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24 ABRIL 2019<br />
COMPO<strong>RT</strong>AMENTO<br />
SEPARAÇÃO DOS PAIS<br />
PSICÓLOGA DÁ DICAS PARA LIDAR COM AS<br />
CRIANÇAS DURANTE TODO O PROCESSO<br />
Diálogo e sinceridade são essenciais para que os pequenos se sintam seguros nesta etapa<br />
Divulgação<br />
sentimentos e apazigue sua angústia por<br />
meio deste acolhimento”, diz. Ela explica<br />
que não há necessidade de expor os reais<br />
motivos do divórcio, porém é muito importante<br />
que fique claro para a criança que ela<br />
não teve qualquer culpa ou participação<br />
nesta decisão.<br />
Paciência e sensibilidade também são<br />
muito importantes diante das dúvidas<br />
que surgirão no decorrer deste processo.<br />
Segundo a psicóloga, na maioria dos casos,<br />
a criança não absorve bem a notícia,<br />
pois tal aspecto implica no surgimento de<br />
muitas fantasias em sua mente, que vão<br />
desde a culpa e a contribuição delas para<br />
a separação dos pais, até a possibilidade<br />
de o divórcio afetar o amor que sentem<br />
por ela. “Isso sem falar na angústia da<br />
ausência do cônjuge que sairá de casa”,<br />
complementa.<br />
SEGURANÇA NA FAMÍLIA<br />
A<br />
separação é um momento difícil, principalmente se o casal<br />
tiver filhos. Não importa a idade, para eles é sempre<br />
complicado aceitar e entender a decisão dos pais de não<br />
viverem mais juntos. A psicóloga do Grupo São Cristóvão Saúde,<br />
Aline Cristina de Melo, sugere a melhor forma de abordar o<br />
assunto e ajudar as crianças a lidarem com o divórcio.<br />
Para a profissional, o melhor momento para informar aos filhos<br />
é quando esta decisão está seguramente resolvida pelos<br />
pais. “Isso evita gerar angústias desnecessárias para a criança<br />
ou adolescente, caso eles mudem de ideia”, esclarece.<br />
REALIDADE E SINCERIDADE<br />
Não existe receita, mas a especialista lembra que a adaptação<br />
do discurso para a realidade dos pequenos e a sinceridade são<br />
pontos que devem ser levados em conta. “Posicioná-los sobre a<br />
separação de forma clara, sincera e verdadeira, transparecendo<br />
tranquilidade e segurança, faz com que a criança identifique tais<br />
Aline Melo ressalta que a rejeição da<br />
criança pode ser temporária. “Ela dura até<br />
que perceba que, embora sua rotina mude,<br />
o carinho e amor que recebe dos pais não<br />
mudará. Com o tempo, essa reação de<br />
rebeldia tende a se dissipar, conforme os<br />
filhos forem recuperando a segurança na<br />
família e nos laços afetivos”, acrescenta a<br />
psicóloga.<br />
Em alguns casos, as crianças podem<br />
apresentar uma mudança no seu comportamento<br />
e no seu rendimento em algumas<br />
atividades, inclusive na escola.<br />
Quando isso acontece, Aline aponta que<br />
é importante que os pais, juntamente com<br />
seu filho, reflitam sobre o que pode estar<br />
interferindo. Segundo ela, a falta de motivação<br />
para as atividades pode estar ligada<br />
a aspectos emocionais relacionados à dificuldade<br />
em compreender e aceitar o divórcio,<br />
“como também uma forma de chamar<br />
atenção, mesmo que seja por meio de um<br />
aspecto negativo e prejudicial”, diz.