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Cartilha - Segurança Condominial - SECOVIRIO

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CARTILHA DE<br />

SEGURANÇA<br />

CONDOMINIAL


SUMÁRIO<br />

1. APRESENTAÇÃO<br />

2. INTRODUÇÃO<br />

3. SEGURANÇA: UM DEVER DE TODOS<br />

4. COMO PREPARAR O SEU CONDOMÍNIO<br />

5. ORIENTAÇÕES AOS SÍNDICOS<br />

6. ORIENTAÇÕES AOS PORTEIROS<br />

7. ORIENTAÇÕES AOS MORADORES<br />

8. LOCAÇÃO POR TEMPORADA: MINIMIZANDO OS RISCOS<br />

9. O PERIGO MORA AO LADO<br />

10. TRABALHANDO COM A POLÍCIA<br />

11. CURSOS<br />

12. TERCEIRIZANDO A SEGURANÇA<br />

13. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

9<br />

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20<br />

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1. APRESENTAÇÃO<br />

Como representante legal dos condomínios residenciais, comerciais e mistos em<br />

todo o Estado do Rio, o Secovi Rio, com mais de sete décadas de atuação no<br />

segmento, sempre esteve atento à questão da segurança predial, promovendo<br />

treinamentos, cursos e palestras para profissionais de portaria, moradores e síndicos.<br />

Em nossos eventos gratuitos, entre eles a Feira Secovi Rio de Condomínios, e em<br />

outros de menor porte, nas cidades onde o Sindicato possui representação, também<br />

procuramos abordar o tema, fundamental para garantir o bem-estar daqueles que<br />

vivem ou trabalham em edifícios.<br />

Sabemos que os governos e seus mecanismos oficiais não são os únicos responsáveis<br />

por promover a segurança. Os malefícios e benefícios da vida coletiva também são<br />

resultado de nossas ações individuais somadas. Por esse motivo, lançamos em 2000<br />

um programa de treinamento em segurança, em parceria com a Polícia Militar,<br />

oferecendo cursos em várias regiões da cidade. Em 2006, publicamos a cartilha<br />

“Trilogia – Práticas para um Condomínio Seguro”, uma excelente fonte de<br />

informação utilizada até hoje pela Polícia nos cursos ministrados para a população em<br />

diversos batalhões.<br />

Já era hora de nos dedicarmos a um novo projeto nessa área, com atualizações e<br />

dicas que serão extremamente úteis para gestores, empregados e todos aqueles que<br />

vivem ou frequentam os condomínios fluminenses. O Rio está em constante<br />

transformação, e, assim como a cidade muda, é preciso também renovar as técnicas<br />

de segurança, reforçando, obviamente, aquelas que são eficazes em qualquer<br />

momento histórico.<br />

Por isso lançamos a “<strong>Cartilha</strong> de <strong>Segurança</strong> <strong>Condominial</strong>”, cujo conteúdo tem como<br />

base o material da “Trilogia”, elaborado, na época, com a supervisão do consultor<br />

Raimundo Castro, um dos maiores especialistas no assunto no País. Contamos<br />

também com a colaboração da Haganá – empresa fundada em 1997 e que é<br />

referência em terceirização de serviços de segurança – como patrocinadora deste<br />

projeto. A intenção é fornecer informações valiosas para que o seu condomínio<br />

assegure aquilo que todos nós almejamos sempre: segurança e bem-estar.<br />

Boa leitura!<br />

Realização:<br />

Patrocínio:<br />

SINÔNIMO DE SEGURANÇA<br />

2


2. INTRODUÇÃO<br />

O lar é o espaço mais íntimo do homem e de sua família e deve, necessariamente, ser<br />

o seu refúgio, o seu abrigo seguro. Você estará sempre melhor se ele dispuser dos<br />

recursos de segurança adequados, num ambiente sem paranoia, usando menos força<br />

e mais inteligência.<br />

A redução da violência não é apenas uma atividade da Polícia e das autoridades, mas<br />

uma tarefa com a qual todos devemos colaborar. Individual e coletivamente, nos<br />

condomínios, nas escolas, nos locais de trabalho, nos bairros ou em associações<br />

comunitárias.<br />

É importante sabermos que a prevenção pode começar com a prática de relações<br />

pacíficas nas famílias e nas relações entre condôminos, empregados, administradores<br />

e síndicos.<br />

Exercida pelo poder público – através da Polícia e da Justiça –, a segurança vem sendo<br />

objeto de atuação direta da sociedade, que reconhece as dificuldades do Estado<br />

diante da violência. Desenvolver mecanismos que diminuam as possibilidades de<br />

crimes e que atuem sobre o clima de hostilidade entre pessoas e grupos sociais é<br />

tarefa que poderá gerar frutos positivos para a nossa sociedade.<br />

Existem duas razões para que o crime aconteça: a primeira é a vontade e a segunda<br />

é a oportunidade. Em relação à vontade, pouco se pode fazer, mas, em relação à<br />

oportunidade, pode-se impedir que ela apareça, adotando-se medidas preventivas.<br />

Os crimes contra condomínios acontecem a todo momento, basta prestar atenção<br />

nos noticiários. Mas evitar que isso aconteça é mais simples do que se pode imaginar.<br />

Uma das questões fundamentais é a integração entre equipamentos, funcionários,<br />

síndicos e moradores. Nosso objetivo é orientar os profissionais que trabalham nos<br />

condomínios, seus moradores e administradores sobre como utilizar os recursos<br />

tecnológicos e também como se portar diante das situações de risco, evitando-as.<br />

Aqui abordaremos os caminhos<br />

que os profissionais dos<br />

condomínios, os moradores e<br />

administradores podem seguir<br />

para eliminar as facilidades,<br />

principais causas dos assaltos.<br />

3


3. SEGURANÇA: UM DEVER DE TODOS<br />

Para um dos maiores especialistas no assunto, Raimundo Castro, consultor do Secovi<br />

Rio, o mais importante é aliar tecnologia a recursos humanos bem preparados.<br />

Não existe uma receita pronta para se ter um bom sistema de segurança. Consultar<br />

especialistas confiáveis e ficar atento para as particularidades do condomínio são<br />

atitudes fundamentais para o sucesso. É preciso reforçar: um bom sistema de<br />

segurança é formado com a adequação das instalações, o uso de equipamentos<br />

eficientes e funcionários treinados.<br />

A isso damos o nome de “trinômio da segurança”.<br />

TRINÔMIO<br />

DA<br />

SEGURANÇA<br />

1- ADEQUAÇÃO<br />

DAS INSTALAÇÕES<br />

2- EQUIPAMENTOS<br />

EFICIENTES<br />

3- FUNCIONÁRIOS<br />

TREINADOS<br />

4


4. COMO PREPARAR O SEU CONDOMÍNIO<br />

Quando se fala em segurança, aliar soluções de arquitetura com equipamentos<br />

modernos pode ser uma solução inteligente. O intertravamento, um sistema de<br />

controle de acesso simples e fácil de operar – ideal para entradas de condomínios<br />

(garagem ou sociais), onde dois portões formam uma eclusa –, afasta os marginais.<br />

Nesse sistema, o funcionário da portaria deve garantir que uma porta só abra quando<br />

a outra já estiver fechada. Os assaltantes evitam lugares que dificultam a fuga.<br />

O CFTV é o sistema mais utilizado atualmente pelos condomínios para garantir a<br />

segurança. Mas muitos não conhecem bem os recursos do sistema, portanto não<br />

exploram como deveriam. O CFTV bem utilizado é o mais eficiente processo<br />

preventivo e inibitório de um sistema de segurança. As câmeras devem estar<br />

posicionadas na entrada do prédio, monitorando a entrada social, a entrada da<br />

garagem, o interior da portaria e da garagem e os elevadores.<br />

Recomenda-se ao síndico dar preferência aos sistemas de gravação do tipo digital.<br />

Eles são mais confiáveis, gravam quantidade muito maior de horas, trabalham com um<br />

número superior de câmeras simultâneas e têm boa qualidade de imagem, facilitando<br />

uma eventual necessidade de identificação.<br />

O DVR (Digital Video Recorder), sistema responsável por gerenciar e armazenar as<br />

imagens das câmeras, pode ser de dois tipos: stand alone ou por computador (base<br />

PC), sendo o primeiro mais acessível financeiramente.<br />

O monitoramento por câmeras começou a surgir na década de 1980. Elas eram<br />

grandes e os demais equipamentos eram bem menos modernos. Hoje existem<br />

câmeras IP, que podem ser acessadas e controladas pela internet, com movimento<br />

horizontal e vertical (pan/tilt), zoom com infravermelho, entre outras tecnologias.<br />

CFTV<br />

DVR<br />

5


Se seu condomínio ou prédio é do tipo comercial, há que se pensar em investir num sistema<br />

de Controle de Acesso, utilizado para limitar e controlar os acessos e a circulação nas<br />

instalações. Ele conta com um gerenciador com software específico, com dispositivos como<br />

catracas, cancelas, portas e portões com abertura eletrônica, interface remota com coletores<br />

para leitura de cartões e liberação de acesso, além de terminal de cadastramento de visitantes.<br />

Tanto as residências localizadas em condomínio fechado quanto os imóveis construídos em<br />

vias de acesso público necessitam de, no mínimo, algum sistema que aumente o nível de<br />

segurança do local, oferecendo mais proteção aos seus moradores e visitantes sem interferir<br />

na comodidade deles. A Haganá elaborou um checklist comparando as ferramentas<br />

recomendadas para as residências condominiais e para as casas de área externa (na rua):<br />

RECOMENDAÇÕES Fora do residencial Dentro do residencial<br />

Guarita blindada SIM NÃO<br />

Sistema perimetral SIM NÃO<br />

Sistema de câmeras SIM NÃO<br />

Sistema de sensores SIM NÃO<br />

Controle da segurança sobre as portas de acesso SIM NÃO<br />

Quarto de segurança SIM NÃO<br />

Equipe de segurança SIM NÃO<br />

Sistema de alarme interno SIM SIM<br />

Projeto estratégico de segurança<br />

Ainda de acordo com especialistas da Haganá,<br />

como o projeto estratégico de segurança é<br />

elaborado conforme a análise dos<br />

especialistas e seguindo as<br />

necessidades de<br />

proteção do local, o<br />

conceito de segurança<br />

elencado a seguir pode<br />

ser aplicado em<br />

qualquer segmento, seja<br />

ele um condomínio<br />

residencial ou corporativo<br />

(horizontal ou vertical), indústria,<br />

comércio, escolas, hospitais, entre<br />

outros. Sempre protegendo as quatro<br />

áreas.<br />

6


Para que a equipe de segurança tenha o domínio total do estabelecimento em que os<br />

serviços são prestados, é preciso controlar quatro áreas, que podem ser distinguidas<br />

em qualquer local. São elas (destacadas em vermelho):<br />

ÁREA CRÍTICA – É definida pela entrada de veículos e pedestres. É considerada<br />

crítica, pois a maioria das invasões começa ou termina por ela.<br />

ÁREA DE INVASÃO – É delimitada pelo perímetro, ou seja, o muro que faz divisa<br />

com a rua e com os vizinhos.<br />

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ÁREA DE PERIGO – Esta área é definida pelos acessos à própria edificação<br />

(acessos à portaria e recepção).<br />

ÁREA DE CONTROLE – É o espaço entre a área de invasão (muros) e a própria<br />

edificação. São, portanto, os pátios internos.<br />

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5. ORIENTAÇÕES AOS SÍNDICOS<br />

O síndico tem um papel fundamental, já que ele pode transmitir aos moradores e a<br />

outros usuários diversas dicas simples, que não representam custo algum, mas<br />

funcionam. Ele tem que ser um multiplicador, e isso pode ser feito por diversos meios:<br />

nas reuniões da assembleia, com cartazes e circulares afixados nos murais e<br />

elevadores, ou dicas publicadas nas redes sociais, que alcançam principalmente os<br />

jovens. Todo prédio ou condomínio precisa ter um conjunto de normas que<br />

orientem seus moradores com relação à segurança. Evitar a ocorrência de situações<br />

de risco é tarefa de todos.<br />

A técnica, hoje, supera muito a força. A combinação de tecnologia e recursos<br />

humanos bem preparados é que tem mostrado maior eficácia. Não existe receita<br />

pronta para se ter um bom sistema de segurança. Consultar especialistas confiáveis e<br />

ficar atento para as particularidades de seu prédio é fundamental para o sucesso.<br />

Embora no período de férias as pessoas costumem viajar, em muitos condomínios<br />

acaba ocorrendo justamente o contrário: as dependências e apartamentos ficam<br />

ainda mais cheios de crianças, visitantes e turistas de locação por temporada. Isso<br />

significa que o síndico precisa redobrar a atenção.<br />

Fique ligado nessas dicas:<br />

• Um sistema de segurança é formado com a adequação das instalações, o uso da<br />

tecnologia e recursos humanos treinados, o que se denomina trinômio da segurança.<br />

• Um bom sistema de segurança começa pelas instalações. É sabido que, quanto<br />

menor o número de vias de acesso, melhor o controle e menor o custo para<br />

assegurar o patrimônio.<br />

• Muros e grades são barreiras físicas que servem para canalizar acessos e proteger<br />

o porteiro contra o elemento surpresa. Devem ter, no mínimo, 2,40m de altura com<br />

proteção superior. No caso de grades, a abertura entre uma viga e outra não deverá<br />

ser superior a 25cm.<br />

• Passador de objetos é<br />

um compartimento<br />

destinado à<br />

passagem de<br />

encomendas, que<br />

evita o contato<br />

pessoal entre o<br />

entregador e o<br />

recebedor. Ele<br />

pode estar acoplado<br />

à grade, ao muro ou<br />

a qualquer ambiente<br />

antes do contato<br />

físico com o porteiro.<br />

Não deixe de ter um<br />

em sua portaria.<br />

9


• Enclausuramento é o ambiente com porta dupla, usado para identificação de pessoas e<br />

veículos, que tem por objetivo permitir o porteiro liberar os acessos para o interior do<br />

prédio com segurança.<br />

• Mande instalar um “ouriço”, barreira construída em aço sobre os muros e grades. O<br />

objetivo é eliminar qualquer tentativa de invasão e/ou evasão dentro da área protegida, uma<br />

vez que suas lâminas afiadas desencorajam qualquer tentativa de transposição.<br />

• Circuito Fechado de Televisão (CFTV) é o sistema mais utilizado na atualidade. Entretanto<br />

devemos conhecer bem seus recursos para explorá-lo melhor. Um CFTV bem utilizado é o<br />

mais eficiente processo preventivo e inibitório de um sistema de segurança. Deve estar com<br />

as câmeras posicionadas na entrada do prédio, monitorando a entrada social, a entrada da<br />

garagem, o interior da portaria e da garagem e os elevadores.<br />

• Estabeleça um sistema rígido de controle de entrada e saída do prédio. Providencie livro<br />

específico para que todo visitante seja registrado na portaria. Como é proibido reter<br />

documentos, oriente o funcionário para que peça uma identificação, anotando nome, número<br />

do documento, número do apartamento a ser visitado, horário de entrada e saída do<br />

visitante.<br />

• Tenha cadastrados os moradores e uma relação de prestadores de serviços do prédio. Ex.:<br />

empregados domésticos, pintores etc.<br />

• Esclareça sempre aos moradores os procedimentos de segurança e peça a colaboração de<br />

todos.<br />

• A gravação das imagens deverá ser realizada em outro local distante da<br />

portaria, para que os assaltantes não levem o equipamento.<br />

• Dê preferência aos sistemas de gravação do tipo digital. São mais<br />

confiáveis, gravam quantidade muito maior de horas, trabalham<br />

com um número superior de câmeras simultâneas e têm boa<br />

qualidade de imagem, facilitando uma eventual necessidade de<br />

identificação.<br />

• Se seu condomínio ou prédio for comercial, opte por um<br />

Sistema de Controle de Acesso caso possa fazer esse<br />

investimento. Trata-se de sistema utilizado para<br />

limitar e controlar os acessos e a circulação nas<br />

instalações. Tem um gerenciador com<br />

software específico, com dispositivos como<br />

catracas, cancelas, portas e portões com<br />

abertura eletrônica, interface remota<br />

com coletores para leitura de cartões<br />

e liberação de acesso, além de<br />

terminal de cadastramento de<br />

visitantes. É de grande<br />

utilidade no gerenciamento<br />

dos acessos de pessoas e<br />

veículos.<br />

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• Intertravamento é o dispositivo instalado entre duas portas posicionadas de maneira que<br />

possam manter o ambiente protegido. Garante que uma porta só abra quando a outra já<br />

estiver fechada. O marginal evita lugares que dificultam a fuga.<br />

• O interfone é a ferramenta de trabalho mais importante do porteiro – e a mais barata. Com<br />

ele o profissional de portaria interage e evita o contato direto com uma pessoa estranha,<br />

eliminando dessa forma a possibilidade da surpresa, ou seja, ser imobilizado por criminosos.<br />

• Sempre que puder, faça um acordo de apoio mútuo com outros prédios e condomínios de<br />

sua vizinhança. Use rádios transceptores de comunicação (walkie-talkies), pois eles facilitam a<br />

comunicação e melhoram o padrão de segurança.<br />

• Uma linha telefônica na portaria, bem utilizada, pode ser útil em caso de emergência,<br />

tornando mais rápida a comunicação emergencial. Para isso é necessário ter os números dos<br />

telefones importantes, com fácil acesso, principalmente os da Central de Operações do<br />

Batalhão, delegacia, da Defesa Civil do bairro etc.<br />

• É aconselhável estabelecer cartões de identificação para o acesso de veículo à garagem ou<br />

selos adesivos para fixação no para-brisa.<br />

• Estabeleça procedimento para os empregados do edifício, no caso de algum deles observar<br />

que o carro que sai da garagem não é conduzido pelo morador. Recomenda-se entrar em<br />

contato com o morador, mas se por algum motivo não for possível, o funcionário do prédio<br />

deve agir de acordo com instruções previamente estabelecidas pelo síndico.<br />

• O aluguel de vagas na garagem para pessoas estranhas ao condomínio deve ser evitado. Se<br />

a Convenção do prédio autorizar, recomenda-se discutir a conveniência para o condomínio.<br />

Lembre-se de que, quando os sistemas de interfone com vídeo são<br />

ligados diretamente aos apartamentos, o nível de segurança de todo o<br />

prédio ou condomínio fica muito mais baixo.<br />

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• Solicite aos moradores que utilizem correntes e cadeados para bicicletas e motos.<br />

• Para contratar funcionários, procure seguir estes passos:<br />

• Entrevistar somente pessoas que tragam algum tipo de referência.<br />

• Pedir indicações a conhecidos para a função que está vaga.<br />

• Dar preferência a pessoas que tenham alguma experiência na área, principalmente para os<br />

cargos de zelador e porteiro.<br />

• Usar processos de recrutamento que incluam entrevistas, testes psicológicos e de saúde<br />

física e mental.<br />

• Verificar se todas as informações fornecidas pelo candidato são verdadeiras. Uma forma de<br />

fazer isso é conferir a carteira de trabalho. Outra é entrar em contato com as referências e<br />

empregadores anteriores e confirmar os dados.<br />

• Nunca fazer as entrevistas em apartamentos do prédio (no seu próprio ou no de outros<br />

condôminos).<br />

• Informar os moradores sempre que um empregado for admitido ou substituído.<br />

• Apresentar o novo empregado ou substituto aos moradores.<br />

• O novo empregado ou o substituto não deve ficar sozinho até conhecer todos os<br />

moradores e a rotina de trabalho do prédio.<br />

• Evitar a rotatividade de funcionários é uma grande contribuição para a segurança do<br />

condomínio.<br />

• Profissionais bem preparados e treinados também são elementos fundamentais para a<br />

segurança de todos.<br />

TEM<br />

EXPERIÊNCIA?<br />

• Se o condomínio pretender terceirizar serviços, é importante pensar em todos os aspectos,<br />

principalmente custos e segurança. Lembre-se de que os serviços prestados por terceiros<br />

podem custar mais caro do que a contratação de pessoas especializadas. Pesquise, peça<br />

orçamentos, solicite o auxílio de um conselho ou da administradora. Se escolher a<br />

contratação de terceiros, faça, de tempos em tempos, uma tomada de preços cobrados por<br />

outras empresas.<br />

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6. ORIENTAÇÕES AOS PORTEIROS<br />

Moradores bem instruídos, síndicos atentos, equipamentos de segurança de última<br />

geração, tudo isso é importantíssimo. Mas um empregado mal treinado pode colocar<br />

tudo a perder. O síndico não pode descuidar dessa parte. Às vezes uma conversa com<br />

os empregados para passar algumas orientações pode surtir um excelente efeito.<br />

A dica número 1 é: oriente o porteiro a jamais permitir que pessoas estranhas usem<br />

o banheiro do condomínio. É um golpe comum, muitos assaltos foram praticados<br />

dessa forma, inclusive utilizando mulheres grávidas como iscas. O funcionário deve<br />

suspeitar de policiais militares, civis e federais, uniformizados ou não, em carros<br />

particulares, querendo entrar no prédio.<br />

Preste atenção nas orientações:<br />

• Procure conhecer todas as instalações do condomínio. Isso melhora sua vida nos<br />

momentos de crise e no auxílio aos moradores.<br />

• Aprenda as normas de funcionamento e de segurança do condomínio.<br />

• Fique atento para alterações na rotina do edifício. Avise ao síndico o que parecer<br />

fora do comum.<br />

• Ao assumir o serviço, faça uma ronda no prédio, verificando se todas as portas e os<br />

portões estão fechados, e registre em livro próprio as observações feitas. O porteiro<br />

substituto deverá ter o mesmo procedimento. Em caso de alguma irregularidade,<br />

comunique-a imediatamente ao síndico.<br />

• Não fique do lado de fora do prédio, ou próximo à grade, e não deixe portas e<br />

portões abertos.<br />

• Colocar o lixo na calçada, varrer a calçada e outros serviços devem ser feitos em<br />

horários alternados para que a rotina não seja percebida. Fique sempre atento ao que<br />

acontece em volta.<br />

• Não converse com estranhos e em hipótese alguma forneça informações sobre o<br />

condomínio e os moradores.<br />

• Fique atento ao monitor para detectar a presença de estranhos nas proximidades<br />

do prédio, principalmente quando as pessoas estiverem perto dos portões de acesso.<br />

Evite a abertura dos portões até a eliminação da suspeita.<br />

• No período noturno, mantenha a portaria com pouca iluminação, dificultando assim<br />

a visão de fora para dentro. Já na parte externa é importante que a iluminação seja<br />

forte e preferencialmente acionada por sensores de presença, uma vez que o<br />

acendimento repentino dará ao elemento mal-intencionado a sensação de exposição.<br />

Além disso, gera-se economia de energia.<br />

Os alarmes sonoros devem ser evitados, pois podem provocar<br />

reações violentas em criminosos, no caso de haver alguém sob<br />

ameaça. Se forem instalados, eles devem ser discretos. Alarmes<br />

luminosos também devem ser discretos, assim podem provocar<br />

dúvida nos invasores, já que fogem do padrão normal. Os mais<br />

indicados são os eletrônicos.<br />

13


• Nunca permita que pessoas estranhas usem o banheiro do condomínio. Muitos assaltos<br />

foram praticados usando essa desculpa. Oriente a pessoa para procurar um banheiro público.<br />

• Não se impressione com boa aparência e suposta autoridade. Muitos assaltantes procuram<br />

parecer pessoas de alto nível social.<br />

• Observe bem as pessoas, fique atento para algum volume suspeito no corpo do indivíduo.<br />

Geralmente o porte de arma se faz pela cintura: a arma poderá estar na frente, junto à barriga,<br />

ou atrás, nas costas. A arma poderá estar também do lado direito ou esquerdo da cintura.<br />

Para disfarçar, o suspeito poderá estar com a camisa para fora da calça; ou para dentro, mas<br />

um pouco mais frouxa na cintura; de jaqueta; de paletó ou de terno.<br />

• Suspeite de policiais militares, policiais civis e policiais federais, uniformizados ou não, em<br />

carros particulares, querendo entrar no prédio. Não abra a porta sem autorização, chame o<br />

síndico e peça mandado judicial. Objetos que podem ajudar a escalar paredes, como escadas,<br />

devem ser guardados em local seguro. Nunca os deixe largados.<br />

• Mantenha sempre trancadas as caixas terminais e de distribuição de cabos telefônicos. Seu<br />

manuseio só deve ser feito por pessoas autorizadas pela concessionária contratada ou pelo<br />

condomínio. Se for contratado serviço de terceiros, é importante que um morador ou<br />

representante do condomínio acompanhe.<br />

• Se for adotado um código de segurança, em<br />

hipótese alguma o esqueça e não comente sobre o<br />

código fora do ambiente de trabalho.<br />

• Lembre ao síndico sobre o cadastramento de<br />

novos empregados ou moradores.<br />

• Fique sempre atento para novas formas de<br />

crime. Alguns assaltantes entram em prédios<br />

disfarçados de prestadores de serviços,<br />

por exemplo.<br />

Se o morador estiver<br />

acompanhado de pessoas<br />

desconhecidas para você,<br />

verifique se elas realmente o<br />

conhecem.<br />

• Contribua com sugestões que<br />

possam melhorar a segurança no<br />

edifício.<br />

• Siga as orientações estabelecidas<br />

para a segurança no condomínio.<br />

• Evite conversar na calçada ou<br />

próximo de grade vazada, através da<br />

qual um marginal possa render você.<br />

• Nunca deixe a portaria<br />

abandonada.<br />

14


• Se houver sistema de circuito interno de TV em seu prédio, é importante que você preste<br />

atenção nos monitores, mas não se distraia a ponto de prejudicar suas tarefas de rotina.<br />

• Em caso de utilização de radiotransmissor, o som deste equipamento não deve estar mais<br />

alto do que o normal, incomodando moradores ou perturbando a tranquilidade que deve<br />

reinar na portaria. Ou, ainda, impedindo que você se concentre em tarefas como ouvir o<br />

interfone, por exemplo.<br />

• Tenha completo domínio do manejo dos equipamentos que estão sob sua<br />

responsabilidade.<br />

• Comunique imediatamente quando houver defeito nos equipamentos que você usa para<br />

não comprometer a segurança.<br />

• Não permita a entrada de pessoas estranhas no prédio, a não ser que o morador autorize.<br />

• Utilize sempre o interfone, ele é um grande aliado.<br />

• Identifique, pelo interfone, as pessoas que desejam entrar. Só abra a porta após<br />

autorização do morador.<br />

A entrada de entregadores de<br />

flores, vendedores etc., ou seja,<br />

serviços que não foram solicitados<br />

pelo morador, deve ser impedida.<br />

É comum assaltantes usarem<br />

disfarces desse tipo. Se não houver<br />

um “passador” de objetos no seu<br />

prédio, fique alerta.<br />

• Se você estiver identificando um estranho e<br />

um morador quiser sair do prédio, peça a ele<br />

que aguarde alguns instantes na portaria<br />

enquanto você identifica a pessoa.<br />

• Registre em livro específico (fornecido pelo<br />

síndico) a entrada e saída de prestadores de<br />

serviços. Antes de permitir a entrada,<br />

confirme a solicitação do serviço com o<br />

morador. Se for dada autorização para<br />

entrar, peça sua identificação e anote seus dados (nome do<br />

prestador, número do documento de identidade, nome da<br />

firma, telefone etc.). Informe o morador quando o prestador<br />

de serviços estiver deixando o prédio. Mesmo o profissional<br />

já sendo conhecido, não permita que ele entre acompanhado de estranhos.<br />

• Mensageiro com entrega só deve entrar no prédio após confirmação e autorização do<br />

morador. Antes de abrir a porta, observe se existem pessoas próximas em atitude suspeita.<br />

Em caso de dúvida, entre em contato com o morador.<br />

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• Verifique se o mensageiro realmente se dirigiu ao referido apartamento. Após sua saída,<br />

comunique-se com o morador e verifique se está tudo em ordem, informando também que<br />

o mensageiro está deixando o prédio naquele momento.<br />

• Exija a identificação dos empregados de concessionárias de serviços. Se for necessário,<br />

confirme, por telefone, se o empregado é realmente da concessionária.<br />

• Quando houver apartamento a ser locado ou vendido, exija a presença do corretor ou<br />

proprietário do apartamento antes de permitir a entrada no prédio.<br />

• Redobrar a atenção nos horários de maior movimento, que são os seguintes:<br />

• Das 6h às 9h - quando os moradores vão para o trabalho ou para o estudo.<br />

• Das 11h às 14h - chegada e saída de crianças e estudantes.<br />

• Das 17h às 20h - também chegada e saída de crianças e estudantes, e chegada do trabalho.<br />

• Atenção principalmente no horário da manhã, pois tem sido o período de preferência de<br />

bandidos.<br />

• O cuidado deve ser redobrado à noite.<br />

• Atenção também nos finais de semana e feriados, quando o movimento de moradores e<br />

visitantes se mistura.<br />

• Observe os visitantes que chegam ao prédio. Se a visita for considerada suspeita, ou se saiu<br />

e voltou com mais pessoas, o morador deverá ser comunicado imediatamente desse fato.<br />

Suspeite se houver uma pessoa carregando pacote e parecendo estar à<br />

procura de alguém no prédio, sem saber com segurança o nome do<br />

proprietário.<br />

• Fique atento em relação a estranhos que puxam conversa, pois criminosos tentam enganar<br />

moradores e funcionários, fazendo-se passar por vizinhos e dando a entender que estão<br />

acompanhando o morador.<br />

• Observe se há indivíduos em carros suspeitos nas proximidades. Em caso afirmativo,<br />

procure anotar os dados do carro (placa, cor, modelo etc.) discretamente. Entre em contato<br />

com um morador e passe os dados que foram anotados. O morador deverá ligar para a<br />

Polícia.<br />

16


Em caso de dois ou mais portões, abra o primeiro portão, deixando o<br />

segundo fechado. Após a passagem do veículo, feche o primeiro e abra<br />

o segundo.<br />

• Observe se há pessoas paradas por mais de 10 minutos nas imediações ou entradas dos<br />

edifícios. Anote as características físicas e se comunique com um morador.<br />

• Antes de abrir o portão da garagem, observe sempre se existe algum movimento suspeito.<br />

• Quando você for abrir o portão da garagem porque chegou um carro e, ao mesmo tempo,<br />

chegar um morador a pé, a prioridade deve ser para o pedestre, que está mais vulnerável.<br />

• Se o acesso à garagem é feito através de portão aberto e fechado manualmente, você deve<br />

ter certeza de que o motorista é realmente o morador, não se guiando apenas pelo veículo.<br />

Se o portão é automático, o procedimento é o mesmo.<br />

• O mesmo cuidado deve-se ter quando sair um veículo da garagem. Sempre observe a parte<br />

externa do prédio antes de abrir o portão.<br />

• Se na saída do veículo for percebido que o condutor não é o proprietário, não abra a<br />

garagem até que a situação seja esclarecida. Aja de acordo com procedimento estabelecido<br />

pelo síndico para essa situação específica.<br />

• É comum o portão da garagem ficar aberto para facilitar o trabalho do manobrista. Isso não<br />

deve acontecer. O portão nunca deve ficar aberto, sem vigilância.<br />

• Tenha cuidado com portões eletrônicos; seu tempo de permanência aberto é longo e<br />

poderão acontecer surpresas desagradáveis.<br />

FIQUE LIGADO NOS DISFARCES MAIS COMUNS<br />

- Instalador/entregador<br />

Chega ao condomínio informando ter que fazer um serviço ou entrega em<br />

determinada unidade, muitas vezes até uniformizado.<br />

- Banhista<br />

Usando roupa de praia e uma mochila, invade o condomínio para furtar. Um tempo<br />

depois, sai tranquilamente levando os produtos do roubo na bolsa.<br />

- Bem-vestido<br />

Para não levantar suspeitas, chega à portaria vestindo terno ou roupa social. Pode<br />

se identificar como oficial de Justiça, advogado ou corretor de imóveis, por<br />

exemplo.<br />

- “Amigo” do morador<br />

Geralmente aproveita a entrada de uma pessoa do condomínio para passar pelo<br />

portão. Em outros casos, diz aos porteiros nomes comuns, como Maria ou João,<br />

para se referir a supostos moradores e tentar entrar.<br />

- Motorista<br />

Posiciona o carro na entrada da garagem e buzina ou dá luz alta. Pensando se tratar<br />

de um morador, muitos porteiros abrem a garagem nessas circunstâncias, mesmo<br />

não conhecendo o veículo.<br />

17


OS QUATRO PONTOS BÁSICOS DE TRIAGEM<br />

O ato de morar em comunidade requer a consciência individual de que a atitude de um<br />

morador não pode comprometer a segurança coletiva. Portanto, é fundamental a participação<br />

de todos no processo de elaboração dos procedimentos de segurança bem como na garantia<br />

do respeito mútuo entre segurança e assegurado, para o cumprimento das regras<br />

estabelecidas (definidas e aprovadas em assembleia). Não deve haver tratamento diferenciado<br />

ou pessoas privilegiadas na aplicação dos procedimentos.<br />

A metodologia aplicada para a liberação de acesso de pessoas ao condomínio<br />

segue a seguinte premissa, denominada “Quatro pontos básicos de triagem”.<br />

A única forma de minimizar os riscos quando o invasor se passa por um prestador de<br />

serviços ou visitante é utilizar os quatro pontos básicos.<br />

Qualquer indivíduo que chegar ao condomínio, exceto o morador, deve ser:<br />

1. “AVISADO”<br />

2. “AUTORIZADO”<br />

3. “CONHECIDO”<br />

4. “RECONHECIDO”<br />

AVISADO: No momento da chegada de qualquer visitante, o porteiro deve anunciá-lo ao<br />

destinatário ou à pessoa responsável sobre sua chegada.<br />

AUTORIZADO: O destinatário ou a pessoa responsável autoriza a entrada do visitante. Em<br />

apartamentos, a autorização pode ser concedida pelo interfone da unidade. Em<br />

estabelecimentos comerciais, a situação é diferente, pois a própria recepcionista tem esse<br />

poder de autorização. Nesses casos, recomenda-se, se for possível, que sejam informadas com<br />

antecedência as visitas aguardadas para o dia.<br />

CONHECIDO: Personal trainer, namorado(a) que frequenta o condomínio, só para citar dois<br />

exemplos, naturalmente são pessoas conhecidas dos porteiros, em razão da frequência no<br />

local. Portanto, podem ser reconhecidas pelos colaboradores. Ainda assim, a entrada dessas<br />

pessoas deve ser obrigatoriamente avisada e autorizada, pois a qualquer momento o acesso<br />

pode ser negado.<br />

RECONHECIDO: Quando o visitante não for conhecido e ingressar no condomínio pela<br />

primeira vez, a entrada deve ser avisada e autorizada. Neste caso, já que não é conhecido, deve<br />

ser identificado e reconhecido pelo condômino.<br />

18


Entrada de visitantes – a pé ou em seus veículos<br />

Em caso de visitantes previamente anunciados por morador (nome completo, tipo e placa do<br />

veículo), é preciso seguir o seguinte roteiro:<br />

1. Anunciar ao morador a ser visitado – “AVISADO”.<br />

2. Aguardar o morador, ou aquele por ele delegado, autorizar a liberação do acesso –<br />

“AUTORIZADO”.<br />

Em caso de não ser previamente anunciado, o procedimento incluirá outros dois<br />

itens:<br />

1. Caso seja avisado, autorizado e o visitante for conhecido dos porteiros, sua entrada será<br />

permitida – “CONHECIDO”.<br />

2. Caso seja avisado, autorizado, mas o visitante não for conhecido, será, então, reconhecido<br />

através de documento de identificação – “RECONHECIDO”. Esse procedimento só<br />

poderá ser dispensado se o próprio morador, quando avisado, se dirigir à portaria e<br />

acompanhar a entrada do visitante.<br />

Basicamente existem três formas de reconhecer uma pessoa:<br />

1ª – PESSOALMENTE: O procedimento mais seguro é a descida do condômino para<br />

identificação do visitante.<br />

2ª – IMAGENS: Câmera que leva a imagem até o apartamento é pouco eficaz porque a<br />

ferramenta requer do condômino o atendimento do interfone, a visualização da imagem do<br />

visitante no canal de televisão específico para esse fim e a volta para o interfone para então<br />

informar se se trata do visitante aguardado.<br />

3ª – DOCUMENTO: Esta possibilidade se dá por meio de solicitação de documento legal,<br />

com foto.<br />

Se a portaria recebe informações completas sobre o entregador e confere com o documento<br />

original, as eventuais tentativas de invasão são dificultadas e seguramente desestimuladas.<br />

Nos casos de carga e descarga, além da execução dos quatro pontos básicos, deve-se efetuar<br />

vistoria no veículo (baú e boleia), acompanhar sua entrada e a realização do trabalho até o seu<br />

término.<br />

19


7. ORIENTAÇÕES AOS MORADORES<br />

O morador também tem um papel importante porque, muitas vezes, por pequenos<br />

descuidos, pode acabar facilitando a entrada de invasores, pondo todo o<br />

planejamento de segurança a perder. Os moradores devem colaborar com o trabalho<br />

do porteiro ou zelador. Ao entrar e sair do prédio, têm que observar se há pessoas<br />

nas proximidades. Havendo alguma movimentação estranha, não entrar ou sair e ligar<br />

imediatamente para a polícia.<br />

Veja outras dicas importantes:<br />

• Aguarde para sair ou entrar se o porteiro estiver identificando um estranho.<br />

• Em caso de dúvida, espere a chegada da polícia para entrar ou sair do edifício.<br />

• Ao entrar ou sair do prédio, espere a porta fechar. Só se afaste quando ela estiver<br />

completamente fechada.<br />

• Não abra a porta do apartamento para quem você não autorizou a entrada, mesmo<br />

que esteja acompanhado pelo porteiro ou pelo zelador.<br />

• Ao contratar empregados para sua casa, verifique a idoneidade deles por meio de<br />

referências. Faça um cadastro, anotando todos os dados necessários para a segurança<br />

de sua família e de seus vizinhos. Anexe uma foto 3x4. A ficha deve ser sempre<br />

atualizada e assinada por você. Se ficar constrangido de fazer a ficha, diga à sua<br />

empregada que é uma rotina do prédio, decidida em assembleia de moradores.<br />

Antes de entrar na garagem do prédio, tenha como hábito olhar<br />

se há algum veículo atrás do seu, e se este está em situação<br />

suspeita. Observe se os ocupantes são moradores do condomínio.<br />

• Cuidado com as empregadas enviadas por agência de emprego. Faça um cadastro.<br />

• Não é recomendável deixar a chave de seu apartamento na portaria do<br />

condomínio.<br />

• Se a Convenção do condomínio exige que haja cópia da chave ao alcance do zelador<br />

ou outro funcionário, para qualquer caso de emergência, é bom certificar-se de que<br />

ela fica em lugar seguro. Em caso de viagem, uma opção é deixar uma cópia da chave<br />

com o vizinho, para qualquer emergência.<br />

• Não deixe as chaves de casa em poder de empregados ou ao alcance deles.<br />

• Não comente sobre sua vida (negócios, bens materiais etc.) na presença de<br />

empregados da sua casa ou do prédio.<br />

• Procure conhecer os hábitos de seus vizinhos e relacionar-se com eles. Lembre-se<br />

de que a construção de relações amistosas e de confiança é uma importante maneira<br />

de se combater a violência.<br />

• Em caso de alguma situação suspeita, entre em contato com seus vizinhos e ligue<br />

também para a polícia.<br />

• Oriente seus filhos para evitar comentários sobre a vida da família (profissão dos<br />

pais; quanto ganham; bens que possuem; horários de chegada e saída das pessoas da<br />

família), principalmente em locais públicos.<br />

20


Quando tiver que se ausentar de casa, peça ajuda de um vizinho para<br />

olhar sua residência. Peça a ele que avise, pelo telefone, sobre qualquer<br />

barulho ou ação estranha. Se puder, deixe um telefone de contato. Faça<br />

o mesmo pelos seus vizinhos.<br />

• Não faça alarde sobre viagem que pretenda realizar. Avise apenas ao porteiro ou zelador<br />

que você ficará fora por um período de tempo.<br />

• Ao sair para viajar, verifique se está tudo bem fechado.<br />

• Peça ao síndico para que estabeleça um código de segurança para os moradores.<br />

• Se apesar de todas as medidas de segurança adotadas o assalto acontecer,<br />

proceda como descrito abaixo:<br />

• Durante o assaIto, não reaja em hipótese alguma e procure manter-se o mais calmo<br />

possível. Sabemos que isso é difícil, mas tente. Você não tem nada a perder.<br />

• Não chame os assaltantes de “amigo”, “cara”, “meu irmão”. Dirija-se sempre de forma<br />

neutra e respeitosa, procurando não denotar subserviência nem arrogância.<br />

• Procure ganhar tempo, sem que o bandido perceba que você está fazendo isso.<br />

• Com muito cuidado e de forma dissimulada, observe tudo que se passa à sua volta,<br />

captando o maior número de informações possíveis. Procure observar discretamente, por<br />

exemplo, as características físicas e trajes dos assaltantes; o que eles falaram; os objetos<br />

roubados; o número e tipo de armas que eles portavam; se chegaram motorizados (se<br />

possível, observar características do veículo, como o número da placa, por exemplo). Se<br />

houver sequestro, preste atenção na direção que os bandidos tomaram na fuga. Fique atento<br />

a tudo que se passar.<br />

• Após o assalto, providencie socorro para as vítimas – se houver.<br />

• Preserve o local do crime. Não mexa em nada até que a Polícia Técnica libere o local.<br />

21


• Pense em possíveis testemunhas.<br />

• Chame a Polícia.<br />

• Com a chegada da Polícia, contribua para a eficiência do trabalho dela, respondendo<br />

a todas as perguntas de forma clara e objetiva, e informando tudo que possa auxiliar<br />

os policiais.<br />

Adote uma postura, em casa e<br />

no prédio, que tenha como<br />

objetivo desarmar qualquer<br />

resquício de violência,<br />

preconceito, intolerância e<br />

agressividade. Isso vale para<br />

você, seus filhos, seus vizinhos e<br />

os empregados. Há muitas<br />

maneiras de se combater a<br />

violência e uma das mais<br />

eficientes começa conosco.<br />

8. LOCAÇÃO POR TEMPORADA:<br />

MINIMIZANDO OS RISCOS<br />

O período de férias é tradicionalmente caracterizado por um aumento na procura de<br />

imóveis para temporada, em especial na Zona Sul. O que pode significar lucro para<br />

alguns pode também ser uma dor de cabeça para outros, já que o entra e sai fragiliza<br />

a segurança. Por isso o síndico precisa redobrar a atenção: deve manter um controle<br />

rigoroso de cadastramento de moradores temporários. Se pelo lado da segurança<br />

esse monitoramento é válido, o amparo jurídico deve ser levado em consideração<br />

antes de colocar em prática tal medida.<br />

Segundo o Departamento Jurídico do Secovi Rio, o cadastramento prévio dos<br />

moradores temporários tem que estar previsto na Convenção ou no Regulamento<br />

Interno do condomínio. Caso não haja essa regra, o síndico poderá convocar uma<br />

assembleia que autorize o controle.<br />

E muitos se perguntam: “É válida a cláusula convencional que proíbe locação por<br />

temporada?” De acordo com advogados do segmento, há que se ter cautela, pois esse<br />

tipo de cláusula interfere diretamente no direito de propriedade. Num eventual<br />

questionamento judicial, há muita chance de a cláusula ser considerada nula.<br />

No entanto, o condomínio pode criar normas mais rígidas para utilização das partes<br />

comuns e instituir multas elevadas, de até cinco vezes o valor da cota condominial,<br />

visando manter as diretrizes desejadas pela comunidade que reside habitualmente na<br />

edificação.<br />

22


9. O PERIGO MORA AO LADO<br />

Objetos de decoração roubados dos halls dos apartamentos ou jornais furtados na<br />

porta do morador: como o síndico deve agir? A questão não é de fácil solução,<br />

principalmente se considerarmos que muitos condomínios não dispõem de circuito<br />

interno de TV, de forma a identificar o autor do delito. O entendimento<br />

jurisprudencial é que o condomínio somente tem responsabilidade de ressarcir o<br />

prejuízo nas hipóteses em que disponha de segurança – fiscalização efetiva das partes<br />

comuns –, ou se ficar comprovado que houve participação de empregado do<br />

condomínio.<br />

Em se tratando de providências do síndico, não há muito que fazer, salvo previsão<br />

expressa na Convenção quanto à sua responsabilidade. Talvez seja interessante levar<br />

o assunto para deliberação assemblear. Contudo, se ficar determinada sua<br />

responsabilidade, abrir-se-á um precedente para responsabilização por todo e<br />

qualquer prejuízo causado aos condôminos sem possibilidade de identificação da<br />

autoria.<br />

A Polícia Militar do Estado do Rio chama a atenção para alguns cuidados em relação<br />

aos vizinhos:<br />

• Procure conhecer os hábitos de seus vizinhos e relacionar-se com eles.<br />

• Quando tiver que se ausentar de casa, peça ajuda de um vizinho para olhar seu<br />

apartamento. Peça que ele para avise, pelo telefone, sobre qualquer barulho ou ação<br />

estranha.<br />

• Em caso de alguma situação suspeita, entre em contato com seus vizinhos e ligue<br />

também para a Polícia.<br />

23


10. TRABALHANDO COM A POLÍCIA<br />

O andamento das atividades internas do condomínio depende da participação de<br />

todas as pessoas que fazem parte dele. Moradores, colaboradores e prestadores de<br />

serviços de uma maneira geral devem cooperar com o trabalho das polícias civis e<br />

militares quando ele for solicitado.<br />

É muito importante que os colaboradores e moradores estejam atentos aos delitos<br />

que possam ocorrer no ambiente interno dos condomínios e também em suas<br />

imediações, comunicando o fato às autoridades públicas competentes e colaborando<br />

com informações claras e precisas que possam ajudar em seu trabalho investigativo.<br />

No caso de uma ocorrência, a pessoa que está fazendo a comunicação deve se<br />

identificar à autoridade policial, informando nome, telefone e endereço de onde está<br />

falando.<br />

ATENÇÃO: Nunca aplique trotes, pois você poderá ocasionar o desperdício de um<br />

recurso público, o qual poderá ser extremamente necessário em um caso real. Além<br />

disso, você estará incorrendo em um delito: a falsa comunicação de crime.<br />

24


11. CURSOS<br />

O Secovi Rio oferece cursos para zeladores e porteiros, enfatizando quais são as suas<br />

responsabilidades e obrigações, além de dar dicas para melhorar a postura no<br />

trabalho com mais eficiência. Para verificar a grade de cursos, acesse o site da<br />

Entidade, www.secovirio.com.br, ou ligue para (21) 2272-8000.<br />

É fundamental notar que tão ou mais importante que o treinamento do colaborador<br />

é a conscientização dos próprios síndicos e moradores no atendimento e respeito às<br />

normas de segurança. Não adianta treinar o funcionário na execução de um<br />

determinado procedimento se não há a cooperação daqueles que vivem em<br />

condomínio.<br />

25


12. TERCEIRIZANDO A SEGURANÇA<br />

A segurança dos moradores está sempre entre as maiores preocupações dos<br />

síndicos. Por isso, treinamento dos funcionários de portaria e aquisição de<br />

equipamentos modernos são imprescindíveis. Mas muitos condomínios cariocas já<br />

não se sentem seguros apenas com esse aparato. É crescente o número de gestores<br />

que têm buscado apoio na segurança terceirizada. Para eles, a contratação de<br />

vigilantes oferece mais tranquilidade, já que esses profissionais são treinados para<br />

lidar com situações de risco.<br />

Muitos condomínios, a maioria deles residenciais de grande porte ou comerciais,<br />

optam por contratar quadro de vigilantes próprios, devidamente treinados e<br />

credenciados pela Polícia Federal (PF). O modelo, chamado de vigilância orgânica,<br />

difere da terceirização, já que o empregador é o próprio condomínio. O consultor em<br />

segurança predial do Secovi Rio, Raimundo Castro, ratifica que o sistema pode ter<br />

algumas vantagens.<br />

A vigilância orgânica permite ao síndico ter um controle maior sobre o efetivo, que<br />

ele pode selecionar, treinar, premiar. Já na segurança terceirizada existe mais<br />

rotatividade, o que impede uma maior aproximação com os moradores. Em<br />

segurança predial é fundamental que os empregados conheçam a fundo os hábitos<br />

das pessoas, eles devem se sentir parte daquela comunidade. O treinamento precisa<br />

ser bem específico, de acordo com o dia a dia do condomínio. No modelo<br />

terceirizado isso é mais difícil, embora não seja impossível.<br />

26


Mas o especialista vê pontos positivos também. Quando o quadro de funcionários<br />

contratados se mantém fixo, ou seja, quando os vigilantes estão integrados àquela<br />

comunidade e atentos em relação às suas particularidades, o modelo é bastante interessante.<br />

E o síndico ainda tem a vantagem de não precisar se preocupar com as questões trabalhistas,<br />

embora ele deva acompanhar os recolhimentos da terceirizada para não ter nenhum tipo de<br />

problema.<br />

Ao optar por esse tipo de mão de obra, os síndicos devem especificar no contrato a<br />

metodologia do serviço. Os pontos do condomínio que serão cobertos por cada vigilante,<br />

por exemplo, podem ser definidos nesse momento. A carga horária (12 ou 24 horas) também.<br />

Os períodos de trabalho mais comuns são os que vão das 19h às 7h ou das 18h às 6h. Esse<br />

tipo de serviço não cobre atendimento individual. <strong>Segurança</strong>s pessoais devem ser contratados<br />

diretamente pelos moradores interessados.<br />

Ao optar pela segurança particular, é necessário escolher firmas regularizadas pela Delegacia<br />

de Controle de <strong>Segurança</strong> Privada da Polícia Federal (Delesp) do Estado. Há cerca de 140<br />

empresas em território fluminense aptas a fornecer mão de obra para condomínios, bancos,<br />

shopping centers e prédios públicos.<br />

Além de uma ficha criminal limpa, os vigilantes devem ter uma carteira expedida pela PF. Os<br />

profissionais passam por exames psicológicos e recebem aulas de direito penal, tiro, defesa<br />

pessoal, combate a incêndio, primeiros socorros, entre outros temas relevantes para a<br />

atividade. A cada dois anos, devem passar por uma reciclagem, a ser oferecida pela própria<br />

empresa, sem custo para o condomínio. Vale ressaltar que as regras do setor estão definidas<br />

na Portaria nº 387/2006 da PF.<br />

A carteira da PF que permite usar arma de fogo em serviço tem validade de quatro anos.<br />

Existem atualmente em território fluminense cerca de 50 mil vigilantes legalizados, dos quais<br />

menos de 1% atuando em vigilância orgânica. Ao optar por esse tipo de contratação, o gestor<br />

precisa estar atento, já que há cerca de 150 mil pessoas trabalhando clandestinamente como<br />

vigilantes, sem qualquer preparo. O número de armas de fogo usadas por empresas que<br />

funcionam de forma irregular é ignorado.<br />

Muitos síndicos reclamam do alto custo desse tipo de serviço, uma vez que a substituição do<br />

modelo orgânico pelo de segurança privada pode representar um acréscimo de 30% no valor<br />

gasto pelo condomínio. É grande o número de condomínios que trabalham com o orçamento<br />

bastante apertado e que, por isso, ainda resistem à segurança terceirizada. Mas os que podem<br />

arcar com a despesa devem estar cientes de que o sistema oferece uma série de vantagens.<br />

Além de o síndico não precisar se preocupar com salários e encargos, a empresa disponibiliza<br />

uniformes e está atenta à qualificação, dando treinamentos regulares.<br />

27


13. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Não é de hoje que o tema “segurança” preocupa a população do Rio. Nas ruas e nos<br />

espaços públicos, a apreensão é constante. E o condomínio deveria ser o local onde<br />

o morador ou visitante se sentisse sempre protegido, afinal existem muros e grades.<br />

Mas infelizmente nem todos os condomínios estão atentos para esses cuidados, seja<br />

por falta de recursos ou simplesmente por puro desconhecimento.<br />

A intenção desta cartilha é dar subsídios para que os síndicos possam implementar<br />

mudanças em prol da coletividade. A redução da violência não é apenas uma<br />

atividade da Polícia e das autoridades, mas uma tarefa com a qual todos devemos<br />

colaborar. Individual e coletivamente, nos condomínios, nas escolas, nos locais de<br />

trabalho, nos bairros ou em associações comunitárias.<br />

Por isso precisamos desenvolver mecanismos que diminuam as possibilidades de<br />

crimes e que atuem sobre o clima de hostilidade entre pessoas e grupos sociais, o que<br />

pode gerar frutos positivos para nossa sociedade.<br />

Para minimizar a possibilidade de crimes nos condomínios, é preciso integrar<br />

equipamentos, funcionários, síndicos e moradores. Nosso objetivo, com esta<br />

publicação, é orientar os profissionais que trabalham nos edifícios, seus moradores e<br />

administradores sobre como utilizar os recursos tecnológicos e também como se<br />

portar diante das situações de risco, evitando-as.<br />

Apenas isto não nos torna invencíveis ou 100% seguros, mas contribui, e muito, para<br />

que possamos ter momentos de tranquilidade em nossas casas, sem aquela<br />

preocupação que nos assombra constantemente quando andamos pelas ruas da<br />

cidade.<br />

28


Realização:<br />

Patrocínio:<br />

SINÔNIMO DE SEGURANÇA<br />

Av. Almirante Barroso, 52/9º andar • Centro • Rio de Janeiro/RJ • CEP 20031-918<br />

Tel.: (21) 2272-8000 • Fax: (21) 2272-8001 • E-mail: secovi@secovirio.com.br<br />

www.secovirio.com.br

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