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NO Revista Novembro 2019

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CRÓNICA<br />

JOÃO F. CASTRO<br />

PROFESSOR MESTRADO EM GESTÃO PORTUÁRIA<br />

Mar no programa do XXI Governo<br />

Tomou posse o XXII Governo<br />

de Portugal. Foi tornado público e<br />

apresentado o respetivo programa.<br />

Inclui seis grandes áreas de intervenção/<br />

desafios: I - BOA GOVERNAÇÃO;<br />

II - ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS<br />

- Enfrentar as alterações climáticas<br />

garantindo uma transição justa; III -<br />

DEMOGRAFIA - Por um País com mais<br />

pessoas, melhor qualidade de vida e onde<br />

os cidadãos seniores são tratados com<br />

dignidade; IV - DESIGUALDADES<br />

- Mais e melhores oportunidades<br />

para todos, sem discriminações;<br />

V - SOCIEDADE DIGITAL,<br />

CRIATIVIDADE E I<strong>NO</strong>VAÇÃO - o<br />

futuro agora, construir uma sociedade<br />

digital;<br />

O Mar revela-se uma área transversal,<br />

que se interliga com muito outros setores<br />

da governação, contudo encontramos<br />

referência expressa a objetivos mais<br />

específicos, no subcapítulo II.IV -<br />

Valorizar o território - do mar à floresta,<br />

como:<br />

- Otimizar a governação do mar:<br />

conceção e implementação de uma<br />

Estratégia Nacional para o Mar 2030;<br />

concretização do processo de extensão<br />

da plataforma continental junto da<br />

comissão de limites da ONU; reforço<br />

dos clusters existentes e identificação<br />

de novas oportunidades na economia<br />

azul; linha de financiamento no domínio<br />

do controlo, supervisão e vigilância<br />

marítima; prosseguir a aposta nas<br />

novas energias oceânicas; preparar<br />

resposta para a elevação do nível do<br />

mar; plano plurianual de dragagens e<br />

de monitorização de infraestruturas<br />

marítimas;<br />

- Ordenamento e sustentabilidade dos<br />

recursos marinhos: implementação de<br />

novo plano de situação e ordenamento<br />

do espaço marítimo nacional; rede<br />

nacional de áreas marinhas protegidas;<br />

gestão de informação de apoio à decisão<br />

visando a exploração sustentável dos<br />

recursos marinhos vivos e não vivos;<br />

desenvolvimento de sistemas de alerta<br />

para recursos marinhos em risco;<br />

desenvolvimento de bancos de recursos<br />

genéticos marinhos para valorização<br />

económica; criação de zona piloto de<br />

emissões controladas no mar português<br />

em parceria com a Agência Europeia de<br />

de Segurança Marítima (EMSA);<br />

- Apoiar a pesca e a aquicultura<br />

inovadora e sustentável: reestruturar<br />

e modernizar a frota pesqueira<br />

aumentando a atratividade do setor;<br />

aposta no conhecimento para uma<br />

pesca sustentável; reforço de artes<br />

de pesca seletivas e biodegradáveis;<br />

desenvolvimento de novas concessões<br />

aquícolas; promover a aquicultura em<br />

mar aberto; expandir e diversificar a<br />

atividade aquícola; estender a todo o<br />

pais as lotas 4.0, aproximando-as das<br />

comunidades piscatórias;<br />

- Desenvolver uma economia azul<br />

circular: promovendo modelos<br />

de negócio baseados na recolha e<br />

valorização do lixo marinho; combate<br />

aos agentes poluidores dos oceanos;<br />

promover a biotecnologia azul bem<br />

como o aproveitamento e valorização dos<br />

subprodutos da pesca e aquicultura;<br />

- Descarbonizar o transporte<br />

marítimo: redução de emissões nos<br />

portos e transporte de mercadorias;<br />

dotar os estaleiros portugueses de<br />

competências para embarcações<br />

inteligentes e autónomas; apoio<br />

à indústria nacional de reparação<br />

e construção naval visando as<br />

exportações; promover o uso do Gás<br />

Natural Liquefeito (GNL); dinamizar a<br />

multimodalidade e o transporte marítimo<br />

de curta distância;<br />

- Reforçar a observação e investigação<br />

oceânica: novo programa de atualização<br />

dos meios de investigação; participação<br />

na rede global de observação dos<br />

oceanos; instalar o observatório do<br />

atlântico; aumentar a observação<br />

oceânica visando o apoio e previsão<br />

de perigos; programa de proteção das<br />

espécies marinhas em risco; cartografia<br />

nacional e identificação dos recursos<br />

marinhos vivos e não vivos; banco de<br />

dados da distribuição geográficas das<br />

atividades nos oceanos;<br />

- Simplex do Mar: desmaterialização<br />

de procedimentos nas atividades de<br />

acesso ao Mar, a “embarcação na hora”,<br />

criação do ‘Documento Único’ do<br />

marítimo; novo Documento Único da<br />

Pesca; desmaterialização dos diários<br />

de bordo e ampliação da aplicação dos<br />

diários de pesca eletrónicos; modelo de<br />

aprovação de projetos de construção e<br />

de remodelação de embarcações e novas<br />

estruturas oceânicas,<br />

- Alteração da Lei de Bases da Política<br />

de Ordenamento e Gestão do Espaço<br />

Marítimo Nacional.<br />

Para os Açores, este programa de<br />

governo, assume um interesse particular,<br />

por dois grandes motivos, que não<br />

poderíamos deixar de destacar: Por um<br />

lado, pelo seu conteúdo, que aborda<br />

muitas das questões de interesse para<br />

o Mar dos Açores; Por outro, porque<br />

o principal responsável pela sua<br />

implementação é o Dr. Ricardo Serrão<br />

Santos, que assume a pasta do Ministro<br />

do Mar do XXII Governo de Portugal.<br />

Um profundo conhecedor, com um<br />

vasto currículo cívico, científico e<br />

politico, no contexto regional, nacional e<br />

internacional.<br />

Votos dos maiores sucessos, que o serão<br />

também, para o Mar dos Açores!<br />

<strong>NO</strong><strong>NO</strong>V19<br />

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