30.04.2020 Views

REVISTA PÓS-VENDA 56

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

47<br />

Figura 1- Posição relativa Injetor/Vela<br />

Figura 2- Sistema de injeção real<br />

tível pelo cilindro.<br />

O injector foi afastado da vela e o spray já<br />

não é dirigido diretamente para a mesma<br />

(Spray-guided), mas sim para uma concavidade<br />

presente no pistão (Wall-guided),<br />

que ajuda a distribuir a mistura pelo cilindro.<br />

Esta alteração está esquematizada<br />

na Figura 1.<br />

Através da análise da Figura 1, verifica-se<br />

que nos primeiros sistemas “A”, o injector<br />

estava próximo da vela e o jato era direcionado<br />

para a mesma. Esta configuração<br />

possibilitava o funcionamento em carga<br />

estratificada, no entanto na vela a mistura<br />

era muito rica e o combustível não tinha<br />

tempo para evaporar, provocando uma<br />

maior quantidade de emissão de partículas<br />

sólidas de fuligem, que para além<br />

de poluentes, se depositavam na vela e<br />

promoviam a falha do sistema de ignição.<br />

A configuração “B” permite uma melhor<br />

vaporização do combustível, eliminando<br />

o problema dos sistemas anteriores.<br />

Atualmente o modo de distribuição<br />

principal da mistura, é o Spray-guided<br />

e Air-guided, tem como objetivo tentar<br />

diminuir ao máximo o contacto do<br />

combustível ainda na fase líquida com<br />

as paredes do cilindro e pistão, para que<br />

não se formem zonas de mistura rica<br />

indesejáveis.<br />

A complexidade dos sistemas é cada vez<br />

maior para cumprir com as normas ambientais<br />

e cada construtor pode optar por<br />

uma abordagem diferente, pelo que não é<br />

possível abordarmos todos os parâmetros<br />

que influenciam o desempenho e funcionamento<br />

dos sistemas de injeção direta<br />

a gasolina neste artigo. Será de seguida<br />

apresentado um sistema que representa<br />

bem o nível de complexidade que podemos<br />

encontrar nas viaturas atuais para<br />

que se consiga reduzir cada vez mais a<br />

emissão de poluentes.<br />

Na Figura 2, é apresentado um esquema<br />

real de um sistema de injeção direta atual.<br />

Como é possível verificar pela análise da<br />

Figura 2, estes sistemas podem ser bastante<br />

complexos. A bomba de alimentação de<br />

combustível possui um módulo de controlo<br />

dedicado, e a bomba de alta pressão tem<br />

que alimentar dois conjuntos de injeção<br />

que funcionam a pressões distintas, neste<br />

sistema a pressão máxima de 200 bar.<br />

Apesar do sistema possuir 8 injetores,<br />

este é um sistema de uma viatura com<br />

4 cilindros.<br />

Conforme apresentado na Figura 3, este<br />

sistema utiliza um conjunto de injetores<br />

para realizar injeção indireta e outro conjunto<br />

que realiza injeção direta. Cada um<br />

dos conjuntos pode funcionar individualmente<br />

ou em simultâneo, dependendo da<br />

condição de funcionamento da viatura.<br />

O principal motivo pelo qual este sistema<br />

foi desenvolvido, foi para se conseguir<br />

reduzir a emissão de partículas sólidas.<br />

Mesmo em sistemas atuais, a injeção<br />

direta a gasolina devido à sua inferior<br />

atomização relativamente aos sistemas<br />

de injeção indireta gasolina produzia até<br />

10x mais partículas do que os veículos<br />

atuais diesel. Para além desta vantagem,<br />

este é um sistema mais silencioso, pois<br />

a injeção indireta produz menor ruído<br />

que a injeção direta. A utilização dos<br />

dois tipos de injeção permite cumprir a<br />

normal EURO 6 sem que seja aplicado<br />

um filtro de partículas, reduz a emissão<br />

de CO2 e aumenta e eficiência energética<br />

do motor em condições de carga parcial<br />

e regimes transientes.<br />

INJEÇÃO INDIRETA – BAIXA PRESSÃO<br />

É conseguido através da mesma bomba<br />

de alta pressão, dois níveis de pressão distintos<br />

através de uma derivação na bomba<br />

de alta pressão. Esta derivação possui um<br />

restritor e envia combustível para a régua<br />

de baixa pressão, sendo monitorizado por<br />

um sensor de pressão dedicado e controlada<br />

a quantidade de combustível que vai<br />

para os injetores de injeção indireta por<br />

uma válvula de pressão.<br />

INJEÇÃO DIRETA – ALTA PRESSÃO<br />

O circuito de alta pressão é utilizado<br />

para realizar injeção direta. Tal como o<br />

circuito de baixa pressão, também possui<br />

um sensor de pressão que monitoriza a<br />

pressão do sistema. No entanto, a pressão<br />

que se encontra na régua de alta pressão<br />

é a mesma que a bomba de alta pressão<br />

produz e pode neste sistema alcançar os

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!