ENTREVISTA ENTREVISTA A antónio viveiros DeputadO na Assembleia LEGISLATIVA REGIONAL DOS AÇORES cláudia carvalho 40 <strong>NO</strong><strong>NO</strong>V19
ENTREVISTA Em que momento da sua vida é que se começou a interessar pela vida política? Desde muito novo que acompanhei a vida política, ainda que inicialmente sem qualquer participação direta. As minhas primeiras recordações são ainda anteriores ao 25 de abril de 1974, porquanto acompanhava o meu pai que regularmente ouvia a BBC, na sua emissão em português, com notícias que não circulavam a nível nacional. Tive conhecimento (por mera coincidência) da revolução do 25 de abril de 1974 ainda antes da 1ª aula no período da manhã no então Liceu Nacional de Ponta Delgada, transmitindo aos meus colegas da turma do 3º ano a novidade, na disciplina de História, da qual era Professor Luciano Mota Vieira. Acompanhei interessadamente os primeiros anos após o 25 de abril, tendo como muitos colegas do Liceu participado na manifestação do 6 de junho. Em 1983, como independente, fiz parte da lista à Câmara Municipal da Lagoa do CDS, lista esta encabeçada pelo professor Jorge Amaral. Em 1993, também como independente, fiz parte da candidatura do PSD à mesma autarquia e em 1996 fui candidato a deputado na ALRA pelo PSD então liderado pelo Dr. Álvaro Dâmaso, não tendo sido eleito. Quando é que assumiu funções enquanto deputado pelo PSD/Açores na ALRAA? Assumi as funções de deputado na atual legislatura, em novembro de 2016. Antes de assumir funções enquanto deputado na ALRAA, que funções desempenhava até então? Iniciei a minha atividade profissional em 1986 na Secretaria Regional do Trabalho, ingressando no Tribunal de Contas ainda no mesmo ano, passando depois por diversas Instituições Públicas, como os Serviços Sociais da Universidade dos Açores, Centro de Saúde de Ponta Delgada em 1993 e desde 1994 no Hospital de Ponta Delgada, do qual faço parte do seu quadro de pessoal. De que Comissões faz parte? Faço parte da Comissão de Economia, tendo feito parte da Comissão Eventual de Inquérito ao Setor Público Empresarial em 2018/19. Para além de deputado pelo PSD/ Açores, desempenha alguma outra função ou cargo dentro do partido? Sou Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD da Lagoa e Presidente da Mesa da Assembleia de Ilha de São Miguel. Qual é a sua opinião acerca da decisão do Governo da República ao auxiliar em 85% os estragos provocados pela intempérie Lorenzo? Numa Região tão exposta a catástrofes naturais e com recursos muito escassos, é fundamental ter a solidariedade nacional. Por consequência, concordo em absoluto com a decisão do Governo da República em assumir a comparticipação de 85% dos custos. Entendemos, contundo, que deveremos afastar qualquer demagogia e aproveitamento político nesta matéria, sendo fundamental, por exemplo, quantificar com rigor os prejuízos, afastando qualquer dúvida de aproveitamento da situação. Só assim este Governo ou qualquer outro, poderão ter credibilidade perante a República para situações futuras que infelizmente, mais cedo ou mais tarde acontecerão. Durante o seu percurso e até ao presente, qual momento destacaria enquanto deputado pelo PSD/ Açores na ALRAA? A atividade de um deputado de qualquer partido da oposição é uma tarefa complexa, quer na vertente da fiscalização política da atividade governamental, quer em matéria de propositura, porquanto existe claramente uma forte assimetria entre a informação de que dispomos e a que dispõe o governo e os deputados do partido que o suporta. Por outro lado, existe muita atividade que o público em geral não acompanha, como são os trabalhos em sede de comissões. Ainda assim destacaria, ao longo deste mandato, a participação na Comissão Eventual de Inquérito ao Setor Público Empresarial, pela informação que permitiu obter dada a natureza jurídica destas comissões Quais são os seus projetos no futuro no que diz respeito ao partido socialdemocrata? Espero que o PSD se possa posicionar como alternativa ao Partido Socialista em 2020, cujo governo se encontra esgotado na procura de soluções para os açorianos. Quais considera as temáticas que devem ser debatidas de momento na nossa região? No estado em que se encontra a Região, para além da excelente propaganda governamental com os avultados meios que se conhecem, importa encontrar um modelo de desenvolvimento, que nos retire da cauda do país e da europa. Os nossos indicadores económicos e sociais são maus e reconhecer os problemas é o primeiro passo. É fundamental debater o futuro dos setores básicos da nossa economia como a agricultura o turismo, as pescas e a economia associada ao mar em geral. É essencial debater a melhoria contínua das acessibilidades, condição básica para resolver problemas estruturais da nossa economia, fomentando o mercado interno que poderá ser essencial para as ilhas de menor dimensão. Ao fim de 40 anos, importa debater sem paixões e sem qualquer responsabilidade passada ou presente, o nosso modelo de governação. Esse balanço de 40 anos da autonomia é essencial. <strong>NO</strong><strong>NO</strong>V19 41