EMPREENDA REVISTA - ED. 28 - MAITÊ PEDROSO - SET/19
Revista de Negócios focada no público empreendedor
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22<br />
GESTÃO E NEGÓCIOS<br />
COMO A DISNEY INTERNACIONALIZOU<br />
SEUS PARQUES<br />
Levar a sua empresa para outro país é uma decisão difícil<br />
de ser tomada e pode carregar um grande nível de<br />
ansiedade. Mas como devemos enxergar a oportunidade<br />
que bate a porta, de oferecer ao mundo nossos produtos<br />
e serviços? Será que essa oportunidade é sempre<br />
um bom negócio?<br />
Como me dedico a estudar a metodologia Disney, é meu<br />
dever analisar essa circunstância sob o ponto de vista<br />
do Mickey, o verdadeiro CEO da Disney. Sendo assim,<br />
vamos entender como a Disney deu seus primeiros passos<br />
para fora dos EUA e como ela encarou e, ainda encara,<br />
seus negócios além de suas fronteiras. As animações<br />
criadas por Walt Disney sempre foram aclamadas pelo<br />
mundo todo. No entanto, ao serem exibidas em outros<br />
países, a Disney tinha pouca ou nenhuma participação<br />
no processo. Pois o Disney Brothers Studios (antigo<br />
nome da empresa), era apenas a produtora desses<br />
conteúdos e, precisava de empresas distribuidoras para<br />
que esse produto chegasse nos 4 cantos dos EUA, em<br />
alguns casos para outros países. Por esse motivo, o primeiro<br />
processo de internacionalização que a Disney sofreu<br />
foi de suma importância para a empresa, mas não<br />
se tornou lucrativo neste momento.<br />
O resultado? Sucesso absoluto. A Tokio Disneyland foi<br />
um protótipo de sucesso, predecessor dos parques de<br />
Paris, Hong Kong e Shanghai, e é até hoje um dos parques<br />
mais visitados da franquia Disney. Além disso foi<br />
expandido em 2001 com a construção do “Tokio Disney<br />
Sea”, um parque diferente de todos os outros ao<br />
redor do mundo. Essa experiência foi a base de como<br />
a Disney encara seus projetos internacionais. Com cautela,<br />
por meio de muito estudo e, acima de tudo mantendo<br />
o padrão de excelência da empresa. Aprendemos,<br />
portanto, que paciência é vital para saber a hora certa<br />
de tomar esse passo importante na vida do nosso negócio.<br />
Além disso, o equilíbrio entre ceder e ser firme<br />
com os seus processos também é parte vital. Perceba<br />
que a Disney abriu mão de certo controle, mas não do<br />
que está estabelecido em sua cultura, como a excelência<br />
e a experiência de seu cliente.<br />
Lembre-se das sábias palavras do explorador espacial<br />
Buzz Lightyear sempre que decidir expandir seus negócios:<br />
“Ao infinito e além”<br />
Quando falamos da divisão de Parks & Resorts, a Disney<br />
decidiu construir seu primeiro parque fora dos EUA no<br />
fim da década de 70, e este projeto se concretizou no<br />
início da década de 80. Este processo foi interessante,<br />
pois a Disney, uma empresa com as garras fincadas no<br />
legado de seu fundador, teve que abrir exceções importantes<br />
para se adequar ao mercado japonês, que tanto<br />
a interessava e também serviria de protótipo para futuros<br />
projetos. A Disney, sempre tão possessiva com suas<br />
marcas e personagens, teve de abrir mão da administração<br />
do parque para a “The Oriental Land Company”,<br />
dona do terreno e das licenças do governo japonês para<br />
a construção. No entanto, não abriu mão de liderar o<br />
projeto e de impor os seus padrões de qualidade, atendimento<br />
e excelência.<br />
Lembre-se sempre:<br />
“AO INFINITO E ALÉM”<br />
BRUNO GONÇALVES<br />
Especialista em metodologia<br />
Disney @uau.business