RT 152

14 ABRIL 2019
ENTREVISTA
Divulgação
Em ‘Verão 90’, Alexandre é casado com Mercedes, vilã de Totia Meireles
Como foram os anos 1990 para você?
Eu vivi intensamente os anos 1990, claro. Foi onde coisas
importantes da minha vida aconteceram: eu casei
com a Júlia (Lemmertz) e comecei a trabalhar na Globo.
Meu primeiro trabalho na Globo foi em 1994, “Incidente
em Antares”. Quando voltei de Portugal, as coisas começaram
a acontecer no teatro. Eu trabalhei com Zé Celso, fiz
o filme “Terra Estrangeira”. Enfim, fiz muitas coisas legais.
Quais são suas principais memórias profissionais
daquela época?
O teatro na minha vida sempre foi a minha tábua de salvação.
Eu sabia que a minha vida ia ser guiada por essa
profissão, se eu tivesse sucesso ou não. Profissionalmente,
eu já estava em São Paulo desde 1985 e, mesmo antes,
eu já fazia teatro amador. Nos anos 1990, eu sempre pensava:
“Bom, até os meus 40 anos, alguma coisa precisa
acontecer. Eu preciso saber se sou um bom ator ou não.
Preciso ver se minha carreira vai caminhar ou não”. Não
adianta ter só um sonho e a coisa não andar. Então, nos
anos 1990, eu já tinha uma experiência.
Que projetos você já tinha no currículo naquela época?
Tinha feito teatro, viajado para festivais fora do Brasil e
feito um monte de coisa. Aí veio o Zé Celso, fiz o Teatro
Oficina. Trabalhei com o Walter Salles. Fiz o “Terra Estrangeira”,
que foi um filme fundamental para a retomada do
cinema brasileiro. Foi aquele momento em que eu estava
me sentindo pronto para arriscar mais.
COMO VINHO
É com tranquilidade que Alexandre Borges
encara a passagem de tempo. Mas, apesar de
satisfeito com o momento atual de vida e de
trabalho, o ator, não deixa de se cuidar. Caminhada,
por exemplo, é algo que não pode faltar
em sua rotina. Ele dedica, pelo menos, 40 minutos
do seu dia para isso, além de fazer abdominais
e flexões. “Também faço limpeza de
pele e uso uns creminhos. Cortei refrigerante
e parei de comer muito doce. São coisas com
que você vai se adaptando com a idade para
ter uma coisa mais saudável”, pondera.
Para o ator, cada idade tem um personagem.
O que significa que trabalho não vai faltar. Por
isso, ele não faz a menor questão de aparentar
ser mais jovem do que é. “Você pode ser
um ator shakespeariano e ter emprego a vida
toda, porque sempre vai ter personagens para
pessoas de 50, 60, 70 anos. É você, com todas
as limitações e coisas que vão acontecendo,
tentar se manter apto para estar em cena, trabalhando
e exercendo”, ressalta.