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OUTUBRO-2019-25_aniversario

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16 | <strong>OUTUBRO</strong> <strong>2019</strong> | LUSITANO DE ZURIQUE | www.cldz.eu<br />

COMUNIDADE<br />

Serviços de tradução em Zurique<br />

Por vezes precisamos de ir ao médico ou há uma reunião na escola do filho ou da filha e os conhecimentos<br />

de alemão são insuficientes. Noutros casos, bastante mais raros, temos problemas ou situações a<br />

resolver com a justiça e aí, também, temos dificuldades em exprimir-nos.<br />

NUNO BRANDÃO<br />

São estas as áreas nas quais a falta de<br />

conhecimentos do alemão pode ter consequências<br />

mais graves. Por isso é indispensável<br />

evitar os mal-entendidos.<br />

O melhor meio para tal é recorrer a alguém<br />

que tenha os ditos conhecimentos<br />

da língua. Muitas vezes encontra-se<br />

essa pessoa no agregado familiar ou<br />

entre os amigos. Mas tal nem sempre<br />

é possível ou aconselhável, sobretudo<br />

quando se trata de matérias sensíveis.<br />

O Lusitano informou-se junto de duas<br />

entidades que estão ligadas a essa problemática;<br />

A associação Interpret, www.<br />

inter-pret.ch/de, que é responsável pela<br />

certificação dos intérpretes profissionais<br />

na Suíça e também o secretariado para a<br />

integração da cidade de Zurique, www.<br />

stadt-zuerich.ch/integracao, (página com<br />

muitas informações e links em português).<br />

Foram-lhes colocadas 3 questões:<br />

Como se deve proceder quando é necessário<br />

um intérprete?<br />

Este serviço é gratuito?<br />

Em que áreas é que se tem direito a um<br />

intérprete?<br />

Apesar de não haver uma regulamentação<br />

unitária desta matéria e a informação<br />

estar muito dispersa, foi possível<br />

tirar as seguintes conclusões:<br />

No que diz respeito à primeira questão,<br />

a informação que obtivemos foi a de<br />

que se deve sempre esclarecer junto da<br />

autoridade ou pessoa competente (professor,<br />

médico, advogado, etc.) se e em<br />

que situações poderá ser chamado um<br />

intérprete. Deverá explicar-se então à<br />

autoridade ou pessoa competente que<br />

não temos conhecimentos suficientes<br />

do alemão e que desejaríamos um intérprete<br />

profissional para essa consulta ou<br />

conversa. As vantagens de um intérprete<br />

profissional nomeado são, além do conhecimento<br />

dos dois idiomas, a neutralidade,<br />

o dever de sigilo e a consciência<br />

da responsabilidade inerente à situação.<br />

À segunda questão foi-nos respondido<br />

que na área da Justiça existe o direito<br />

a ser ouvido e também o princípio da<br />

Justiça no processo, o que fortalece a<br />

posição do interveniente que não domina<br />

o idioma no sentido de ter acesso a<br />

um intérprete. Como tal, dado não haver<br />

nesta área normas concretas, aconselha-se<br />

os interessados a perguntar<br />

diretamente se os custos com intérpretes<br />

são assumidos pelo tribunal ou não.<br />

Na área escolar existe um documento<br />

da direção cantonal do ensino que prevê<br />

esta situação. No entanto, os custos com<br />

intérpretes são assumidos pelas comunas.<br />

Assim, fica ao critério das escolas<br />

decidir em que casos será de convocar<br />

um intérprete. Há escolas que perguntam<br />

se temos alguém conhecido que possa<br />

traduzir. No entanto, foi-nos recomendado<br />

que, nesses casos, se peça um intérprete<br />

(não exigir!). Normalmente as escolas<br />

apreciam encarregados de educação<br />

interessados e empenhados, pelo que,<br />

na maior parte dos casos, convocarão<br />

um intérprete.<br />

Na área da saúde a discussão é grande<br />

sobre a questão de saber quando é necessário<br />

um intérprete e quem assume<br />

os custos.<br />

Um parecer feito a pedido do BAG (Bundesamt<br />

für Gesundheit), o equivalente ao<br />

ministério da saúde em Portugal, aconselhava,<br />

em 2008, que os custos com intérpretes<br />

fossem pagos pelos seguros de<br />

saúde. No entanto, no que diz respeito a<br />

este tema, ainda não foi dita a última palavra.<br />

Até agora os custos com intérpretes<br />

têm sido cobertos pelos cofres públicos.<br />

Uma vez que não existem regras<br />

que determinem quando um intérprete é<br />

necessário ou não na área da saúde, as<br />

pessoas contactadas aconselham a pedir<br />

um intérprete sempre que há dificuldades<br />

de compreensão.<br />

À terceira e última pergunta, a de saber<br />

em que áreas se tem direito a um<br />

intérprete, foi-nos respondido por um<br />

dos inquiridos: Um direito legalmente<br />

estabelecido só existe no contacto<br />

com as autoridades (polícia, entidades<br />

de investigação) e Tribunais.<br />

Nas outras áreas, como já foi referido, é<br />

sempre conveniente, no caso de não se<br />

dominar o idioma, pedir um intérprete e<br />

perguntar previamente quais são as condições.<br />

Isto para evitar mal-entendidos,<br />

que podem ser muito prejudiciais.

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