SCMedia News | Revista | Novembro 2019
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<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 41<br />
O<br />
mundo está em constante alteração e<br />
o procurement não é a excepção que<br />
confirma a regra. Há vários temas a<br />
marcar a actualidade do sector, em Portugal<br />
e em outros países da Europa. A tecnologia,<br />
nomeadamente o impacto da digitalização é<br />
um deles. Além disso, o que é necessário para<br />
tornar a área de compras mais eficiente? Uma<br />
coisa é certa, ainda há muito trabalho por<br />
fazer.<br />
“<br />
SE EU TENHO UM CUSTO PARA<br />
GERIR DE 50 MIL MILHÕES DE<br />
DÓLARES VERSUS 2 MIL MILHÕES<br />
DE DÓLARES E ALCANÇAR EM<br />
AMBAS AS EMPRESAS X POR<br />
CENTO DE POUPANÇAS, O VALOR/<br />
RETORNO EM VALOR ABSOLUTO É<br />
MAIOR NUMA GRANDE EMPRESA,<br />
O QUE PERMITE INVESTIR NA<br />
MINHA ORGANIZAÇÃO NA ÁREA<br />
DE COMPRAS PARA CRIAR OUTRAS<br />
CAPACIDADES<br />
“<br />
Daniel Silva, head of procurement EU na<br />
Amazon, esteve em Lisboa para participar na<br />
Procurement Conferência (ver página 30), onde<br />
partilhou com os profissionais nacionais a sua<br />
visão do actual estado desta área. À margem<br />
do evento conversámos com ele, procurando<br />
aprofundar a perspectiva de quem tem<br />
desenvolvido a carreira além-fronteiras, em<br />
multinacionais, contactando com mercados em<br />
diferentes estágios de evolução e maturidade.<br />
Já passou por empresas como Sonae MC,<br />
Accenture Strategy - Espanha, McKinsey &<br />
Company - Praga e agora Amazon Europe,<br />
estando há 13 anos a viver e trabalhar no<br />
estrangeiro. Afirma que em Portugal existe<br />
talento e ambições semelhantes. Aponta que a<br />
grande diferença se prende com o investimento<br />
por parte das empresas na função de compras,<br />
que está directamente relacionado com o<br />
retorno do investimento: “se eu tenho um<br />
custo para gerir de 50 mil milhões de dólares<br />
versus 2 mil milhões de dólares e alcançar em<br />
ambas as empresas x por cento de poupanças,<br />
o valor/retorno em valor absoluto é maior<br />
numa grande empresa, o que permite investir<br />
na minha organização na área de compras para<br />
criar outras capacidades”.<br />
De acordo com a sua experiência,<br />
Daniel Silva refere que muitas empresas<br />
internacionais, à parte de quererem garantir<br />
compliance no processo e poupanças querem<br />
sobretudo impulsionar o procurement como<br />
uma função estratégica de negócio. “O foco na<br />
estratégia está orientado a diminuir riscos na<br />
operação, garantir capacidade de crescimento,<br />
desenvolvimento de fornecedores, inovação<br />
em produtos e serviços que possam gerar<br />
receita, assim como um enabler para acções<br />
de sustentabilidade e responsabilidade social”.<br />
E claro que em muitas destas empresas<br />
é habitual existir a função de CPO (Chief<br />
Procurement Officer), uma função-chave e<br />
estratégica do negócio.<br />
Ainda no que diz respeito às diferenças,<br />
Daniel dá alguns exemplos. Há uns anos, o<br />
foco estava mais direccionado para a parte<br />
administrativa. Em 2007 deu-se a crise<br />
económica e o objectivo era reduzir os custos<br />
de forma a criar valor no profit and loss (P&L)<br />
e agora estamos perante uma transformação<br />
em termos de valor, risco, qualidade,<br />
capacidade e performance, embora na sua<br />
opinião esta última fase esteja em processo<br />
de amadurecimento, com diferentes níveis,<br />
dependendo da indústria e geografia.