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23-2-2017<br />
EM FOCO<br />
5<br />
Administração Local, indústria e ambiente, comércio, educação, seguros, hotelaria<br />
Razões para mais luta<br />
Em greves, concentrações e plenários,<br />
milhares de trabalhadores de muito<br />
diferentes sectores e profissões<br />
mostram, por estes dias, que estão determinados<br />
a elevar as formas de luta, para conquistarem<br />
melhores salários e defenderem as carreiras<br />
profissionais e o direito à negociação colectiva.<br />
Para reclamar aumentos salariais<br />
e progressão na carreira<br />
(equiparando a situação dos operadores<br />
de armazém à dos operadores<br />
de supermercado), os<br />
trabalhadores da Logística da<br />
Sonae, na Azambuja e na Maia,<br />
fazem greve desde as 23h30 de<br />
hoje, até às 2h00 de sábado, dia<br />
25.<br />
O CESP/CGTP-IN exige que<br />
as empresas da Sonae acabem<br />
com a injustiça de, sem progressão<br />
na carreira, manter trabalhadores<br />
durante 10 ou 20 anos<br />
com o salário mínimo nacional,<br />
tal como os que entraram mais<br />
recentemente. Na Azambuja,<br />
sexta-feira de manhã, estará com<br />
o piquete de greve o Secretário-<br />
-geral da Intersindical, Arménio<br />
Carlos.<br />
Termina amanhã, em Setúbal<br />
(abrangendo ainda Lisboa, Beja,<br />
Évora e Faro), o ciclo de plenários<br />
inter-regionais de activistas<br />
que o Sindicato Nacional<br />
dos Trabalhadores da Administração<br />
Local iniciou no dia<br />
15, no Porto (também com os<br />
distritos de Braga, Bragança, Viana<br />
do Castelo e Vila Real), e<br />
que iria prosseguir, ontem, em<br />
Coimbra (incluindo Aveiro, Castelo<br />
Branco, Guarda, Leiria, Portalegre,<br />
Santarém e Viseu).<br />
O STAL/CGTP-IN pretendeu,<br />
assim, mobilizar os funcionários<br />
de autarquias, empresas públicas<br />
e concessionárias para a<br />
luta pela recuperação do poder<br />
de compra e pela revalorização<br />
das carreiras.<br />
No Porto, onde se reuniram<br />
mais de 200 activistas, foi aprovada<br />
uma resolução – que, no<br />
essencial, iria ser colocada nos<br />
outros dois plenários inter-regionais<br />
– em que se defende, com<br />
urgência, o aumento real dos salários<br />
e pensões, em quatro por<br />
cento, assegurando um mínimo<br />
de 50 euros.<br />
O STAL reclama igualmente<br />
o descongelamento da progressão<br />
nas posições remuneratórias;<br />
a actualização do salário mínimo<br />
nacional para 600 euros;<br />
a actualização do subsídio de refeição<br />
para 6,50 euros; a reposição<br />
dos valores do trabalho extraordinário<br />
e outras prestações<br />
remuneratórias; a redução, para<br />
1,5 por cento, do desconto<br />
para a ADSE; a alteração dos<br />
Os trabalhadores<br />
mobilizam-se por mais<br />
justos aumentos<br />
dos salários<br />
escalões de IRS; a reposição de<br />
um regime de carreiras digno,<br />
combatendo a polivalência e a<br />
flexibilidade, recuperando o direito<br />
de evolução (progressões e<br />
promoções) e valorizando as retribuições;<br />
e a regulamentação<br />
do suplemento de insalubridade,<br />
penosidade e risco, um direito<br />
conquistado há 19 anos e<br />
que nunca foi aplicado à Administração<br />
Local.<br />
Na resolução, assinala-se que<br />
«o poder de compra dos trabalhadores<br />
e pensionistas da Administração<br />
Pública Central e<br />
Local está hoje ao nível de<br />
1997» e que, «mesmo depois da<br />
eliminação dos cortes salariais,<br />
impostos em 2010, o salário líquido<br />
continua a ser inferior ao<br />
auferido em 2010». O STAL vinca<br />
que «esta brutal desvalorização<br />
salarial atinge com particular<br />
gravidade os trabalhadores<br />
da Administração Local», dos<br />
quais «cerca de 76 por cento<br />
não beneficiaram de qualquer<br />
reposição salarial», sendo que<br />
«49,2 por cento dos trabalhadores<br />
(assistentes operacionais,<br />
operários, auxiliares) têm como<br />
remuneração-base média mensal<br />
bruta 637,30 euros e como<br />
ganho médio mensal bruto<br />
777,80 euros».<br />
De segunda-feira até hoje, a<br />
Fenprof decidiu promover plenários<br />
de professores contratados<br />
em todas as escolas públicas<br />
de ensino artístico especializado,<br />
para analisar acções a<br />
desenvolver, perante o desfecho<br />
das negociações sobre a revisão<br />
do regime de concursos. Na versão<br />
final do Governo, mantém-<br />
-se a exclusão deste docentes.<br />
O Sindicato da Hotelaria do<br />
Algarve convocou greve de 24<br />
horas para 28 de Fevereiro, em<br />
todos os estabelecimentos do<br />
Grupo Pestana na região, para<br />
que a terça-feira de Carnaval seja<br />
ali considerada como feriado<br />
e que o trabalho prestado nesse<br />
dia seja remunerado com o correspondente<br />
acréscimo, como<br />
sucede no resto do País.<br />
A importância da luta dos trabalhadores no actual momento foi salientada no Plenário Nacional de<br />
Sindicatos da CGTP-IN, a 12 de Janeiro, que terminou frente ao Parlamento, onde foi entregue uma petição em<br />
defesa da contratação colectiva, com 76 mil assinaturas<br />
Quinzena<br />
A abrir a «quinzena de acção<br />
e luta» que a Fiequimetal/CGTP-<br />
-IN promove até 10 de Março,<br />
os trabalhadores da Valorsul e<br />
da Amarsul deslocam-se hoje,<br />
de manhã, à sede da Mota-Engil,<br />
onde realizam um plenário<br />
geral conjunto, no qual participa<br />
também o Secretário-geral da<br />
CGTP-IN, Arménio Carlos.<br />
Os salários não são actualizados<br />
desde 2009 e, com a privatização<br />
do Grupo EGF, os novos<br />
accionistas maioritários apressaram-se<br />
a dividir os resultados<br />
acumulados (em parte, à custa<br />
do corte nos salários), recusando-se<br />
a cumprir o direito de negociação<br />
colectiva e, em geral,<br />
os acordos de empresa em vigor.<br />
Para amanhã, estão convocadas<br />
greves de 24 horas, na ThyssenKrupp<br />
Elevadores e na Tesco.<br />
Em ambos os casos, foram<br />
marcadas concentrações fora das<br />
empresas e novas greves estão<br />
anunciadas para Março.<br />
O início da «quinzena de acção<br />
e luta» foi precedido de plenários,<br />
reuniões e contactos, nas<br />
últimas duas semanas, para decidir<br />
com os trabalhadores as<br />
acções a realizar, para «exigir<br />
respostas do patronato e do Governo<br />
a problemas que são comuns<br />
aos trabalhadores das indústrias<br />
metalúrgicas, químicas,<br />
eléctricas, farmacêutica, celulose,<br />
papel, gráfica, imprensa,<br />
energia e minas». Ao divulgar<br />
as acções programadas, a Fiequimetal<br />
destacou o aumento geral<br />
dos salários, a defesa dos direitos,<br />
a melhoria das condições<br />
de trabalho, a redução do horário<br />
de trabalho para as 35 horas<br />
semanais e o fim dos vínculos<br />
precários.<br />
A agenda desta «quinzena» inclui<br />
greves na Bosch Car Multimédia<br />
e na Delphi, ambas em<br />
Braga, no dia 27. Nesta mesma<br />
segunda-feira entram em greve,<br />
até 4 de Março, os trabalhadores<br />
da Beralt Tin and Wolfram<br />
(Mina da Panasqueira).<br />
Os trabalhadores da Randstad<br />
no call center da EDP em<br />
Lisboa (Parque das Nações e<br />
Quinta do Lambert), em plenários<br />
na semana passada, decidiram<br />
marcar greve para dia 28,<br />
para garantir o direito à terça-<br />
-feira de Carnaval, e para 28 de<br />
Março, associando as reivindicações<br />
à participação na manifestação<br />
do Dia Nacional da Juventude,<br />
contra a precariedade.<br />
Para 1, 2 e 3 de Março, está<br />
marcada greve na Multiauto<br />
(estabelecimentos em Setúbal,<br />
Beja, Évora e Sines). No dia 2,<br />
a apresentação dos resultados<br />
do Grupo EDP será marcada<br />
com uma concentração junto da<br />
sede da eléctrica.<br />
Os trabalhadores do consórcio<br />
da manutenção da refinaria<br />
de Sines da Petrogal realizam<br />
uma concentração, no dia 3. Para<br />
dia 7 está agendada uma concentração<br />
de trabalhadores da<br />
Imprensa Nacional Casa da<br />
Moeda.<br />
Roteiro<br />
A União dos Sindicatos de<br />
Évora e o Sinapsa realizaram,<br />
no dia 17, sexta-feira, uma iniciativa<br />
de informação e sensibilização<br />
junto dos trabalhadores<br />
do call center da Fidelidade,<br />
na capital do distrito. A funcionar<br />
há cerca de 15 anos, já por<br />
ali passaram sete empresas de<br />
trabalho temporário. Hoje, os<br />
mais de 500 trabalhadores ocupam<br />
postos de trabalho permanentes,<br />
mas com contratos temporários,<br />
acusa a estrutura distrital<br />
da CGTP-IN.<br />
A iniciativa inseriu-se no «roteiro<br />
contra a precariedade», que<br />
volta a ter ali uma acção distrital<br />
a 14 de Março.<br />
No dia 2 de Fevereiro, a União<br />
dos Sindicatos do Norte Alentejano<br />
e o Sindicato dos Professores<br />
da Zona Sul alertaram, no<br />
local, para a elevada precariedade<br />
no Agrupamento de Escolas<br />
de Ponte de Sor, que atinge<br />
docentes e não docentes, agravada<br />
pela falta de pessoal.