, acho que vamos conseguir enxergar de uma maneira bem-humorada o que é ser homem nos anos 90 e o que é ser homem agora no ano de 2019. O que são os códigos, os limites. Acredito que o respeito, independentemente de qualquer década, sempre existiu para as pessoas com o mínimo de bom senso, educação e cultura. Nesse sentido do respeito ao próximo, seja homem ou mulher. Mas, hoje em dia, acho que isso tudo está muito mais definido, coisa que não existia antes. O que você levou em consideração na hora de aceitar participar de “Verão 90”? Eu estou voltando a trabalhar com o Jorge Fernando, com quem eu fiz a minha primeira novela, “A Próxima Vítima”. Também volto a trabalhar com Claudia Raia e Dira Paes e estou tendo o enorme prazer de contracenar com Totia Meireles, com quem eu nunca tinha trabalhado. O Caio Paduan, que faz meu filho, também é um ator muito talentoso, um cara novo que traz ideias elaboradas e legais. Débora Nascimento faz minha filha. Então, é um privilégio para mim.
Para o ator, cada idade tem um personagem. O que significa que trabalho não vai faltar Divulgação