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CRÓNICA<br />
JOÃO F. CASTRO<br />
PROFESSOR MESTRADO EM GESTÃO PORTUÁRIA<br />
Mar no programa do XXI Governo<br />
Tomou posse o XXII Governo<br />
de Portugal. Foi tornado público e<br />
apresentado o respetivo programa.<br />
Inclui seis grandes áreas de intervenção/<br />
desafios: I - BOA GOVERNAÇÃO;<br />
II - ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS<br />
- Enfrentar as alterações climáticas<br />
garantindo uma transição justa; III -<br />
DEMOGRAFIA - Por um País com mais<br />
pessoas, melhor qualidade de vida e onde<br />
os cidadãos seniores são tratados com<br />
dignidade; IV - DESIGUALDADES<br />
- Mais e melhores oportunidades<br />
para todos, sem discriminações;<br />
V - SOCIEDADE DIGITAL,<br />
CRIATIVIDADE E I<strong>NO</strong>VAÇÃO - o<br />
futuro agora, construir uma sociedade<br />
digital;<br />
O Mar revela-se uma área transversal,<br />
que se interliga com muito outros setores<br />
da governação, contudo encontramos<br />
referência expressa a objetivos mais<br />
específicos, no subcapítulo II.IV -<br />
Valorizar o território - do mar à floresta,<br />
como:<br />
- Otimizar a governação do mar:<br />
conceção e implementação de uma<br />
Estratégia Nacional para o Mar 2030;<br />
concretização do processo de extensão<br />
da plataforma continental junto da<br />
comissão de limites da ONU; reforço<br />
dos clusters existentes e identificação<br />
de novas oportunidades na economia<br />
azul; linha de financiamento no domínio<br />
do controlo, supervisão e vigilância<br />
marítima; prosseguir a aposta nas<br />
novas energias oceânicas; preparar<br />
resposta para a elevação do nível do<br />
mar; plano plurianual de dragagens e<br />
de monitorização de infraestruturas<br />
marítimas;<br />
- Ordenamento e sustentabilidade dos<br />
recursos marinhos: implementação de<br />
novo plano de situação e ordenamento<br />
do espaço marítimo nacional; rede<br />
nacional de áreas marinhas protegidas;<br />
gestão de informação de apoio à decisão<br />
visando a exploração sustentável dos<br />
recursos marinhos vivos e não vivos;<br />
desenvolvimento de sistemas de alerta<br />
para recursos marinhos em risco;<br />
desenvolvimento de bancos de recursos<br />
genéticos marinhos para valorização<br />
económica; criação de zona piloto de<br />
emissões controladas no mar português<br />
em parceria com a Agência Europeia de<br />
de Segurança Marítima (EMSA);<br />
- Apoiar a pesca e a aquicultura<br />
inovadora e sustentável: reestruturar<br />
e modernizar a frota pesqueira<br />
aumentando a atratividade do setor;<br />
aposta no conhecimento para uma<br />
pesca sustentável; reforço de artes<br />
de pesca seletivas e biodegradáveis;<br />
desenvolvimento de novas concessões<br />
aquícolas; promover a aquicultura em<br />
mar aberto; expandir e diversificar a<br />
atividade aquícola; estender a todo o<br />
pais as lotas 4.0, aproximando-as das<br />
comunidades piscatórias;<br />
- Desenvolver uma economia azul<br />
circular: promovendo modelos<br />
de negócio baseados na recolha e<br />
valorização do lixo marinho; combate<br />
aos agentes poluidores dos oceanos;<br />
promover a biotecnologia azul bem<br />
como o aproveitamento e valorização dos<br />
subprodutos da pesca e aquicultura;<br />
- Descarbonizar o transporte<br />
marítimo: redução de emissões nos<br />
portos e transporte de mercadorias;<br />
dotar os estaleiros portugueses de<br />
competências para embarcações<br />
inteligentes e autónomas; apoio<br />
à indústria nacional de reparação<br />
e construção naval visando as<br />
exportações; promover o uso do Gás<br />
Natural Liquefeito (GNL); dinamizar a<br />
multimodalidade e o transporte marítimo<br />
de curta distância;<br />
- Reforçar a observação e investigação<br />
oceânica: novo programa de atualização<br />
dos meios de investigação; participação<br />
na rede global de observação dos<br />
oceanos; instalar o observatório do<br />
atlântico; aumentar a observação<br />
oceânica visando o apoio e previsão<br />
de perigos; programa de proteção das<br />
espécies marinhas em risco; cartografia<br />
nacional e identificação dos recursos<br />
marinhos vivos e não vivos; banco de<br />
dados da distribuição geográficas das<br />
atividades nos oceanos;<br />
- Simplex do Mar: desmaterialização<br />
de procedimentos nas atividades de<br />
acesso ao Mar, a “embarcação na hora”,<br />
criação do ‘Documento Único’ do<br />
marítimo; novo Documento Único da<br />
Pesca; desmaterialização dos diários<br />
de bordo e ampliação da aplicação dos<br />
diários de pesca eletrónicos; modelo de<br />
aprovação de projetos de construção e<br />
de remodelação de embarcações e novas<br />
estruturas oceânicas,<br />
- Alteração da Lei de Bases da Política<br />
de Ordenamento e Gestão do Espaço<br />
Marítimo Nacional.<br />
Para os Açores, este programa de<br />
governo, assume um interesse particular,<br />
por dois grandes motivos, que não<br />
poderíamos deixar de destacar: Por um<br />
lado, pelo seu conteúdo, que aborda<br />
muitas das questões de interesse para<br />
o Mar dos Açores; Por outro, porque<br />
o principal responsável pela sua<br />
implementação é o Dr. Ricardo Serrão<br />
Santos, que assume a pasta do Ministro<br />
do Mar do XXII Governo de Portugal.<br />
Um profundo conhecedor, com um<br />
vasto currículo cívico, científico e<br />
politico, no contexto regional, nacional e<br />
internacional.<br />
Votos dos maiores sucessos, que o serão<br />
também, para o Mar dos Açores!<br />
<strong>NO</strong><strong>NO</strong>V19<br />
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