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EM FOCO<br />
17<br />
orçamentos do Estado de 2016 e 2017, e para lá desse<br />
quadro, que permitiram a reposição dos feriados; a<br />
reposição do horário de trabalho de 35 horas na<br />
administração pública; a eliminação dos cortes salariais<br />
ou da sobretaxa no IRS; a reposição da taxa de 13% no<br />
IVA da restauração; o aumento das pensões de reforma;<br />
o alargamento e majoração do valor do abono de família;<br />
o descongelamento e aumento do subsídio de refeição na<br />
administração pública; a reposição do direito à<br />
contratação colectiva no sector empresarial do Estado; a<br />
reposição integral, a partir de 2018, do subsídio de Natal<br />
aos reformados e trabalhadores da administração pública<br />
e as perspectivas abertas para a valorização, para efeitos<br />
de reforma, das carreiras contributivas mais longas.<br />
Valoriza ainda outras medidas que avançam para lá da<br />
situação existente antes do pacto de agressão, como a<br />
redução do Pagamento Especial por Conta (PEC) para<br />
mais de 120 mil micro, pequenos e médios empresários,<br />
os apoios nos combustíveis aos pescadores e agricultores,<br />
ou ainda o alargamento da gratuitidade dos manuais<br />
escolares a 370 mil crianças do 1.º ciclo.<br />
Exigindo o cumprimento integral do conjunto de<br />
compromissos assumidos no Orçamento do Estado<br />
aprovado para este ano o PCP continuará a intervir para<br />
assegurar que todas as possibilidades entretanto abertas<br />
se concretizem.<br />
Os avanços alcançados dão ainda mais força à convicção<br />
de que os interesses do País e uma resposta mais plena<br />
aos seus problemas exige uma outra política, uma política<br />
patriótica e de esquerda.<br />
4 – Sem prejuízo do conjunto de decisões de sentido<br />
positivo resultantes da iniciativa e contribuição do PCP e<br />
inseparáveis da actual correlação de forças, o Governo PS<br />
assumiu um conjunto de opções contrárias ao sentido de<br />
uma outra política capaz de responder aos problemas<br />
nacionais e afirmar a soberania, de que são exemplo: o<br />
acordo com as confederações patronais e a UGT na<br />
concertação social; a não eliminação da caducidade da<br />
contratação colectiva e a não assumpção do princípio do<br />
tratamento mais favorável, renunciando à eliminação<br />
desta e de outras normas gravosas do Código do Trabalho<br />
e da legislação laboral da Administração Pública; o<br />
anúncio de renovação de PPP na saúde; a entrega da<br />
CARRIS e da STCP à gestão municipal, a opção de<br />
entrega, no imediato ou a prazo, do Novo Banco ao<br />
grande capital; a estratégia de extensão de fundações a<br />
novas instituições do Ensino Superior; o propósito de<br />
transferência de serviços públicos e funções sociais do<br />
Estado para as autarquias locais; a liberalização do sector<br />
do táxi; a proposta de alteração da Lei Sindical da PSP;<br />
a chamada reforma da floresta e opções de coesão e<br />
desenvolvimento territorial e os posicionamentos de<br />
política externa de defesa do reforço da NATO e de<br />
aprofundamento da União Europeia.<br />
5 – O PCP prosseguirá a sua intervenção, determinada<br />
pelo seu compromisso com os trabalhadores, o povo e o<br />
País, tendo presentes as possibilidades e a necessidade<br />
de dar resposta às suas aspirações e direitos, não iludindo<br />
limitações, constrangimentos e contradições, contradições<br />
que desenvolvimentos recentes põem em evidência. Seja<br />
pela confirmação por parte do PS de opções que não<br />
rompem com a política de direita e que traduzem a sua<br />
vinculação com o grande capital; seja pela estratégia que<br />
PSD, e também CDS, têm em curso para procurar<br />
branquear o seu passado recente, dar corpo à sua posição<br />
revanchista face ao afastamento do poder, desestabilizar<br />
o País e tentar atingir ou condicionar o PCP; seja pela<br />
persistência em «pactos de regime» ou na promoção de<br />
«consensos alargados» que na prática assegurem que em<br />
decisões e questões estruturantes os interesses e<br />
objectivos associados ao chamado «bloco central»<br />
prevaleçam.<br />
O PCP não determinará a sua intervenção a partir de<br />
pressões, nem condicionará a sua intervenção e juízo<br />
próprio a manobras de conjuntura.<br />
O PCP não desbaratará gratuitamente possibilidades e<br />
perspectivas criadas no plano político com a nova<br />
correlação de forças.<br />
O PCP não contribuirá para apatias e conformismos que<br />
limitem o papel insubstituível da luta dos trabalhadores e<br />
do povo para defender, repor e conquistar direitos e<br />
concretizar outro rumo para Portugal.<br />
O PCP não transigirá perante a política de direita e as<br />
opções que lhe dêem corpo, venham de onde vierem nem<br />
abandonará a plena afirmação das suas propostas e<br />
projecto.<br />
6 – O Comité Central do PCP sublinha que os avanços e<br />
conquistas alcançados só se tornaram possíveis numa<br />
correlação de forças em que o PS não dispõe de um<br />
governo maioritário. Avanços e conquistas que, para além<br />
do que o Programa do PS admitia, só se tornaram<br />
possíveis pela acção e luta dos trabalhadores e do povo e<br />
da iniciativa, contribuição e influência decisivas do PCP.<br />
Medidas e avanços que um governo maioritário do PS<br />
nunca adoptou nem adoptaria.<br />
O PCP reafirma a sua determinação e compromisso com<br />
os trabalhadores e o povo de prosseguir a sua intervenção<br />
e contribuição no caminho da defesa, reposição e<br />
conquista de rendimentos e direitos.<br />
IV<br />
A importância da luta de massas<br />
no actual quadro político e social<br />
A gravidade dos problemas que estão colocados aos<br />
portugueses exige a ruptura com a política de direita e o<br />
desenvolvimento da luta dos trabalhadores e do povo para<br />
a sua concretização.<br />
Registando a existência de condições mais favoráveis para<br />
responder aos problemas imediatos dos trabalhadores e<br />
do povo, o Comité Central do PCP destaca o papel e o<br />
valor insubstituível da luta de massas, não apenas com o<br />
objectivo de consolidar os avanços, mas simultaneamente<br />
de dar novos passos que possam levar mais longe a<br />
resposta aos problemas e aspirações dos trabalhadores e<br />
do povo.<br />
O Comité Central do PCP saúda a luta dos trabalhadores<br />
e das populações que tem vindo a verificar-se por todo o<br />
País: na Administração Pública, contra a precariedade,<br />
pela contratação de milhares de profissionais em falta nos<br />
serviços, pelo descongelamento das carreiras e dos<br />
salários, com destaque para a luta desenvolvida pelos<br />
assistentes operacionais e técnicos no sector da saúde e<br />
trabalhadores não docentes da educação. Saúda<br />
igualmente as lutas realizadas em muitas empresas do<br />
sector privado a partir de reivindicações concretas dos<br />
trabalhadores, nomeadamente: nos SAMS, PT/Porto,<br />
Metalorigor, Centros de contacto da EDP, Groz-Beckert,<br />
CAMO, Euroresinas, Petrogal, EFATM, Ar liquido,<br />
Valindo/Fafe, CROWNE PLAZZA, SUCH, Centro de<br />
contacto da Teleperfomance, MGM, Jumbo de Almada,<br />
entre outras, bem como no sector da vigilância e da<br />
limpeza.<br />
Reafirmada como uma prioridade da intervenção do PCP<br />
nesta nova fase da vida política nacional, a luta contra a<br />
precariedade dos vínculos laborais na Administração<br />
Pública tem vindo a alargar-se e fortalecer-se, fruto de<br />
uma maior consciencialização para a necessidade de<br />
terminar com este flagelo nacional. A sinalização do<br />
número de trabalhadores com vínculos precários na<br />
Administração Pública, sendo um passo importante,<br />
reclama da parte dos trabalhadores um ainda maior<br />
envolvimento para concretizar a efectiva resolução deste<br />
problema.<br />
O Comité Central do PCP destaca igualmente a dimensão<br />
e a diversidade da luta das populações em várias regiões<br />
do País, pela melhoria da qualidade dos serviços<br />
prestados, como no sector da saúde e nos transportes<br />
públicos de passageiros. Mas também a luta dos<br />
estudantes e dos pais contra as más condições e a falta<br />
de pessoal em muitas escolas.<br />
O Comité Central do PCP sublinha a importância das<br />
acções de massas em curso e apela ao envolvimento dos<br />
militantes do Partido na sua preparação e realização, com<br />
destaque para: o desenvolvimento da luta reivindicativa<br />
a partir dos locais de trabalho, das empresas e sectores;<br />
a manifestação nacional de mulheres convocada pelo<br />
MDM, para o dia 11 de Março em Lisboa; a semana da<br />
igualdade (de 6 a 10 de Março) e o roteiro contra a<br />
precariedade promovidos pela CGTP/IN; as comemoração<br />
do dia 24 de Março, dia do Estudante e do 28 de Março,<br />
dia nacional da juventude, em que se destaca a<br />
manifestação nacional da juventude trabalhadora contra<br />
a precariedade convocada pela CGTP-IN / Interjovem; as<br />
comemorações populares do 43.º aniversário da<br />
Revolução de Abril e, particularmente, para as<br />
comemorações do 1.º de Maio, com uma mobilização a<br />
partir da acção reivindicativa por objectivos concretos em<br />
cada uma das empresas e sectores, afirmando este dia<br />
como grande jornada de luta dos trabalhadores.<br />
O Comité Central salienta o significado da realização de<br />
congressos e eleições sindicais, bem como do XX<br />
Encontro Nacional de comissões de trabalhadores a<br />
realizar em Lisboa a 2 de Junho.<br />
O Comité Central do PCP destaca a importância da<br />
intervenção dos comunistas na actividade e reforço dos<br />
movimentos e organizações de massas e nas lutas por eles<br />
desenvolvidas, como um decisivo contributo para o<br />
desenvolvimento da luta de massas, mas também para o<br />
alargamento da convergência dos vários sectores e<br />
camadas sociais antimonopolistas, dos democratas e<br />
patriotas, para a luta pela política patriótica e de esquerda<br />
e pela alternativa política que a concretize.<br />
V<br />
Eleições autárquicas<br />
Afirmar a CDU e o seu projecto de<br />
trabalho, honestidade e competência<br />
1 – As eleições para as autarquias locais assumem um<br />
carácter prioritário no quadro da acção geral do Partido.<br />
A sua preparação deve ser encarada como momento e<br />
oportunidade de alargamento unitário, de afirmação do<br />
valor e projecto da CDU, de intervenção e proximidade<br />
aos problemas e aspirações locais, que contribua para o<br />
maior enraizamento e influência social e política do PCP.<br />
Momento também para assegurar, pelo reforço eleitoral<br />
da CDU, uma contribuição mais decisiva para dar<br />
resposta e solução aos problemas locais, para dar mais<br />
força ao PCP e ao seu papel decisivo na concretização do<br />
caminho de defesa, reposição e conquista de rendimentos<br />
e direitos, e para dar resposta, no âmbito da política<br />
patriótica e de esquerda que propõe, aos problemas dos<br />
trabalhadores, do povo e do País.<br />
2 – O PCP apresenta-se a estas eleições no quadro da<br />
CDU – Coligação Democrática Unitária, PCP-PEV, que<br />
integra no plano político o Partido Comunista Português,<br />
o Partido Ecologista «Os Verdes» e a Associação<br />
Intervenção Democrática. Inscreve como objectivos a<br />
apresentação de listas a todos os órgãos municipais e ao<br />
maior número possível de freguesias. Afirma-se como<br />
espaço de intervenção unitária e participação cívica de<br />
milhares de homens e mulheres sem filiação partidária<br />
que reconhecem na CDU o seu percurso de trabalho,<br />
honestidade e competência e a identificam como espaço<br />
privilegiado de intervenção e contribuição para o<br />
progresso e desenvolvimento locais. Um espaço que se<br />
assume com projecto e identidade próprias, que se recusa<br />
esconder em falsos projectos «independentes» que, a<br />
coberto de candidaturas de cidadãos eleitores, acolhem,<br />
na maioria das situações, disfarçadas coligações, arranjos<br />
partidários ou espaço de promoção de ambições pessoais<br />
ou dos grandes interesses económicos.<br />
A CDU apresenta-se em todo o País com o seu projecto<br />
alternativo e o carácter distintivo da sua acção autárquica.<br />
Fazendo prova dos valores de Trabalho, Honestidade e<br />
Competência que assume, da dimensão da obra realizada<br />
e de uma intervenção em defesa dos interesses das<br />
populações e dos trabalhadores, do reconhecido rigor e<br />
isenção na gestão das autarquias e na postura dos seus<br />
eleitos, da intervenção em defesa dos serviços públicos e<br />
afirmação do Poder Local Democrático.<br />
Na nova fase da vida política nacional ganha