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[ JULHO/AGOSTO 2020 | Edição Nº. 2666+267 | ANO XXVI | Direcção: Sandra Ferreira + Armindo Alves | Publicação mensal gratuita ]
Portas fechadas à
União Europeia?
Livre circulação de pessoas
vai a votos a 27 de Setembro
O “novo”
CLZ
já abriu.
Visite-nos!
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EDITORIAL
ACABAR COM
A XENOFOBIA
PÁGINA 3
COMUNIDADE
VIAGENS AO
ESTRANGEIRO
PÁGINA 14
DIREITO
ALTERAÇÕES NO
CÓDIGO DA
ESTRADA - PÁG. 11
2
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Centro Lusitano de Zurique
Risweg, 1
8041 Zürich
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Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55
Cursos de alemão 076 332 08 34
Consulado Geral de Portugal em Zurique
Zeltweg 13 - 8032 Zurique
Tel. Geral: 044 200 30 40
Serviços de ensino: 044 200 30 55
Serviços sociais: 044 261 33 32
Abertura de segunda a sexta-feira das
08:30 às 14:30 horas
Embaixada de Portugal
Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15
Secção consular: 031 351 17 73
Serviçoa sociais: 031 351 17 42
Serviços de ensino: 031 352 73 49
Edição anterior
[ JUNHO 2020 | Edição Nº. 265 | ANO XXVI | Direcção: Sandra Ferreira + Armindo Alves | Publicação mensal gratuita ]
LUSITANO DE ZURIQUE
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Futebol armindo.alves@garage-mutschellen.ch / 079 222 09 14
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Vamos contar uma história 079 647 01 46
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imigrantes - Zurique (Welcome Desk)
Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique
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Polícia 117
Bombeiros 118
Ambulância 144
Intoxicações 145
Rega 1414
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EDITORIAL
NOVA CASA
PÁGINA 3
COMUNIDADE
DONATIVOS DAS
“JANEIRAS 2020”
PÁGINA 7
DIREITO
O QUE É UM
CONTRATO?
PÁGINA 12 E 13
Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH
Katholische Mission der Portugiesischsprechenden
Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich
Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com
Horário de atendimento:
- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h
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Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
EDITORIAL
3
Ser livre de ir
e voltar
SANDRA FERREIRA
SANDRA FERREIRA
Directora - jornalista CC12 A
Umas das coisas que esta pandemia do Covid-19 nos mostrou é que termos a liberdade de nos deslocar,
de viajar, de conhecer além fronteiras é um bem muito precioso.
Se o confinamento dentro de 4 paredes pode ser muito desagradável, também o “confinamento“ nou-
tro país que não o nosso e longe dos nossos, pode ser bastante difícil. E é este sentimento que nos foi
deixado, a nós emigrantes, nos últimos meses.
Estivemos quase 3 meses de portas-fechadas com o resto do Mundo e já só esperamos que este Verão
possamos deslocar-nos a Portugal para ver os nossos familiares e amigos.
Contudo, esquecemos-nos que é com a possibilidade de que esta livre-circulação de pessoas acabe,
que somos confrontados quase anualmente pela política suíça.
A votação sobre a limitação da livre circulação de pessoas entre a Suíça e a União Europeia estava
prevista para 17 de Maio, mas foi adiada para 27 de Setembro devido ao Covid-19.
A iniciativa popular “Por uma imigração moderada” exige que a Suíça “regule a imigração de estran-
geiros de forma autónoma“. Se for aceite, levará ao fim do acordo sobre a livre circulação de pessoas
entre a Suíça e a União Europeia (UE).
A 7 de Junho de 1970, os suíços votavam numa iniciativa “contra a excessiva presença estrangeira“.
Hoje, 50 anos depois continuam a querer o mesmo, não aceitando a verdade de que sem a mão de obra
estrangeira, a Suíça nunca conseguiria a posição económica em que se encontra, nem nunca teria tão
boas infra-estruturas como tem. Foi tudo graças a nós, estrangeiros!
Já está na hora de acabar com esta Xenofobia!
EQUIPA REDACTORIAL
EMAIL: LUSITANOZURIQUE@GMAIL.COM
Sandra Ferreira
Armindo Alves
DIRECTOR A CC12 A
SUB-DIRECTOR CC15 A
Natascha D´Amore
Maria dos Santos
Lúcia Sousa
Zuila Messmer
Joana Araújo
CC11 A
Cristina F. Alves
CC 16 A
Jorge Macieira
CC28 A
Pedro Nogueira
Nuno Brandão
Domingos Pereira
Carmindo de Carvalho
Euclides Cavaco
Nelson Lima
Carlos Matos Gomes
Manuel Araújo
jornalista 3000 A
EDIÇÃO,
COMPOSIÇÃO
E PAGINAÇÃO
Manuel Araújo
Jornalista 3000 A
araujo@manuelaraujo.org
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Diário do Minho
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Esta publicação
não adopta nem
respeita o inútil
(des)Acordo Ortográfico
Apoios:
Daniel Bohren
Jurista
Pedro Nabais
CC14 A
Aragonez
Marquez
Ivo Margarido
Jeremy da Costa
NOTA: Os artigos assinados reflectem tão-somente a opinião dos seus
autores e não vinculam necessariamente a Direcção desta publicação.
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4
COMUNIDADE
Já
ABRIU!
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
COMUNIDADE
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Como pagar Portagens
DOMINGOS PEREIRA
Vai de férias com um veículo
de matrícula estrageira? Deixamos
aqui algumas recomendações
para que você possa
poupar tempo, evitar preocupações
e despesas adicionais.
Em todas as viagens desejamos efetua-las
o mais rápido possível. Por via terreste isto
é possível se circularmos nas autoestradas.
Mesmo nestas pode ocorrer contratempos de-
sagradáveis como por exemplo ter de aguardar
horas para efectuar o pagamento.
Com as novas tecnologias de controle e paga-
mento nas autoestradas europeias, viajar de
automóvel é mais rápido e menos frustrante,
basta adquirir um o equipamento certo.
Em Portugal
Como é do conhecimento geral Portugal foi
pioneiro nas portagens de livre passagem.
Actualmente existem três sistemas de porta-
gens: as tradicionais (com cabine), em que o
pagamento é feito no momento em que circula,
faixa prioritária (via verde) e as eletrónicas por
meio de Pórticos que permite a identificação
de veículos no momento da passagem e este
realiza a descarga do valor a pagar por via
eletrónica através de um dos seguintes siste-
mas: Via verde, Via Verde Visitors, EASYToll,
TOLLCard.
Via Verde é a melhor solução
para quem veio para ficar - pode comprar
um identificador eletrónico Via Verde. Com o
sistema Via Verde, o pagamento é feito através
da sua conta bancária (pagamento automático
Via Verde) ou descontado no saldo do seu iden-
tificador eletrónico pré-pago (pré-pagamento
Via Verde).
Via Verde Visitors foi pen-
sada para visitantes frequentes - Se utiliza
frequentemente as autoestradas portuguesas,
pode alugar um dispositivo temporário Via
Verde Visitors e associá-lo a um cartão de
crédito. Com o Sistema Via Verde Visitors, as
portagens são automaticamente descontadas
da sua conta bancária.
EASYToll é o companheiro ideal
para estadias até um mês - Este sistema per-
mite-lhe associar a matrícula do seu veículo
a um cartão de crédito (Mastercard ou Visa)
durante um período até um mês. Sempre que
passar por um pórtico de cobrança eletrónica
de portagens, a sua matrícula é fotografada
e o valor das portagens é descontado da sua
conta bancária.
TOLLCard - Este sistema per-
mite-lhe associar a matrícula do seu veículo a
um cartão carregado com 5 €, 10 €, 20 € ou
40 €. Sempre que passar por um pórtico de
cobrança eletrónica de portagens, a sua ma-
trícula é fotografada e o valor das portagens
é descontado do saldo do cartão.
Pré-Pago Virtual é para via-
jantes ocasionais - Este serviço é adequado
para as suas viagens ocasionais. Não precisa de
um identificador eletrónico para o seu veículo
– quando passa por um pórtico, a matrícula
é fotografada. O Pré-Pago Virtual pode ser
usado durante três dias, sem limite de viagens.
Para mais informações, consulte o sitio www.
portugaltolls.com.
Em outros países europeus
Algumas concessionarias europeias vendem
aparelhos que permite circular nas auto-estradas
e pagar portagens em vários países euro-
peus. Segue alguns exemplos que lhe pode ser
útil para Portugal, Espanha, França e Itália:
Carta topEurop APRR
/ AREA: também pertence ao grupo de
APRR Autoestradas francesas. O aparelho
pode ser encomendado no sítio www.appr.
fr ou em uma loja nas áreas de serviço da
autoestrada da APRR.
Bip & Go: com este sistema do
grupo Sanef pode pagar todas as autoestradas
francesas, espanholas e portuguesas e receber
a factura em casa.
Os custos de activação são de 10 euros e 6
euros para serem enviados ao adereço esco-
lhido por si mesmo. Consulte o sitio www.
bipandgo.com
Badge Ulys de Vinci: Como
o APRR, a Ulys de Vinci oferece agora um
serviço europeu que pode ser obtido no sitio,
www.ulys.vinci-autoroutes.com
Télépéage Ulys avec l’option
Europe: você deve ter o cuidado de
activá-lo antes de partir para um dos países.
Este sistema francês é válido exclusivamente
nas autoestradas. Consulte e adquira em www.
ulys.vinci-autoroutes.com
Touring Badge télépéage
topEurop: é um sistema Belga idêntico
aos outros onde pode circular em França, Espanha,
Portugal e Itália. Ao pedir este apa-
relho tem uma diferença dos outros em que
não é cobrada tarifa de activação, o aparelho
e gratuito para França, Espanha e Portugal.
Já se optar pelos países incluindo Itália será
cobrado 6 € de activação. Consulte www.tou-
ring.be
Fonte: ascendi.pt, appr.fr, bipandgo.com, ulys.vinci-au-
toroutes.com, touring.be
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
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CRÓNICA
Do nosso cantinho para o vosso cantão
A praia onde morrem
as baleias
Ou uma braçada para fora da depressão
ARAGONEZ MARQUES
Eu sou a praia onde morrem as baleias. Não
sei porque me escolhem as baleias para mor-
rer. Nem sei sequer se é isso que desejam, sei
apenas que é a mim que chegam e que ao longo
dos anos, é em vão que luto, dia a dia, para
guiá-las de novo ao oceano, o que é difícil.
Uma baleia pesa muito, e se permitem, por-
que inofensivas, o meu contato com elas na
água, torna-se muito dificultosa a tarefa de
as desencalhar dos meus baixios.
São poucas as que conseguem recuperar os
seus rumos e muitas, depois de o conseguir,
regressam de novo para agonizarem defini-
tivamente.
As minhas areias, embora doiradas ao sol e
cobertas de mil gaivotas que deixam as suas
marcas no chão húmido, pouco duradouras
que a água apaga quando sobe a maré, não
passa de terra leve e triste que oculta cadá-
veres tapados.
Dantes chegavam mais espaçadamente no
tempo e eu, pensando ainda ser uma coinci-
dência, esforçava-me com uma maior ilusão
em salvá-las; depois, com o passar dos anos,
transformei em rotina passar os dias a abrir
valas, à mão, enormes, para onde as arrasta-
va e cobria, tentando mais salvar a imagem
paradisíaca da minha baía dourada que os
turistas aplaudiam, do que a vida destes gi-
gantescos mamíferos que me procuravam,
vá-se lá saber porquê.
Às vezes acordava envolto em medos e dormia
mal com pavor aos pesadelos.
Na minha pressa, agora objetiva, de manter
superficialmente a praia limpa, duvidava se
alguma vez enterrara alguma daquelas cria-
turas viva.
Este pensamento arranhava-me como o frio
cortante que enfrento no Inverno e. porque
constante, passou a arranhar-me durante
todo o ano, transformando-me em praia
com Inverno permanente, com marés vivas,
ondas altas e ventos que dobravam as pal-
meiras, outrora belas sempre, tanto calmas
como promessas com as suas novas folhas
na Primavera, como acolhedoras nas suas
espraiadas sombras no Verão, como poéticas
nos pores-de-sol de Outono ou dançarinas no
Inverno, impedindo o vento nesse entreter de
baile, de consumir as dunas.
É neste Inverno permanente, agora sem músi-
ca para o baile ou palmeiras para dançar, que
hoje continuo a assistir à vinda das baleias e
à destruição das dunas.
Deixei de acreditar que as posso salvar e con-
sumo meses inteiros a abrir covas e a enterrar.
Algumas dessas covas nem sequer têm ainda
baleias mortas. Hoje já não me preocupo com
a paisagem e muito menos com os turistas,
sou, no entanto, mais sensível aos cheiros.
Abro buracos para evitar os cheiros. Cavo e
tapo porque as baleias cheiram mal. Perdi a
ilusão de poder salvá-las.
A última vez que o fiz, levei quase um mês
envolto em suores e canseiras, empurran-
do uma baleia resistente perante os olhares
dos turistas, mar adentro. Assim que virava
costas, ela aí vinha, boiando, atrás de mim,
aproveitando as ondas calmas para me im-
pregnar de odores.
- Deixa-me! Segue o teu caminho! Eu só te
posso dar uma cova, nada mais. Ainda por
cima, uma cova pequena, que tenho os dedos
feridos de tanto escavar com eles. Dedos que
quase não têm impressões digitais, dedos
quase sem identidade. Deixa-me! Para ti te-
nho uma cova pequena, nada mais.
Nunca fui dos melhores nos meus entendi-
mentos dialogantes com as baleias, e talvez
este “nada mais” fosse entendido como uma
forma do verbo “nadar”, ela continuava a
perseguir-me.
- Deixa-me! - e pedi por favor.
Ignorou este meu último queixume. Não sei
porque mistério continuava a escolher-me a
mim, trocando pelas minhas águas baixas
e sufocantes a liberdade das profundezas
do mar, onde, com a barbatana horizontal,
desenhava o azul dos céus e pelo seu orifício
atirava repuxos mais altos do que metade da
cova de areia escaldante que a esperava comi-
go. Ajustada ao tamanho do seu corpo. Nada
mais ali cabia. Apenas o seu corpo, nunca a
imensidão do seu espírito.
- Vai-te! Deixa-me! - e batia ferozmente na
água tentando afugentá-la, ruído e mais ruí-
do, que a fizesse renunciar à morte nem que
fosse pelo medo.
Parece que finalmente se foi.
Deixei-me eu agora arrastar na espuma das
minhas ondas que me enrolaram cansado
na areia.
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
CRÓNICA
7
Reparei então, que durante este tempo,
enquanto eu lutei para salvar uma baleia,
tinham chegado à praia sessenta, estas já
cadáveres, trocando moscas por cheiros.
Levantei-me em ângustia, gritei, ergui o
mar e agitei a areia espetando os seus grãos
de quartzo como agulhas no vento. O que
restava das palmeiras foram abanadas até
à exaustão e depois, numa tristeza, numa
resignação, resignação, resignação, reco-
mecei, recomecei a abrir covas, abrir covas,
maquinalmente, maquinalmente...
Todo o peso do infortúnio se abateu na minha
baía nesse instante. Varreu-se o presente e
o futuro, só o passado, essa repetição deste
presente e imagem de provir invadia tudo.
Covas, continuar a abrir covas para sempre.
Revoltei-me na praia e transformei-me na-
quele momento em local de tormenta.
Os que observavam a minha baía naquele
instante, nada fizeram.
Indiferentes ao sofrimento daquela agressi-
vidade da natureza, limitaram-se a levantar
bandeiras vermelhas e quando, já cansado e
sem forças para cobrir de areia os sessenta
buracos onde, com esforço, ainda tinha con-
seguido depositar os cadáveres que arrastei
um a um, limitaram-se a colocar cartazes
que alertavam para o perigo de que alguém
pudesse cair naquelas covas.
Fui considerado uma praia perigosa, uma
praia a evitar.
Sempre foi assim.
Cada vez que, como praia, necessitei de au-
xílio, apenas me cercaram de bandeiras e
cartazes de perigo, regalando-me a quaren-
tena forçosa até que, sozinho, acabasse as
minhas tarefas e pintasse a praia, cada vez
mais retocada, mais maquilhada, em doira-
dos de areia e sol, palmeiras em descanso
e céu sem nuvens, passaporte de relações
com as gentes que então aí iriam desfrutar,
mais amantes de sedas e brocados que de
corpos nus.
E eu? Que sempre aceitei qualquer relógio?
Mesmo quando alguém me disse que não
passava de um relógio parado? Mesmo antes
de ter lido, ouvido e confirmado, que mesmo
um relógio parado, duas vezes por dia tem
as horas certas?
Quem me aceita como sou, como destino de
um mistério, sem serem as baleias? Essas
criaturas grandes e pacíficas que me pro-
curam, vamos lá saber porquê? Ainda por
cima para morrerem em mim?
Voltemos à praia.
Voltemos à praia onde morrem as baleias.
Voltemos a mim.
Acabei a tarefa extenuadora de me limpar,
mar calmo de um lado, areia alisada do ou-
tro, céu por cima como mandam as regras
de todas as praias, todas as covas tapadas,
as moscas e os cheiros longe dali, olhei-me
nas águas.
O meu reflexo ia-se alterando com o vaivém
das águas, o rosto era distorcido, umas vezes
alongado, outras com formas lunares, havia
dificuldade de saber como era realmente.
Tinha, no entanto, os olhos fundos e ver-
melhos, as mãos doridas e lixadas, não sei
de onde, mais uma vez, me vieram as forças
para terminar tamanha tarefa.
Sentei-me, mas tive poucos momentos para
gozar o descanso.
Olhei o horizonte.
Não queria acreditar.
Gritei, arranhei a areia, esfreguei as costas
nas palmas pontiagudas das palmeiras, feri
os pés de raiva com as conchas mortas tam-
bém. - Não posso crer! É ela! A estúpida de
novo. Vem para cá! - gritei em desespero -
Fora! Fora daqui! Aqui não! Aqui não! Fora!
- e agitava os braços no ar, impedindo-a de
regressar. - Vais morrer, idiota!
(Sinceramente, naquele momento preocupa-
va-me mais com o trabalho que a sua morte
acarretaria do que a sua vida)
- Vais morrer, idiota! Para quê? Porquê aqui?
Fora! Fora! - e agitava as minhas águas e
levantava as minhas areias e dobrava violen-
tamente o que restava das minhas palmeiras.
Insensível. ela aproximava-se, parecia que
descansava nas águas. A distância ia-a fa-
zendo cada vez maior.
Sentei-me. desiludido.
Ela foi-se aproximando mas. de repente,
parou. Muito antes do recife. Tinha perce-
bido onde terminava a liberdade do mar e
começava o perigo da praia. Movimentou-se
então, evitava a todo o custo as águas baixas
da minha praia, as minhas águas. Mergu-
lhou e bateu com a barbatana no azul forte
fazendo saltar um chorro de água em cascata
circular e foi então, supresa das surpresas,
que vi outras duas pequenas barbatanas
chapinharem o oceano, mais pequenas do
que a cabeça da mãe. E eu que pensava que
as baleias só podiam ter uma cria de cada
vez. Estava atónito. Havia vida pela primeira
vez na minha praia depois de tantos anos.
Havia vida novamente em mim.
Não me restavam dúvidas, a baleia desta vez
não regressava para morrer, vinha saudar-
-me e apresentar-me as crias que trouxera
consigo do vasto oceano.
Levantei-me e ri. Ri muito. As minhas gargalhadas
ecoavam nas escarpas e eram molha-
das, porque uma grande vontade de chorar
me vestiu o peito e lavou a cara.
Saltei, acenei, e ela feliz saltava com as pe-
quenas, dialogando comigo numa mímica
agradecida.
Dei-me conta então, que tempos houve, em
que gostei de ser a praia onde morrem as
baleias, talvez por ser a única forma de ter
junto a mim gente, turistas, que se deita-
vam em mim, e desfrutavam das minhas
palmeiras por esse tempo de pé e viçosas,
até terem uma boa fotografia de uma baleia
morta, ou me auxiliavam a levá-las para o
mar alto, com o mesmo fim, deixando-me
logo que a imagem ficava gravada e pronta
para ser reproduzida e mostrada a outros
turistas, não se preocupando se a mesma
tinha sobrevivido ou não.
Turistas, apenas turistas.
Sempre turistas da vida. Sacadores de mo-
mentos à distância, não bebedores da mesma,
e que eu, proprietário de uma praia, pobre
diabo, tinha a ousadia de confundir com
aplausos e até mesmo com amor.
Há decisões na vida que se têm que tomar
rápido. Sem necessidade de tempo para pen-
sar. Pensar muito pode levar ao adiamento
das decisões.
Entrei na água, baloucei-a ritmada, cobri-me,
atravessei a distância entre nós sem nunca
olhar para trás e esquecendo as sessenta
covas que tinha acabado de cobrir com os
cadáveres dentro, atravessei as águas baixas,
nadei a partir do recife e juntei-me às crias.
Parti com elas.
Despi-me da praia, abandonei as bandeiras
vermelhas e os repetidos cartazes de perigo
que me isolavam e impediam.
Nadei com elas, nadei e continuo nadando.
Deixei de ser uma praia onde as baleias vão
morrer.
Sou uma baleia que guia outras no evitar os
recifes e as águas baixas.
Hoje já não sou uma praia de baleias mortas.
Hoje sou uma baleia que só procurará a sua
praia no fim da caminhada.
Confesso que estou a gostar de fazer esta
viagem.
Afinal o que eu sempre gostei, foi de água.
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8
SAÚDE
A mulher
e sua complexidade.
E a pergunta:
Porque não
consigo
engravidar ?
ZUILA MESSMER
Existem várias causas que impedem a mulher
de engravidar, uma delas é a endometriose.
Estudos indicam que a infertilidade é a consequência
mais relevante desse problema e
que atinge cerca de 10 a 15% das mulheres no
mundo. Porém há mulheres que tornaram-
-se estéreis também por outros motivos de
saúde. Diante dessa situação, se desejam ser
mães, podem recorrer a um tratamento ou a
reprodução assistida, método hoje bastante
desenvolvido e com excelentes resultados.
Antes de partir para uma fertilização assistida, recomenda-se um
tratamento clínico rigoroso, uma bactéria de exames específicos
com diagnóstico adequado, visto que há casos em que o tratamento
apresenta bons resultados. Saiba que, o uso prolongado de meios
anticonceptivos influenciam e ou retardam uma gravidez.
trompas e o útero.
- Os ovários são responsáveis pela produção de hormónios (es-
trógeno e progesterona).
- As trompas (ou tubas uterinas) são quem captam e transportam
os óvulos expelidos do ovário durante a ovulação e onde ocorre a
fecundação.
- O útero localiza-se entre a bexiga e o recto, e é formado por
diversas tecidos, sendo o endométrio sua camada mais interna, o
qual se altera por influência dos hormónios no decorrer de cada
ciclo menstrual, preparando-se para receber o óvulo fecundado,
onde o embrião se desenvolve e gera nova vida.
Caso não acorra a fecundação (gravidez), a camada do endométrio
se desfaz e é liberada em forma de menstruação. Após os dias de
sangramento, dá-se o reinício do novo ciclo, ocorrendo o mesmo
processo ao longo dos anos em que a mulher se encontra em fase
de procriação.
Em alguns casos porém, há um distúrbio ginecológico, e o endométrio
além de presente na cavidade uterina, é encontrado também em
outras estruturas fora do útero, denominados pontos ectópicos,
caracterizando a endometriose. Os locais mais comuns são a pelve
(bacia), abdómen (no peritónio, a camada de revestimento interno
do abdómen), ovários, septo recto-vaginal, porção posterior do
útero, trompas uterinas, vagina, bexiga, intestino e outros menos
comuns, como pulmões e diafragma (importante músculo do sis-
tema respiratório).
O sistema reprodutor feminino é formado por dois ovários, duas
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
SAÚDE
9
Causas da endometriose
Entre as causas reconhecidas está o stress, o processo auto-imune
(de defesa orgânica), hereditariedade e a teoria do fluxo menstrual
retrógrado, o qual consiste no refluxo de uma parte do sangue
menstrual para o abdómen, através das tubas uterinas, levando
células endometriais que se fixam e permanecem nas cavidades
e órgãos, formando pontos ectópicos (fora da origem), mas que
possuem a mesma constituição que o endométrio do útero, e assim
a cada ciclo menstrual, também sangram, aumentando as lesões,
provocando inflamações, dores, dificuldades funcionais, aderências
e infertilidade.
Na presença de células endometriais fora da cavidade uterina, o
sistema imunológico age nesses locais tentando destruir essas cé-
lulas, tirando-as de circulação, todavia nem sempre essa resposta
imunológica é eficaz, os focos continuam a progredir, desse modo,
ambos factores, terminam afectando processos fisiológicos im-
portantes da reprodução, dificultando a fecundação, diminuindo
a mobilização dos espermatozóides e a sobrevivência de embriões.
Sinais e sintomas
O quadro clínico da doença é variável, se manifesta de acordo com
o grau da doença, tipos de focos, localização, quantidade, aspecto,
profundidade, extensão, aderências e danos causados nas partes.
Existem casos raros em que os sintomas não aparecem, ou surgem de
forma isolada, alternando ciclos, com dores pélvicas leves em perío-
dos menstruais ou não, mas que tendem a aumentar à intensidade a
cada vez que surgem, levando a desmenorréia ( dor intensa). Outros
sintomas comuns é a dispareunia (dor ou desconforto durante o ato
sexual) e a disúria, que é uma necessidade constante urinar com a
presença de ardor e dores.
Outras características importantes a observar é quando a mulher
tenta engravidar e não consegue e tem problemas intestinais - dor
na evacuação, cólicas, diarréia e hematúria (sangue na urina).
Diagnóstico
O diagnóstico na endometrióse baseia-se na história clínica, exame
físico e complementares. Solicita-se a ultra-sonografia transvaginal
tridimencional, o doppler, ressonância nuclear magnética, dosagens
de marcadores laboratoriais, Video laparoscopia e ou a laparotomia.
Através do Video laparoscópico é possível visualizar os focos da
doença, retirar fragmentos dos endométrio ectópicos para o exame
anátomo-patológico - a biopsia, o mais fiel para o diagnóstico.
Tratamento
Quanto mais cedo for diagnosticado, melhor será o resultado do
tratamento, o qual visa aliviar a dor, regularizar o endométrio, evitar
que desenvolvam novos pontos ectópicos e eliminar os existentes,
manter a fertilidade e depredar a doença.
A terapia pode ser medicamentosoa e hormonal, o qual varia conforme
o caso, a área afectada, os sintomas, a tolerância aos medi-
camentos, idade da paciente e se quer engravidar ou não. Alguns
exercícios físicos são recomendados. Nos casos graves e se a mulher
já teve filhos, pode-se recomendar tratamento cirúrgico e a retirada
dos ovários, trompas e útero.
A endometriose é uma doença que regride com a menopausa, devido
à queda na taxa de hormónios.
PORTUGUESES
RESIDENTES NO ESTRANGEIRO
NÃO IMPORTA
ONDE ESTÁ.
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Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
10
CIDADANIA
Suíça
- uma democracia
de duas classes
Democracia direta
A Suíça é um país democrático, cujo sistema é invejado por muitos outros países. Mas de fato,
a verdadeira democracia só começou a partir de 1971: foi quando as mulheres conquistaram
o direito de voto. No entanto, os estrangeiros ainda não dispõem desses direitos.
RENAT KUENZI (*)
Os estrangeiros pagam impostos, contribuem
à previdência social, ao seguro-desemprego
e participam da economia do-
méstica. No entanto, por não ter direitos
políticos, um quarto dos 8,6 milhões dos
habitantes do país são considerados cida-
dãos de segunda classe.
Uma dessas pessoas é Paola Palmieri.“-
Nasci na Basileia em 1977. Meu visto de
estrangeiro foi expedido na minha data
de nascimento. Aqui fui à escola e aqui é
a minha casa”, diz. Mas ela só vota na Itá-
lia, os pais de onde os pais vieram. E qual
a razão? É porque na Suíça, os direitos po-
líticos dependem da cidadania do eleitor.
Em nível estadual, os estrangeiros só po-
dem votar em dois cantões: Neuchâtel e
Jura (no total são 26). Em nível municipal
já são cinco: além dos dois, Friburgo, Vaud
e Genebra.
Apesar de os cantões germanófonos serem
menos liberais do que os francófonos na
questão do direito de voto para estrangei-
ros, Appenzell Exterior, Basileia-cidade e
Grisões têm leis que permitem estrangei-
ros votar em assuntos municipais.
No total, os estrangeiros têm direito à participação
política em 600, dos 2.202 muni-
cípios. O direito de voto para estrangeiros
tem pouca chance de aprovação em nível
nacional. “Sem passaporte, sem participa-
ção” é a posição da maioria dos partidos
de centro e direita. “O direito de voto não
pode ser dado gratuitamente. É preciso lu-
tar para tê-lo. A única forma é através da
naturalização”, defende Thomas Burgherr,
deputado-federal pelo Partido do Povo
Suíço (SVP, na sigla em alemão)
Os pragmáticos focalizam mais sobre o
nível comunal. Um deles é Joachim Blat-
ter. A Suíça exclui mais pessoas do sistema
democrático do que a maioria dos vizinhos
europeus, afirma o professor de ciências
políticas na Universidade de Lucerna. Em
sua opinião, qualquer um deveria poder
votar se viveu mais de cinco anos no mes-
mo município. Blatter é parte de uma nova
dinâmica que surge especialmente nas
regiões urbanas como Zurique e Basileia.
Mas também nas regiões de montanha da
Suíça a questão do direito de voto para estrangeiros
também é debatida. Um exem-
plo é dado pela conhecida estação de esqui
de St. Moritz.
O município de Kloten, que abriga o Aero-
porto Internacional de Zurique, organiza
encontros regulares para suíços e estran-
geiros que ainda não têm direito de voto.
Aqui acompanhamos um deles.
(*) swissinfo
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Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
DANIEL BOHREN
A partir de 1 de janeiro de 2021 são alteradas
diversas regras do Código da Estrada, a saber:
1. Obrigação de «fecho éclair»
CÓDIGO DA ESTRADA
Alterações no Código da Estrada
a partir de 1 de janeiro de 2021
11
Se uma faixa de uma via rodoviária com várias fai-
xas termina, então tem de ser dado acesso aos veículos no fim
dessa faixa espaço para entrar na faixa que con-tinua, a saber,
num sistema idêntico ao de um fecho éclair, quer dizer, tem de
ser dado acesso à faixa que continua a um veículo, podendo
depois passar um veículo da faixa que continua, passando de
seguida de novo um veículo da faixa que ter-mina para a faixa
que continua e por aí fora...
4. Estacionamento reservado para
bicicletas
Podem ser reservados de novo estacionamentos para
bicicletas com um pictogra-ma de bicicletas:
5. Estacionamento para motociclos
sujeito a pagamento
2. Permitido passar à direita
A partir de 1 de janeiro 2021 será permitido passar
em autoestradas e em vias rodoviárias à direita se do lado es-
querdo houver uma fila de veículos. Anterior-mente tal só era
permitido, se também na faixa da direita se conduzisse dentro
de uma fila de veículos. Continua no entanto a ser proibido de
mudar para a faixa da direita, avançar e voltar então de novo
para a faixa da esquerda.
Se os lugares de estacionamento forem sujeitos a paga-
mento, então essa obriga-ção de pagar o estacionamento
também se estende a motociclos, lambretas ou bicicletas
elétricas rápidas, que precisam uma matricula amarela.
6. É permitido andar de bicicleta
nos passeios até aos 12 anos
A novidade é que crianças até à conclusão do décimo
segundo ano de vida podem andar no passeio, se não houver
faixa para bicicletas na rua.
3. Faixa para salvamento em autoestradas
e vias rodoviárias
Se o trânsito estiver parado em autoestradas ou vias
rodoviárias ou se só avançar a passo, então tem de ser deixada
uma faixa para salvamento entre a faixa mais à esquerda e a
faixa à direita diretamente ao lado desta.
Tem perguntas que digam respeito ao direito?
Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano” a:
Bohren Rechtsanwalt, Postfach 229, 8024 Zürich
ou para mail@dbohren.ch
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RECANTOS HELVÉTICOS
"Grosser Mythen“
MARIA DOS SANTOS
Mais uma descoberta plena de magia.
O parque de estacionamento em Rothenflüh, estava va-
zio quando cheguei. Percebi logo que algo não estaria a
funcionar. E na verdade o teleférico, só seria activado,
uma semana mais tarde. Restava-me subir a pé, como
sempre faço.
Como descrever esta montanha, situada em Schwytz.
Majestosa, com os seus dois picos, proporciona uma vi-
são de 180 graus. Um vale que se deixa ver até Brunni e
Einsiedeln.
Com os seus 1811 metros, imponente ela ali está, ao lado do seu
irmão, algo mais pequeno com 1810 metros de altitude. Implacável
paisagem, digo mesmo, digna de uma cena romântica, de duas
almas que se encontra nas altitudes alpinas.
Há cerca de 10 anos que cada Verão me proponha subir esta mon-
tanha, mas sempre estive indecisa. A dificuldade não me assusta,
mas faltava-me o impulso .
E foi há duas semanas que decidi, que o meu regresso aos “Recan-
tos Helvéticos“ merecia esta descrição e convite a quem queira ir
passar um dia díspar.
O caminho que não é nada fácil, existe desde 1864. Para se atingir o
topo, temos de efectuar as 46 curva existentes. Todo o trajecto está
sinalizado com as cores branca e vermelha. Cores da dificuldade
superior em Montanha. Sendo que as cores azul e branco, são de
estrema dificuldade e por vezes requerem um guia de montanha .
O pequeno restaurante, explorado pelo senhor Armin Schelbert é
a recompensa, para os que querem saborear alguma iguaria Suiça.
Tudo chega a esta cozinha por helicóptero, pelo que, me senti na
obrigação moral de dar o meu contributo e comi um bom croissant,
bem acompanhado de um café „lutze“. Porque a esta altitude a brisa
é sempre fresca, apesar do intenso sol.
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
RECANTOS
13
Se queremos ter as regalias, temos de colaborar com quem
põe ao nosso dispor os petiscos, sempre muito apetecíveis.
Permaneci naquele panorama, quase que embriagada pela
beleza, do lago dos quatro cantões, e a minha visão alcançava
ainda mais 5 lagos, visíveis apenas se as condições meteoro-
lógicas o permitirem. Tive sorte no dia que escolhi.
Imaginei-me a ver um nascer ou um pôr do sol, com as cores
características, e que de tão perfeitas, quase nos parece irreal.
Acordei deste sonho, quando as gralhas-de-bico-amarelo
e patinhas vermelhas, me tentaram "roubar" o que comia.
Alonguei o meu braço e para meu espanto, cheguei a ter 6 ao
mesmo tempo a comer da minha própria mão. Desejei que as
relações entre animais e humanos fosse assim: Sem medos,
sem receio.
Hoje sugiro este passeio, aproveitem as horas livres, para
restabelecer laços com a natureza. É ímpar quando estamos
num sitio e por um triz, perdemos a noção da dura semana
que passamos, dos comentários impróprios que ouvimos ou
lemos, dos exageros a que a sociedade se permite…e hoje do
medo que sentimos com o inimigo invisível, que chegou sem
avisar e destrui a economia mundial, famílias que não pude-
ram dar o último adeus a entes queridos e familiares e um
sem números de acontecimentos que chegaram sem avisar.
Por outro lado, este Covid trouxe outra visão e definiu outras
estratégias de vida. Mas queremos nós que seja assim para
um futuro que ninguém está preparado para viver?
A mim falta-me o contacto humano as festas culturais, os
abraços sentidos, uma refeição com todos ao mesmo tempo,
uma cavaqueira de olhos nos olhos…porque não sei viver e
recuso-me ao mundo virtual, como forma de comunicação.
NOSSA MÃE A
NATUREZA
Como ela nos pode ajudar!
NELSON S. LIMA
A terapia florestal, também
conhecida como "Shinrin-
-yoku", refere-se à prática
de passar alguns períodos
de tempo em áreas florestais
com o objectivo de melhorar
a saúde, o bem-estar
e a felicidade.
As palavras japonesas
"Shinrin-yoku" podem ser
traduzidas como "Banho
na Floresta". Há uma longa
tradição disso em culturas
em todo o mundo. Não
se trata apenas de curar
pessoas; inclui até a cura
para as florestas (ou rio,
ou deserto ou qualquer outro
ambiente em que você
esteja).
Há um número infinito de
actividades de terapia que
podem ser incorporadas
numa caminhada na floresta
ou em qualquer outra
área natural.
Existe já formação para
"terapeutas florestais"
com certificação. Uma das
mais conhecidas escolas
pertence à Associação de
Guias e Programas de Terapia
Florestal e Natureza,
com sede na Califórnia (ver
https://www.natureandforesttherapy.org/)
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
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Covid-19: viagens ao
estrangeiro
Trabalhe e viaje em
segurança, privilegie
Portugal
Recomendações sobre viagens indispensáveis ao estrangeiro
nos próximos meses
Este folheto, destinado aos portugueses que pretendam viajar ao estrangeiro por razões profissionais ou em viagens
de lazer, recomenda conselhos para a sua deslocação caso a mesma seja essencial. Informa sobre os cuidados que
deve ter na preparação da viagem, o que deve saber para a efetuar, que constrangimentos pode encontrar e como
superá-los, que apoios pode obter junto da rede consular e o que não constitui obrigação do Estado.
A pandemia originada pela COVID-19 determinou a adoção, por inúmeros Governos, de medidas de prevenção,
combate e contenção da doença, que incluíram fortes restrições na circulação de cidadãos em todo o Mundo, que
podem manter a interdição de entrada de cidadãos estrangeiros e não residentes, exigir certificado médico,
declarações para deslocação ou quarentena obrigatória. As medidas de contenção e controle da doença
continuarão a ocorrer, e cada País pode aliviar ou agravar as medidas já tomadas no quadro da Covid-19.
Para férias e turismo, considere seriamente a oportunidade de conhecer melhor Portugal e de usufruir das
excelentes condições que o seu país oferece, para lazer, cultura e bem-estar.
Para contactos profissionais, prefira o teletrabalho e a comunicação eletrónica. Evite viagens não essenciais para
fora da União Europeia ou de países Schengen. Ao agir assim, protege-se e aos seus concidadãos
Tome uma decisão informada
O contexto da atual pandemia reforça a necessidade de fazer uma correta avaliação antes de iniciar uma
viagem. Se entender sair de Portugal, deverá considerar os seguintes aspetos na escolha do seu destino:
1.
2.
3.
Segurança sanitária
Conheça a situação epidemiológica e a cobertura de cuidados de saúde no país de destino;
Presença consular de Portugal
Conheça as ligações e a cobertura da rede consular portuguesa no país de destino;
Regresso a Portugal
Confirme que conseguirá regressar de forma rápida e imediata em caso de necessidade.
Tenha ainda em atenção a existência de contratos, seguros e outros meios de garantir a segurança durante as
suas deslocações. Conheça e respeite as regras de segurança e comportamento dos países que visita. Previnase,
mesmo em deslocações para reuniões familiares.
Desaconselham-se viagens para destinos fora do espaço europeu sobretudo para outros destinos sem
ligações fáceis e frequentes a Portugal, e muito em especial deslocações para destinos exóticos e/ou viagens
não organizadas.
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Antes de viajar
Consulte
- o Portal das Comunidades:
www.portaldascomunidades.mne.pt
- as notícias do MNE:
www.portaldiplomatico.mne.gov.pt
- a Embaixada do país de destino:
www.portaldiplomatico.mne.gov.pt/redediplomatica/corpo-diplomatico-em-portugal
Registe a sua viagem e veja os
conselhos aos viajantes
Através da app “Registo viajante” disponível em IOS ou
Android, ou via formulário em
https://www.portaldascomunidades.mne.pt/pt/registo-do-viajante
Coloque as suas dúvidas
Gabinete de Emergência Consular:
Email: gec@mne.pt Telefone: + 351 217 929 714
+ 351 961 706 472
Não se esqueça de…
1. Verificar se dispõe de passaporte válido. Alguns países exigem um prazo de validade que poderá ir até 6 meses
após a conclusão da viagem e outros não aceitam passaportes temporários;
2. Confirmar que a sua entrada no país de destino está autorizada. Informe-se junto da sua agência de viagem ou
das embaixadas dos países representados em Portugal sobre a necessidade de obtenção de visto.
3. Adquirir atempadamente o bilhete e garantir que tem as condições e os meios necessários para a viagem, mesmo
que seja necessário prolongar a permanência no país ou adquirir novos bilhetes de regresso;
3. Obter o seu Cartão Europeu de Seguro de Doença ou informar-se sobre quaisquer acordos de assistência médica
que possam existir com os locais de destino;
4. Informar-se, com antecedência, quanto à necessidade de cuidados de saúde especiais (por exemplo vacinas ou
precauções especiais). Preferencialmente, realizar uma Consulta do Viajante;
5. Fazer um seguro de viagem que inclua assistência médica, roubo, furto e despesas de repatriação;
6. Registar a sua viagem no Registo Viajante e informar algum familiar ou amigo da data de partida e da previsível
hora de chegada. Indique o país ou países de destino, moradas e números de telefone de contacto.
Aprofunde estas informações e recorde os cuidados a ter durante a viagem em:
https://www.portaldascomunidades.mne.pt/pt/conselhos-aos-viajantes
Apoio durante a viagem
Em caso de necessidade, os postos consulares de Portugal podem prestar apoio aos
viajantes. Esse apoio traduz-se na emissão de documento de viagem provisório (para
situações de extravio de documentação); facilitação do contacto com unidades
hospitalares, em caso de acidente ou doença e com advogados em caso de detenção.
A proteção consular não poderá, no entanto, libertá-lo da prisão, pagar as contas do
hotel, do médico, do advogado, de viagens ou outras.
Nos países não pertencentes à União Europeia e onde não exista representação
consular portuguesa, pode solicitar auxílio junto das Embaixadas e Consulados de
outros Estados Membros da União Europeia.
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ACTUALIDADE
Director-geral da OMS
Pandemia “está a crescer
a um ritmo alarmante”
AGÊNCIAS
O director-geral da OMS defende
que quando uma vacina
ficar disponível, “o critério
tem de ser quem mais
precisa e os profissionais de
saúde”.diretor-geral da OMS
disse no dia 24 de Junho
que a pandemia da covid-19
“está a crescer a um ritmo
alarmante” e defendeu a necessidade
de apostar nas infra-estruturas
necessárias à
produção e distribuição de
uma vacina.
De acordo com o director da Organização
Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus,
“demorou três semanas, no princípio
da pandemia, a atingir o primeiro mi-
lhão de infectados, mas agora houve mais
um milhão de infectados em apenas uma
semana”.
Falando num seminário organizado pela
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
União Africana e pela OMS sobre a impor-
tância de uma vacina em África, Tedros
Ghebreyesus salientou a necessidade de
continuarem a ser cumpridas as regras de
contenção da pandemia e salientou que,
neste continente, já foram entregues 22
milhões de itens de uso pessoal e de pro-
tecção.
No passado dia 25, o Governo da Repúbli-
ca Democrática do Congo anunciou o fim
da epidemia de Ébola no leste do país, de-
pois de dois anos de luta que resultaram
em quase 3.500 casos, 2.300 mortos e mil
sobreviventes”, disse Ghebreyesus, apon-
tando que as lições têm de ser aprendidas.
“Muitas das medidas contra o Ébola são essenciais
para combater a covid-19”, apon-
tou, elencando a despistagem de casos, o
isolamento, os testes e o mapeamento dos
contactos.
“No entanto, não temos ainda uma vacina,
e isto faz toda a diferença”, lamentou o res-
ponsável, salientando a importância de os
países do continente africano se prepara-
rem para o momento em que uma vacina
for descoberta.
Ghebreyesus defendeu que “o mundo precisa
de uma colaboração global sem pre-
cedentes, uma acção hoje quer dizer mais
vidas salvas e a economia a recuperar mais
rapidamente”, acrescentando que das 220
vacinas em desenvolvimento, “é certo que
a maioria vai falhar”. As mais promissoras,
prometeu, vão receber o financiamento ne-
cessário, mas o principal desafio é garantir
que haja poucos atrasos entre a produção e
a distribuição.
“Quando a vacina ficar disponível, o critério
tem de ser quem mais precisa e os pro-
fissionais de saúde, estas são duas das mais
altas prioridades”, argumentou o director-
-geral da OMS.
“A necessidade vai suplantar a capacidade
de produção e tem de estar acima da capa-
cidade de pagar; tem de haver princípios de
alocação justos, com solidariedade global,
empenho e participação de todos os países,
numa altura em que os interesses nacionais
vão ter de se curvar perante a necessi-
dade global”, concluiu.
A pandemia de covid-19 já provocou mais
de 472 mil mortos e infectou mais de 9,1
milhões de pessoas em 196 países e territórios,
segundo um balanço feito pela agên-
cia francesa AFP. A doença é transmitida
por um novo coronavírus detetado no final
de dezembro, em Wuhan, uma cidade do
centro da China. Depois de a Europa ter
sucedido à China como centro da pande-
mia em Fevereiro, o continente americano
é agora o que tem mais casos confirmados
e mais mortes.
COVID 19
17
Covid-19
Suíça é criticada por suspender
quarentena cedo
demais
RFI (*)
As autoridades suíças estão a
ser criticadas por terem flexibilizado
o isolamento preventivo
ligado à pandemia do
novo coronavírus. O país assiste
um aumento no número
de novos casos de Covid-10
e os responsáveis científicos
defendem que o fim da quarentena
foi precipitado.
“O número de casos aumentou 30% nos
últimos sete dias”, informou o epidemiologista
Matthias Egger, presidente da entida-
de científica federal dedicada à Covid-19.
Em uma entrevista divulgada no passado
dia 21, ele disse claramente que considera
“prematuras as medidas que flexibilizam
as regras” preventivas.
Ao contrário dos seus vizinhos, a Suíça
nunca instaurou um confinamento generalizado,
mesmo se algumas medidas pre-
ventivas haviam sido implementadas. No
entanto, na sexta-feira dia 19, o governo
anunciou uma quarta fase de flexibilização
das restrições em vigor.
A partir de agora, já estão autorizados
eventos que reúnem até mil pessoas. O to-
que de recolher, que impunha o fecho de
bares e casas nocturnas à meia-noite, também
foi suspenso. Até agora, os frequenta-
dores desses estabelecimentos nocturnos
tinham que permanecer sentados – o que
impedia, por exemplo, o funcionamento
das discotecas. Mas essa obrigação tam-
bém foi abolida.
“É claro que existem boas razões econó-
micas e políticas para essa flexibilização”,
insistiu Matthias Egger. No entanto, ele
considera que a decisão é “problemática”, já
que o sistema de vigilância da epidemia em
todo o país ainda não é considerado eficaz.
Egger também defendeu o uso de máscaras
de protecção nos transportes e em outros
locais onde o distanciamento físico não seria
possível. “Com a flexibilização das re-
gras, chegaremos a um ponto onde teremos
o adoptar o uso desse acessório em grande
escala”, referiu.
Os suíços foram relativamente poupados
pelo novo coronavírus, apesar da sua pro-
ximidade com a Itália, que foi o epicentro
da pandemia na Europa. A Suíça, como
seus 8,5 milhões de habitantes, registou
cerca de 31 mil casos confirmados de Co-
vid-19 e 1.679 mortes, segundo os balanços
mais recentes.
Como em todos os países europeus, as au-
toridades temem uma possível segunda
onda de contaminação, após terem conse-
guido interromper o ritmo de propagação
do vírus.
(*) France Médias Monde
Grupo etário dos 20 aos
49 anos é o mais atingido
DGS
O grupo etário mais atingido
pela COVID-19 é, neste momento,
o dos 20 aos 49 anos,
adiantou esta quarta-feira
a Diretora-Geral da Saúde,
Graça Freitas, na conferência
de imprensa de atualização
dos dados da pandemia.
Ressalvando que este é um indicador que se
vai alterando ao longo do tempo, a responsá-
vel explicou que “o grupo etário que continua
a ser mais atingido é o dos 20 aos 49 anos”.
O surto que se gerou a partir de uma festa
no Algarve, por exemplo, “tem muita popu-
lação jovem, incluindo muitas crianças”. Até
à data, foram identificados casos positivos
em 19 menores. Não existe, contudo, “um
padrão uniforme em todo o país”, esclareceu
a especialista em saúde pública, destacando
que nos surtos em lares, por exemplo, o grupo
etário é mais avançado.
A média de idades dos infectados concentra-
-se entre os 20 e os 49 anos, mas “há surtos
específicos que têm a ver com a socialização,
sobretudo com as festas e ajuntamentos que
atingem gente mais jovem, e outros surtos
específicos que têm a ver com os lares e atin-
gem gente mais idosa”.
Em ambos os casos, a forma de actuar é se-
melhante: “Agir muito rapidamente. Daí o
apelo para que as pessoas que têm sintomas
procurem rapidamente o médico. Não fiquem
à espera”.
Relativamente ao sexo dos infectados, 48%
dos casos positivos são mulheres e 52% são
homens. “Não há um predomínio em relação
a um sexo”, destacou.
De acordo com o boletim epidemiológico
publicado hoje pela Direção-Geral da Saú-
de (DGS), Portugal regista mais 367 casos
confirmados de COVID-19 (82% dos quais
na região de Lisboa e Vale do Tejo), o que
significa um aumento de 0.9% em relação
ao dia de ontem, que eleva para 40.104 o
número total de infectados no país.
Por outro lado, foram registados mais 254
doentes recuperados da infeção provocada
pelo novo coronavírus, mais 1%, pelo que o
país contabiliza agora 26.083 pessoas cura-
das da COVID-19.
Do total de casos ativos, 429 encontram-se
internados, menos 2.7% do que na terça-feira,
e 73 em unidades de Cuidados Intensivos
(mais 1).
Neste momento, o país regista 1.543 óbitos
relacionados com a pandemia, sendo a taxa
de letalidade global de 3.8% e de 16.6% na
população acima dos 70 anos.
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
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Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
ENTREVISTA
19
Emoções deixaram-nos
sem palavras
MARIA DOS SANTOs
Vitor Figo é sem dúvida um dos
rosto do ano da Comunidade Portuguesa.
Depois de ter superado
a crise do Covid 19, reabriu no
passado dia 16 Maio a Casa do
Benfica em Lenzburg. Três meses
que o deixaram com menos
vinte e um mil francos no cofre
da casa, mas que nunca o levaram
a desistir. Apoiado pela família e
muitos amigos, Vitor Figo, encontrou
na natureza o seu refugio de
meditação!
Hoje vamos conhecer um antes e
um depois desta pandemia, que
de certa forma, nos fez reflectir e
mudar certos hábitos.
Vitor Figo chegou à Suíça no ano
1984 viveu durante 2 anos com o
Pai, que lhe mostrou a dureza da
vida. Inteligente como é soube tirar
das birras familiares o melhor;
a união o respeito e o carinho.
C.L.Z. — A Casa do Benfica é um sonho
ou um projecto pensado e con-
quistado?
V.F. — Em primeiro foi um sonho; agora é
um sonho realizado.
C.L.Z. — Ao longo dos anos, a luta
em ser melhor cada fim de semana,
tem sido visível. Onde procuras esta
energia?
V.F. Na natureza e no mar.
C.L.Z. — Depois destes 14 anos a festejar
em Julho, qual a melhor recor-
dação, guardada nesse coração tão
solidário?
V.F. — Há muitas, difícil é escolher, no
entanto a vinda do Presidente do Benfica
Luis Filipe Vieira há casa do Benfica, foi sem
duvida o ponto mais alto.
C.L.Z. — Como tudo na vida, existe
um antes e um depois. Desta vez fomos
surpreendidos por algo imprevisível.
Como foi reabrir a Casa do Benfica?
V.F. — Sinceramente foi diferente de tudo
o que estava no meu pensamento. Foi emo-
cionalmente gratificante o reencontro, com
sócios, amigos e principalmente o mais sa-
liente foi o meu grupo de trabalho. Não tenho
palavras que possam definir o que a minha
alma sentiu. Foi quase um renascer.
C.L.Z. — Para além de uma excelente
gastronomia bem portuguesa, os teus
vinhos, são sem dúvida um sucesso.
Como foi chegares até ao vinho Vitor
Figo?
V.F. — Vitor Figo foi o sucesso dos vinhos,
inesperadamente para mim. Tive a noção e a
consciência de que tinha chegado a hora de
deixar a minha marca pessoal. Não estava era
há espera, de uma resposta tão positiva e um
aroma tão apreciado, pelo povo. Foi um vinho
que nasceu em Reguengos do Alentejo. Casta
Argonêz, Trincadeira, cabernet Sauvignon.
Região, não podia ser diferente: Vinho Re-
gional do Alentejo.
Notas de Provas; Vinho com aromas de
frutos vermelhos e tostados, provenientes
do estágio em madeira. Vinho equilibrado,
rico e elegante. Boa definição a do Casa dos
Benfica de Lenzburg.
C.L.Z. — Pensas num futuro próximo,
teres uma garrafa de vinho dedicada
aos sócios
V.F. — Em relação aos sócios não; mas
sonho com a ideia, de fazer um dedicado aos
meus irmãos, porque a casa do Benfica em
Lenzburg, tem muito do esforço e dedicação
deles. Pelo que num futuro próximo isso pode
vir a acontecer. Sem promessas.
C.L.Z. — Visionário como és, que pen-
sas do actual movimento associativo?
V.F. — Actualmente muito fraco. O mo-
vimento associativo passa muito pelo “eu”.
Existe muito pouca solidariedade ou ponto
sem nó. As festas realizadas, para além de te-
rem um proposito financeiro, o que também
é necessário falta a humildade e o trabalho
de voluntariado. E sem esse nada se conse-
gue fazer, porque como todos nós sabemos,
principalmente quem está do lado de dentro,
a colaboração é indispensável.
C.L.Z. — A tua equipa de trabalho
compreendeu o sentido de união, neste
período menos bom?
V.F. — Sem margem de dúvida que sim.
Estiveram presentes, através de telefonemas,
de mensagens e sempre com o propósito de fi-
carem ao meu lado no após confinamento. No
dia da abertura, as Emoções deixaram-nos
sem palavras. Mas os nossos olhos disseram
tudo. Uma forma não estranha de comunicar.
Como equipa que somos, as nossas vistas
sabem dizer aquilo que a alma sentiu.
C.L.Z. — Gostarias de dizer nesta ca-
vaqueira, como geristes o desgastes
financeiro e emocional?
V.F. — No financeiro foi difícil, porque en-
contrei todas as portas fechadas. Restou-me
a frieza das emoções para gerir, como seguir
em frente. Foram sem dúvida os amigos, os
longos passeios na natureza, que me deram a
analise mais gratificante. Como presidente,
teria que seguir com a carruagem e encontrar
as resposta. Nada foi fácil, chorei, sorri, per-
di em muitos momentos a afabilidade. Mas
sabia que teria muita gente há minha espe-
ra. Foi essa força, que me fez ter a coragem
em enfrentar os vinte e um mil francos de
perdidas, bem como a minha postura plena
de responsabilidades. Sou um apologista de
dar a quem necessita, com de ajudar quem
me bate á porta. Digo tudo quando sou: Casa
do Benfica em Lenzburg.
C.L.Z. — Que mensagem queres deixar
a todos aos sócios, amigos e alguns
inimigos?
V.F. — Aos sócios um obrigada por terem
estado e virem à vossa casa. Deixo um pro-
fundo agradecimento a três famílias que são
sócios, que me deram uma ajuda económica,
que ficarei grato para a o resto da minha
vida. São pessoas como estas, que o mundo
precisa.
Aos amigos, deu para ver e rever os valores
da verdadeira amizade e aqueles que o são
e aqueles que dizem ser.
Aos meus inimigos, porque todos os temos,
que pensem nos padrões da vida e o que
ela significa. Em questão de segundos tudo
muda; o preto pode ser branco e o vermelho
pode ser preto. Na vida o respeito é o mais
gratificante, por isso amigos ou inimigos, só
temos a ganhar se a união existir. Eu sou de
amar e ser amado. Porque sem auto estima e
as convicções herdados por quem nos deu a
vida, não há objectivos conquistados.
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
20
AGENDA
INFO MAPS
Queridos leitores, apesar do
relaxamento das medidas de
isolamento, os eventos podem
ser cancelados a curto
prazo. Por favor, informe-
-se sobre a realização ddos
mesmos. Mantenha uma
distância de pessoas externas
de pelo menos 2 metros
e lave as mãos regularmente.
A equipe da MAPS deseja
muita diversão a todos!
01.07.2020 (Mittwoch)
Yoga e histórias para crianças
Este evento é ideal para crianças (3,5 a 5
anos) e seus pais que gostam de se exercitar.
Diferentes elementos de ioga combinados
com histórias promovem flexibilida-
de, concentração e atenção. Levar: tapetes
próprios ou toalhas de banho. 10:15-11:00.
Somente em companhia de um adulto. En-
trada gratuita, contribuição espontânea.
PBZ Schütze. Heinrichstr. 238.
Tram 4/6/8/11/13/17 oder Bus 33/72/83 bis
“Escher-Wyss-Platz”.
http://www.pbz.ch/angebot/events/geschichten-yoga22/
02.07.2020 (Donnerstag)
Jardinagem à noite
No “Fiirabig-Gärtnere” adultos plantam,
arrancam ervas daninhas e colhem junto
com especialistas. Nenhum conhecimento
prévio é necessário. Ponto de encontro no
“Bildungsgarten” na “Gärtnerhaus”. Traga
roupas adequadas e sapatos resistentes.
17:30-19:30. Participação gratuita.
Stadtgärtnerei. Sackzelg 27.
Tram 3 oder Bus 33/83/89 bis “Hubertus”.
http://www.stadt-zuerich.ch/ted/de/index/
gsz/aktuell/gruenagenda/2020/juni-august/200702-fiirabig-gaertnere4.html
03.07.2020 (Freitag)
Exposição (até 19.07.)
Esta exposição é dedicada à suíça “Ottilia
Giacometti” e sua família. O museu mos-
tra esboços, fotos e esculturas de seu pai
“Giovanni Giacometti” e seu irmão “Alber-
to Giacometti”. Ter/sex-dom 10:00-18:00.
Qua/qui 10:00-20:00. Entrada gratuita
com KulturLegi (em vez de CHF 23.-).
Kunsthaus Zürich. Rämistr. 45.
Tram 3/5/9 oder Bus 31 bis “Kunsthaus”.
http://www.kunsthaus.ch
04.07.2020 (Samstag)
Leilão de bicicletas
Você está procurando uma bicicleta? Aqui
você pode comprar bicicletas usadas baratas.
Visitas às motos a partir das 13:00. Iní-
cio do leilão às 13:30. A entrada é gratuita.
Uma bicicleta custa pelo menos CHF 50.-.
Pagamento somente em dinheiro.
Hans-Bader-Saal. Limmatstr. 114.
Tram 4/13/17 oder Bus 32 bis “Limma-
tplatz”.
http://www.stadt-zuerich.ch/sd/de/index/
stadtleben/produkte_aus_unserenwerkstaetten/velowerkstatt/velogant-200704.
html?calentry=1
05.07.2020 (Sonntag)
Aventura no cemitério
Depois de um breve passeio pelo cemité-
rio “Sihlfeld”, começa a aventura “Escape
Room”. No porão do fórum do cemitério,
as crianças (10 a 12 anos) precisam resolver
vários quebra-cabeças e encontrar pistas
para escapar do porão. 14:00-15:30. Grátis.
Friedhof Forum Sihlfeld. Aemtlerstr. 149.
Bus 72 bis “Friedhof Sihlfeld” oder Tram
2/3 bis “Zypressenstrasse”.
http://www.stadt-zuerich.ch/portal/de/
index/aktuelles/agenda/veranstaltungen_suche_archiv.html?q=&q_category=&q_date=01.07.2020&q_dateend=31.07.2020&q_venue=&name=&q_zip=&q_type=eventplus#resultStart
06.07.2020 (Montag)
Exposição (até 16.08.)
Esta exposição concentra-se nas freiras da
Idade Média. Usando vários retratos, a ex-
posição mostra como as formas de vida das
mulheres espirituais eram diversas na Ida-
de Média. Ter-qua e sex-dom 10:00-17:00.
Qui 10:00-19:00. CHF 5.- com KulturLegi
(em vez de CHF 10.-). Crianças e adolescen-
tes até 16 anos grátis.
Landesmuseum. Museumstr. 2.
S-Bahn bis “Zürich Hauptbahnhof”, Tram
4/11/13/14/17 oder Bus 46 bis “Bahnhof-
quai/HB”.
http://www.landesmuseum.ch
07.07.2020 (Dienstag)
Passeio pelo rio
Descubra Zurique de uma perspectiva di-
ferente. O “Limmat-Schifffahrt” navega
diariamente do “Landesmuseum” ao “Züri-
chhorn” e vice-versa. A navegação fluvial
está incluída nos bilhetes regulares “ZVV”
na zona 110. Horário e paradas em:
http://www.zsg.ch/de/fahrplan-preise/
fahrplanassistent/limmat-schifffahrt
08.07.2020 (Mittwoch)
Concerto no rio
À noite, o “Frauebadi” torna-se o bar “Bar-
fussbar”. Tire os sapatos ao entrar. Há um
concerto todas as quartas-feiras à noite
durante a temporada de verão. Hoje, apresenta-se
o músico suíço “Andryy” (pop suí-
ço-alemão). 20:00. Programa completo:
www.barfussbar.ch. . Entrada gratuita, con-
tribuição espontânea.
Barfussbar. Stadthausquai.
Tram 2/5/8/9/11 oder Bus 161/165 bis
“Bürkliplatz”.
http://www.barfussbar.ch/de/live-am-mittwuch
09.07.2020 (Donnerstag)
Andar de bicicleta e patins
no aeroporto
Existem vários caminhos e estradas ao
redor do aeroporto. Essas rotas são ideais
para um passeio de bicicleta ou patins.
Existem também várias áreas de churrasco
ao longo das rotas. Custos: ida ao “Flugha-
fen Zürich”.
Flughafen Zürich.
S-Bahnen oder Tram 10/12 bis “Zürich Flu-
ghafen”.
www.flughafen-zuerich.ch
11.07.2020 (Samstag)
Discoteca com fones de ouvido
Dançar a uma distância de 2 metros? Isso
não é um problema no Josefwiese. No
quiosque, você deixa uma caução, aluga fo-
nes de ouvido e já está. A partir das 16:00
música para crianças. A partir das 18:00
música para adultos. Grátis.
Josefwiese.
Tram 4/13/17 bis “Dammweg” oder Bus
33/72 oder S-Bahn bis “Bahnhof Hardbrü-
cke”.
http://www.josefwiese.ch/kulturagenda
12.07.2020 (Sonntag)
Piscina no rio Werdinsel
Na “Werdinsel”, no “Limmat”, há uma área
de banho para nadadores e crianças peque-
nas, churrasqueiras, vestiários e banheiros.
Seg-sex 09:00-20:00. Entrada livre.
Flussbad Au-Höngg. Werdinsel 2.
Tram 17 bis “Tüffenwies” oder Bus 80/89
bis “Winzerhalde”.
http://www.badi-info.ch/au_hoengg.html
13.07.2020 (Montag)
Oferta de férias para crianças
Com esta oferta, as crianças têm a opor-
tunidade aproveitar do tempo durante as
férias de verão. Uma gama diversificada de
esportes e jogos está disponível para crian-
ças e adolescentes. Crianças menores de 7
anos apenas na companhia de um adulto.
Na primeira e quinta semana das férias de
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
AGENDA
21
verão. Seg-sex 10:00-13:00. Grátis.
Sportanlagen Im Birch. Margrit-Rainer-Str.
5. / Sportanlage Utogrund. Dennlerstr. 43a.
Bus 64/75/80 bis “Max-Bill-Platz”. / Tram 3
oder Bus 33/83/89 bis “Hubertus”.
http://www.sportamt.ch/ferienplausch
14.07.2020 (Dienstag)
Ponto de encontro para migrantes
Deseja conhecer gente nova? Aqui encontra
uma visão geral de cerca de 240 associa-
ções de migrantes no cantão de Zurique,
por exemplo a associação “Somali Diaspora
Swiss” na cidade de Zurique. Conheça pes-
soas e troque ideias. Gratuito.
http://www.migrantenvereine.ch/vereine
17.07.2020 (Freitag)
Arte da cidade de Zurique
(até 30.08.)
Todos os anos a exposição “Kunststipendien
der Stadt Zürich” mostra obras de arte de 40
artistas da cidade de Zurique. Ter-dom 11:00-
18:00. Qui 11:00-20:00. Entrada gratuita.
Helmhaus. Limmatquai 31.
Tram 4/15 bis “Helmhaus”.
http://www.stadt-zuerich.ch/helmhaus
19.07.2020 (Sonntag)
Visita guiada ao Wildnispark
Funcionários especialistas do “Wildnis-
park” levam-no num passeio pela “Sihlwald”,
durante o qual irá aprender coisas interes-
santes sobre a floresta. Para toda a família.
14:00-14:45. Gratuito. Custo: bilhete de
comboio até “Bahnhof Sihlwald”.
Wildnispark Zürich, Besucherzentrum.
S4 bis “Bahnhof Sihlwald”.
http://www.wildnispark.ch
20.07.2020 (Montag)
Informações para pais de
crianças pequenas
Na página de Facebook “Für Kinder bis 4”
encontra ideias de como estimular crianças
até aos 4 anos no dia-a-dia. Além dis-
so, pode obter informações de Serviços de
Apoio e Centros de Aconselhamento sobre
os primeiros anos da infância, mas também
sobre alimentação e saúde. Uma proposta
da AOZ. Gratuito.
http://www.facebook.com/Für-Kinder-/Für-Kinder-
-bis-4-113686183675226
21.07.2020 (Dienstag)
Programa de Verão para
crianças
De 21.07.-07.08. (excepto 29.07.) está disponível
para crianças um fantástico progra-
ma de entretenimento durante as férias de
Verão, que inclui diversos jogos e materiais
para trabalhos manuais. Só quando acom-
panhadas de um adulto. Realiza-se apenas
com bom tempo. Ter-sex 14:00-17:00. Gra-
tuito.
GZ Wollishofen. Bachstr. 7.
Tram 7 bis “Post Wollishofen” oder Bus
161/165 bis “Rote Fabrik”.
http://www.gz-zh.ch/gz-wollishofen
22.07.2020 (Mittwoch)
Cursos de bicicleta para refugiados
Neste curso vai treinar a condução de bicicleta
e a circulação em segurança no trân-
sito. Pode começar em qualquer altura. Há
bicicletas à disposição. Inscrição em friendsonbikes@gmx.ch.
. 18:15-20:30. Outras da-
tas: 05.08./23.08./06.09./20.09. Gratuito.
GZ Bachwiesen. Bachwiesenstr. 40.
Bus 67/80 bis “Untermoosstrasse”.
http://www.friendsonbikes.ch/infos-für-
-teilnehmer-innen/
23.07.2020 (Donnerstag)
Visitas online
A associação “Focus Terra” da “ETH Zürich”
oferece interessantes visitas guiadas online
sobre vários temas científicos. Aprenda coi-
sas impressionantes sobre vulcões ou opte
por partir numa viagem ao planeta Marte.
Em alemão. Gratuito.
http://www.focusterra.ethz.ch/ihr-besuch/
online-touren.html
24.07.2020 (Freitag)
Circo
O circo “Chnopf” apresenta o fantástico pro-
grama “Pluto” para toda a família (crianças a
partir dos 5 anos). 5 adultos e 5 jovens entre
os 14 e os 21 anos mostram as suas habilida-
des ao ar livre. 19:30. Outros espectáculos a
25.06. às 19:30 e a 26.06. às 17:00. Entrada
gratuita, contribuição espontânea. O escri-
tório da MAPS oferece 2×2 vales de bebidas
para uma das sessões. Basta ligar 044 415 65
89 ou enviar um mail para: maps@aoz.ch.
(Veranstaltungsort folgt.)
http://www.chnopf.ch
25.07.2020 (Samstag)
Concerto na sala de estar
Gosta de ouvir música? O canal de televisão
franco-alemão “Arte” oferece uma grande
selecção de concertos na sua plataforma on-
line. Assista a concertos de alta qualidade
no conforto da sua casa.
http://www.arte.tv/de/arte-concert/
26.07.2020 (Sonntag)
Teatro de sombras do sudeste
asiático
O Museum Rietberg apresenta uma exposição
sobre o tema “Wayang Kulit”. Este gé-
nero de teatro é uma ancestral tradição de
Java (Indonésia), que se mantém até hoje.
No teatro de sombras uma marioneta conta
uma história com recurso a sombras projec-
tadas numa superfície iluminada. Ter-dom
10:00-17:00. Qua 10:00-20:00. Entrada
gratuita com N-Ausweis ou KulturLegi (em
vez de CHF 18.-).
Museum Rietberg. Gablerstr. 15.
Tram 7 bis “Museum Rietberg”.
http://www.rietberg.ch
27.07.2020 (Montag)
Passeio em patins por Zurique
Na “Monday Night Skate” os amantes de pa-
tins em linha patinam nos cerca de 20 km
de percursos pela cidade. O ponto de encon-
tro é a partir das 19:00 junto das instalações
da Câmara Municipal. Início às 20:00. Só se
realiza com bom tempo. Traga os seus pró-
prios patins em linha. Participação gratuita.
Stadthausanlage beim Bürkliplatz.
Tram 2/5/8/9/11 bis “Bürkliplatz”.
http://www.nightskate.ch/staedte/zurich
29.07.2020 (Mittwoch)
Fitness gratuito
Pode treinar a força e resistência nas ins-
talações desportivas “Zürifit Irchelpark “.
Utilize bancos, degraus e o seu próprio peso
corporal para os exercícios. Uma placa com
imagens explica-lhe os exercícios. Gratuito.
Irchelpark. Beim Sportplatz.
Tram 7/9/10/14 oder Bus 69/72/83 bis “Mil-
chbuck”.
http://www.sportamt.ch/zuerifit
30.07.2020 (Donnerstag)
Filmes suíços
A televisão suíça (“SRF”) apresenta uma
selecção de cinema suíço. Veja filmes de
diversas áreas: documentários, longas metragens,
curtas metragens e filmes de ani-
mação. Em alemão, francês, italiano e em
suíço-alemão. Gratuito.
http://www.srf.ch/play/tv/sendung/
chfilmszene?id=c412bc63-0a-
40-0001-1247-61d0e700b100
31.07.2020 (Freitag)
Jogar ténis de mesa
Em toda a cidade de Zurique há mais de 100
mesas de ping pong. Procure uma mesa perto
de si e leve as suas raquetas e bola. Gra-
tuito.
http://www.pingpongtische.ch
Fonte: Maps Züri Agenda
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
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TRANSCENDÊNCIAS
UMA VIDA PARA MORRER
E UM DIA PARA VIVER!
IVO MARGARIDO (*)
Vivemos num mundo superficial e artificial,
no qual é difícil criar raízes. Neste cenário,
muitas almas sentem dor e quando penso
sobre a morte concluo que não deve ser um
destino, mas antes uma escolha.
Lá no jardim do Éden, ainda quando o Homem
era eterno, ao provar do fruto proibido
(o fruto do conhecimento do bem e do mal),
o Homem escolheu morrer para adquirir
conhecimento ... Hoje, as vidas são temporárias,
e aquilo que muitos designam por
estilo de vida, não é mais do que continuar
a escolher a Árvore da Morte em vez da
Árvore da Vida ...
Conheces alguém que na hora da morte pediu mais um dia para
trabalhar, ou mais um dia para poder ver a sua série preferida, ou
mais um dia para se conectar às suas redes sociais? NÃO! Sabes
para o que as pessoas pedem mais um dia? Para fazer tudo o que
não fizeram durante os seus anos de vida temporária. Pedem
mais um dia para viver! Mais um dia para abraçar a família, para
brincar com o filho, para beijar os pais, para visitar os amigos,
para viajar e conhecer o mundo!!!
UMA VIDA PARA MORRER E UM DIA
PARA VIVER!
Esta é uma boa definição para o modelo de vida a que a sociedade
“moderna” se entrega.
Os ensinamentos originais falam-nos de relacionamentos, fi-
nanças, saúde, família … A verdade é que nos foi proposta uma
maneira de viver bem diferente daquela a que o comum dos mor-
tais se entrega! Apenas esses ensinamentos nos podem ajudar a
colocar as nossas vidas, e as coisas que nela fazemos, por ordem
de prioridades. As reais prioridades.
cial? É impossível conciliar esses dois estilos de vida! Ou seremos
maridos presentes ou seremos maridos que usam do artífice de
presentear para pagar/compensar a ausência; ou seremos amigos
que se relacionam verdadeiramente ou seremos amigos apenas
pelo WhatsApp; ou acumulamos mais riqueza trabalhando aos
fins de semana e vivendo menos, ou passamos os fins de semana
em família e a fazer o que realmente gostamos, para viver mais!
Dizem que quem escolhe somos nós! Eu não tenho a certeza …
ou perdes o que o mundo designa de vida para a encontrares ou
vives o paradigma a que o mundo chama de vida para perder a
verdadeira vida.
Infelizmente, as justificações para a nossa ausência de tempo
para viver e amar, são mais que muitas. Temos desculpas para
não nos relacionarmos, sair com a esposa ou a namorada, visitar
os pais, fazer uma viagem ou nos sentarmos a uma mesa para
simplesmente conversar com os amigos. No entanto, apesar de
darmos desculpas para essas coisas, para o contacto com pessoas,
que é tão vital, encontramos sempre tempo para o supérfluo …
mas lembra-te;
• uma pessoa que dorme em média 8 horas por
dia, dorme, em média, 25 anos em 75 anos de vida.
• Uma pessoa que trabalha 6 horas por dia, em
média, terá aos 75 anos de idade trabalhado 23 anos.
• Agora pensa; Trabalhando 23 anos e dormin-
do 25 anos, gastamos 48 anos. Assim, sobrariam somente 22
anos numa vida de 75 anos, para visitar amigos, curtir a família,
conhecer novos lugares, brincar e se divertir. E não está aqui
contabilizado o tempo que gastamos nas redes sociais, a ver TV
ou com os auscultadores nos ouvidos.
Surge naturalmente a pergunta; em 75 anos, quanto tempo vi-
vemos de facto?
“A Árvore da Vida estava plantada em cada lado do rio, produzindo
doze tipos de fruto, um fruto maduro por mês. As folhas da Ár-
vore servem para curar as nações. Nunca mais haverá maldição”
(Apocalipse 22:1).
Eu digo um palavrão a tudo isto. Este mundo mais parece um
hospício que acolhe os loucos vindos de outras dimensões do
Universo ... Afinal, se depois da morte vem a Vida Eterna, porque
não abreviar dignamente esta vida temporária, quando se torna
insuportável?
O sistema força-nos ou, pelo menos, incute-nos a ideia que viver
é comprar, conquistar, possuir, chegar ao topo, impressionar e
liderar. Porém, quando estabelecemos essas coisas como metas
do nosso estilo de vida, só estamos a anular a verdadeira vida
que encontramos nesses ensinamentos, privilegiando uma vida
superficial.
Como viver uma vida verdadeira, uma vida real, quando os que
nos rodeiam exigem de nós que nos entreguemos à vida superfi-
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
23
QUAL É O SENTIDO DA EXISTÊNCIA HU-
MANA?
Sabes qual é a missão da tua alma, o propósito de estares aqui? A
maioria das pessoas pensa que o propósito, a missão, se refere apenas
à carreira profissional, mas vai muito além ... Somos seres espirituais
a viver uma experiência humana onde cada um é único e todos somos
um... A vida é muito mais do que os nossos olhos podem ver.
Nascemos num estado de pura essência, prontos para exercer a nossa
maestria, mas com o passar dos anos, vamos tentando adequar-nos a
padrões e perdemo-nos de nós próprios, distanciando-nos da nossa
natureza. Há uma competição diária, na qual ninguém pensa em ser
melhor no sentido evolutivo, limitando-se sim, a uma corrida obses-
siva de querer ser melhor do que o outro ... Todos correm muito sem
saber porquê; desconhecem o real sentido da existência. Está à vista,
um número infindável de pessoas stressadas, exaustas, cansadas
das suas próprias vidas.
Felizes os que despertam e percebem que as coisas dão certo somente
quando seguimos o coração;
É NA NOSSA ESSÊNCIA QUE ESTÁ O MAPA
PARA A PLENITUDE.
(*) Vive em Lausana Division Director da Buildings in Motion
Switzerland-General Manager/ Music Producer na Starzone
DA SUÍÇA PARA PORTUGAL
PORTUGAL SEMPRE
NO NOSSO CORAÇÃO
Vantagens do SERVIÇO
DE TRANSFERÊNCIAS:
Simples
Online ou por correio, os seus recursos ficam disponíveis
com rapidez na conta do Banco Santander Totta.
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O seu Banco sempre perto de si. Na Suíça ou em Portugal.
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Câmbio favorável. Agora com despesas reduzidas.
Online
Acesso fácil via e-banking.
Através do Site da Postfinance ou do seu Banco na Suíça utilize
a opção: “ordem de pagamento com o boletim vermelho”.
Preencher todos os campos conforme o vale de correio vermelho
fornecido pelos escritórios de representação.
Não esquecer:
conta do Banco Santander Totta (30-175563-2)
IBAN, nome e morada do beneficiário
Novo endereço
Correio
Utilizando o Impresso (Vale de correio vermelho)
Boletim/Vale vermelho requisitado através dos escritórios
de representação de Genebra ou Zurique e entregue com
a Ordem de Pagamento ao seu Banco na Suíça
(preferencialmente no PostFinance) para concretizar
o pagamento.
Boletim vermelho
(fornecido pelos escritórios de representação
de Genebra ou Zurique)
+
Ordem de pagamento
(fornecido pelo seu banco suíço ou Postfinance)
+
Envelope
(fornecido pelo seu banco suíço ou Postfinance)
Envio por correio para o seu banco suíço
ou Postfinance
Pelas regras em vigor é obrigatória a identificação do ordenante, IBAN e morada
do beneficiário realizando-se a transferência para débito em conta. Interdita
a utilização de numerários (cash).
A utilização do ST (Serviço Transferências) apesar de permitir custos reduzidos não
dispensa a consulta do preçário em santandertotta.pt, com as condições de cada
entidade bancária na Suíça e em Portugal.
Escritório de Representação de Genebra
Rue de Genève 134, C.P. 156 | 1226 Thônex - Genève | Tel. 022 348 47 64
Escritório de Representação de Zurique
Badenerstrasse 382, Postfach 687 | 8040 Zürich | Tel. 043 243 81 21
Baslerstrasse, 117 - 8048
Julho/Agosto 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
24
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Unterstützt durch das Kantonale Integrationsprogramm
und die Integrationsförderung der Stadt Zürich.
Centro Lusitano de Zurique
SETEMBRO 2020
CURSO BÁSICO
de ALEMÃO
Oferecemos: Professor que fala a língua portuguesa
Turma pequena (10 alunos)
76 horas de aula pelo melhor preço
Para residentes na cidade de Zurique CHF 5.00 por aula
(Total CHF 380 por meio ano de curso)
Para residentes fora da cidade CHF 10.00 por aula
(Total CHF 760 por meio ano de curso)
Dias de aula: 2 as e 4 as -feiras, de 02.09.2020 a 10.02.2021
(Com férias escolares de Zurique)
Horário:
19:00 às 20:45 horas
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DESPORTO/ OPINIÃO
25
Equipas regressam ao
treino
JORGE MACIEIRA
As equipas do Centro Lusitano de Zurique voltaram, no pas-
sado dia 8 de Junho, aos treinos na nossa “casa” Juchhof 2,
onde a ansiedade de voltar aos treinos já era grande e de
voltar a estar reunidos em equipa e rever os colegas do clube.
Apesar de alguns cuidados que são recomendados
pelo estado Suíço e pela federação de futebol de Zuri-
que, os treinos voltaram à normalidade com as equipas
treinar duas vezes por semana já a trabalhar para voltar ao
bom ritmo.
Com a época de 2019/2020 dada com terminada pela Federação
de Futebol da Região de Zurique, todas as equipas preparam já
próxima época de 2020/2021 da melhor maneira possível para
estarem prontas pois vai ser uma longa pré-época.
a
a
A Federação de Futebol da Região de Zurique já anunciou a data prevista para o início da época de 2020/2021, com inicio no fim de
semana 15/16 de Agosto, com o arranque da primeira ronda da taça regional de Zurique.
Gosto de gente séria!
CARLOS MATOS GOMES
Gosto de ciganos, não gosto dos
Chegas.
Quanto vou à Feira de Carcavelos,
ou da Vândoma, no Porto,
os ciganos vendem-me um polo
Lacoste ou uns ténis Nike, mas
não me querem fazer acreditar
que são originais. Os ciganos
são sérios, não me enganam.
Riem-se. Eu quero fazer um
vistaço e eles vendem barato
um produto que satisfaz a minha
tola vaidade. Discutimos
os preços. É também o que se
faz com as prostitutas, outra
classe de gente séria.
O Chega é uma organização de vigaristas.
Querem-me vender produtos contrafeitos
por produtos originais. Não ao racismo, e
eles são racistas. Não à corrupção, e eles são
corruptos, a começar pelo chefe que trafica
truques fiscais, acumula actividades públi-
cas e privadas e está associado a mundos de
sombras como o do futebol.
Os ciganos, mesmo com os desagradáveis
episódios dos acampamentos às portas dos
hospitais, defendem o serviço nacional de
saúde, o Chega é contra um serviço nacional
de saúde e a favor da privatização de todos
os serviços públicos.
Os ciganos são a favor de rendimentos míni-
mos para se poderem integrar na sociedade,
balanceando as suas tradições milenares
com a a modernidade, o Chega é a favor dos
grandes rendimentos obtidos a partir de
grandes negócios com o Estado. É o progra-
ma do Amorim, lugar tenente na sombra do
chefe, colonialista e estadonovista do MDLP/
ELP, a versão bombista do donos disto tudo
no Estado Novo. Prefiro os ciganos a quem
pago pouco, e as prostitutas que vendem o
corpo, do que os Chega que roubam e rou-
baram muito. Prefiro pobres a quem tento
ajudar a sair da pobreza a estafermos que
me sugam e ainda me dão lições de moral.
Gosto de gente séria. Um cigano assume-se
como um cigano. Como eu me assumo riba-
tejano. Um negro assume-se como um negro,
com origens em África, como eu, pelo lado
da minha mãe, com o patronímico Serpa,
devo ter raízes no Alentejo. Uma prostituta
assume-se. É o que é!
Os Chega donde vêm? Quem os pariu? E
onde? O que vendem? E entregam a mer-
cadoria?
Gosto de gente séria. De saber quem são
aqueles com quem me cruzo, a quem com-
pro e vendo, com quem trato. Quem são os
Chega?
Não gosto de falsos anjinhos. Nem que me
façam anjinho! Eu não compro uma Lacoste
ao Chega! Mas compro aos ciganos! São am-
bas contrafeitas, mas os Chega vendem-nas
como se fossem originais, são uns vigaristas
e os ciganos vendem-me como contrafacções
para eu me enfeitar, são gente séria.
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Homenagem
à Casa do
Benfica de
Lenzburg
COMUNIDADE
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MARIA DOS SANTOS
Falar da Casa do Benfica Lenzburg,
é falar de uma equipa
unida, respeitosa e firme no
estar ao dispor da Comunidade
Portuguesa.
Depois de várias semanas de porta fechada,
o seu presidente, Vitor Figo, teve tempo para
fazer o ponto da situação e rever todo o es-
forço de um grupo, que nunca o abandonou.
A integridade desta equipa de pessoas e as
matrizes que os conduzem pela vida associa-
tiva, merecem hoje umas palavras de apreço.
Estiveram sempre conscientes que abandonar
nunca. De mãos dadas decidiram prestar o
trabalho de voluntariado, até que o seu pre-
sidente tenhas as contas sob controle.
Alguns associados contribuíram com di-
nheiro, para que a dívida seja superada. Os
clientes deixam sempre algo mais, que servirá
também para amortizar os mais de vinte mil
francos, que ficaram em número vermelho!
Cozinheiras e pessoal de serviço, não perdem
o sorriso, neste momento menos bom. Nunca
fez tanto sentido o ditado popular: Da união
nasce a força.
Conscientes de que nada será fácil, têm, a
cada fim de semana, a certeza de que a grati-
dão com que fazem este trabalho associativo
é a melhor dádiva.
Vitor Figo, presidente da casa do Benfica de
Lenzburg, registada com o algarismo duzentos
e vinte e cinco, quer agradecer pu-
blicamente, à sua equipa de trabalho, toda
a dedicação e esforço.
Agradece também á sua família, de lhe mos-
trar de braços abertos, que o impossível se
pode sempre alterar e inverter para o pos-
sível.
“Aos sócios, que são muitos e que sempre
tiveram a minha profunda estima, deixo aqui
o meu reconhecimento de que sem eles nada
disto seria possível.“, disse.
“Vamos continuar, cada semana, cada mês
e cada ano a mostrar a nossa melhor versão
de serviço ao dispor de todos, independente
das escolhas políticas, sociais ou religiosas.“
Abertos a novas iniciativas, a gerência da
casa do Benfica de Lenzburg congratula-se
em estar ao serviço de todos.
“Obrigada, pela presença assídua, pelos co-
mentários e sobretudo pelos estímulos, que
só provam, que estamos no caminho certo e
pronto a estar sempre aqui para todos vós“,
referiu ainda o presidente.
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G
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OPINIÃO
Foto: DR - Durão Barroso com Tony Blair, George Bush e Aznar na cimeira das Lajes.
Vaidade e leviandade
MIGUEL SOUSA TAVARES (*)
Levo tantos anos a olhar para a
política portuguesa quantos ela
tem de existência democrática.
E em todos estes anos vi, como
em todas as outras áreas, políticos
bons, maus ou péssimos,
honestos e desonestos, verdadeiros
servidores públicos ou
servidores de si mesmos. Avaliando-os
não apenas ou necessariamente
pelas suas características
pessoais mas também
pelos resultados da sua acção,
coloco à cabeça do ranking daqueles
que em minha opinião
foram os piores de sempre dois
nomes: Aníbal Cavaco Silva e
José Manuel Durão Barroso.
Ambos têm algumas coisas em comum,
além de terem pertencido ao PSD e terem
sido primeiros-ministros. O principal em
comum foi o facto de se terem elevado, por
um conjunto excepcional de circunstâncias,
até onde os seus dotes jamais fariam prever,
e de o terem feito tudo devendo à democracia
e nada tendo contribuído para ela, antes pelo
contrário. Mas uma coisa, em minha opinião,
os distingue de forma clara: enquanto Cavaco
Silva, embora nunca tendo sido propriamente
alguém desinteressado da sua sorte, tinha,
apesar disso, uma ideia, certa ou errada, de
missão para o país, Durão Barroso passou
sempre os seus interesses próprios à frente
de tudo o resto. Como exuberantemente se
provou quando a meio do mandato como
primeiro-ministro e após uma derrota nas
europeias, tendo acabado de prometer so-
lenemente aos portugueses que entendera
a mensagem, não hesitou em abandonar o
barco mal lhe caiu do céu o convite para
presidir à Comissão Europeia — o que até
o primeiro-ministro de um país tão irrele-
vante como o Luxemburgo, convidado antes
dele, tinha recusado, exactamente porque
entendeu que o seu dever era o de cumprir
o mandato que lhe haviam confiado os seus
eleitores nacionais.
A propósito da célebre Cimeira das Lajes, que
deu luz verde à segunda guerra do Iraque,
e que deve ficar a constar dos anais como
um dos episódios mais vergonhosos da nos-
sa diplomacia, veio agora Durão Barroso,
ressalvando que “não gosta de julgamentos
retroactivos”, reconhecer que se fosse hoje,
com o que se sabe, “provavelmente, teria
feito diferente”. Mente: o que se sabe hoje
já se sabia na altura. Ou, pelo menos, o que
Durão Barroso garantiu na altura que sabia
— que tinha visto com os seus olhos as “pro-
vas” da existência de armas de destruição
maciça no Iraque — era mentira. Não havia
provas algumas, porque não havia armas.
No Conselho de Segurança da ONU, o MNE
francês, Dominique de Villepin, desfez na
cara do secretário de Estado, Colin Powell,
as supostas provas, em termos que se tornaram
humilhantes para os americanos e evi-
dentes para quem quer que não fosse idiota
ou desonesto. E, no terreno, a Agência de
Energia Atómica, por mais que procurasse,
não encontrava quaisquer vestígios do tal ar-
mamento nuclear que Washington e Barroso
garantiam existir. Foi então, exactamente
porque se estava a tornar óbvio para todos
que não tinha provas, que George W. Bush
tomou a decisão de invadir. Ou, citando as
inesquecíveis palavras do ex-director do Expresso,
José António Saraiva, porque só in-
vadindo é que se podia saber se havia ou não
armas. Sem provas que não umas ridículas
montagens fotográficas, com a oposição do
Conselho de Segurança e da maioria dos seus
aliados, restava a Bush o apoio dos Governos
de Aznar e de Tony Blair. Mas chamá-los
a Washington para decidir a guerra numa
cimeira a três pareceria às divididas opi-
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OPINIÃO
29
niões públicas de Espanha e Inglaterra um
acto de vassalagem, e pior ainda se fosse em
Espanha ou no Reino Unido. E foi então que
Barroso cheirou a oportunidade e ofereceu
o apoio de Portugal e a Base das Lajes, com
a justificação simplista de que “não podía-
mos ficar neutros” quando o nosso “aliado”
resolvia invadir um país só para satisfazer
o desejo pavloviano de glória militar do seu
Presidente. É claro que Bush teria invadido
o Iraque com ou sem a Cimeira das Lajes,
pois tinha isso decidido desde o primeiro
dia em que tomou posse. Portugal é que não
precisava de ficar ligado a esse triste episódio
de uma mentira orquestrada que conduziu
a uma guerra que custou directamente 100
mil mortos, fora os que resultaram e ainda
resultam indirectamente do terrorismo do
Daesh, nascido dessa invasão. Hoje, George
W. Bush dedica-se à pintura no seu rancho
do Texas, e Durão Barroso, além de trabalhar
para o Goldman Sachs — os consultores que
aconselharam os gregos a ocultarem dívida
da UE, cuja implacável cobrança a UE, depois
presidida por Durão Barroso, exigiria —, de-
dica-se também a conferências ou palestras
onde deixa cair, em tom sábio e diletante,
tiradas como as que acima citei. Não gosta
de julgamentos retroactivos. Eu também não,
mas não estamos a falar do século XVII nem
do padre António Vieira. Estamos a falar
de 100 mil mortos, há 17 anos. Em nome de
uma mentira.
Suponho que para os playmakers do mundo
esses mortos sejam uma abstracção. “Danos
colaterais” que apenas se tornam um pouco
mais visíveis quando vemos os corpos mu-
tilados dos clientes do Bataclan parisiense
mortos num atentado do Daesh. Mas aí Durão
Barroso poderá justificar-se garantindo que
perguntou várias vezes a Bush: “E o after?”
Ele não terá respondido, porque não fazia
ideia, mas tal não impediu o primeiro-mi-
nistro português de dividir o palco de guerra
com ele, por um breve e intenso momento de
vaidade planetária. Os mortos, se aconteces-
sem, viriam depois, num after que já seria
história acessória.
As Lajes, o silêncio sobre o massacre de Luan-
da, a diplomacia conivente com a Indonésia
são três episódios da nossa política externa
de que devemos ter sincera vergonha. E todos
eles tiveram a assinatura de Durão Barroso
Hoje, somos muitos rápidos e muito volun-
taristas a julgar os responsáveis de séculos
passados ou a julgar estrangeiros, mas muito
cerimoniosos com os nossos e actuais res-
ponsáveis. Desfilamos indignados com o
assassínio do negro George Floyd, asfixiado
às mãos de um polícia americano, que está
preso, mas ninguém se manifesta contra o
assassínio à pancada durante dois dias de
um emigrante ucraniano às mãos de três
agentes do SEF, os quais a juíza de instrução
manteve em liberdade e cujos nomes nem
sequer foram revelados. Estamos ansiosos
para não ficar atrás de outros que derrubam
estátuas de descobridores ou missionários
que dizem que afinal não passavam de es-
clavagistas, mas assistimos tranquilamente
às palestras de Durão Barroso, no seu papel
de sábio da política internacional, sem lhe
perguntar nada sobre o Iraque ou sobre o
massacre de Luanda, quando os responsá-
veis da UNITA que lá estavam ao abrigo dos
Acordos de Bicesse, negociados por Durão
Barroso, foram chacinados e perseguidos
sem aviso pelo Governo do MPLA, perante
o silêncio absoluto do Governo português e
do seu MNE (Durão Barroso), a quem cabia
a responsabilidade moral da sua protecção,
ou, ao menos, da denúncia do que se tinha
passado. Ou sobre Timor, quando o mesmo
Durão Barroso, como MNE, se encontrava,
ano após ano na ONU, com o MNE indonésio,
Ali Alatas, e gentilmente, com um ar de quem
tinha despachado o frete constitucional, dizia
infalivelmente: “Concordámos em continuar
a discordar e em encontrarmo-nos outra vez
para o ano.” Entretanto, Portugal perdia cada
vez mais apoios internacionais para a questão,
e os timorenses continuavam a ser ocupados
e esmagados pelos indonésios. No espírito
de Barroso, o assunto estava resolvido por
si, de facto, e não havia nada a fazer, era um
aborrecimento todos os anos ter de pedir
um encontro com Alatas. Mas Guterres e
Bill Clinton provaram depois que não era
assim: era só uma questão de acreditar que
na política externa também é possível bater-
-se por princípios. (Mas como a hipocrisia
dos políticos pode ser infinita, anos depois
e já independente graças a Guterres, quando
Barroso era presidente da Comissão Europeia
e Timor ansiava por dinheiros europeus, o
Governo de Timor propôs e Barroso aceitou
ser condecorado pelos serviços prestados à
independência do país.)
As Lajes, o silêncio sobre o massacre de Luan-
da, a diplomacia conivente com a Indonésia
são três episódios da nossa política externa
de que devemos ter sincera vergonha. Todos
eles tiveram a assinatura de Durão Barroso e
de todos escapou incólume ou melhor ainda.
A sua vida política merecia uma biografia à
maneira anglo-saxónica, sem contemplações.
E começando logo pelo seu passado maoista
na Faculdade de Direito, descartado como um
fait-divers, como um arroubo dos 20 anos —
como se o fosse. Como se aos 20 anos o jovem
Durão Barroso não tivesse idade para saber o
que era o maoismo, para conhecer a extensão
inominável dos seus crimes e não soubesse o
que fazia ao andar, feito um iluminado his-
térico, a gritar vivas a Estaline e a Mao. Eu
aos 20 anos já sabia muito bem distinguir a
liberdade da ditadura, um assassino psico-
pata de um líder nacional. Não, não foi um
erro de juventude, foi um pecado original.
Que, não sendo explicável pela psiquiatria,
como em muitos casos semelhantes, deve ser
analisado à luz de um defeito de carácter. E, a
essa luz, analisada toda uma carreira política
verdadeiramente notável. Notável pelo que
alcançou, pelo que exigiu de contorcionismo
para lá chegar e lá se manter e pelo infinito
vazio e inutilidade final que deixou sempre à
sua passagem. Tanto poder para nada!
in ExpressoMiguel Sousa Tavares
Eutor não respeita o novo AO e escreve de acordo com
a antiga ortografia
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CRÓNICA
Foto: DR
O tamanho de um poço quando
nele nos afundamos
LUÍS OSÓRIO
1.A A morte de Pedro Lima… tenho lido por
aqui e por ali… é incompreensível. Como se
pode explicar isto sabendo que ele, aparente-
mente, tinha tudo? Uma carreira de sucesso,
uma família com filhos tão luminosos e uma
mulher que eu sei que amava, tudo.
Mesmo com capa afetuosa, mesmo mostrando
admiração ou simpatia, começou a crescer a
incredulidade nos comentários, a dificuldade
de entendimento… como foi possível algo tão
brutal?
2.Não falava com o Pedro há bastante tempo
– julgo que a última conversa mais longa terá
sido no final de 2017. Não posso nem quero
fazer juízos sobre o seu estado anímico ou a
sua saúde psicológica, mas apetece-me dizer
que um grupo alargado de pessoas não sabe
o quanto pode ser o tamanho de um poço
quando nele nos afundamos. Se soubessem
o quanto podemos ser engolidos ou o quanto
o sofrimento psicológico pode arrasar tudo o
que damos por adquirido não se perguntariam
“como é possível”…
3.Depois do meu postal de sábado recebi
algumas mensagens de pessoas em desespero.
Pessoas que desabafaram sobre o que estão a
sentir, sobre a tristeza funda que não conse-
guem matar, sobre a vontade que têm (tantas
e tantas vezes) de partir num qualquer lugar
onde não seja possível regressar ao horror
de ter de acordar todos os dias com uma dor
de inferno e amigos que se afastam ou não
compreendem.
4.Nunca senti qualquer tipo de depressão,
mas sei bem o que é a depressão. Vi pessoas
com quem partilhei a vida num estado de
morte antes da morte. Vi-as não conseguir
sequer ter a força para se levantarem da cama
ou numa tristeza indecifrável… como se um
monstro as devorasse por dentro.
Aprendi a respeitar a depressão.
5.Nas mensagens que ontem e hoje recebi
disse sempre o mesmo.
Não desistam de ver a luz onde agora apenas
existe a escuridão.Não desistam do futuro
em nome do que perderam no passado.Não
desistam de agarrar o tempo, de procurar
ajuda nos que as podem ajudar a sair de um
buraco onde não parece existir escapatória.
Há sempre escapatória.Há sempre caminho
para cima… mesmo que não vejam as escadas
elas estão lá para serem subidas.E há sempre
pessoas que serão capazes de nos salvar… se
quisermos ser salvos.
E viver…
Sei que é esdruxulo dizê-lo a quem apenas vê
sombras neste ofício a que estamos felizmen-
te condenados, mas acreditem. Viver é uma
oportunidade de fintarmos o que parece ser
o destino, viver é um combate que pode ser
ganho para espanto dos que não acreditam.
Se está assim… se estás assim… não hesites.
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ÓBITO
31
A d e u s ,
Pedro!
PAULO DENTINHO
Pedro, hoje finalmente consigo
falar contigo. Ontem não dava,
estava demasiado ocupado a
apanhar os cacos da devastação
da tua tão súbita ausência.
E escrevo porque tenho contas
a acertar. Contigo.
Um dia o Mia Couto disse-me que quando
escrevemos estamos sempre a acertar con-
tas, nem que seja connosco. Pois bem, hoje é
contigo.Sabes, puto - eras o puto, lembras-te?
Eras o puto canina desde que chegaste a casa
dos avós. Ainda me recordo de estar ao pé de
ti a fazer-te companhia para adormeceres em
sossego. Tinhas tão poucos meses... Se ca-
lhar a nossa tão grande amizade - não, não era
amizade, era mesmo amor - começou durante
esses dias.Naquela casa austera a tua presença
endiabrada enchia tudo. Um dia viraste-te
para o avô, juiz, imperial, sentado na cadeira
do poder familiar, e respondeste à sua ordem
seca de “menino esteja quieto!” subindo para
cima da mesa. Com o dedo espetado, minúsculo
ameaçador naqueles teus três anos, atiras com
um “olha que te pinto!” Vá, ri, hoje podemos rir,
digo eu enquanto escrevo e choro, e para me
enganar a mim próprio choro de riso.Falámos
de filosofia num dia qualquer na alameda Afon-
so Henriques, quando já estavas no Técnico e
já eras o que és hoje, muito exigente contigo
mesmo e de uma generosidade enorme para
com todos os outros. Eras um excelente aluno
e um campeão de natação. Competias contigo.
Demasiado. Falámos de Deus, da dimensão
humana, do erro, do ter direito a falhar. Mas
tu dizias que não tinhas direito a falhar. Eu
disse-te que “até Deus falha, canina.” E falha
muitas vezes.“Paulinho, preciso de ler outras
coisas. Preciso de me distrair com outras leitu-
ras.” E lá fui buscar os “Cem anos de solidão”
para te ouvir depois dias seguidos a falar de
Melquiades, personagem mística e sábia que te
encantou. Ou perturbou?Como uma profecia
que ambos desconhecíamos, arranjei-te um
biscate para fazeres um spot de publicidade,
uma coisa manhosa sobre umas pulseiras ma-
nhosas, pequeno filme feito por uns amigos
meus que precisavam de um jovem de porte
atlético. Dias depois estavas numa agência
de modelos. Deixaste a universidade a meio e
foste à procura de outros sonhos até chegares
ao teatro e cair arrebatado de amor.O Jorge
Silva Melo, por quem tinhas uma enormíssima
admiração e que era teu amigo, disse que a tua
cabeça de ator era a de um desportista: melho-
rar, subir a parada, treinar, melhorar. Ou a do
cientista? Experimentar, experimentar. Disse
também que eras dos homens mais limpos que
encontrou na vida. Tão verdade, Pedro. Ele
topou-te bem. Deve ser por isso que é também
um grande encenador.“Paulinho, ajuda-me.
Sugere-me um poema de amor. Tenho de ler
um poema de amor na TVi e sei que tu és a
melhor pessoa para me aconselhar.” Disse-te
que há tantos, tantos poemas de amor, mas
que nenhum amor cabe num poema. Tu não
cabes. És demasiado grande para caberes num
único poema. Mas gostastes deste, do José
Gomes Ferreira.
“Dá-me a tua mão.
Deixa que a minha solidãoprolongue mais a
tua- para aqui os dois de mãos dadasnas noites
estreladas,a ver os fantasmas a dançar na lua.
Dá-me a tua mão, companheira,até o Abismo
da Ternura Derradeira.”
Deste-me tantas vezes a mão, companheiro.
A mim e a muitos outros e outras.
Na nossa família eras o pilar, és o pilar onde
nos erguemos. Em cada Natal queres todos lá
em casa, “ fazes o peru, Paulinho?” Sim, faço.
E trocamos prendas, e dizemos poemas. Ao
teu lado vamo-nos construindo em família.
A tua força era também a tua fragilidade. E
estavas frágil e muitos de nós não vimos. O
Lourenço Lucena, que é um desses tantos teus
amigos que ficaram destroçados, diz aquilo
que muitos sabemos, que a tua empresa estava
desejosa de te descartar. Devias tê-los man-
dado a todos para o sítio mais ordinário que
existe no planeta. É nesta altura que entras
em cena - conheço-te tão bem! - e é para os
defenderes, para dizeres que não é bem assim,
que até os compreendes, e para me alertares
para os meus estados de alma, porque “já te
lixaram por causa disso, e tu sabes bem!” Mas
não, hoje não é sobre mim, é sobre ti, Pedro!
E pergunto-te então quantas vezes lhes tele-
fonaste nestes últimos dias sem que ninguém
atendesse? Sabes, depois escrevem coisas ma-
ravilhosas sobre seres um dos actores mais
versáteis da tua geração. E falam em pesar e
mais uma série de palavras de plástico. Como
num reclame. É o país, e país mudou pouco
desde o Eça, Pedro, continua pacóvio, provin-
ciano e cheio de gente infame. Sim, sim, já sei,
queres que me cale. Queres que não diga que
usam as pessoas como copos de plástico não
reciclado. Mas descansa, não é só na tua em-
presa. Está bem, eu calo-me. Porque também
tenho contas a acertar comigo, porque também
eu não consegui agarrar-te. E tu, tu também
não deixaste que te agarrassem! Não ouviste
os teus amigos e a tua família a dizer que tudo
se resolve? Mas estavas demasiado fechado em
exigir de ti, em te responsabilizares e a sentires
em crescendo que estavas a falhar. Deixaste-te
envolver em pensamentos sombrios e fomos
todos derrotados.
Sem ti isto agora perde tanto, porque sem pa-
lavras vãs eras mesmo das melhores pessoas
que conheci em toda a vida.
Hoje, agora, neste instante, só queria mesmo
dar-te um abraço muito forte por uma última
vez, dizer-te o quanto te amamos, dizê-lo em
ternura e carinho, que é assim que és.
Adeus, Pedro.
Vídeo: https://bityli.com/Rtex6
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HISTÓRIA
Fascismo, Ditadura, Guerra
e a Pide, foram reais!
Foto DR/Livro “Guerra Colonial” de Carlos Matos Gomes e Fernando Farinha
A propósito do branqueamento
do Estado Novo e do
Fascismo, para lerem e meditarem
nas vossas férias,
aqui fica uma parte da história
da ditadura de 48 anos
em Portugal.
Esta cronologia histórica
não contabiliza os inúmeros
portugueses vítimas anónimas
da repressão da PIDE,
GNR e PSP.
Para que este longo período
de escuridão jamais possa
ser branqueado ou esquecido.
Pela memória daqueles
que pagaram com a vida a
luta contra o fascismo e pela
liberdade de que hoje usufruo.
Assassinados pela PIDE
- História de Portugal Contemporâneo
1931 — O estudante Branco é morto pela
PSP, durante uma manifestação no Porto;
1932 — Armando Ramos, jovem, é morto
em consequência de espancamentos; Auré-
lio Dias, fragateiro, é morto após 30 dias de
tortura; Alfredo Ruas, é assassinado a tiro
durante uma manifestação em Lisboa;
1934, , 18 de Janeiro — Américo Gomes, ope-
rário, morre em Peniche após dois meses de
tortura; Manuel Vieira Tomé, sindicalis-
ta ferroviário morre durante a tortura em
consequência da repressão da greve; Júlio
Pinto, operário vidreiro, morto à pancada; a
PSP mata um operário conserveiro durante
a repressão de uma greve em Setúbal
1935 — Ferreira de Abreu, dirigente da or-
ganização juvenil do PCP, morre no hospital
após ter sido espancado na sede da PIDE
(então PVDE);
1936 — Francisco Cruz, operário da Mari-
nha Grande, morre na Fortaleza de Angra
do Heroísmo, vítima de maus tratos, é de-
portado do 18 de Janeiro de 1934; Manuel
Pestana Garcez, trabalhador, é morto du-
rante a tortura;
1937 — Ernesto Faustino, operário; José
Lopes, operário anarquista, morre duran-
te a tortura, sendo um dos presos da onda
de repressão que se seguiu ao atentado a
Salazar; Manuel Salgueiro Valente, tenen-
te-coronel, morre em condições suspeitas
no forte de Caxias; Augusto Costa, operário
da Marinha Grande, Rafael Tobias Pinto
da Silva, de Lisboa, Francisco Domingues
Quintas, de Gaia, Francisco Manuel Pereira,
marinheiro de Lisboa, Pedro Matos Filipe,
de Almada e Cândido Alves Barja, mari-
nheiro, de Castro Verde, morrem no espaço
de quatro dias no Tarrafal, vítimas das fe-
bres e dos maus tratos; Augusto Almeida
Martins, operário, é assassinado na sede
da PIDE (PVDE) durante a tortura ; Abílio
Augusto Belchior, operário do Porto, morre
no Tarrafal, vítima das febres e dos maus
tratos;
1938 — António Mano Fernandes, estudan-
te de Coimbra, morre no Forte de Peniche,
por lhe ter sido recusada assistência médi-
ca, sofria de doença cardíaca; Rui Ricardo
da Silva, operário do Arsenal, morre no
Aljube, devido a tuberculose contraída em
consequência de espancamento perpetra-
do por seis agentes da Pide durante oito
horas; Arnaldo Simões Januário, dirigente
anarco-sindicalista, morre no campo do
Tarrafal, vítima de maus tratos; Francisco
Esteves, operário torneiro de Lisboa, morre
na tortura na sede da PIDE; Alfredo Cal-
deira, pintor, dirigente do PCP, morre no
Tarrafal após lenta agonia sem assistência
médica;
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1939 — Fernando Alcobia, morre no Tarra-
fal, vítima de doença e de maus tratos;
1940 — Jaime Fonseca de Sousa, morre
no Tarrafal, vítima de maus tratos; Albino
Coelho, morre também no Tarrafal; Mário
Castelhano, dirigente anarco-sindicalista,
morre sem assistência médica no Tarrafal;
1941 — Jacinto Faria Vilaça, Casimiro Fer-
reira; Albino de Carvalho; António Guedes
Oliveira e Silva; Ernesto José Ribeiro, operário,
e José Lopes Dinis morrem no Tarra-
fal;
1942 — Henrique Domingues Fernandes
morre no Tarrafal; Carlos Ferreira Soares,
médico, é assassinado no seu consultó-
rio com rajadas de metralhadora, os agentes
assassinos alegam legítima defesa (?!); Ben-
to António Gonçalves, secretário-geral do P.
C. P. Morre no Tarrafal; Damásio Martins
Pereira, fragateiro, morre no Tarrafal; Fer-
nando Óscar Gaspar, morre tuberculoso no
regresso da deportação; António de Jesus
Branco morre no Tarrafal;
1943 — Rosa Morgado, camponesa do
Ameal (Águeda), e os seus filhos, António,
Júlio e Constantina, são mortos a tiro pela
GNR; Paulo José Dias morre tuberculoso no
Tarrafal; Joaquim Montes morre no Tarra-
fal com febre biliosa; José Manuel Alves dos
Reis morre no Tarrafal; Américo Lourenço
Nunes, operário, morre em consequência
de espancamento perpetrado durante a
repressão da greve de Agosto na região de
Lisboa; Francisco do Nascimento Gomes,
do Porto, morre no Tarrafal; Francisco dos
Reis Gomes, operário da Carris do Porto, é
morto durante a tortura;
1944 — General José Garcia Godinho mor-
re no Forte da Trafaria, por lhe ser recusado
internamento hospitalar; Francisco Ferrei-
ra Marques, de Lisboa, militante do PCP, em
consequência de espancamento e após mês
e meio de incomunicabilidade; Edmundo
Gonçalves morre tuberculoso no Tarrafal;
assassinados a tiro de metralhadora uma
mulher e uma criança, durante a repressão
da GNR sobre os camponeses rendeiros da
herdade da Goucha (Benavente), mais 40
camponeses são feridos a tiro.
1945 — Manuel Augusto da Costa morre no
Tarrafal; Germano Vidigal, operário, assas-
sinado com esmagamento dos testículos,
depois de três dias de tortura no posto da
GNR de Montemor-o-Novo; Alfredo Dinis
(Alex), operário e dirigente do PCP, é as-
sassinado a tiro na estrada de Bucelas; José
António Companheiro, operário, de Borba,
morre de tuberculose em consequência dos
maus tratos na prisão;
1946 — Manuel Simões Júnior, operário
corticeiro, morre de tuberculose após doze
anos de prisão e de deportação; Joaquim
Correia, operário litógrafo do Porto, é mor-
to por espancamento após quinze meses de
prisão;
1947 — José Patuleia, assalariado rural de
Vila Viçosa, morre durante a tortura na sede
da PIDE;
1948 — António Lopes de Almeida, ope-
rário da Marinha Grande, é morto durante
a tortura; Artur de Oliveira morre no Tar-
rafal; Joaquim Marreiros, marinheiro da
Armada, morre no Tarrafal após doze anos
de deportação; António Guerra, operário da
Marinha Grande, preso desde 18 de Janei-
ro de 1934, morre quase cego e após doença
prolongada;
1950 — Militão Bessa Ribeiro, operário e
dirigente do PCP, morre na Penitenciária de
Lisboa, durante uma greve de fome e após
nove meses de incomunicabilidade; José
Moreira, operário, assassinado na tortura
na sede da PIDE, dois dias após a prisão, o
corpo é lançado por uma janela do quarto
andar para simular suicídio; Venceslau Fer-
reira morre em Lisboa após tortura; Alfredo
Dias Lima, assalariado rural, é assassinado
a tiro pela GNR durante uma manifestação
em Alpiarça;
1951 — Gervásio da Costa, operário de Fafe,
morre vítima de maus tratos na prisão;
1954 — Catarina Eufémia, assalariada rural,
assassinada a tiro em Baleizão, duran-
te uma greve, grávida e com uma filha nos
braços;
1957 — Joaquim Lemos Oliveira, barbeiro
de Fafe, morre na sede da PIDE no Por-
to após quinze dias de tortura; Manuel da
Silva Júnior, de Viana do Castelo, é morto
durante a tortura na sede da PIDE no Por-
to, sendo o corpo, irreconhecível, enterrado
às escondidas num cemitério do Porto; José
Centeio, assalariado rural de Alpiarça, é as-
sassinado pela PIDE;
1958 — José Adelino dos Santos, assala-
riado rural, é assassinado a tiro pela GNR,
durante uma manifestação em Montemor-
-o-Novo, vários outros trabalhadores são
feridos a tiro; Raul Alves, operário da Póvoa
de Santa Iria, após quinze dias de tortura, é
lançado por uma janela do quarto andar da
sede da PIDE, à sua morte assiste a esposa
do embaixador do Brasil;
1961 — Cândido Martins Capilé, operário
corticeiro, é assassinado a tiro pela GNR du-
rante uma manifestação em Almada; José
Dias Coelho, escultor e militante do PCP, é
assassinado à queima-roupa numa rua de
Lisboa;
1962 — António Graciano Adângio e Fran-
cisco Madeira, mineiros em Aljustrel, são
assassinados a tiro pela GNR; Estêvão Giro,
operário de Alcochete, é assassinado a tiro
pela PSP durante a manifestação do 1º de
Maio em Lisboa;
1963 — Agostinho Fineza, operário tipógra-
fo do Funchal, é assassinado pela PSP, sob a
indicação da PIDE, durante uma manifesta-
ção em Lisboa;
1964 — Francisco Brito, desertor da guer-
ra colonial, é assassinado em Loulé pela
GNR; David Almeida Reis, trabalhador, é
assassinado por agentes da PIDE durante
uma manifestação em Lisboa;
1965 — General Humberto Delgado e a sua
secretária Arajaryr Campos são assassinados
a tiro em Vila Nueva del Fresno (Espa-
nha), os assassinos são o inspector da PIDE
Rosa Casaco e o subinspector Agostinho
Tienza e o agente Casimiro Monteiro;
1967 — Manuel Agostinho Góis, trabalhador
agrícola de Cuba, morre vítima de tortura
na PIDE;
1968 — Luís António Firmino, trabalhador
HISTÓRIA
33
de Montemor, morre em Caxias, vítima de
maus tratos; Herculano Augusto, trabalha-
dor rural, é morto à pancada no posto da
PSP de Lamego por condenar publicamente
a guerra colonial; Daniel Teixeira, estudan-
te, morre no Forte de Caxias, em situação
de incomunicabilidade, depois de agonizar
durante uma noite sem assistência;
1969 — Eduardo Mondlane, dirigente da
Frelimo, é assassinado através de um aten-
tado organizado pela PIDE;
1972 — José António Leitão Ribeiro Santos,
estudante de Direito em Lisboa e militante
do MRPP, é assassinado a tiro durante uma
reunião de apoio à luta do povo vietnamita e
contra a repressão, o seu assassino, o agente
da PIDE Coelha da Rocha, viria a escapar-
-se na “fuga-libertação” de Alcoentre, em
Junho de 1975;
1973 — Amilcar Cabral, dirigente da luta de
libertação da Guiné e Cabo Verde, é assassi-
nado por um bando mercenário a soldo da
PIDE, chefiado por Alpoim Galvão;
1974, 25 de Abril — Fernando Carvalho Ges-
teira, de Montalegre, José James Barneto,
de Vendas Novas, Fernando Barreiros dos
Reis, soldado de Lisboa, e José Guilherme
Rego Arruda, estudante dos Açores, são as-
sassinados a tiro pelos pides acoitados na
sua sede na Rua António Maria Cardoso,
são ainda feridas duas dezenas de pessoas.
A PIDE acaba como começou, assassinando.
Aqui não ficam contabilizadas as inúmeras
vítimas anónimas da PIDE, GNR e PSP em
outros locais de repressão.
Mais ainda... Podemos referir, duas centenas
de homens, mulheres e crianças massacradas
a tiro de canhão durante o bom-
bardeamento da cidade do Porto, ordenada
pelo coronel Passos e Sousa, na repressão da
revolta de 3 de Fevereiro de 1927.
Dezenas de mortos na repressão da revolta
de 7 de Fevereiro de 1927 em Lisboa, vários
deles assassinados por um pelotão de fuzi-
lamento, à ordens do capitão Jorge Botelho
Moniz, no Jardim Zoológico.
Dezenas de mortos na repressão da revolta
da Madeira, em Abril de 1931, ou outras tan-
tas dezenas na repressão da revolta de 26 de
Agosto de 1931. Um número indeterminado
de mortos na deportação na Guiné, Timor,
Angra e no Cunene.
Um número indeterminado de mortos devido
à intervenção da força fascista dos “Viriatos”
na guerra civil de Espanha e a entre-
ga de fugitivos aos pelotões de fuzilamento
franquistas.
Dezenas de mortos em São Tomé, na repressão
ordenada pelo governador Carlos Gorgu-
lho sobre os trabalhadores que recusaram o
trabalho forçado, em Fevereiro de 1953.
Muitos milhares de mortos durante as guer-
ras coloniais, vítimas do Exército, da PIDE,
da OPVDC, dos “Flechas”, etc.
(A lista de mortes do fascismo, é adaptada
de um texto da autoria da Comissão “Abril
Revolucionário e Popular”)
“PIDE: Para que haja memória” em PRAVDA.Ru
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34 HUMOR “Quem não sabe rir, não sabe viver”
Bife voador
Um homem entra no restaurante
e pede um bife.
Espera alguns minutos e o em-
pregado chega, segurando com
o dedo o bife no prato.
Exclama:
-Porque é que seguras o bife com
a mão?
Ele responde....
-É para que o bife não volte a cair
no chão novamente....
Político é político!
Um canibal estava a andar pela
selva e chegou a um restauran-
te aberto por um outro canibal.
Como estava com alguma fome
sentou-se e olhou para a ementa...
- Missionário Guisado 25€
- Explorador Frito 35€
- Político no forno 100€
O canibal esperou e depois per-
guntou: “Porque e’ que o político
é muito mais caro que o resto?”
O cozinheiro respondeu:”Já al-
guma vez tentaste limpar um
deles ?”
Um chefe canibal diz ao filho:
- Quantas vezes te disse para não
falares quanto tens alguém na
boca?
Cego...
Um cego passava em frente a um
restaurante português, daqueles
que costumam pendurar peças
de bacalhau na porta. Passando
ele bateu com a cabeça no baca-
lhau. Andou dois passos e disse:
- Desculpe-me senhora! Andou
mais dois passos e exclamou:
-Puxa, que mulher alta esta daí!
Turista
Um turista entra num restau-
rante da cidadezinha espanhola
e pede a especialidade da casa.
– Empregado! Que espécie de
carne é esta? Pergunta quando
é servido o prato.
– São cojones, señor... Os tes-
tículos do touro que foi morto
hoje na arena da cidade.
Desconfiado, o turista expe-
rimenta e gosta. Volta no dia
seguinte.
Quando o garçom traz o prato,
ele nota que há alguma diferen-
ça.
– Escuta aqui. Estes cojones são
bem menores do que aqueles que
você me serviu ontem!
– É verdade, señor. Mas o señor
há de convir... nem sempre o
touro perde...
Bailarino
Um dançarino conhecido vai a
um restaurante, e pede galinha
assada. Quando o prato chega,
ele reclama com o empregado:
– Ei! Esta galinha tem uma per-
na maior que a outra!
Ao que o empregado responde:
– Mas o Sr. vai comer a galinha
ou vai dançar com ela?
Comida intragável
Um cavalheiro vai ao restauran-
te, pede um prato e pouco depois
chama o empregado:
– Empregado, não consigo engo-
lir esta comida, chame o gerente.
– Não adianta, ele também não
gosta e não vai conseguir...
Miúdo canibal
O miúdo:
- Ó mãe! Eu não gosto da avó!
A mãe:
- Não faz mal. Come só as ba-
tatas!
Conversa de Canibais
Dois canibais conversavam per-
to de uma rapariga deficiente
mas muito bonita, que lhe fal-
tava um braço e as duas pernas:
- Sabes, eu ando a comer aquela
garota....
Baptista Soares
(Endireita)
MASSAGISTA TERAPEUTA DE RELAXAMENTO
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PASSATEMPO
35
Palavras Cruzadas com
vocabulário do livro
Levantado do Chão
Por Paulo Freixinho
© Paulo Freixinho
1 2 3 4 5 6 7 8
9 10 11 12
13 14 15
Soluções
HORIZONTAL
1 ‘Levantado do
(...)’, romance de
José Saramago
(1980).
4 Trabalhador que
faz parte da
malta, vadio.
9 Suspiro.
10 Xénon (s.q.).
12 Oferecer.
13 Propriedade rural
de grande
extensão, onde se
pratica um tipo de
cultura que não
exige grandes
investimentos.
16 Naquele lugar.
17 Atmosfera.
18 Variante do
pronome "o".
20 O que fica depois
de escolhido o
melhor, refugo.
24 Em forma de
coma.
25 Caminhava para
lá.
26 Pátria de Abraão.
27 Tenebroso.
29 Aquele que dirige
o trabalho das
ceifas.
33 Cabeça (Bras.).
34 Setentrião.
36 Chaparro novo
(sobreiro
pequenino).
38 Criada de quarto.
39 «A» + «o».
40 Relativo à axila.
VERTICAL
1 Fazer estar em
silêncio.
2 Relativo ao osso
hioide.
3 Prefixo (agudo).
5 Que nasceu junto
de.
6 Mulher que furta.
7 Prefixo (três).
8 Que está sem
companhia.
11 Adolescente.
14 Disparo.
16 17 18 19
15 A expressão dos
olhos.
19 Elemento de
formação de
palavras que
exprime a ideia de
ovo.
21 Obstáculo,
estorvo.
22 Vela latina do
mastro grande.
20 21 22 23
24 25
26 27 28
29 30 31 32
33 34 35
36 37 38
39 40
23 Região próxima
da costa.
24 Molusco que vive
nos rochedos ou
no costado dos
navios.
26 A unidade.
27 Argola.
28 Untar com óleo.
30 Cogote.
31 Habitante ou
natural de Java.
32 Aço inoxidável.
35 Mulher celibatária
(pop.).
36 Pedra circular e
rotativa de
moinho ou de
lagar.
37 Cálcio (s.q.).
HORIZONTAL
1 ‘Levantado do (...)’, romance de José Saramago (1980).
4 Trabalhador que faz parte da malta, vadio. 9 Suspiro.
10 Xénon (s.q.). 12 Oferecer. 13 Propriedade rural de
grande extensão, onde se pratica um tipo de cultura que
não exige grandes investimentos. 16 Naquele lugar. 17
Atmosfera. 18 Variante do pronome “o”. 20 O que fica
depois de escolhido o melhor, refugo. 24 Em forma de
coma. 25 Caminhava para lá.
VERTICAL
26 Pátria de Abraão. 27 Tenebroso. 29 Aquele que
dirige o trabalho das ceifas. 33 Cabeça (Bras.). 34 Se-
tentrião. 36 Chaparro novo (sobreiro pequenino). 38
Criada de quarto. 39 «A» + «o». 40 Relativo à axila.
1 Fazer estar em silêncio. 2 Relativo ao osso hioide. 3
Prefixo (agudo). 5 Que nasceu junto de. 6 Mulher que
furta. 7 Prefixo (três). 8 Que está sem companhia. 11
Adolescente. 14 Disparo. 15 A expressão dos olhos.
19 Elemento de formação de palavras que exprime a
ideia de ovo. 21 Obstáculo, estorvo. 22 Vela latina do
mastro grande. 23 Região próxima da costa. 24 Molusco
que vive nos rochedos ou no costado dos navios. 26 A
unidade. 27 Argola. 28 Untar com óleo. 30 Cogote. 31
Habitante ou natural de Java. 32 Aço inoxidável. 35
Mulher celibatária (pop.). 36 Pedra circular e rotativa
de moinho ou de lagar. 37 Cálcio (s.q.).
Qual mamífero tem a vida mais curta?
Entre os mamíferos, são os ratos os que possuem
vida mais curta, com um tempo médio
de dois anos.
Rato é o nome geral dos roedores Muridae,
maior família de mamíferos existente, com
cerca de 650 espécies.
Outro mamífero de baixa longevidade é a
toupeira, que pode chegar a sete anos, mas
a média é de apenas três.
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Feriados e Datas Comemorativas
01 Dia da vacina BCG
Dia Internacional do Cooperativismo
04 Dia do Operador de Telemarketing
Independência dos EUA (1776)
05 Dia da Fundação do Exército da Salvação
06 Dia da Criação do IBGE
07 Dia Mundial do Chocolate
Dia do Ingresso das Mulheres nas Fileiras da Marinha
08 Dia do Panificador
09 Dia da Revolução e do Soldado Constitucionalista
10 Dia da Pizza
11 Dia Mundial da População
12 Dia do Engenheiro Florestal
13 Dia do Cantor
Dia do Engenheiro de Saneamento
Dia Mundial do Rock
14 Dia da Liberdade de Pensamento
Dia do Propagandista de Laboratório
15 Dia Nacional dos Clubes
Dia dos Homens
Julho de 2020
16 ia do Comerciante
17 Dia de Protecção às Florestas
18 Dia Nacional do Trovador
19 Dia da Caridade
Dia Nacional do Futebol
20 Dia do Amigo e Internacional da Amizade
Dia da 1ª Viagem à Lua (1969)
21 Dia dos Mortos da Marinha
22 Dia do Cantor Lírico
Dia do Trabalhador Doméstico
23 Dia do Guarda Rodoviário
24 Dia do Colono
25 Dia do Escritor, do Colono, do Escritor e do Motorista
26 Dia dos Avós
27 Dia do Motociclista
28 Dia do Agricultor
29 Dia da Identificação
30 Dia de São Pedro Crisólogo
31 Dia da Campanha do Quilo
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36
LITERATURA
Utopia
Se eu fosse um Ser alado
Voaria por dentro
Da minha nuvem para bem alto
E lá para cima
Do meu Sol iria!
Como criança enfeitiçada
Sem olhos para mais nada
Do resto desligada.
Feliz brincaria.
Sim, brincaria!
Oh! Se ainda brincaria! ...
Brincaria enrolado num envolvente
E aconchegante abraço
Sem prazo de validade
Do tamanho do mundo!
Assim desasado
Estou condenado
A ser um eterno Ser apeado
A manter-me na corda
Bamba da vida
Num incómodo e irregular equilíbrio.
2,Junho,2020
VCARMINDO
DE CARVALHO
Ghttps://www.
facebook.com/carmindo.
carvalho
Afonso e as
cruzadas
Dia de Portugal e das comunidades
Que a luz de Cristo prevaleça
Em Mundos cruzados de espadas e marés
Que os ventos e correntes sejam favoráveis
Que o sangue de Cristo derramado
E os heróis da nobre cruz
sejam eternamente lembrados
Que o templo viva na paz
E na dádiva do amor
Viva Portugal!
DOM NUNO BARROSO
D’ ALÉMMAR
Ghttps://www.
facebook.com/nuno.
barroso.79
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LITERATURA
37
Mais um dia da minha vida que se foi
CARMINDO CARVALHO
“O meu Sol que era sorridente é
que há muito tempo que se foi,
há muito tempo que não o sinto,
não o vejo, não lhe ponho a vista
em cima ... Nem a vista nem mais
nada de nada ... “
(CONTO)
Mais um dia da minha vida que se foi.
Acordei. Já eram duas e vinte e cinco. Senti e
pensei: Tenho que ir à casa de banho despejar
a carga líquida da canalização.
Três e trinta. Outra vez à casa de banho
desta vez para despejar a carga sólida da
“caminete”.
Tornei a adormecer. Tornei a acordar. O re-
lógio marcava quatro e catorze.
Não sei há quanto tempo são quatro e cator-
ze. Depressa tento desligar o despertador
antes que chegue às quatro e quinze.
Consegui e assim evitei acordar a minha
mulher, que dormia e desta vez incrivelmente
sem ressonar!
Levantei-me.
Dois dedos molhados nos olhos e pronto.
Porque àquelas horas é tudo feito acelerado ...
Apanhei a merenda enfiei-a no saco e fiz-me
a mais um dia de trabalho.
Na rua Industriestrasse o carro galgou a
passagem de nível e logo a seguir na esquina
onde funcionou a peixaria do Zé de Bischofszell,
de relance, vi um vulto que em aluci-
nação me fez lembrar o meu amigo e colega
João Caçoila porque era ali que me esperava
e nos juntávamos aos outros, um Italiano,
um Espanhol, um Turco, e juntos no mesmo
carro íamos para o trabalho. E assim todos
nós pensávamos que poupávamos o carro e
combustível.
No meu caso, combustível sim, mas o carro
não, porque como ali ficava naquela gara-
gem estrela, nos invernos mais rigorosos,
semanas em cima de semanas coberto de
neve, estragava-se mais do que se andasse
a circular.
Uma vez, tinha chegado a casa já bem atravessado
ou bem galado com se diz por es-
tas bandas (bêbado não porque bêbado que
se preze nunca admite que está bêbado), e
acordei também mal dormido e decidi não
ir trabalhar.
“É melhor assim do que ir e causar algum
acidente”, pensei.
Então fui à varanda e informei o Caçoila.
Esta foi uma das duas vezes em trinta e um
ano de Suíça, que me lembro de ter faltado
ao trabalho por esse motivo.
A outra vez também cheguei nas mesmas
condições. Acordei já muito tarde, para lá
da hora de ter de ir e entrei numa onda de
não acreditar nos relógios todos que havia
lá em casa e eram muitos! Aliás como ainda
hoje são. Uma quinzena. Dependurados,
sentados, manuais, eléctricos instalados em
aparelhagens etc. E fui ao carro confirmar no
relógio dele. O meu carro e esse relógio eram
os meus companheiros de luta... e pensei que
só nele podia acreditar. Mas também esse
confirmou. A hora de ter de ir já tinha ido.
Olha, assim como assim, vou ferrar o galho
outra vez.
Ferrar mais nada não podia porque a mi-
nha mulher estava em brasa, mas brava de
zangada.
Se eu estava atravessado não me podia lem-
brar disto tudo, não é? Pois claro, foi ela que
depois me fez a reportagem. E eu acreditei.
Quando cheguei à fábrica era já manhã clara,
por exemplo: já daria para ler uma carta. O
grande e nobelado escritor Gabriel García
Márquez, escreveu: “ Ninguém escreve ao
Coronel.”
“ Ninguém escreve ao Sargento.” Pensei.
O dia amanheceu com algumas nuvens que
lá em cima se moviam como beldades em
passerelles.
Parece-me que o sol se, se dignar aparecer,
vai mostrar-se triste. (Algumas vezes tam-
bém ele entristece ...)
O meu Sol que era sorridente é que há muito
tempo que se foi, há muito tempo que não
o sinto, não o vejo, não lhe ponho a vista
em cima ... Nem a vista nem mais nada de
nada ...
Na fábrica alguns colegas do turno da noite,
arrastavam-se pelo corredor como autómatos,
amarelecidos, sonâmbulos mal-enca-
rados como os zombies que tenho visto nos
filmes, a vaguearem, arrastando-se vaga-
rosamente e desengonçados, mas com um
apetite voraz.
Chegou a hora de parar de pensar e começar
a laborar.
Parar de pensar porque ali não é necessário
pensar, basta obedecer e executar.
De preferência apenas isso e nada mais.
E assim, foi mais um dia da minha vida que
se foi.
Junho, 2016
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HORÓSCOPO
RV - JOANA ARAÚJO
(*)
Carneiro
Este é um momento em que o modo de co-
locar suas palavras fará diferença diante
de suas relações. Um pouco mais de tacto
e cordialidade terá grande importância,
principalmente com familiares. Cuide para
que a ansiedade não provoque precipita-
ções em assuntos profissionais e materiais
que precisam de tempo para se esclarecer.
Na vida amorosa a paciência será essencial
com diferenças de ideias na relação . Evite
que más lembranças interfiram na disposi-
ção para novas situações afectivas.
Touro
Período especial para a revisão de negócios
e de prioridades financeiras. Ainda assim
alguns objectivos materiais estão favoreci-
dos, inclusive com empenho em interesses
para realizar algo em longo prazo. Momento
para responsabilidades diferentes e mu-
danças na estrutura diante de parcerias
profissionais. A partir destes meses, aumentam
as chances para mais envolvimen-
to em questões relacionadas ao intelecto e
novos conhecimentos.
Gémeos
Quando começa o período de seu signo há
sempre uma nova motivação para direccionar
objectivos. Tendências a um novo mo-
mento com melhores possibilidades para
aperfeiçoar suas ideias e concretizá-las.
Também é um bom período para desape-
gar-se do que não serve, algo que vale para
coisas, lugares e pessoas. Até os primeiros
dias destes meses,
Caranguejo
Período do ano indicado para balanço, re-
tiro, cuidados com a saúde, corpo, terapias,
espiritualidade e para recompor de des-
gastes recentes. Tendências para organizar
planos materiais visando longo prazo. Fi-
que atento (a) ao seu ritmo, principalmente
para não se exceder em mais assuntos ou
actividades do que pode assumir. A partir
destes meses, teremos o ingresso de Marte
em seu signo, o que torna mais frequente
impulsos para esclarecer problemas. Aten-
te-se com a ansiedade e também para não
radicalizar com algumas situações.
Leão
Momento importante na convivência com
grupos e amizades, até para esclareci-
mentos de assuntos especiais e retomada
de contactos. Algumas mudanças repen-
tinas são mais propensas no ambiente de
trabalho, que terá mais chances de inte-
gração com diferentes relações. O período
mensal também é propício para recarregar
energias com actividades para o corpo, terapias,
meditação e temas que alguns cha-
mam de “zens”.
Virgem
O período mensal é especial para novida-
des em assuntos de trabalho, seja por nova
oportunidades como por mudanças naqui-
lo que faz. Deverá retomar contactos que
possam auxiliá-lo (a) em parcerias e pro-
jectos que possua. Estes meses passa a ser
mais propenso a ampliar relações e algum
tipo de parceria que envolva a área profis-
sional. Cuide para que suas obrigações do
quotidiano não afastem momentos junto às
relações mais especiais e de costumes que
façam bem ao seu corpo e mente.
Balança
O período de Gémeos é positivo para ampliar
relações e mesmo se expressar de ma-
neira mais intensa, especialmente por ser
um signo de ar como é o seu. A retomada
de convivências também será proveitosa,
tanto para sua vida pessoal como também
para benefício profissional. Temas que proporcionem
aprendizados ou visões diferenciadas
para executar tarefas de trabalho se-
rão mais frequentes. Um momento propício
para se fazer viagens ou mesmo para pla-
neá-las. Temas religiosos ou que envolvam
sua fé estarão acentuados e servirão como
elixir para compensar desgastes.
Escorpião
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Sigilo e estratégica serão fundamentais em
projectos de trabalho e nos negócios em
geral. É um momento do ano para evitar
correr riscos e aprofundar pesquisas se
estiver voltado (a) a grandes investimentos
ou novos negócios. Assuntos que envolvam
viagens e estudos tomarão dedicação, ainda
que apenas para planos. Período espe-
cial para aperfeiçoar conhecimentos que
ajudarão em acções que envolvam a área
profissional. A vida amorosa é propensa a
mais confidências.
Sagitário
Ao iniciar o período de Gémeos – seu signo
oposto – o momento é especial para uma
reflexão sobre suas relações e as diferen-
ças que tem diante delas, o que ajudará a
se portar melhor ou mesmo romper com algumas.
Em assuntos profissionais e parce-
rias de negócios, há chances para uma nova
fase que altere ou dê direcção a objectivos.
Período de cuidado com a ansiedade nas
acções com trabalho e mesmo com convi-
vências.
Capricórnio
Neste período mensal será essencial mais
cuidado com o seu ritmo, principalmen-
te para não sobrecarregar seu tempo com
mais assuntos do que possa se dedicar.
A atenção com a saúde será importante
em função disso, ainda que para simples
prevenções. A partir destes meses, Marte
ingressa em seu signo oposto, o que reco-
mendará ponderação na forma de lidar
com algumas inconstâncias de outras pes-
soas. Do mesmo modo, valerá atenção para
conter impulsos ou ansiedade em assuntos
que tenha a resolver junto a quem possui
vínculo.
Aquário
Alguns pensamentos sobre pessoas e lugares
são propensos a mudar seu comportamento
em função de situações e convivên-
cias. A criatividade estará mais acentuada
para executar ideias e superar desafios na
área profissional. Tendências a amenizar
desgastes da rotina com festas e convívios
sociais.
Peixes
Período propenso a envolver-se ainda mais
com despesas, contratempos e ajustes no
lar. A atenção com assuntos familiares e
as relações de maior vínculo tomarão de-
dicação. O trabalho aponta desafios com
as tradições de lugares e pessoas. Temas
profissionais recomendam paciência com
alguns padrões e mesmo formas conven-
cionais de tratar assuntos. A vida amorosa
indica tendências para retomar lembranças
e costumes. Momento de atenção para não
se apegar em algumas nostalgias que pro-
porcionem estagnação, especialmente se
estiver sozinho
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COVID-19
ÚLTIMA
Testes e aplicativo de
rastreamento gratuitos
O governo suíço anunciou que os testes de diagnóstico para o novo coronavírus ou
dos seus anticorpos são gratuitos, assim como um aplicativo para smartphone
com o objectivo de rastrear casos suspeitos da doença em todo o país.
O ministro da Saúde, Alain Berset, anunciou estas duas medidas,
embora, com relação aos exames, ele esclarecesse da necessidade
de uma aprovação médica prévia , ou seja, um profissional terá
que determinar se o teste é necessário.
A utilização de ferramentas de rastreamento rigoroso “é necessário
para evitar uma segunda onda da epidemia e reagir rapidamente
no caso de um aumento no número de casos”, o que justifica a
realização de testes gratuitos para evitar que alguém desista para
economizar despesas, disse Berset.
O chefe da divisão de doenças transmissíveis do Escritório Federal
de Saúde Pública, Stefan Kuster, destacou que o país tem capacidade
para realizar cerca de 15 mil testes diários.
Quanto ao aplicativo de rastreamento, chamado SwissCovid, que
foi testado entre 160 mil pessoas na Suíça no mês passado, é uma
ferramenta igualmente gratuita e voluntária, embora o governo
recomende seu amplo uso entre a população.
Berset explicou que, na fase de testes, não foram identificados
nenhum positivo para covid-19 entre seus utilizadores.
O aplicativo, que usa a tecnologia Bluetooth, controla a distância
entre o telefone celular de um utilizador e outros, para determinar
se há contactos próximos com duração de tempo (menos de 1,5
metro e mais de 15 minutos), para que, em caso for encontrada
uma infecção por covid-19, se saiba rapidamente quem esteve em
contato com ele.
Os utilizador que estiveram em contacto com uma pessoa infectada
receberão uma notificação, embora seja necessário que o caso
diagnosticado e os contactos tenham o aplicativo.
Durante a pandemia, a Suíça registou mais de 31 mil casos e quase
2 mil mortes por covid-19.
Nas últimas semanas, o número de novos casos e vítimas permaneceu
relativamente estável.
M. Araújo c/agências
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