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LUBRIFICANTES<br />
ESPECIAIS<br />
ADITIVOS<br />
& SPRAYS HOLANDA - DESDE 1906<br />
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jornal<strong>das</strong>oficinas.com | JORNAL INDEPENDENTE DA MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DE VEÍCULOS LIGEIROS E PESADOS | DIRETOR | João Vieira<br />
<strong>176</strong>/<strong>177</strong><br />
C<br />
JulhO/Agosto 2020Y<br />
PERIODICIDADE | MENSAL<br />
ANO XV | 3 EUROS CM<br />
M<br />
Logo ohne Slogan.pdf 1 19/12/19<br />
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MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
AFTERMARKET PÓS-confinamento<br />
SINAIS DE ESPERANÇAPÁG. 6<br />
atualidade<br />
PÁG. 14<br />
A contrafação é um crime que<br />
prejudica a economia e coloca em<br />
perigo a segurança do consumidor<br />
autozitânia<br />
PÁG. 22<br />
A integração da empresa liderada por<br />
Francisco Neves e Ricardo Venâncio<br />
na AD Parts (re)animou o mercado<br />
Líder Mundial em<br />
Suspensão pneumática<br />
Engenharia<br />
Inovadora<br />
®<br />
entrevista<br />
PÁG. 26<br />
Fernando Díaz, diretor-geral adjunto<br />
da OLIPES, explica porque vai a marca<br />
de lubrificantes investir em Portugal<br />
técnica & serviço<br />
PÁG. 52<br />
Reparar danos sofridos nos painéis<br />
exteriores do veículo é <strong>das</strong> operações<br />
mais frequentes do bate-chapas<br />
Centro de pesquisa e<br />
desenvolvimento<br />
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239 700 760 | info@pro4matic.com<br />
Readapt Portugal, Lda<br />
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Editorial<br />
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João Vieira<br />
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Consulte o Estatuto Editorial no<br />
site www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />
O TÉCNICO<br />
DO FUTURO<br />
A<br />
revolução elétrica é uma prioridade para quase todos os principais fabricantes de automóveis.<br />
Em conjunto com as opções híbri<strong>das</strong>, a gasolina e Diesel, a maioria dos fabricantes irá disponibilizar<br />
um veículo totalmente elétrico nos próximos cinco anos. Adicionalmente, os fabricantes de<br />
automóveis estão focados no avanço da utilização da tecnologia dos veículos conectados. O derradeiro<br />
objetivo é o futuro autónomo dos veículos, com vista a permitir que estes comuniquem<br />
com os seus condutores, com outros veículos e com as infraestruturas rodoviárias.<br />
To<strong>das</strong> estas alterações irão, inevitavelmente, afetar os profissionais <strong>das</strong> oficinas à medida que as novas tecnologias<br />
e as novas abordagens sejam implementa<strong>das</strong>. Anteriormente, as qualidades mais importantes para uma<br />
carreira bem sucedida nas oficinas eram as competências mecânicas e os conhecimentos. Mas a realidade mudou.<br />
E à medida que as regras mudam, as oficinas têm de adotar novas formas de trabalhar, assegurando que os<br />
técnicos dispõem de formações abrangentes e atraindo, simultaneamente, um conjunto de talentos com aptidões<br />
diferentes relativamente aos anteriores profissionais do mercado do pós-venda.<br />
Os conhecimentos sobre híbridos e eletrificação terão o dobro da importância dentro de poucos anos, exigindo<br />
que os profissionais <strong>das</strong> oficinas tenham um leque de competências<br />
mais vasto do que nunca. O avanço rumo à eletrificação significa que<br />
técnicos e profissionais de oficina vão precisar de obter qualificações<br />
adicionais para trabalharem em veículos híbridos e elétricos,<br />
bem como um conjunto de competências mais amplo. Apesar da<br />
aparente lacuna de competências nestas áreas, existem inúmeros<br />
profissionais e técnicos que compreendem a importância dos veículos<br />
elétricos e híbridos e estão muito interessados em obter as<br />
qualificações necessárias para trabalhar nos mesmos.<br />
As competências necessárias para prestar um serviço eficaz a este<br />
parque automóvel em crescimento implicam que disponham de um<br />
conjunto de competências que ultrapassa em muito o conhecimento<br />
de mecânica pura. À medida que os veículos do futuro se tornam mais<br />
complexos, a necessidade de explicações claras e simples dos trabalhos<br />
realizados irá aumentar. Na verdade, a tecnologia na oficina<br />
poderá vir a moldar as competências do profissional de<br />
oficina do futuro mais do que qualquer outro fator.<br />
O profissional de oficina do futuro será um dos técnicos<br />
melhor qualificados na indústria automóvel, com<br />
conhecimentos de mecânica, conhecimentos especializados<br />
sobre veículos elétricos e sóli<strong>das</strong> capacidades<br />
de apresentação. Desenvolver as competências necessárias<br />
para ser bem sucedido será um desafio,<br />
mas os técnicos devem aproveitar esta oportunidade<br />
com entusiasmo. l<br />
JOÃO VIEIRA | Diretor<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Junho I 2020 3
FOLHA<br />
DE SERVIÇO<br />
IPSIS<br />
VERBIS<br />
RICARDO CARVALHO, CONSULTOR<br />
SÉNIOR DA CITNOW EM PORTUGAL<br />
O MOMENTO QUE VIVEMOS<br />
NÃO PODE (NEM DEVE) SER<br />
TEMPO DE PENSAR EM<br />
VENDAS OU LUCRO<br />
RICARDO VENÂNCIO,<br />
ADMINISTRADOR DA AUTOZITÂNIA<br />
A AD PARTS SURGE COMO<br />
UM GRANDE DESAFIO E<br />
REPRESENTA UMA ‘PEDRADA<br />
NO CHARCO’. É UM PROJETO<br />
COMPLETAMENTE DIFERENTE<br />
E QUE NOS MOTIVA MUITO<br />
JO REALIZA INQUÉRITO<br />
SOBRE DIGITALIZAÇÃO<br />
O<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>, em parceria com a Alidata, está a realizar um inquérito para avaliar o nível de<br />
digitalização e processo de transformação digital <strong>das</strong> empresas do aftermarket em Portugal. Há<br />
bastante tempo que o <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> vem chamando a atenção para a importância da transformação<br />
digital nas organizações do setor, através de artigos e debates com especialistas. Sempre reforçámos<br />
a necessidade de as empresas estarem prepara<strong>das</strong> para o futuro e do quanto algumas precisam<br />
de uma mudança radical para se diferenciarem no mercado. O momento ímpar que vivemos reforçou<br />
a necessidade de as empresas serem ágeis e flexíveis, o que é potenciado pela tecnologia. O digital tem<br />
vindo a alterar as empresas e os seus processos. Das ven<strong>das</strong> ao apoio ao cliente, da investigação e desenvolvimento<br />
à administração, área administrativa, financeira, compras e marketing, entre outras. Ao responder<br />
a este inquérito, está a contribuir para todos ficarmos a conhecer melhor o nível de digitalização<br />
<strong>das</strong> empresas do aftermarket e o que é necessário fazer para que a transformação digital <strong>das</strong> organizações<br />
seja uma realidade. Para responder a este inquérito, basta visitar o site www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com.<br />
SEMÁFORO<br />
FERNANDO DÍAZ, DIRETOR-GERAL<br />
ADJUNTO DA OLIPES<br />
O POSICIONAMENTO<br />
DA OLIPES EM PORTUGAL<br />
ASSENTA NUMA ESTRATÉGIA<br />
ENQUADRADA NO<br />
PROGRAMA PARTNER,<br />
QUE ORIENTA OS<br />
DISTRIBUIDORES<br />
NO CAMINHO A SEGUIR<br />
Componentes em queda<br />
Segundo a AFIA, as exportações de<br />
componentes para automóveis, em abril,<br />
“derraparam” 76% em relação a igual<br />
mês de 2019. Foi a maior quebra mensal<br />
alguma vez registada, o que nos leva a<br />
atribuir o nosso Semáforo Vermelho, de<br />
lamento. Já em março, as exportações<br />
caíram 26%, interrompendo o arranque<br />
positivo de 2020.<br />
Usados na Europa<br />
As ven<strong>das</strong> de veículos usados na Europa<br />
recuperaram para níveis próximos dos<br />
de 2019, na última semana de maio. A<br />
procura pelos Diesel caiu 29% e os preços<br />
mantiveram-se estáveis. Mas Portugal<br />
é o mercado que mais cresce na Europa,<br />
segundo o relatório do Observatório<br />
INDICATA. Aqui fica, por isso, o nosso<br />
Semáforo Laranja, de expectativa.<br />
Combustíveis do futuro<br />
Em 2025, as “refinarias do futuro”<br />
vão produzir uma nova geração de<br />
combustíveis limpos, com menos 90%<br />
de emissões. A transição energética<br />
para uma economia europeia menos<br />
descarbonizada já está em marcha<br />
e ninguém quer ficar para trás. Nem<br />
mesmo as petrolíferas, o que é merecedor<br />
do nosso Semáforo Verde, de aplauso.<br />
4 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
destaque<br />
AFTERMARKET PÓS-CONFINAMENTO<br />
SINAIS DE<br />
ESPERANÇA<br />
SEGUNDO O ESTUDO REALIZADO PELA CONSULTORA<br />
ROLAND BERGER, APESAR DO NEGÓCIO DO IAM VIR<br />
A ENFRENTAR PROBLEMAS TANTO DO LADO DA OFERTA<br />
COMO DO LADO DA PROCURA, O IMPACTO DA CRISE<br />
NO PÓS-VENDA INDEPENDENTE SERÁ MENOR DO QUE<br />
NO RESTO DA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL por João Vieira
Os resultados do estudo, denominado “Covid-19:<br />
A oportunidade do aftermarket<br />
Independente (IAM)”, trazem sinais de<br />
esperança para as empresas do pós-venda automóvel,<br />
nomeadamente oficinas, retalhistas e distribuidores<br />
de peças. Para além <strong>das</strong> repercussões<br />
diretas imediatas, que já se notam, importa conhecer<br />
o contexto que iremos enfrentar depois de<br />
tudo voltar à normalidade «pré-vírus». A cadeia de<br />
fornecimento está, de acordo com a Roland Berger,<br />
muito mais exposta do lado OEM, composto<br />
por estruturas altamente integra<strong>das</strong> e, por conseguinte,<br />
muito expostas a uma possível paragem<br />
de algum interveniente na cadeia. O mercado do<br />
IAM, embora também sofra alguns destes problemas<br />
de fornecimento, uma vez ultrapassada a crise<br />
sanitária, atingirá mais facilmente a normalidade.<br />
Atualmente, apenas 20% dos automóveis tem cinco<br />
anos ou menos. E são estes veículos que ainda<br />
procuram os canais <strong>das</strong> marcas. É, por isso, que,<br />
embora também venha a ser um período complicado<br />
para o pós-venda IAM, o canal independente<br />
seja o que menos vai sofrer e irá recuperar a normalidade<br />
antes da pandemia.<br />
Relativamente à procura, tal como explica o estudo,<br />
a venda de automóveis está muito exposta ao consumidor,<br />
que tende a adiar a compra de um veículo em<br />
tempos de recessão económica. Contudo, olhando<br />
para o negócio do IAM, a Roland Berger acredita<br />
que, dado que a compra de veículos novos será adiada,<br />
o volume de reparações efetua<strong>das</strong> aumentará<br />
num parque automóvel cada vez mais antigo.<br />
Fatores que influenciam o negócio<br />
Segundo a consultora, são quatro os fatores que<br />
influenciam o negócio de pós-venda: número de<br />
veículos, que são a matéria-prima do setor; quilómetros<br />
percorridos, que se traduzem em operações<br />
de manutenção; idade do parque automóvel, que<br />
se revela determinante tanto na quota por canais<br />
(o <strong>das</strong> marcas ganha até ao quarto ano, após o qual<br />
o negócio fica cada vez mais sob a alçada do IAM),<br />
como no dinheiro gerado (menos rentabilidade<br />
quanto mais antigos e desvalorizados); capacidade<br />
de poder de compra <strong>das</strong> famílias.<br />
Tendo em conta os fatores que influenciam o funcionamento<br />
do mercado, verificar-se-á uma redução<br />
do negócio de pós-venda IAM durante o período<br />
de queda, no qual ainda nos encontramos,<br />
OS TRÊS CENÁRIOS POSSÍVEIS<br />
Relativamente ao que se pode esperar para 2020, e inclusivamente<br />
2021, a Roland Berger prevê três cenários possíveis (“V”,” U”, e “L”,<br />
assim denominados pela forma que as curvas apresentam em cada<br />
caso). Em todos eles, o pós-venda IAM “resiste” melhor à crise do<br />
que o resto da indústria automóvel. Pormenorizando cada uma <strong>das</strong><br />
hipóteses, a Roland Berger elimina <strong>das</strong> possibilidades o cenário em<br />
forma de “V”, o modelo que previa uma descida drástica que, ao tocar<br />
no fundo, seria sucedido de uma recuperação igualmente fulgurante:<br />
“Já não é possível”, afirmam. Nesta hipótese, as ven<strong>das</strong> de veículos<br />
contrair-se-iam entre 15 e 20% em 2020, atingindo a estabilização<br />
e, inclusivamente, crescendo 2% em 2021. O pós-venda cairia até 5%<br />
em 2020, estabilizando-se ou crescendo 5% em 2021.<br />
O modelo “U” prevê uma queda drástica, seguida de um vale antes<br />
de atingir novamente o aumento que devolveria o mercado ao seu<br />
estado inicial. Assim, neste cenário, que os especialistas apontam<br />
como sendo o mais provável, os registos de matrículas cairiam entre<br />
20 e 25% em 2020, com uma descida menos acentuada, de entre 5<br />
e 10% em 2021. O pós-venda contrair-se-ia entre 5 e 10% em 2020,<br />
atingindo a estabilidade ou diminuindo 5% em 2021.<br />
Já a hipótese ”L”, prevê uma depressão prolongada depois da queda<br />
verificada durante os primeiros meses da crise. Segundo este modelo,<br />
as ven<strong>das</strong> de veículos cairiam entre 30 e 38% em 2020, somando a<br />
estas que<strong>das</strong> mais outra de entre 20 e 25% em 2021. O pós-venda<br />
cairia entre 10 e 15% em 2020 e entre 5 e 10% em 2021.<br />
PREVÊ-SE QUE O AFTERMARKET SE MANTENHA RELATIVAMENTE RESILIENTE, QUANDO COMPARADO<br />
COM A INDÚSTRIA automóVEL EM GERAL, APESAR DO CRESCIMENTO NEGATIVO<br />
PERSPETIVA GERAL DO CENÁRIO<br />
Situação a 1 de abril de 2020 – Vista completa do mercado aftermarket<br />
pouco provável<br />
FORMA EM V:<br />
Recuperação rápida<br />
FORMA EM U:<br />
Tratamento atrasado<br />
FORMA EM L:<br />
Recessão/depressão profunda<br />
A previsão do volume de ven<strong>das</strong> no T1/2020 e no<br />
início do T2/2020 é quase zero, devido à redução<br />
da confiança dos clientes<br />
Crescimento rápido e recuperação no final do<br />
T2/2020 Crescimento total no T4/2020, com a recuperação a<br />
ocorrer em 2021<br />
O comércio global recupera rapidamente e as<br />
cadeias de fornecimento automóvel posteriormente<br />
estabilizam<br />
Declínio significativo nas ven<strong>das</strong> no T1/2020 até ao<br />
início do T3/2020, devido ao declínio quase total da<br />
procura, escassez de componentes e implicações na<br />
cadeia de fornecimento<br />
O comércio global estabiliza no T4/2020, incluindo<br />
as cadeias de fornecimento automóveis<br />
Perturbações nas cadeias de fornecimento e na<br />
produção, combina<strong>das</strong> com mercados financeiros<br />
turbulentos e perturbados resultam em ven<strong>das</strong><br />
extremamente fracas ao longo de 2020<br />
Não é possível um crescimento total em 2020,<br />
devido ao impacto contínuo da Covid-19 na procura<br />
e nas cadeias de fornecimento globais<br />
Embora o comércio global possa estabilizar mais<br />
cedo, o impacto macroeconómico da recessão/<br />
depressão poderá ser sentido do lado da oferta e da<br />
procura durante um período prolongado<br />
2020 2021 2020 2021 2020 2021<br />
(15-20%) 0-2% (20-25%) (5-10%) (30-38%) (20-25%)<br />
(0-5%) 0-5% (5-10%) (0-5%) (10-15%) (5-10%)<br />
Com base no modelo Covid-19 específico para o mercado aftermarket<br />
Crescimento previsto da produção comparado com 2019 (os números a vermelho entre parêntesis indicam declínio) – Produção de veículos<br />
Crescimento previsto do mercado comparado com 2019 (os números a vermelho entre parêntesis indicam declínio) – Aftermarket GVA<br />
Fonte: Roland Berger<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 7
DESTAQUE<br />
seguindo-se a recuperação, tendo de esperar pela<br />
retoma de confiança dos automobilistas, para alcançar<br />
os volumes de faturação existentes no período<br />
pré-Covid-19.<br />
O aumento da quilometragem média, devido à<br />
preferência pelo veículo próprio em vez do transporte<br />
público, como consequência do receio de um<br />
possível contágio, somado a uma idade mais elevada<br />
do parque automóvel, terá como resultado um<br />
aumento da procura de manutenção e reparações.<br />
Deste modo, prevê-se que os fornecedores de peças<br />
para reparações críticas (transmissões, embraiagens,<br />
motor) e consumíveis (filtros, óleos, travões)<br />
enfrentem um impacto menor do que os fornecedores<br />
de acessórios.<br />
Segundo a Roland Berger, durantes este período<br />
de pós-confinamento, o parque automóvel permanecerá<br />
constante no seu volume, aumentando<br />
a proporção de veículos mais antigos, o que poderá<br />
aumentar a procura quando se recuperar a<br />
normalidade. Outra coisa será a rentabilidade <strong>das</strong><br />
operações realiza<strong>das</strong>, uma vez que a maioria <strong>das</strong><br />
reparações “não críticas” serão evita<strong>das</strong> ou adia<strong>das</strong><br />
e os investimentos em produtos não essenciais interrompidos.<br />
Momentos chaves da crise sanitária<br />
Para a Roland Berger, no decorrer desta crise sanitária<br />
surgem três momentos chave: maio, os meses<br />
de verão e dezembro. A consultora prevê que,<br />
no mês de dezembro, tenhamos recuperado uma<br />
certa normalidade, que chegará, definitivamente,<br />
com o início de 2021. Relativamente aos possíveis<br />
cenários, mais do que saber quando chegará a normalidade,<br />
o que realmente importa é ver até onde<br />
irá a queda. Para isso, é fundamental recuperar a<br />
atividade do setor o quanto antes. E, nesse sentido,<br />
muitas entidades e empresas estão a trabalhar intensamente<br />
para superar os prejuízos provocados<br />
pela crise.<br />
Antes de se verificar qual é o contexto que enfrentamos,<br />
é importante saber, também, que parte do<br />
negócio se perdeu durante este período. O prolongamento<br />
do prazo para a realização <strong>das</strong> inspeções<br />
periódicas obrigatórias, deixou centenas de milhares<br />
de veículos sem inspeção. Ao todo, ficaram por<br />
fazer cerca de 640 mil inspeções, o que representa<br />
uma quebra de faturação enorme, quer para os<br />
AQUISIÇÕES, FUSÕES E INTEGRAÇÕES<br />
Para a Roland Berger, depois de ultrapassada a crise do novo<br />
coronavírus, uma <strong>das</strong> alterações mais drásticas no pós-venda IAM<br />
na Europa estará relacionada com a estrutura do mercado. Embora,<br />
atualmente, o impacto na tesouraria <strong>das</strong> empresas a curto prazo<br />
seja inevitável, a situação atual favorecerá as empresas com uma<br />
sólida situação financeira e que estejam prepara<strong>das</strong> para intervir<br />
no momento adequado. É, por isso, que a Roland Berger prevê a<br />
existência de um “pico” de aquisições, fusões e integrações durante o<br />
período 2021/2022.<br />
Será mais necessário do que nunca manter a competitividade através<br />
de operações mais eficientes e estratégias corretas de preços. Os clientes<br />
irão pedir soluções à medida, pelo que será importante a oficina<br />
dispor de informação suficiente para responder às suas necessidades.<br />
As marcas de automóveis tratarão de aumentar ainda mais a sua<br />
participação no negócio do IAM, pretendendo mudar as regras do<br />
jogo. O estudo prevê que a proximidade à oficina seja algo que todos<br />
automobilistas vão procurar cada vez mais, incluindo aqueles que, até<br />
agora, não mantinham uma grande relação com os reparadores.<br />
APÓS UM PICO DE NEGÓCIOS EM 2016-2017, É POSSÍVEL PREVER OUTRO PICO EM 2021 E 2022,<br />
COMO RESULtado DA CRISE<br />
NEGÓCIOS POR ANO NA EUROPA PARA GROSSISTAS IAM, 2005-2019<br />
Hipóteses preliminares<br />
PREVÊ-SE<br />
UMA ONDA DE<br />
TRANSAÇÕES NOS<br />
PRÓXIMOS ANOS<br />
> Após apenas duas semanas<br />
de confinamento seletivo<br />
imposto em toda a Europa,<br />
começam já a surgir os<br />
primeiros sinais de graves<br />
riscos de falência<br />
2<br />
1111<br />
22<br />
6<br />
7<br />
5<br />
9<br />
13<br />
15<br />
5<br />
6<br />
Indicativo<br />
> Prevê-se que este facto tenha<br />
um “efeito dominó” nos<br />
intervenientes associados<br />
da cadeia de valor, que<br />
são incapazes de aguentar C<br />
o impacto da falência de<br />
M<br />
clientes, induzida pelo fluxo<br />
de caixa e estrangulamentos<br />
Y<br />
da procura<br />
> As empresas sob este MY<br />
risco têm de estar, cada<br />
CY<br />
vez mais, prepara<strong>das</strong> para<br />
assumir essas transações<br />
CMY<br />
“força<strong>das</strong>”, enquanto as<br />
empresas financeiramente<br />
K<br />
mais robustas têm de estar<br />
prepara<strong>das</strong> para avançar no<br />
momento certo<br />
CM<br />
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022<br />
Fonte: Mergermarket Roland Berger<br />
8 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
centros de inspeção técnica, quer para as oficinas<br />
que preparam os veículos previamente.<br />
Embora seja verdade que a maioria desses veículos<br />
visitarão as oficinas antes de se dirigirem à inspeção,<br />
foi gerada uma retenção da procura em operações<br />
de manutenção e revisões, que obriga o setor<br />
a rever as suas previsões irremediavelmente em<br />
baixa. Apesar da procura acumulada, os aumentos<br />
lógicos da atividade não conseguirão compensar<br />
estas que<strong>das</strong>. Para mais, quando, além disso, se<br />
tem em conta que o confinamento coincidiu com<br />
a Páscoa, uma época tradicionalmente forte para<br />
as oficinas. Contudo, depois de fazer a contagem<br />
dos danos, as previsões não são tão negativas como<br />
seria de esperar num primeiro momento. Em primeiro<br />
lugar, porque a utilização do veículo privado<br />
vai aumentar devido ao medo de exposição ao<br />
risco de contágio. Isto implicará um aumento significativo<br />
da quilometragem, que acontecerá num<br />
parque automóvel que tem, em média, mais de 12<br />
anos e que irá prolongar-se, seguramente, durante<br />
os meses de verão, para os quais se espera um<br />
pico do turismo nacional. Prevê-se um aumento<br />
<strong>das</strong> visitas às oficinas nos meses de junho e julho,<br />
chegando até meados de agosto. Fatores que irão<br />
ajudar a que, no final deste ano, comecemos a ver<br />
essa subida do cenário em forma de “U”.<br />
Por canais, segundo ainda a consultora Roland<br />
Berger, as previsões refletem que, no conjunto do<br />
PODE O “PATINHO FEIO” IAM EMERGIR COMO UM “CISNE<br />
BRANCO” DA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL GRAÇAS À SUA<br />
RELEVANTE RESILIÊNCIA EM GERAL?<br />
HIPÓTESES DA COVID-19 PARA O IAM AUTOMÓVEL<br />
I - RESILIÊNCIA DO DESEMPENHO: APÓS O IMPACTO INICIAL NA PROCURA A CURTO PRAZO,<br />
O IAM, ESTIMULADO PELO PARQUE AUTOMÓVEL MAIS ANTIGO, FOI PROTEGIDO DO EFEITO SÚBITO<br />
DA PERDA NAS VENDAS DE AUTOMÓVEIS NOVOS EM CRISES SEMELHANTES, HISTORICAMENTE<br />
II - ALTERAÇÃO ESTRUTURAL: AS ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS EM CURSO NO IAM NA<br />
EUROPA SERÃO, SIGNIFICATIVAMENTE, ACELERADAS – PROPORCIONANDO OPORTUNIDADES<br />
AOS INTERVENIENTES DO MERCADO DO PÓS-VENDA MAIS ATENTOS E FINANCEIRAMENTE<br />
SÓLIDOS, DE MODO A OBTEREM MAIS ACESSO AO MERCADO E DEFINIREM AS NOVAS REGRAS DO<br />
JOGO<br />
III - REDEFINIÇÃO DA CADEIA DE FORNECIMENTO: O GLOCAL IRÁ TORNAR-SE NO<br />
NOVO GLOBAL, COM OS INTERVENIENTES DO AFTERMARKET A ACEDEREM ÀS INSTALAÇÕES<br />
DE PRODUÇÃO DAS SUAS DIVISÕES OE MAIS PREPARADAS PARA SATISFAZER AGILMENTE AS<br />
ENCOMENDAS<br />
IV - TRANSFORMAÇÃO DIGITAL: A DIGITALIZAÇÃO IRÁ SUPERAR-SE RAPIDAMENTE,<br />
PASSANDO DE UM ESTADO “FUTURO” A UMA REALIDADE NA REALIZAÇÃO DE NEGÓCIOS, TANTO<br />
EM TERMOS DE ACESSO A CLIENTES COMO GARANTINDO UMA CADEIA DE FORNECIMENTO<br />
VEDADA<br />
Fonte: Roland Bergerw<br />
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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 9
DESTAQUE<br />
EMBORA O IAM VENHA A ENFRENTAR EFEITOS NA OFERTA/PROCURA, O IMPACTO SERÁ MENOR DO<br />
QUE NA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL EM GERAL<br />
EXPOSIÇÃO AOS EFEITOS DA OFERTA E DA PROCURA – SETOR AUTOMÓVEL VS IAM<br />
Situação a 1 de abril de 2020<br />
EXPOSIÇÃO A EFEITOS<br />
DA OFERTA<br />
EXPOSIÇÃO A EFEITOS<br />
DA PROCURA<br />
RISCO<br />
GLOBAL<br />
Setor<br />
AUTOMÓVEL<br />
> As cadeias de fornecimento globais altamente integra<strong>das</strong> tornam a<br />
indústria automóvel vulnerável a impactos na oferta<br />
> Elevada exposição à procura do consumidor, à medida que a compra de<br />
automóvel tende a ser adiada em períodos de recessão económica<br />
> O crescimento da indústria depende, fortemente, da procura chinesa<br />
IAM<br />
> A estrutura do fornecedor está exposta a risco de colapso em recessão<br />
económica, devido a quebras nas estruturas de fornecedores de níveis<br />
Tier-2 e Tier-3<br />
> O acesso a peças fundamentais necessárias para a manutenção da<br />
gama de produtos pode tornar-se, progressivamente, mais difícil se<br />
as cadeias de fornecimento não tiverem sido altamente integra<strong>das</strong><br />
ou tiverem sido organiza<strong>das</strong> globalmente, resultando este último em<br />
dificuldades na obtenção de peças, no caso de restrições de transporte<br />
> A capacidade de abastecimento interno será uma vantagem<br />
fundamental para os intervenientes do mercado do pós-venda, dada<br />
a probabilidade de as capacidades <strong>das</strong> fábricas estarem livres para a<br />
produção de peças do mercado do pós-venda<br />
> Adiamento da compra de automóvel durante recessões económicas, a utilização<br />
de veículos mais antigos irá aumentar, impulsionando o volume de reparações<br />
> O aumento da quilometragem e da idade do parque automóvel (dada a<br />
preferência pelo veículo próprio em detrimento do transporte público, devido ao<br />
receio da infeção viral) irá impulsionar o aumento da procura de manutenção/<br />
reparação do mercado do pós-venda<br />
> Prevê-se que os fornecedores de peças para reparações críticas (como, por<br />
exemplo, transmissão e motor) enfrentem um impacto menor do que os<br />
fornecedores de peças de acessórios<br />
> A curto prazo, os grossistas de peças geraram um aumento artificial da procura<br />
para formarem stocks de reserva, mitigando o risco da quebra da cadeia de<br />
fornecimento. Contudo, posteriormente, a procura caiu até 50% em países em<br />
confinamento<br />
Fonte: Roland Berger<br />
Exposição muito elevada<br />
Exposição muito reduzida<br />
ano, será mais fácil recuperar a área da mecânica,<br />
porque as manutenções foram adia<strong>das</strong>. Quanto à<br />
carroçaria, contudo, os trabalhos de chapa que não<br />
foram feitos já não irão realizar-se.<br />
Queda DAS ven<strong>das</strong> aftermarket<br />
Um dos efeitos mais imediatos no início da crise<br />
provocada pela pandemia foi a paragem na venda<br />
de veículos novos. Uma paragem que será difícil de<br />
reativar e que terá consequências para o pós-venda,<br />
não tanto agora, mas mais à frente. De facto,<br />
os automóveis não vendidos terão a sua incidência<br />
no pós-venda num período de entre quatro e cinco<br />
anos, quando os registos de matrículas que deviam<br />
passar ao intervalo de idade seguinte não o fizerem.<br />
No período 2024-2030, haverá, por isso, menos<br />
veículos com entre quatro e nove anos. Uma<br />
descida com a qual o setor deverá lidar.<br />
Contudo, convém destacar que, a partir de 2021,<br />
começam a chegar ao intervalo de entre quatro e 10<br />
anos os veículos vendidos nos períodos de aumento<br />
de registos de matrículas após a crise: 2015, 2016,<br />
2017, 2018 e 2019, todos com mais de 240 mil unidades<br />
vendi<strong>das</strong>. Uma boa notícia, tendo em conta<br />
que vimos de vários anos de “escassez” no intervalo<br />
de idade mais interessante para o IAM devido às<br />
quebras de ven<strong>das</strong> durante a crise (2009 a 2014).<br />
Outros ASPETOS que AFETAM o negócio<br />
Conhecido o impacto desta crise sobre o parque<br />
automóvel - em número de veículos, estrutura por<br />
idades e previsão da evolução por tipo de motorização<br />
-, analisado o mais do que provável aumento<br />
na quilometragem do veículo privado, revela-se<br />
fundamental aprofundar outros aspetos que afetam,<br />
crucialmente, o negócio de pós-venda. E,<br />
neste sentido, ter-se-á de começar pela capacidade<br />
de despesa <strong>das</strong> famílias. Porque embora seja certo<br />
que as oficinas assistirão ao aumento <strong>das</strong> suas<br />
operações nos meses posteriores ao levantamento<br />
do confinamento, também é verdade que o nível<br />
de aquisição dos utilizadores será, sensivelmente,<br />
menor, para não falar da confiança e, portanto, da<br />
contração do consumo.<br />
De acordo com o relatório da Roland Berger, prevê-se<br />
um aumento nas taxas de desemprego de<br />
cerca de 1,6% nos países desenvolvidos, com que<strong>das</strong><br />
do PIB que podem chegar aos 22% durante o<br />
segundo trimestre de 2020. Em Portugal, no final<br />
deste ano, poderá ter-se acumulado uma descida<br />
do PIB de entre 7 e 10%, o que terá impacto na<br />
capacidade de despesa <strong>das</strong> famílias e, portanto, no<br />
consumo. As oficinas, evidentemente, irão sentir<br />
esta crise. Tanto mais, que a reparação e manutenção<br />
de veículos não é propriamente considerada<br />
uma prioridade por muitas famílias.<br />
Esta situação de recessão económica e de dificuldades<br />
terá repercussões, quase seguramente, nas<br />
taxas de desemprego e no rendimento por lar, o<br />
que antecipa um panorama que já conhecemos<br />
10 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
da crise de 2008, com as seguintes consequências:<br />
menor utilização do veículo, menos gastos<br />
na sua manutenção, maior sensibilidade ao fator<br />
preço em qualquer operação que venha a realizar-<br />
-se. Dependendo de quanto maior ou menor seja a<br />
profundidade da recessão económica, assim será,<br />
também, afetado o pós-venda em Portugal.<br />
Procura diminui, oferta AUMENTA<br />
Esta crise irá gerar um efeito bem conhecido, causado<br />
por uma diminuição lógica da procura, acompanhada<br />
por um aumento da oferta: a pressão<br />
sobre as margens. O preço voltará a ganhar importância,<br />
sendo cada vez mais importante gerar valor<br />
nos serviços de um mercado que não está particularmente<br />
saudável em termos de rentabilidade.<br />
Será perigoso voltar às “guerras” de preços vivi<strong>das</strong><br />
anteriormente, pelo que alguns especialistas do setor<br />
assinalam a importância do desenvolvimento<br />
de iniciativas que procurem acrescentar valor aos<br />
serviços de pós-venda.<br />
As oficinas não podem colocar todos os esforços<br />
em poupar custos e gastar menos. Será importante<br />
dedicarem uma parte do esforço no impulsionamento<br />
<strong>das</strong> ven<strong>das</strong> para fazer com que os clientes<br />
voltem à oficina para fazerem a manutenção dos<br />
seus veículos. E, também, trabalhar o marketing,<br />
com promoções e campanhas para os automobilistas<br />
visitarem as oficinas. Escusado será referir a<br />
importância da gestão e da maximização de todos<br />
os processos durante os próximos meses, tentando<br />
ganhar eficiência e, portanto, rentabilidade.<br />
Ofensiva <strong>das</strong> marcas<br />
Importa destacar, também, os planos mais do que<br />
prováveis <strong>das</strong> marcas no negócio do pós-venda.<br />
Uma situação que será provocada pela descida<br />
acentuada <strong>das</strong> ven<strong>das</strong>, bem como pela perda de<br />
muitos milhares de veículos que deveriam ter<br />
entrado, como novos, no intervalo de zero a cinco<br />
anos. Com estas per<strong>das</strong> de negócio nos seus canais<br />
habituais, é de esperar que pretendam aumentar a<br />
sua presença onde o mercado do IAM é mais forte.<br />
Uma oportunidade para a oficina independente<br />
multimarca, já que as ofensivas na venda de peças<br />
de substituição poderão, de algum modo, proporcionar-lhes<br />
algumas oportunidades e, simultaneamente,<br />
uma ameaça, porque quererão começar a<br />
competir onde antes não o faziam. O relatório da<br />
Roland Berger chama a atenção para esta situação,<br />
afirmando, categoricamente, que os intervenientes<br />
do OEM irão tratar de aumentar ainda mais a sua<br />
participação no negócio do IAM.<br />
Otimismo cauteloso para o futuro<br />
O que se pode esperar é um curto período de crise<br />
(as estimativas mais pessimistas apontam a normalização<br />
para o primeiro trimestre de 2021), que<br />
irá, naturalmente, afetar preços e margens. Neste<br />
sentido, será, também, importante verificar como<br />
o canal <strong>das</strong> marcas irá entrar na concorrência. O<br />
parque automóvel só irá sofrer alterações significativas<br />
que afetam a oficina independente a curto<br />
prazo. Entretanto, a idade média continuará a aumentar<br />
no próximo ano, com estes veículos particulares<br />
a percorrerem mais quilómetros durante<br />
os meses posteriores ao Estado de Emergência<br />
(com especial destaque durante o verão, época em<br />
que se prevê um aumento do turismo nacional).<br />
UM DOS IMPACTOS PREVISTOS MAIS PRONUNCIADO NO IAM É A ACELERAÇÃO NAS ALTERAÇÕES<br />
ESTRUTURAIS DO MERCADO NA EUROPA<br />
TENDÊNCIAS DO IAM PRÉ-COVID-19 E IMPACTO DOS ATUAIS DESENVOLVIMENTOS<br />
Hipóteses preliminares<br />
Tendências fundamentais do IAM<br />
ESTRUTURA DO MERCADO<br />
> O aumento da consolidação e integração (vertical e horizontal) está a impulsionar a redução e a transferência dos lucros<br />
> Aumento da relevância dos intermediários e perda de relevância de intervenientes selecionados<br />
> Relevância crescente da gestão do ciclo de vida e otimização do TCO<br />
Desaceleração<br />
Impacto da Covid-19<br />
Aceleração<br />
NECESSIDADES DOS INTERVENIENTES<br />
> Necessidade de manter a competitividade através de operações “lean” e definição estratégica de preços<br />
> Aumento da necessidade de aceder a dados relevantes dos clientes para gerar soluções personaliza<strong>das</strong><br />
> Necessidade de conhecimentos especializados e técnicos para manter-se atualizado<br />
Desaceleração<br />
Aceleração<br />
PANORAMA DOS CONCORRENTES<br />
> Aumento da penetração dos OEM no IAM com novas “regras do jogo”<br />
> Tal como os ocidentais visam o crescente mercado asiático, os intervenientes asiáticos estão a entrar na UE e nos EUA<br />
> Os grandes intervenientes estão a deslocar-se para segmentos de elevado valor acrescentado<br />
> Os intervenientes estão a focar-se, cada vez mais, no estabelecimento de contacto direto com as oficinas<br />
> Apesar de várias iniciativas, ainda não existe nenhum modelo “vencedor” de comércio eletrónico autónomo por parte dos fornecedores<br />
Desaceleração<br />
Aceleração<br />
TECNOLOGIA<br />
> Os componentes elétricos/eletrónicos impulsionam o futuro crescimento do mercado do pós-venda<br />
> É necessária uma estratégia diferenciada de produtos regional, que considere a maturidade regional, a estrutura do parque automóvel<br />
e a sensibilidade preço/qualidade<br />
> O volume do parque de automóveis elétricos ainda é subcrítico, mas demonstra uma importante preparação para o sucesso<br />
Pode deslocar-se em ambas as direções, dependendo <strong>das</strong> prioridades<br />
defini<strong>das</strong> pelos governos regionais da UE acerca <strong>das</strong> metas de CO 2<br />
Fonte: Roland Berger<br />
Desaceleração<br />
Aceleração<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 11
DESTAQUE<br />
Algo que afetará, positivamente,<br />
um pós-venda, que, apesar de registar<br />
um aumento lógico do seu<br />
negócio depois de terminado o confinamento,<br />
especialmente durante<br />
os meses de junho, julho e agosto,<br />
verá a sua atividade condicionada<br />
até final deste ano, devido à queda<br />
da capacidade de compra <strong>das</strong> famílias<br />
e à perda de confiança.<br />
As empresas devem equilibrar,<br />
cuidadosamente, a gravidade <strong>das</strong><br />
respetivas medi<strong>das</strong> entre as necessidades<br />
financeiras a curto prazo e<br />
o impacto que estas possam ter no<br />
negócio a médio prazo, devendo<br />
monitorizar, constantemente, o estado<br />
da sua cadeia de fornecimento<br />
para gerir melhor a oferta e a procura.<br />
Neste contexto, as empresas<br />
podem identificar novas formas de<br />
colaboração/cooperação com concorrentes<br />
e outros intervenientes<br />
na cadeia de valor para partilhar<br />
custos e definir novos fluxos de receita.<br />
A dificuldade financeira geral e a<br />
avaliação em baixa de algumas empresas<br />
irão impulsionar a consolidação,<br />
que, por sua vez, terá um duplo<br />
impacto: as oficinas e fornecedores<br />
mais afetados ficarão à defesa, tornando-se<br />
alvos de reestruturação<br />
para credores e investidores estratégicos,<br />
enquanto as empresas com<br />
balanços sólidos deverão colocar-se<br />
na ofensiva, impulsionando a consolidação<br />
e selecionando ativos em<br />
áreas de elevado crescimento. Além<br />
disso, as empresas, tanto no canal<br />
OE como no IAM, têm de garantir<br />
que estão prepara<strong>das</strong> para potenciais<br />
movimentações dos concorrentes,<br />
para que não sejam expulsas do mercado,<br />
com especial atenção para as<br />
soluções digitais que possam surgir<br />
como resposta a algumas necessidades<br />
que apareçam no setor. l<br />
EMBORA A GRAVIDADE E A DURAÇÃO DA<br />
CRISE DA COVID-19 PERMANEÇAM INCERTAS,<br />
SÃO EVIDENTES ALGUMAS CONCLUSÕES E<br />
DINÂMICAS<br />
CONSIDERAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O IAM<br />
Hipóteses preliminares<br />
> AS EMPRESAS TÊM DE EQUILIBRAR, CUIDADOSAMENTE, A GRAVIDADE DAS<br />
RESPETIVAS MEDIDAS ENTRE AS NECESSIDADES FINANCEIRAS A CURTO PRAZO E<br />
O IMPACTO DEFORMADOR NO NEGÓCIO A MÉDIO PRAZO<br />
> AS EMPRESAS TAMBÉM TÊM DE MONITORIZAR, CONSTANTEMENTE, A SAÚDE DA<br />
SUA CADEIA DE FORNECIMENTO PARA GERIR MELHOR A OFERTA E A PROCURA<br />
> AS EMPRESAS TÊM TAMBÉM DE IDENTIFICAR NOVAS FORMAS DE COLABORAÇÃO/<br />
COOPERAÇÃO COM CONCORRENTES E OUTROS INTERVENIENTES NA CADEIA DE<br />
VALOR PARA PARTILHAR CUSTOS E DEFINIR NOVOS FLUXOS DE RECEITA<br />
> AS AVALIAÇÕES MAIS REDUZIDAS E PERTURBAÇÃO FINANCEIRA EM GERAL IRÃO<br />
IMPULSIONAR A CONSOLIDAÇÃO, QUE, POR SUA VEZ, TERÁ UM DUPLO IMPACTO<br />
AS OFICINAS E FORNECEDORES MAIS AFETADOS FICARÃO À DEFESA, TORNANDO-<br />
SE ALVOS DE REESTRUTURAÇÃO PARA CREDORES, INVESTIDORES ESTRATÉGICOS<br />
E PE<br />
AS EMPRESAS COM BALANÇOS SÓLIDOS DEVERÃO COLOCAR-SE NA OFENSIVA,<br />
IMPULSIONANDO A CONSOLIDAÇÃO E SELECIONANDO ATIVOS EM ÁREAS DE<br />
ELEVADO CRESCIMENTO<br />
> AS EMPRESAS, TANTO NO CANAL OE COMO NO IAM, TÊM DE GARANTIR QUE<br />
ESTÃO PREPARADAS PARA POTENCIAIS MOVIMENTAÇÕES PERTURBADORAS DOS<br />
CONCORRENTES, PARA QUE NÃO SEJAM EXPULSAS DO MERCADO<br />
> OS INTERVENIENTES TAMBÉM TÊM DE PREPARAR-SE PARA UM CRESCIMENTO<br />
EFICIENTE AO NÍVEL DOS CUSTOS, QUE SEJA “LEAN” E DIGITAL<br />
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Fonte: Roland Berger
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os fabricantes automóveis mundiais.<br />
Guia de óleos
atualidade<br />
CONTRAFAÇÃO DE PEÇAS<br />
PRÁTICA ILEGAL<br />
A CONTRAFAÇÃO É UM CRIME QUE PREJUDICA, EM PRIMEIRA INSTÂNCIA, A ECONOMIA DO PAÍS. NESTE<br />
“JOGO” ILEGAL, EM QUE AS PEÇAS FALSIFICADAS PODEM ATÉ PASSAR POR VERDADEIRAS, OS “PIRATAS”<br />
TERÃO PESADAS CONSEQUÊNCIAS SE FOREM “AGARRADOS”. ATÉ POR ESTAREM A COLOCAR EM PERIGO<br />
A SEGURANÇA DOS CONDUTORES. ESTARÁ O PÓS-VENDA AUTOMÓVEL SUFICIENTEMENTE MUNIDO DE<br />
“ARMAS” PARA COMBATER ESTA PRÁTICA FRAUDULENTA? por Bruno Castanheira<br />
A<br />
contrafação é um crime que está previsto<br />
no Código de Processo Penal. E é, atualmente,<br />
dos maiores desafios à economia do<br />
país (e da Europa). Combater o ilícito criminal da<br />
contrafação, a imitação e o uso ilegal de marca tornou-se,<br />
por isso, premente. Estima-se que o valor<br />
global atual da contrafação represente entre 5 e 7%<br />
do comércio mundial. Do ponto de vista financeiro,<br />
a contrafação de produtos origina, anualmente,<br />
um prejuízo avaliado em cerca de 450 mil milhões<br />
de euros, colocando em perigo mais de 200<br />
mil postos de trabalho em todo o mundo, metade<br />
dos quais na Europa. Por outro lado, o comércio<br />
de produtos contrafeitos pode colocar seriamente<br />
em perigo a segurança dos consumidores, como é<br />
o caso <strong>das</strong> peças para automóveis.<br />
As sanções para quem viola os direitos de propriedade<br />
intelectual e conexos de outros são pesa<strong>das</strong><br />
(e específicas). Nunca, como nos últimos tempos,<br />
se analisou, de forma tão pormenorizada, os prejuízos<br />
que esta prática ilegal tem na economia dos<br />
países. Nos últimos anos, o Instituto de Propriedade<br />
Intelectual da União Europeia (EUIPO) tem<br />
vindo a monitorizar o custo económico da contrafação<br />
em setores reconhecidamente vulneráveis a<br />
violações dos direitos de propriedade intelectual.<br />
Seguir o rasto<br />
O <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> procurou apurar de que forma<br />
a contrafação de peças afeta o pós-venda automóvel<br />
nacional. Mas nem todos os players por nós contactados<br />
(e foram muitos...) estiveram disponíveis para<br />
comentar a forma como este crime prejudica o seu<br />
14 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
negócio. Mas houve quem fizesse ouvir a sua voz. Foi<br />
o caso da Brembo. “A pirataria de produtos ou a ocorrência<br />
da falsificação de peças de veículos no mercado<br />
de reposição é um problema conhecido, mas sério,<br />
que afeta diferentes tipos de artigos. A compra<br />
de peças não originais traduz a não existência de<br />
garantia de conformidade de acordo com os padrões<br />
de fabrico e não assegura garantia de desempenho”,<br />
revela fonte da marca italiana. Que acrescenta: “No<br />
entanto, no caso dos componentes de travagem, este<br />
problema assume uma dimensão especificamente<br />
nova e angustiante, pois diz respeito a um elemento<br />
de segurança ativa dos veículos do qual depende<br />
a vida do condutor (e passageiros) que viajam em<br />
veículos equipados com peças falsifica<strong>das</strong>. Uma peça<br />
de travagem não original pode evidenciar limites importantes<br />
de desempenho nas condições mais díspares<br />
ou, simplesmente, um declínio significativo nos<br />
níveis de desempenho ao longo do tempo”. De acordo<br />
ainda com a marca italiana, “várias empresas na China,<br />
Taiwan, Hong Kong, Macau, Tailândia e Sudeste<br />
Asiático fabricam componentes de travagem com o<br />
logótipo da Brembo e colocam-nos à venda na Internet<br />
a preços de dumping”.<br />
Para mitigar este problema, é de extrema importância<br />
identificar e bloquear a distribuição de peças<br />
falsifica<strong>das</strong>. Nesse sentido, a Brembo gasta cerca de<br />
300 mil euros por ano em atividades antifalsificação<br />
online/offline. A empresa fez, aliás, uma task force<br />
que procura artigos suspeitos, trabalhando em conjunto<br />
com as autoridades alfandegárias e policiais.<br />
Essa task force consiste em duas pessoas, localiza<strong>das</strong><br />
na sede da empresa, em Itália, e numa agência externa<br />
especializada em atividades relaciona<strong>das</strong> com<br />
a contrafação, que atuam em países específicos. “É<br />
uma tarefa extremamente difícil para os investigadores,<br />
pois não é fácil capturar os infratores e a situação<br />
legal de alguns países oferece ‘saída’ aos falsificadores.<br />
Em alguns casos, as investigações estendem-se<br />
até oficinas de quintal ou lojas de peças na China ou<br />
nas Filipinas”, revela a Brembo. Que afirma mesmo<br />
que, desde que a task force foi criada, conseguiu remover<br />
80 mil produtos falsificados em mais de 100<br />
plataformas em todo o mundo. Em feiras e mercados,<br />
por exemplo, colaboradores especialmente treinados<br />
espalham-se para identificar os infratores no<br />
local e levá-los à justiça. “A Brembo foi pioneira em<br />
garantir a autenticidade dos seus produtos através de<br />
um método especial. Quando começámos a receber<br />
os primeiros sintomas deste fenómeno, procurámos,<br />
desde logo, um especialista que conhecesse o problema<br />
para que, juntos, definíssemos um caminho<br />
que incluísse a monitorização de alguns canais (web,<br />
distribuição, fronteiras). Do ponto de vista técnico,<br />
focámo-nos, fortemente, no aspeto visual (por exemplo,<br />
no logótipo) dos componentes”.<br />
Já Mónica Violante, responsável ibérica de marketing<br />
da OSRAM, afirma que, “de um modo geral, a<br />
contrafação, para além de criar enorme instabilidade<br />
e descrédito no mercado <strong>das</strong> peças para automóveis,<br />
fomenta a concorrência desleal no aftermarket e defrauda,<br />
acima de tudo, os consumidores, porque põe<br />
em causa a segurança de quem adquire lâmpa<strong>das</strong><br />
contrafeitas”. Segundo refere, “as falsificações, regra<br />
Medi<strong>das</strong> de combate<br />
E no caso da Brembo, que medi<strong>das</strong> estão a ser tomageral,<br />
não estão à altura do desempenho prometido,<br />
falham prematuramente com frequência e colocam<br />
em perigo os utilizadores da estrada, ao encandear<br />
os condutores que se aproximam”. E vai mais longe:<br />
“Mesmo que, por fora as lâmpa<strong>das</strong> pareçam as<br />
mesmas, existem grandes diferenças de qualidade.<br />
A contrafação é, portanto, para nós, um tema muito<br />
importante, porque o nosso produto está associado<br />
à segurança e a nossa comunicação está intrinsecamente<br />
relacionada com a qualidade”.<br />
Falsificações, há muitas<br />
A falsificação de travões Brembo está a multiplicar-se<br />
em número e variedade. Embora um produto falso<br />
seja um produto falso, a marca italiana tem vindo a<br />
observar vários graus de falsificação. Simplificando,<br />
a Brembo identificou três categorias diferentes de<br />
componentes de travagem que falham no teste de<br />
originalidade: falsificações; semi-falsificações; super<br />
falsificações. Por mais diferentes que sejam, estes três<br />
tipos de falsificações têm algo muito importante em<br />
comum (com que a Brembo nunca deixará de preocupar-se),<br />
ou seja, todos colocam em risco a vida do<br />
condutor, dos passageiros e dos outros utilizadores<br />
da estrada.<br />
Passemos, então, à descrição dos três grupos identificados<br />
pela Brembo. Falsificados: “Constituem<br />
a categoria mais óbvia e clássica de peças falsas da<br />
Brembo, abrangendo todos os produtos de imitação<br />
(pinças, discos, pastilhas), que são mais ou menos<br />
semelhantes aos originais. Tais falsificações são, geralmente,<br />
cópias grosseiras e muito fáceis de detetar<br />
por um especialista. Outras vezes, porém, podem<br />
enganar bastante, pois replicam a aparência exterior<br />
dos componentes. Mas parecer um produto original<br />
Brembo genuíno do lado de fora não significa integrar<br />
a tecnologia por dentro ou oferecer os mesmos<br />
padrões de desempenho. A compra de pinças, discos<br />
ou pastilhas Brembo não originais traduz a ausência<br />
de garantia de conformidade com os padrões de fabrico<br />
e não assegura garantia de desempenho. Um<br />
componente de travagem não original pode exibir<br />
limites importantes de desempenho nas condições<br />
mais díspares ou, simplesmente, um declínio significativo<br />
nos níveis de desempenho ao longo do tempo”.<br />
Agora, os semi-falsificados: “Sistema de travagem<br />
Brembo onde alguns componentes originais (geralmente<br />
a pinça) são embalados juntos e vendidos<br />
com outros componentes que não são da Brembo.<br />
A marca italiana sempre se opôs a estas práticas,<br />
acreditando, firmemente, que o desempenho de um<br />
sistema de travagem é determinado não apenas pela<br />
qualidade, mas, também, pela perfeita integração de<br />
cada um dos seus componentes. Qualquer sistema<br />
de travagem Brembo, incluindo kits de atualização,<br />
é projetado para um veículo específico. Mesmo que<br />
um kit semi-falso seja apenas parcialmente falso, é<br />
na mesma 100% perigoso e não é confiável do ponto<br />
de vista de desempenho e segurança”.<br />
Por fim, os super-falsificados: “Este tipo de falsificação<br />
não imita um produto existente, mas apropria-se<br />
ilegalmente da marca comercial Brembo. É o caso<br />
<strong>das</strong> capas de plástico (ou, mais raramente, de alumínio)<br />
para as pinças que, supostamente, melhoram a<br />
aparência. Embora surjam cada vez mais capas falsas<br />
da Brembo no mercado, não há absolutamente<br />
nenhuma conexão com um produto original, uma<br />
vez que a Brembo não produz - nem nunca produziu<br />
– capas de travão. O principal risco de falha na<br />
travagem ao usar-se essas capas será causado pelo<br />
superaquecimento da pinça, devido à demora no arrefecimento”.<br />
A OSRAM encara o tema da contração de forma<br />
proativa. E pela vasta experiência que detém nesta<br />
matéria que tantos danos a todos causa, tem vindo<br />
a desenvolver diferentes medi<strong>das</strong> para combater as<br />
falsificações. De acordo com Mónica Violante, “estas<br />
medi<strong>das</strong> passam, não só, por uma codificação específica<br />
dos nossos produtos, que nos permite rastreá-<br />
-los, como, também, pelo desenvolvimento de ferramentas<br />
que permitam ao consumidor assegurar-se<br />
que adquiriu um produto original OSRAM, como é o<br />
caso do Programa Confiança OSRAM”. E explica: “O<br />
Programa Confiança OSRAM, que nasceu para garantir<br />
que os condutores não tenham de sofrer com<br />
as falhas prematuras da lâmpada ou luzes de farol<br />
fracas, permite verificar a autenticidade <strong>das</strong> lâmpa<strong>das</strong><br />
automóvel de Xénon. Como novidade este ano,<br />
as lâmpa<strong>das</strong> de halogéneo em Duobox. Utilizando<br />
uma simples verificação de segurança em duas<br />
etapas, os clientes podem confirmar, facilmente, se a<br />
lâmpada que compraram é uma original da OSRAM<br />
e foi fabricada de acordo com os padrões internacionais<br />
de qualidade e segurança”.<br />
De acordo com a responsável ibérica de marketing,<br />
“Basta aceder ao site do Programa Confiança OS-<br />
RAM (www.osram.pt/trust), através do smartphone<br />
ou computador, introduzir o código de sete dígitos<br />
apresentado na etiqueta de segurança e, em seguida,<br />
clicar no botão ‘Verificar’. Se os dados da lâmpada<br />
apresentados forem idênticos aos da lâmpada adquirida,<br />
o consumidor pode ter a certeza de que comprou<br />
um produto OSRAM original. Através deste<br />
programa, conseguimos monitorizar, com precisão,<br />
os resultados e dar ao cliente final a confiança de que<br />
está a utilizar uma peça de substituição original”.<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 15
ATUALIDADE<br />
ORIGINAL PARTS<br />
UFI FILTERS<br />
MANUFACTURER<br />
ORIGINAL PARTS<br />
UFI FILTERS<br />
MANUFACTURER<br />
<strong>das</strong> pela marca para minorizar este problema? “Para<br />
garantir a máxima proteção e segurança dos consumidores,<br />
a Brembo, de há anos a esta parte, utiliza<br />
a mesma abordagem inovadora, que é a marca registada<br />
de seus produtos, com o serviço que presta<br />
aos clientes. A Brembo, foi de facto, pioneira a disponibilizar<br />
um serviço para assegurar a originalidade<br />
dos produtos adquiridos”, revela fonte do fabricante<br />
italiano. Que acrescenta: “Para uma experiência de<br />
compra mais segura, todos os produtos originais da<br />
Brembo (exceto os componentes standard) dispõem<br />
de um sistema anti-falsificação na forma de cartão<br />
raspável, holograma ou código QR para garantir a<br />
autenticidade da compra. O que significa que o comprador<br />
pode rastrear o produto na Internet usando o<br />
seu código exclusivo para verificar, de imediato, se se<br />
trata de um artigo original genuíno”.<br />
De acordo com a Brembo, podem ser encontra<strong>das</strong><br />
duas diferentes medi<strong>das</strong> anti-falsificação em diversos<br />
tipos de produtos que fabrica. “Para produtos<br />
de elevado desempenho, pode ser encontrada dentro<br />
da embalagem uma superfície raspável. A gama<br />
Brembo High Performance apresenta componentes<br />
concebidos para melhorar a capacidade de travagem<br />
do automóvel em termos de desempenho, aparência<br />
e conforto. Nesta gama de produtos, a garantia de<br />
originalidade é assegurada por uma raspadinha anti-<br />
-falsificação. O cartão pode ser encontrado dentro da<br />
caixa selada, juntamente com as instruções do produto.<br />
Basta apenas raspar a zona prateada da parte<br />
posterior do cartão para se ter acesso a um código de<br />
seis dígitos, que o cliente coloca no site www.original.<br />
brembo.com para verificar se o componente é um original<br />
genuíno”. Agora, a segunda medida anti-contrafação:<br />
“Para discos e pastilhas destinados ao aftermarket,<br />
existe um holograma da marca comercial<br />
Brembo (apenas para discos) e um código QR para<br />
verificar a autenticidade do produto. A linha Brembo<br />
Aftermarket apresenta peças de reposição idênticas<br />
ou equivalentes ao original, garantindo excelente<br />
níveis de desempenho, confiabilidade, durabilidade<br />
e conforto em to<strong>das</strong> as condições de travagem. Para<br />
discos e pastilhas Brembo Aftermarket, a garantia de<br />
originalidade é assegurada por um código QR, que<br />
permite verificar se a peça é genuína”.<br />
As variáveis em jogo e as habilidades profissionais<br />
necessárias para fabricar ou mesmo para montar um<br />
sistema de travagem, são extremamente complexas<br />
e avança<strong>das</strong>. Por isso, a Brembo recomenda que se<br />
preste a máxima atenção à qualidade e originalidade<br />
de todos os componentes do sistema de travagem<br />
utilizados no veículo, seja em caso de reparação ou<br />
de adaptação. O cartão anti-falsificação para peças<br />
Brembo High Performance é uma <strong>das</strong> medi<strong>das</strong> adota<strong>das</strong><br />
para combater a contrafação. “Para este tipo de<br />
produtos, recomendamos apenas a compra a revendedores<br />
autorizados. Para saber se um revendedor<br />
está autorizado ou não, basta consultar a Lista Oficial<br />
de Distribuidores no nosso site. Para verificar a<br />
compra, basta digitar o número do cartão, o tipo de<br />
componente e o país da compra no site. Ao inserir<br />
informações adicionais, como o endereço de email<br />
e o modelo de automóvel ou moto no qual a peça<br />
será instalada, é possível descarregar um certificado<br />
de autenticidade em formato PDF. Pode até ser feito<br />
diretamente na loja em que foi comprado, pois o<br />
site está otimizado para dispositivos móveis”, refere<br />
a Brembo.<br />
Agora, o holograma anti-falsificação e o código QR<br />
para peças Brembo Aftermarket. “Para este tipo de<br />
produtos, a rede de distribuição da Brembo é a opção<br />
de compra recomendada. As características de origem<br />
de Brembo permitem verificar facilmente se o<br />
mecânico tem uma peça genuína nas mãos. É importante<br />
que a caixa esteja intacta e não evidencie sinais<br />
de violação. Para pastilhas de travão, o código QR é<br />
impresso no adesivo que fecha a caixa, enquanto para<br />
os discos pode ser encontrado na etiqueta do produto,<br />
juntamente com um holograma Brembo” explica<br />
o fabricante italiano. E conclui: “Naturalmente, todos<br />
os discos e pastilhas Brembo são marcados com<br />
um código, com o logótipo Brembo e ostentam a<br />
marcação ECE R90. As pastilhas são adicionalmente<br />
marca<strong>das</strong> com um código WVA, enquanto os discos<br />
têm um valor mínimo de espessura expresso em<br />
Min Th. Um bom indicador de falsificações também<br />
é o preço. Se for significativamente abaixo de 15% do<br />
preço normal de mercado, o consumidor deve desconfiar<br />
da empresa à qual está a comprar. Descontos<br />
extraordinários de 50% ou mais não se configuram<br />
com produtos originais Brembo. E os componentes<br />
de elevado desempenho estão disponíveis apenas<br />
como kit. As pinças de travão, por exemplo, não fa-<br />
A CONTRAFAÇÃO DE PRODUTOS ORIGINA, ANUALMENTE, UM<br />
PREJUÍZO DE 450 MIL MILHÕES DE EUROS, COLOCANDO EM<br />
PERIGO MAIS DE 200 MIL POSTOS DE TRABALHO NO MUNDO<br />
16 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
zem parte do portefólio de produtos da Brembo de<br />
forma isolada”.<br />
Exemplo da UFI<br />
A UFI Filters, empresa líder em filtragem e gestão<br />
térmica, afirma estar sempre na linha da frente no<br />
combate à venda de peças sobressalentes contrafeitas,<br />
tanto nos canais tradicionais como no comércio<br />
eletrónico. Graças ao registo <strong>das</strong> suas marcas e patentes<br />
a nível internacional e à implementação de<br />
tecnologias patentea<strong>das</strong>, a UFI Filters evitou, nos<br />
últimos dois anos, um potencial volume de negócios<br />
de quase cinco milhões de euros proveniente de<br />
mercadorias ilegais. No comunicado de imprensa<br />
difundido a 17 de abril de 2020, é referido que “este<br />
importante resultado foi alcançado graças às atividades<br />
de proteção da marca e produto supervisiona<strong>das</strong><br />
pela Divisão Jurídica e pelo Departamento de Propriedade<br />
Intelectual da UFI Filters, que, juntamente<br />
com a CONVEY, empresa líder em serviços de inteligência<br />
na Internet e proteção de marca, com sede<br />
em Turim, permitiu o bloqueio de quase 2,5 milhões<br />
de transações ilegais na Internet”. No mesmo documento,<br />
pode ler-se que “existem 6.125 ofertas identifica<strong>das</strong>,<br />
comunica<strong>das</strong> e definitivamente elimina<strong>das</strong><br />
de 19 portais online diferentes. A remoção completa<br />
deste volume de anúncios ilegais <strong>das</strong> plataformas<br />
de comércio eletrónico permitiu evitar a colocação<br />
no mercado de peças sobressalentes de produtos de<br />
qualidade, significativamente, inferior, em comparação<br />
com os originais desenvolvidos pela UFI”.<br />
A UFI Filters também delineou uma estratégia preventiva.<br />
O principal objetivo é eliminar fontes de<br />
abastecimento de produtos contrafeitos, impedindo<br />
a sua distribuição no mercado de produtos originais.<br />
principalmente anúncios comerciais publicados em<br />
plataformas de comércio eletrónico de origem turca<br />
ou chinesa, mas, também, internacionais. Estas ações<br />
protegem quer o mercado de mercadorias originais,<br />
quer os clientes do mercado de pós-venda e os consumidores<br />
finais. “Desde 1972 que a UFI Filters está<br />
empenhada em proteger os seus produtos e os sinais<br />
de identificação a eles associados, através do registo<br />
de marcas e patentes nos principais mercados mundiais<br />
e através da proteção aduaneira, ou seja, através<br />
do registo dos ativos de Propriedade Intelectual do<br />
grupo junto <strong>das</strong> autoridades alfandegárias de cada<br />
país. Até à data, a UFI há depositou 233 títulos, entre<br />
patentes e modelos de utilidade”, dá conta a nota<br />
de imprensa de 17 de abril deste ano. Foi este o ponto<br />
de partida que permitiu ao grupo colaborar com a<br />
CONVEY nas atividades de inteligência na Internet<br />
e na proteção de produtos nas principais plataformas<br />
internacionais de comércio eletrónico. Além disso,<br />
no canal tradicional, a UFI Filters presta um serviço<br />
direto à sua rede de distribuição, com sessões de formação<br />
que visam ensinar os profissionais a distinguir<br />
um produto original de um contrafeito. Em particular,<br />
os produtos mais copiados no mercado, como as<br />
famílias “ONE” e “H2O”, além dos filtros de alta separação<br />
da água, fruto da tecnologia exclusiva UFI.<br />
As ações da UFI Filters, destina<strong>das</strong> a impedir a utilização<br />
indevida da marca e a violação <strong>das</strong> suas patentes<br />
tecnológicas, são ainda reforça<strong>das</strong> pela aposição<br />
de rótulos na embalagem dos produtos em mercados<br />
com maior risco, como os do Extremo Oriente. Estes<br />
rótulos dispõem de códigos QR e são produzidos<br />
com técnicas de impressão que dificultam muito a<br />
cópia. Em breve, está medida será implementada,<br />
também, no mercado europeu. Eduardo Martí, diretor-geral<br />
de UFI Filters Ibérica, refere que “a atenção<br />
do Grupo UFI Filters no combate à contrafação de<br />
peças sobressalentes é constante, como demonstram<br />
os números do balanço de dois anos de atividade com<br />
a CONVEY”. Segundo refere, “evitámos um potencial<br />
volume de negócios de mercadorias ilegais verdadeiramente<br />
significativo, que poderia ter prejudicado<br />
tanto o setor como os veículos em circulação. Por<br />
isso, estamos orgulhosos por renovar a nossa parceria<br />
com a CONVEY”. E conclui: “A fim de proteger<br />
o mercado, convidamos os nossos distribuidores,<br />
mas, também, os fabricantes de peças sobressalentes<br />
e mecânicos a confiarem apenas na rede oficial de<br />
ven<strong>das</strong>, a terem cuidado com preços excessivamente<br />
vantajosos e a comunicarem prontamente se pensarem<br />
ter identificado mercadorias potencialmente<br />
contrafeitas”. l<br />
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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 17
Apostamos nos<br />
veiculos asiáticos<br />
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OPINIÃO<br />
RICARDO CARVALHO CONSULTOR SÉNIOR DA CITNOW EM PORTUGAL<br />
AUTOMÓVEL: PODEM AS FERRAMENTAS DIGITAIS<br />
AJUDAR UM SETOR COM QUEBRAS DE 80%?<br />
PORTUGAL (E O MUNDO) ENFRENTAM UMA DAS MAIS DESAFIANTES CRISES, NÃO SÓ DO PONTO DE VISTA<br />
SOCIAL, MAS, TAMBÉM, ECONÓMICO. ALÉM DOS ENORMES E INCONTORNÁVEIS DESAFIOS NA ÁREA DA<br />
SAÚDE, A COVID-19 TROUXE CONSIGO QUEBRAS NA ECONOMIA, QUE SE MANIFESTAM, COM MAIOR OU<br />
MENOR EXPRESSÃO, NOS SETORES MAIS DÍSPARES<br />
Se olharmos para o setor<br />
automóvel – que, em 2019,<br />
representou mais de 20% nas<br />
receitas fiscais do Estado e que<br />
regista, agora, quebras na ordem dos<br />
80% –, percebemos que estamos<br />
perante um cenário que nos colocará,<br />
no futuro, enormes desafios. Neste<br />
momento, o setor automóvel<br />
encontra-se muito condicionado,<br />
desde a produção até à<br />
comercialização ou reparação de<br />
veículos. Se, no campo da produção,<br />
com o encerramento <strong>das</strong> unidades<br />
envolvimento do consumidor em<br />
todo o processo, oferecendo-lhe uma<br />
experiência “interativa” e uma<br />
jornada valorosa.<br />
Também nos processos de<br />
manutenção ou reparação em<br />
oficina, o técnico consegue gravar um<br />
vídeo de diagnóstico identificando as<br />
necessidades de intervenção,<br />
partilhando, de seguida e em<br />
escassos minutos, esse relatório de<br />
vídeo e o respetivo orçamento com o<br />
proprietário do veículo, que pode, à<br />
distância e em segurança, visualizar<br />
levanta<strong>das</strong>. É fundamental que a<br />
segurança de colaboradores e clientes<br />
seja assegurada agora, mas, também,<br />
nas próximas semanas e meses. É<br />
crucial que retiremos ensinamentos<br />
de toda esta realidade, pois o país, o<br />
mundo, a sociedade e a economia<br />
terão de encontrar novas<br />
formas para, no futuro,<br />
responder a novos surtos e<br />
a novos desafios.<br />
O momento que vivemos<br />
não pode (nem deve) ser<br />
tempo de pensar em<br />
escolas, dos hipermercados, dos<br />
concessionários ou <strong>das</strong> oficinas,<br />
respondendo às necessidades do<br />
consumidor. É esse o nosso dever. E<br />
não terá sido exatamente para isso<br />
que se inventou a tecnologia? l<br />
É CRUCIAL QUE RETIREMOS ENSINAMENTOS DESTA<br />
REALIDADE, POIS O PAÍS, O MUNDO, A SOCIEDADE E A<br />
ECONOMIA TERÃO DE ENCONTRAR NOVAS FORMAS PARA<br />
RESPONDER A NOVOS SURTOS E A NOVOS DESAFIOS<br />
fabris, será mais difícil encontrar<br />
alternativas, nas áreas de venda e<br />
reparação de veículos é possível, à<br />
distância e em segurança, “abrir a<br />
porta” de concessionários e oficinas<br />
aos consumidores. E, aqui, as<br />
ferramentas digitais assumem um<br />
papel fundamental. Hoje, através de<br />
um conjunto de plataformas de<br />
vídeo, os consumidores têm a<br />
possibilidade de receber vídeos<br />
personalizados, relevantes e<br />
orientados para as suas necessidades<br />
de informação, quer se encontrem no<br />
processo de procura ou de compra.<br />
Este novo modelo relacional e<br />
comunicacional oferece<br />
transparência, confiança e o<br />
o vídeo e aprovar o orçamento. Mais<br />
do que o fator comodidade – uma vez<br />
que o cliente tem acesso a um<br />
relatório de vídeo no seu<br />
computador, tablet ou smartphone –,<br />
a aplicação promove, ainda, uma<br />
transparência total e facilita, agora, a<br />
continuidade destes processos,<br />
eliminando ou reduzindo, quase na<br />
totalidade, o contacto presencial.<br />
Este serviço tem, ainda, duas<br />
vantagens extra associa<strong>das</strong>: permite<br />
que o setor continue, ainda que de<br />
uma forma reduzida, a trabalhar;<br />
evita a aglomeração de pessoas nos<br />
concessionários e oficinas, numa<br />
altura em que o Estado de<br />
Emergência e as restrições foram<br />
ven<strong>das</strong> ou lucro.<br />
Será<br />
importante,<br />
contudo,<br />
termos<br />
consciência de<br />
que a<br />
sobrevivência de<br />
todos os setores e<br />
da economia, de<br />
uma forma global,<br />
depende de cada um<br />
de nós e <strong>das</strong> soluções<br />
que permitam que, em<br />
plena pandemia e<br />
isolamento social, possamos,<br />
ainda que apenas<br />
digitalmente, abrir as portas <strong>das</strong><br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 19
Observatório<br />
CONCEITOS DE MOBILIDADE<br />
BOSCH REVOLUCIONA<br />
NAVEGAÇÃO<br />
Conduzir numa cidade desconhecida<br />
e movimentada pode<br />
tornar-se uma grande dor de<br />
cabeça. Basta, para isso, que o sistema<br />
de condução teime em falhar,<br />
precisamente, quando mais dele<br />
precisávamos. Ora, o novo dispositivo<br />
MEMS, da Bosch (SMI230), promete<br />
acabar de vez com estas situações<br />
exasperantes. O sensor anuncia<br />
elevada precisão e uma capacidade<br />
de registar, constantemente, alterações<br />
na direção e velocidade do veículo,<br />
além de avaliar informações e<br />
de transmiti-las ao sistema de navegação.<br />
Aqui, as informações são<br />
combina<strong>das</strong> com os dados posicionais<br />
do sistema global de navegação<br />
por satélite (GNSS) e usa<strong>das</strong> para<br />
navegação.<br />
Uma interrupção repentina no sinal<br />
do GPS – devido, por exemplo, a um<br />
túnel ou vale - faz com que o novo<br />
sensor da Bosch intervenha. “Quando<br />
o sistema de navegação está ‘perdido’,<br />
os sensores semicondutores da<br />
Bosch garantem que o veículo não<br />
FABRICANTE PRETENDE<br />
REVOLUCIONAR<br />
SISTEMAS DE<br />
NAVEGAÇÃO ATRAVÉS<br />
DA CRIAÇÃO DE UM<br />
INOVADOR CHIP<br />
SEMICONDUTOR,<br />
DESIGNADO MEMS,<br />
QUE AJUDA A RETRATAR,<br />
DE FORMA REAL<br />
E INTERRUPTA,<br />
OS MOVIMENTOS<br />
DO VEÍCULO<br />
por Jorge Flores<br />
se perde», sublinha Jens Fabrowsky,<br />
membro do conselho de gestão executiva<br />
da divisão Bosch Automotive<br />
Electronics. Refira-se que o constante<br />
aparecimento de dados confiáveis<br />
sobre os movimentos dos veículos faz<br />
com que o conhecido efeito flip book<br />
do ecrã do sistema de navegação faça<br />
parte do passado. Graças à combinação<br />
da posição do GPS e às informações<br />
do sensor, a seta de navegação<br />
no visor já não dá saltos irrealistas<br />
nem muda, repentinamente, a orientação<br />
no seu caminho de um ponto<br />
para outro. Segundo Fabrowsky, a<br />
explicação é simples: “Os semicondutores<br />
são essenciais para a mobilidade<br />
moderna e, atualmente, é impossível<br />
imaginar os automóveis sem<br />
eles”. A Bosch iniciou, recentemente,<br />
a produção do SMI230 e os primeiros<br />
clientes já estão a receber o sensor<br />
como equipamento padrão.<br />
Fluidez de movimentos<br />
O sensor recorre a uma tecnologia<br />
na forma de chip, sendo esse o<br />
grande segredo. De acordo com a<br />
Bosch, para “manter fluido o movimento<br />
da seta no mapa de navegação”.<br />
Com o intuito de gerar dados<br />
de elevada precisão sobre o movimento<br />
do veículo, a Bosch “reúne<br />
dois desses minúsculos sensores extremamente<br />
sensíveis - um para a<br />
aceleração do veículo, outro para a<br />
taxa de guina<strong>das</strong> - num único compartimento”,<br />
explica o fabricante<br />
em comunicado. E acrescenta: “A<br />
força do SMI230 está nessa combinação.<br />
Além disso, a dupla de<br />
sensores alcança um extraordinário<br />
grau de precisão e pode detetar,<br />
rapidamente, alterações repentinas<br />
no movimento do veículo”.<br />
Segundo Jens Fabrowsky, “a Bosch<br />
detém uma experiência abrangente,<br />
inigualável em todo o mundo, no desenvolvimento<br />
e fabrico de semicondutores<br />
para aplicações automóveis.<br />
Isso ajuda-nos a desenvolver novas<br />
funções para os automóveis e faz com<br />
que melhoraremos, constantemente,<br />
os próprios chips”. l<br />
20 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
empresas
AUTOZITÂNIA<br />
UMA “PEDRADA<br />
NO CHARCO”<br />
A INTEGRAÇÃO DA AUTOZITÂNIA NA AD PARTS ACONTECEU<br />
EM MEADOS DE MARÇO, EM PLENO ESTADO DE EMERGÊNCIA<br />
DEVIDO À PANDEMIA DE COVID-19. APESAR DO TIMING NADA<br />
FAVORÁVEL, A ADMINISTRAÇÃO NÃO HESITOU EM CONCRETIZAR<br />
ESTE ACORDO, QUE REPRESENTA UMA “PEDRADA NO CHARCO”<br />
AO NÍVEL DA DISTRIBUIÇÃO DE PEÇAS EM PORTUGAL por João Vieira<br />
A<br />
AD Parts é o principal grupo de distribuição<br />
independente de peças aftermarket<br />
para automóveis na Península Ibérica,<br />
cujos 27 membros, onde se inclui a Autozitânia,<br />
atingiram um volume de negócios acumulado no<br />
ano fiscal de 2019 de 800 milhões de euros. O grupo<br />
dispõe de mais de 530 pontos de venda, mais<br />
de 550.000 m 2 de instalações e mais de 5.000<br />
colaboradores. São números impressionantes que<br />
espelham bem a dimensão e a importância que<br />
este grupo tem no mercado ibérico da distribuição<br />
de peças auto.<br />
“A AD Parts é a referência do mercado ibérico.<br />
Quando surgiu o convite para integrarmos o grupo,<br />
não demorámos muito tempo a decidir”, começa<br />
por referir Ricardo Venâncio, administrador<br />
da Autozitânia. “A AD está em Portugal há mais de<br />
20 anos. Vamos pegar nesse legado e desenvolver<br />
a marca para o futuro. Como é sabido, a Autozitânia<br />
era membro da Temot International, onde<br />
sempre fomos bem tratados e estávamos perfeitamente<br />
enquadrados, na nossa zona de conforto. A<br />
AD Parts surge como um grande desafio e representa<br />
uma ‘pedrada no charco’. É um projeto completamente<br />
diferente e que nos motiva muito. Vamos<br />
ficar melhor preparados para servir os nossos<br />
clientes e ajudá-los a servir, de forma mais eficaz,<br />
as oficinas. Pretendemos continuar o nosso crescimento<br />
de forma sustentada e acreditamos que estar<br />
associado à AD Parts é uma enorme mais-valia<br />
para a Autozitânia”, acrescenta Ricardo Venâncio.<br />
O objetivo da associação à AD Parts passa, assim,<br />
por assegurar todo um conjunto de sinergias que<br />
permitam consolidar a posição da Autozitânia no<br />
mercado nacional, tornando-a ainda mais competitiva<br />
e fazendo que esteja melhor preparada para<br />
responder aos enormes desafios que o mercado<br />
apresenta. Um dos focos da Autozitânia sempre<br />
foi a prestação de um serviço de excelência e esta<br />
associação permite elevar ainda mais o nível de<br />
serviço junto dos clientes, nas mais varia<strong>das</strong> áreas<br />
fundamentais para o sucesso no mercado.<br />
JORGE MENEZES<br />
NOVO DIRETOR<br />
COMERCIAL<br />
No meio de todo este processo, a administração da<br />
Autozitânia reconheceu que a responsabilidade para com<br />
a AD Parts e para com este novo projeto é de tal ordem,<br />
que sentiu a necessidade de arranjar uma pessoa que seja<br />
100% responsável pelo seu desenvolvimento, tendo, por<br />
isso, contratado Jorge Menezes, um profissional com grande<br />
experiência do mercado de pós-venda, nas vertentes<br />
fabricante e distribuidor. Para além <strong>das</strong> suas funções de<br />
diretor comercial da empresa, será o responsável pelo<br />
desenvolvimento de todo o projeto AD pela Autozitânia em<br />
Portugal.<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 23
AUTOZITÂNIA<br />
A AUTOZITÂNIA VAI MANTER O CONCEITO DRIVE REPAIR,<br />
LANÇADO RECENTEMENTE, MAS IRÁ AVANÇAR COM AS<br />
REDES AD, ELITE, PREMIUM E EXPERT SERVICE CAR<br />
Novo fôlego em Portugal<br />
Relativamente à estrutura da AD existente em<br />
Portugal, Ricardo Venâncio refere: “Não comprámos<br />
a AD Logistics nem a Sonicel. Comprámos,<br />
isso sim, uma quota na AD Parts, que era<br />
anteriormente da AD Logistics. Relativamente à<br />
estrutura que existia, não temos nada a ver. Somos<br />
uma empresa presente há 35 anos no mercado<br />
e temos responsabilidades para com os nossos<br />
clientes, que, no fundo, fizeram esta casa. E<br />
é com eles que vamos continuar a traçar o nosso<br />
caminho. Com a integração na AD Parts, há novos<br />
inputs que temos de aproveitar e, por isso, vamos<br />
remodelar o nosso ADN, mas mantendo sempre<br />
os nossos princípios basilares”.<br />
A rede de distribuição da AD Parts em Portugal<br />
será, pois, construída de raiz. Serão aproveitados<br />
os pontos de venda da Autozitânia já existentes e<br />
será redesenhada uma rede de parceiros para fazer<br />
a distribuição dos produtos e serviços AD em todo<br />
o território nacional.<br />
Os produtos de marca própria AD são uma <strong>das</strong><br />
grandes bandeiras da AD Parts. “To<strong>das</strong> as peças<br />
que vêm dentro <strong>das</strong> caixas AD são de qualidade<br />
premium. Já incluímos alguns produtos no nosso<br />
portefólio, nomeadamente óleos, químicos e<br />
baterias. A pouco e pouco, vamos juntar outros,<br />
como discos e pastilhas de travão, escovas limpa<br />
vidros, motores de arranque, alternadores e<br />
AUTOZITÂNIA<br />
Administradores Francisco Neves e<br />
Ricardo Venâncio<br />
Sede Av.ª <strong>das</strong> Acácias, Lote AE 2/3, Arroja,<br />
1685 – 654 Famões (Odivelas)<br />
Telefone 214 789 100<br />
Email ven<strong>das</strong>.odivelas@autozitania.pt<br />
Site www.autozitania.pt<br />
lâmpa<strong>das</strong>. Fruto do trabalho feito anteriormente,<br />
a marca AD é amplamente conhecida e a sua<br />
qualidade é reconhecida no mercado. Por isso,<br />
não duvidamos que terá uma boa recetividade<br />
por parte <strong>das</strong> oficinas”, explica Ricardo Venâncio.<br />
Que acrescenta: “Vamos ter stock pleno de todos<br />
os produtos AD. É a nossa maneira de trabalhar<br />
com to<strong>das</strong> as marcas que comercializamos. Com a<br />
AD, não será diferente. A distribuição dos produtos<br />
AD aproveita toda a logística que existe a nível<br />
de armazém e lojas”.<br />
Novas redes nos planos<br />
Relativamente às redes que estão liga<strong>das</strong> à AD<br />
Parts em Espanha, Ricardo Venâncio afirma que,<br />
a seu tempo, serão, também, implementa<strong>das</strong> no<br />
nosso país, assim como o programa de formação<br />
Millennium. Devido à situação de isolamento<br />
social em vigor, ainda não foi possível a administração<br />
da Autozitânia deslocar-se à sede da AD<br />
Parts, em Girona, para perceber como tudo funciona<br />
e conhecer o Grupo Eina, responsável pelo<br />
programa de formação Millennium. Mas logo que<br />
for possível, a implementação <strong>das</strong> redes será uma<br />
realidade. Para tal, “vamos ter de reestruturar a<br />
empresa a nível interno, com a abertura de novos<br />
departamentos. Vai ser um processo complexo,<br />
pois vamos manter o conceito de rede Drive Re-<br />
24 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
pair, que lançámos recentemente, e avançar com<br />
novos conceitos, como as redes AD, Elite, Premium<br />
e Expert Service Car, já existentes em Espanha.<br />
Não vamos conseguir implementar to<strong>das</strong> ao<br />
mesmo tempo, mas iremos escolher as que melhor<br />
se adaptem ao nosso mercado”, esclarece Ricardo<br />
Venâncio.<br />
Para o administrador da Autozitânia, a concentração<br />
do negócio da distribuição em grandes players<br />
é uma tendência que vai continuar. “A concentração<br />
traz vantagens, pois quando se concentra o negócio<br />
e há mais volume de ven<strong>das</strong>, existe sempre<br />
uma melhoria <strong>das</strong> condições para os parceiros e<br />
um conjunto de sinergias que se podem aproveitar.<br />
Por outro lado, vamos concorrer com estruturas<br />
muito fortes, que nos obrigam a um grande<br />
esforço para nos mantermos competitivos. Quem<br />
acompanha o mercado, tem visto, nos últimos<br />
anos, grandes players da distribuição nacional<br />
desaparecerem, porque não conseguiram acompanhar<br />
a evolução do mercado. É este o perigo:<br />
as empresas não conseguirem adaptar-se às exigências<br />
do mercado”, preconiza Ricardo Venâncio.<br />
Expectativa pós-Covid-19<br />
Relativamente ao momento atual que a Autozitânia<br />
está a viver, Ricardo Venâncio afirma: “Tivemos<br />
uma queda muito acentuada, de cerca de<br />
50%, nos meses de março e abril, relativamente<br />
à faturação normal da empresa neste período.<br />
Obviamente que o objetivo que tínhamos traçado<br />
no início do ano é completamente inalcançável.<br />
É incrível como num período de apenas 15 dias<br />
a realidade se altera completamente. Tivemos de<br />
adaptar-nos a um novo normal e tenho a expectativa<br />
de que, no final deste ano ou início do próximo,<br />
consigamos recuperar para valores de 2019.<br />
Paulatinamente, temos vindo a recuperar e espero<br />
que os meses de verão, que costumam ser fortes,<br />
possam trazer alguma retoma. Mas o impacto dos<br />
dois meses de confinamento vai ser muito difícil<br />
recuperar, prevendo-se, para este ano, um decréscimo<br />
de 20% na faturação da empresa. l<br />
GRUPO EINA<br />
REFERÊNCIA EM<br />
FORMAÇÃO TÉCNICA<br />
A AD Parts adquiriu uma parte substancial do capital do<br />
Grupo Eina, entidade focada na formação e uma referência<br />
a nível mundial na área formativa. O grupo desenvolve para<br />
os parceiros AD o programa Millennium, que nasceu há mais<br />
de 20 anos e envolve um conjunto de regalias, desde um<br />
vasto conjunto de formações presenciais ou à distância até<br />
apoio técnico por telefone e online. Aliado a uma poderosa<br />
base de dados dinâmica, os cursos permitem o acesso ao<br />
conhecimento de milhares de viaturas.<br />
O Grupo Eina adquire veículos novos três anos após a sua<br />
introdução no mercado. Estas viaturas são totalmente<br />
“desmancha<strong>das</strong>” e reintegra<strong>das</strong> de novo, com possibilidade<br />
de emissão de erros aquando <strong>das</strong> formações. O call center,<br />
gerido pelo Grupo Eina, dispõe de cerca de 50 técnicos,<br />
acreditados e certificados pelas marcas, respondendo<br />
às necessidades dos mercados espanhol e português.<br />
Paralelamente, os parceiros podem aceder a uma<br />
plataforma, onde colocam as dúvi<strong>das</strong> e recebem respostas<br />
com soluções e diagramas. Os parceiros podem ainda criar<br />
um site dedicado, que é integrado num poderoso localizador<br />
de oficinas a nível nacional, exponenciando a sua visibilidade<br />
e potenciando o aumento da carteira dos clientes.<br />
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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 25
entrevista<br />
FERNANDO DÍAZ<br />
DIRETOR-GERAL ADJUNTO DA OLIPES<br />
CHEGOU O MOMENTO DE<br />
APOSTAR FORTEMENTE<br />
EM PORTUGAL
APÓS 24 ANOS DE TRAJETÓRIA INDUSTRIAL, COM UM MODELO CONSOLIDADO EM 47 PAÍSES E UMA<br />
PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO SUSTENTADO (E SUSTENTÁVEL), 2019 FOI UM ANO DE POSICIONAMENTO<br />
ESTRATÉGICO PARA A EXPANSÃO DA MARCA OLIPES A NÍVEL GLOBAL. AGORA, EM 2020, APESAR DA<br />
CONJUNTURA MENOS FAVORÁVEL, FERNANDO DÍAZ, DIRETOR-GERAL ADJUNTO DA MARCA, ASSEGURA<br />
QUE “CHEGOU O MOMENTO DE APOSTAR FORTEMENTE EM PORTUGAL”. E TECE RASGADOS ELOGIOS A FRANCISCO<br />
PESSOA (CEO DA MAJESFRAPE), RUI MESQUITA (GERENTE DA RM OIL) E, PRINCIPALMENTE, FERNANDO SANTOS<br />
(ADMINISTRADOR DA FJS LUBRIFICANTES), OS GRANDES RESPONSÁVEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DA OLIPES<br />
NO NOSSO PAÍS por Bruno Castanheira<br />
O<br />
posicionamento da OLIPES em Portugal<br />
assenta numa estratégia enquadrada no<br />
Programa Partner da empresa, que orienta<br />
os distribuidores no caminho a seguir para estabelecer<br />
a marca, de forma sólida e contínua, entre<br />
as cinco marcas de lubrificantes mais reconheci<strong>das</strong><br />
pelos profissionais. Mas um projeto desta<br />
magnitude não pode ser abordado sem o parceiro<br />
estratégico certo. Este parceiro dá pelo nome de<br />
FJS Lubrificantes, que viu, desde logo, o potencial<br />
da marca e do modelo de negócio que a OLIPES<br />
defende. Em entrevista concedida ao <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong><br />
<strong>Oficinas</strong>, Fernando Díaz, diretor-geral adjunto da<br />
OLIPES, revela a estratégia que está em curso para<br />
Portugal, as iniciativas previstas para o nosso país<br />
e as ações de responsabilidade social que fazem<br />
parte do património genético da empresa.<br />
Como foi o ano de 2019 para a OLIPES em<br />
Portugal?<br />
Após 24 anos de trajetória industrial, com um modelo<br />
consolidado em 47 países e uma projeção de<br />
crescimento sustentado e sustentável, 2019 foi um<br />
ano de posicionamento estratégico para a expansão<br />
da marca OLIPES a nível global. Portugal sempre<br />
foi o nosso mercado natural e chegou o momento<br />
de apostar fortemente nele, principalmente devido<br />
à concorrência de diferentes fatores. O primeiro, diz<br />
respeito a um cenário económico em clara recuperação<br />
e politicamente estável do país. O segundo,<br />
tem a ver com uma viragem no setor do aftermarket<br />
ibérico, alinhado com a transformação europeia do<br />
setor. O terceiro, mais importante, prende-se com<br />
os parceiros estratégicos capazes de proporcionar o<br />
conhecimento e a capacidade logística e financeira<br />
necessárias para estabelecer uma relação vencedora.<br />
Em Portugal, existem três pessoas chave que<br />
tornaram possível a nossa implementação, sem as<br />
quais não teríamos conseguido concretizar os nossos<br />
planos: Francisco Pessoa (CEO da Majesfrape),<br />
Rui Mesquita (gerente da RM OIL) e, claro, Fernando<br />
Santos (administrador da FJS Lubrificantes).<br />
Podemos dizer que houve um antes e um depois<br />
de ter conhecido cada um destes três parceiros<br />
estratégicos para a OLIPES em Portugal, que são,<br />
diga-se em abono da verdade, excelentes profissionais.<br />
Não nos podemos esquecer, também, de to<strong>das</strong><br />
as indústrias e oficinas que utilizam, diariamente,<br />
os nossos produtos, que se identificam com a marca<br />
OLIPES e que recebem formação contínua, aconselhamento,<br />
qualidade, fiabilidade, confiança e<br />
rentabilidade para os seus negócios e para todos os<br />
pontos de venda que defendem a nossa marca como<br />
sendo sua. Todos fazem, aliás, parte da nossa família<br />
empresarial.<br />
Qual é o plano de expansão da OLIPES<br />
em Portugal?<br />
O posicionamento da marca em Portugal assenta<br />
numa estratégia enquadrada no Programa Partner<br />
da empresa, que orienta os distribuidores no caminho<br />
a seguir para estabelecer a OLIPES, de forma<br />
sólida e contínua, entre as cinco marcas de lubrificantes<br />
mais reconheci<strong>das</strong> pelos profissionais. Para<br />
isso, o primeiro ponto partilhado por todos os nossos<br />
parceiros diz respeito ao conceito de negócio<br />
da OLIPES, que não se baseia apenas no produto,<br />
no qual se sabe que oferecemos um elevado nível<br />
de qualidade, mesmo acima <strong>das</strong> expectativas do<br />
cliente, mas gira, também, em torno dos valores<br />
que os consumidores associam à marca, ao serviço<br />
e à filosofia da empresa, bem como <strong>das</strong> relações<br />
pessoais e profissionais, diferenciando-nos da concorrência.<br />
Quando falamos de OLIPES, não estamos<br />
a falar de um fornecedor de lubrificantes standard,<br />
mas sim de um parceiro, como gostamos de<br />
ser conhecidos, que fornece valor a todos os níveis.<br />
Talvez seja esta a razão pela qual os clientes nos<br />
descrevem como “O lubrificante dos profissionais”.<br />
Não para profissionais, mas dos profissionais.<br />
Porque aqueles que aderem ao Programa Partner<br />
sentem-se parte da marca. E, de facto, fazem parte<br />
dela. Este programa é o núcleo da nossa estratégia<br />
de expansão internacional e os resultados, desde a<br />
sua implementação nos diferentes países, têm excedido<br />
as nossas previsões mais otimistas.<br />
A existência de um novo distribuidor contribui<br />
para esta estratégia, certo?<br />
Correto. Um projeto desta magnitude não pode ser<br />
abordado sem o parceiro estratégico certo. E este<br />
parceiro dá pelo nome de FJS Lubrificantes, que<br />
viu, desde logo, o potencial da marca e do modelo<br />
de negócio que defendemos. Por isso, está, agora,<br />
a liderar fortemente um projeto que não teria sido<br />
possível de levar a cabo sem a FJS Lubrificantes. A<br />
figura de Fernando Santos, administrador da FJS,<br />
é uma peça chave na expansão da marca OLIPES<br />
em Portugal. Fortemente envolvido com o projeto,<br />
Fernando Santos, com a sua personalidade dinâmica,<br />
empreendedora e profissional, está a dar um<br />
forte impulso à marca.<br />
E quanto à campanha de reclames de oficinas?<br />
O que está planeado ou em curso?<br />
A OLIPES pretende ter um ponto de venda especia-<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 27
FERNANDO DÍAZ<br />
O POSICIONAMENTO DA OLIPES EM PORTUGAL ASSENTA<br />
NUMA ESTRATÉGIA ENQUADRADA NO PROGRAMA PARTNER,<br />
QUE ORIENTA OS DISTRIBUIDORES NO CAMINHO A SEGUIR<br />
lizado em cada zona do país, para cobrir os seus 18<br />
distritos. E, pelo menos, uma oficina rotulada e recomendada<br />
em cada um dos seus 308 municípios,<br />
que incluem as suas quase 4.000 freguesias. Nem<br />
to<strong>das</strong> as oficinas são candidatas a portador de um<br />
reclame. Este projeto, lançado em Portugal por Rui<br />
Mesquita (gerente da RM OIL), pré-seleciona apenas<br />
as oficinas que estão alinha<strong>das</strong> com a filosofia<br />
da nossa marca e que defendem um modelo onde<br />
prevalece a qualidade dos produtos e serviços que<br />
oferecem aos clientes. Não se trata de uma questão<br />
de dimensão, mas de honestidade e confiança.<br />
Que iniciativas irá a OLIPES promover<br />
no mercado português?<br />
A OLIPES reinveste até 75% dos seus lucros no<br />
ambiente que os gera, pelo que, como é fácil de<br />
imaginar, a sua penetração nos mercados em que<br />
está presente é quase exponencial, com um crescimento<br />
homólogo consolidado de dois dígitos.<br />
Este modelo de negócio “Win-Win” tem sido um<br />
dos pontos fortes que tem permitido a associação<br />
da OLIPES à FJS Lubrificantes, uma empresa<br />
particularmente ativa, com mais de 20 anos de<br />
experiência, que oferece um serviço completo ao<br />
setor do aftermarket. Graças à capacidade de armazenamento<br />
da FJS Lubrificantes, à gestão e à<br />
distribuição dos nossos produtos, com os seus armazéns<br />
no centro do país e a sua própria frota de<br />
camiões e veículos de carga, podemos oferecer aos<br />
distribuidores, pontos de venda e oficinas, entregas<br />
“porta a porta” em tempo recorde e com to<strong>das</strong><br />
as garantias, em mais de 2.500 referências. A atitude<br />
empreendedora da FJS Lubrificantes e a sua<br />
vasta experiência na distribuição e comercialização<br />
de marcas premium, juntamente com o carácter<br />
único e diferenciador da OLIPES e <strong>das</strong> suas redes<br />
de distribuição, resultaram numa equipa poderosa,<br />
que garante o serviço integral e a qualidade que<br />
as oficinas em Portugal exigem. Podemos dizer que<br />
a nossa rede de distribuição portuguesa aceitou,<br />
com entusiasmo, o desafio de posicionar a OLI-<br />
PES como “marca líder em lubrificantes em todo o<br />
território português” e, naturalmente, vai ter todo<br />
o peso da nossa marca, com o embandeiramento<br />
dos pontos de venda e oficinas, com campanhas<br />
promocionais, com presença em feiras nacionais,<br />
patrocínios, formação, merchandising e to<strong>das</strong> as<br />
ferramentas e suporte necessários para desenvolver<br />
e rentabilizar os seus negócios.<br />
De que forma a crise do novo coronavírus<br />
afetou o negócio de OLIPES?<br />
Ninguém estava preparado para uma pandemia<br />
como a gerada pelo novo coronavírus, devido às<br />
consequências sanitárias, emocionais, familiares,<br />
sociais e económicas que isso implica. A OLIPES<br />
tem a “sorte” de estar presente em 47 países e em<br />
75 setores de mercado diferentes, pelo que as crises<br />
afetam-na a nível global, de uma forma muito diferente<br />
<strong>das</strong> empresas com atividade local. Os nossos<br />
planos de contingência incluem medi<strong>das</strong> protetoras<br />
para o nosso canal de distribuição e seus clientes,<br />
tais como formação, instalações logísticas, informação<br />
atualizada e aconselhamento gratuito. E, claro,<br />
com a garantia total de fornecimento dos nossos<br />
produtos. Esta política de colaboração e apoio tem-<br />
-se refletido no Guia de Otimização Económica da<br />
Oficina, lançado recentemente, para orientar os<br />
proprietários e gestores de oficinas a lidar com a<br />
situação e a preparar-se para o futuro. Para efeitos<br />
práticos, na sua sede, em Madrid (Espanha), foram<br />
imediatamente toma<strong>das</strong> as medi<strong>das</strong> necessárias<br />
para proteger o pessoal e manter a produção (teletrabalho<br />
para o pessoal administrativo e técnico-comercial;<br />
divisão dos turnos em laboratórios e instalações<br />
de fabrico). Por outro lado, um planeamento<br />
correto permitiu garantir um abastecimento sem<br />
interrupção às mais de 80 marcas de distribuição<br />
e líderes para as quais a OLIPES fabrica e acondiciona<br />
os seus produtos, tanto a partir de Espanha<br />
como de outras fábricas com as quais temos acordos<br />
de fabrico e embalamento, situa<strong>das</strong> em França,<br />
Suíça, Bélgica ou Holanda, entre outros países. Devemos,<br />
também, salientar o trabalho de solidariedade<br />
realizado com os mais necessitados. A OLIPES<br />
direciona, pelo menos, 10% dos seus lucros a ações<br />
de Responsabilidade Social Corporativa. E é nestes<br />
momentos que mais apoia a sociedade. Há apenas<br />
três anos, a Fundación Abriendo Caminos, de<br />
ajuda à infância, inaugurou, graças à contribuição<br />
económica da OLIPES, uma escola nos Camarões<br />
com três pavilhões e uma capacidade para 675 alunos.<br />
Além disso, a OLIPES, os seus colaboradores<br />
e o canal de distribuição de que dispõe, colaboram<br />
em projetos locais de formação e cuidados a jovens<br />
em risco de exclusão social e respetivas famílias nos<br />
países em que está presente. A solidariedade está no<br />
nosso ADN. É por isso que estamos agora a atribuir<br />
mais recursos a estas ações, porque temos de ajudar<br />
quando mais é necessário.<br />
Que mensagem de esperança gostaria de deixar,<br />
numa altura em que são mais as dúvi<strong>das</strong> do que<br />
as certezas no setor dos lubrificantes?<br />
Planifique, organize o seu trabalho, procure rentabilidade<br />
em cada ação do seu negócio. Consolide<br />
as suas contas, envolva os seus fornecedores de<br />
confiança, digitalize e transforme o seu negócio,<br />
escute os clientes e evolua. Podemos ajudá-lo neste<br />
processo, mas, sobretudo, cuide de si, leve a sério<br />
as medi<strong>das</strong> de segurança e proteja os seus colaboradores,<br />
família e clientes. Todos juntos, vamos ultrapassar<br />
isto. l<br />
28 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
ECOFORCE.<br />
FAZ UMA CONDUÇÃO SUSTENTÁVEL,<br />
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energéticas dos automóveis mais modernos. Os sistemas Start&Stop e Brake Energy<br />
presentes em automóveis micro-híbridos exigem um uso muito intenso da bateria:<br />
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Oficina<br />
do Mês<br />
A OFICINA DO MÊS É PATROCINADA POR TOTAL ROC (RAPID OIL CHANGE)<br />
MÁRIO & PAIVA<br />
A IMAGEM É FUNDAMENTAL<br />
FUNDADA EM OUTUBRO DE 2019, A MÁRIO & PAIVA É UMA OFICINA RECENTE. MAS O SEU GERENTE,<br />
MÁRIO PAIVA, TEM UMA LONGA EXPERIÊNCIA DE VIDA LIGADA AOS AUTOMÓVEIS, SETOR ONDE<br />
O PAI E O IRMÃO SEMPRE TRABALHARAM por João Vieira<br />
Mário Paiva recorda o tempo em que o pai,<br />
funcionário num conhecido concessionário,<br />
conduzia os mais recentes modelos<br />
lançados pela marca. O gosto pelos automóveis<br />
ficou e, em setembro de 2008, abriu um stand de<br />
ven<strong>das</strong> em Ílhavo. Passados 11 anos, em outubro<br />
de 2019, investiu na aquisição da atual oficina, que<br />
nasceu para dar assistência aos veículos dos clientes<br />
e a outros externos que necessitassem de serviços<br />
de manutenção e reparação.<br />
A localização da oficina beneficiará com a criação<br />
de uma nova zona industrial em Ílhavo, que vai<br />
surgir nas traseiras do edifício e que irá dar outra<br />
visibilidade às instalações. Por isso, Mário Paiva<br />
não descura a imagem da oficina, que, desde o início,<br />
se apresenta como um ROC (Rapid Oil Change)<br />
da Total. “Antes de abrir a oficina, pesquisei no<br />
mercado e solicitei a uma empresa revendedora<br />
de lubrificantes que me apresentasse uma proposta<br />
de parceria com uma marca premium. Surgiu o<br />
conceito de oficinas ROC da Total, que se enquadrava<br />
no que pretendia, pois, para além de marcar<br />
a diferença relativamente às outras oficinas da zona,<br />
oferece uma gama de produtos de elevada qualidade”,<br />
refere Mário Paiva.<br />
Apenas marcas premium<br />
As peças monta<strong>das</strong> nos veículos que visitam as instalações<br />
são to<strong>das</strong> de marcas premium, pois Mário<br />
Paiva não abdica da qualidade máxima do material.<br />
“As peças premium bem aplica<strong>das</strong> não causam<br />
problemas. E apesar de serem mais caras, o cliente<br />
não se importa de pagá-las, pois sabe que o seu veí-<br />
culo fica em perfeitas condições técnicas e de segurança”,<br />
explica Mário Paiva.<br />
Atualmente, a oficina de Ílhavo conta com dois mecânicos<br />
que asseguram uma média de cinco folhas<br />
de obra por dia. Mas pretende aumentar o número<br />
de colaboradores, pois tem uma secção de repintura<br />
totalmente equipada que está prestes a arrancar.<br />
A nível de clientes, para além dos particulares, conta<br />
já com algumas empresas da zona, com quem fez<br />
acordos, oferecendo condições vantajosas de descontos<br />
em peças e mão de obra.<br />
Aposta na formação<br />
Mário Paiva tem plena consciência da rápida evolução<br />
tecnológica dos veículos e da necessidade de<br />
manter atualizados os mecânicos que trabalham na<br />
sua oficina. Por isso, a formação é uma prioridade.<br />
MÁRIO & PAIVA<br />
Gerente Mário Paiva<br />
Morada Rua Vasco da Gama, 75, R/C Dto.,<br />
3830 - 225 Ílhavo<br />
Telefone 234 198 875<br />
Email geral@paivacar.com<br />
Site www.paivacar.com<br />
“Está nos planos de desenvolvimento da empresa a<br />
criação de uma sala de formação, que será utilizada<br />
para os nossos mecânicos, mas, também, para<br />
outros profissionais de oficinas locais que queiram<br />
valorizar-se e aumentar os seus conhecimentos. O<br />
objetivo é estabelecer parcerias com associações<br />
do setor e outras entidades, de modo a criar um calendário<br />
de ações de formação”, adianta o gerente.<br />
Com o arranque da zona industrial contígua às instalações,<br />
Mário Paiva acredita que a sua oficina<br />
tem grande potencial de crescimento. Como tal, vai<br />
continuar a apostar na melhoria da imagem e dos<br />
equipamentos, assim como dos recursos humanos.<br />
“Considero que somos uma equipa e que o projeto<br />
só tem sucesso se rumarmos todos na mesma direção.<br />
Existem regras bem defini<strong>das</strong>, mas trabalhamos<br />
todos para o mesmo objetivo. Se for preciso<br />
ajudar nalgum trabalho de reparação, estou cá para<br />
apoiar”, assegura Mário Paiva.<br />
Para fidelizar os clientes, no dia da inauguração<br />
o gerente ofereceu descontos a todos os que estiveram<br />
presentes. E durante o ano, faz campanhas<br />
pontuais, que comunica através <strong>das</strong> redes sociais,<br />
por SMS e por email para a base de dados dos muitos<br />
contactos de que dispõe. Para Mário Paiva, um<br />
dos grandes desafios que a oficina vai ter de enfrentar<br />
no futuro é a valorização da mão de obra. “Com<br />
as margens <strong>das</strong> peças a baixar, o custo da mão de<br />
obra tem, obrigatoriamente, de aumentar para que<br />
a oficina possa ser sustentável e rentável. Para isso,<br />
vamos apostar na formação e manter uma equipa<br />
jovem e dinâmica, com interesse em acompanhar a<br />
evolução tecnológica dos veículos”, conclui. l<br />
30 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
O CONCEITO ROC, DA TOTAL, ENQUADRAVA-SE NAQUILO<br />
QUE MÁRIO PAIVA PRETENDIA PARA MARCAR A DIFERENÇA<br />
QUANDO DEDICIU ABRIR A SUA OFICINA EM ÍLHAVO
NOTÍCIAS // DINÂMICA DO SETOR ESCREVE-SE DE A A Z<br />
Empresas<br />
MOTORTEC MADRID<br />
FEIRA SERÁ REALIZADA DE 27 A 30 DE ABRIL DE 2022<br />
A<br />
Feira Motortec Madrid será realizada de 27 a 30 de abril de 2022, na sua<br />
localização habitual da IFEMA e passará a celebrar-se nos anos pares. A<br />
organização adiou a data – prevista para março de 2021 – para se enquadrar<br />
melhor no calendário internacional de feiras do aftermarket, que sofreu<br />
bastantes alterações devido à pandemia do Covid-19. Da mesma forma, garantiu<br />
que a decisão de adiar o evento foi tomada depois de consultar os expositores e<br />
associações do setor, nomeadamente a Ancera e Sernauto. Apesar de ter sido<br />
adiada para 2022, a organização irá lançar, durante este período de transição,<br />
diversas ações conjuntas com as várias associações setoriais, que incluem reuniões,<br />
workshops e fóruns onde abordarão tópicos de maior interesse para as<br />
empresas aftermaket, fabricantes e oficinas. A Motortec Madrid 2022 irá dar<br />
destaque à gestão e formação <strong>das</strong> oficinas, além de dar visibilidade à capacidade<br />
inovadora desse importante segmento económico, incluindo as novas tecnologias<br />
de propulsão de veículos, a conectividade, novos sistemas de assistência à<br />
condução e processo de digitalização <strong>das</strong> oficinas. Além disso, terá um espaço<br />
para análise e reflexão para enfrentar os desafios do futuro da nova mobilidade.<br />
A feira será realizada de acordo com as medi<strong>das</strong> de segurança e higiene e de<br />
acordo com as instruções <strong>das</strong> autoridades de saúde e <strong>das</strong> principais organizações<br />
internacionais, de modo a oferecer espaços e ambientes seguros e saudáveis durante<br />
a realização do evento.<br />
32 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
NOVO EQUIPAMENTO DE<br />
REPARAÇÃO DE INJETORES<br />
LD AUTO | A empresa do Leiridiesel Group afirma ser uma<br />
organização que dispõe de um serviço diferenciado, mantendo<br />
o seu investimento em novas tecnologias de reparação de<br />
componentes de veículos ligeiros, pesados e industriais. Neste<br />
sentido, a LD Auto apresentou a sua mais recente aposta:<br />
um novo equipamento de última geração para reparação de<br />
injetores Siemens/VDO e Continental. “Este era um serviço<br />
muito solicitado pelos clientes e que, até aqui, não estava<br />
disponível no mercado. A LD Auto é, agora, reparadora oficial<br />
deste tipo de injetores, conseguindo realizar um serviço com<br />
garantia e dentro dos requisitos exigidos pelo construtor”,<br />
pode ler-se no comunicado enviado pela empresa à nossa<br />
redação.<br />
35.º ANIVERSÁRIO<br />
CELEBRADO EM MAIO<br />
Inforap | Celebrou no dia 27 de maio 35 anos<br />
de atividade, sendo uma <strong>das</strong> empresas de TI mais<br />
experientes de Portugal. Mais de três déca<strong>das</strong> é sempre<br />
um marco importante para qualquer empresa, sendo<br />
particularmente significativo para uma organização<br />
de tecnologias de informação. A Inforap é uma<br />
empresa de tecnologias de informação especializada<br />
no desenvolvimento de software de gestão e na<br />
prestação de serviços de engenharia de sistemas.<br />
Dispõe de soluções verticais para alguns setores de<br />
atividade, nomeadamente indústria transformadora,<br />
comércio grossista e retalhista, distribuição e reparação<br />
automóvel, distribuição de peças e acessórios.<br />
SOLUÇÕES PARA DIAGNÓSTICO<br />
AUTOMÓVEL<br />
Gonçalteam | A parceria que estabeleceu com a<br />
LAUNCH, marca da qual é representante oficial em Portugal,<br />
permite à Gonçalteam apresentar as melhores soluções para<br />
diagnóstico automóvel. O Diagnosis, nova solução da LAUNCH<br />
na área do diagnóstico automóvel, já se encontra, assim,<br />
disponível na Gonçalteam. A empresa liderada por António<br />
Gonçalves tem, aliás, a maior oferta do mercado em produtos,<br />
serviços, garantia pós-venda e proximidade com as oficinas de<br />
mecânica. Mais informações, podem ser obti<strong>das</strong> na página de<br />
Facebook da Gonçalteam. Sendo certo que a marca LAUNCH<br />
veio enriquecer, há vários meses, o portefólio desta empresa<br />
especialista em equipamentos oficinais, que aposta, também,<br />
bastante na marca HPA/FAIP.<br />
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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Junho I 2020 33
Notícias<br />
Empresas<br />
NOV0 SERVIÇO EXCLUSIVO<br />
WEBINAR “REAÇÃO Das OFICINAS À COVID-19”<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> | Em parceria com a Divisão do Pós-venda Automóvel<br />
Independente da ACAP, o <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> realizou, no passado mês de junho, um Webinar com<br />
o tema “Reação <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> à Covid-19”, cujo objetivo foi informar os profissionais sobre o impacto<br />
da crise motivada pela pandemia de Covid-19 no setor <strong>das</strong> oficinas e como estão a reagir aos<br />
novos desafios nesta fase de pós-confinamento. Para esclarecer dúvi<strong>das</strong> relativamente aos muitos<br />
assuntos que preocupam os profissionais do setor, contámos com a participação de três membros<br />
da Comissão Especializada de Serviços de Mobilidade da DPAI/ACAP: Madalena Bustorff, da<br />
Mi<strong>das</strong>; Sandra Melo, da ContiService; António Costa, da Auto Furtado. De referir que esta comissão<br />
está integrada na Divisão do Pós-venda Automóvel Independente da ACAP e foi constituída em<br />
setembro de 2016. Conta, atualmente, com 15 membros, maioritariamente representantes de<br />
redes organiza<strong>das</strong>, mas, também, tem representa<strong>das</strong> as oficinas independentes não integra<strong>das</strong><br />
em redes. Todos os representantes falaram em nome da comissão e responderam às questões<br />
coloca<strong>das</strong> por João Vieira, diretor do <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> oficinas, que foi o moderador do Webinar.<br />
MS Motorservice | Desenvolveu um novo sistema de configuração que permite reunir 12<br />
variantes de bombas de óleo como peças de reposição para os motores MAN D08. Para além <strong>das</strong><br />
vantagens na construção <strong>das</strong> bombas, as oficinas beneficiam, sobretudo, de um sistema de pedido<br />
altamente simplificado. As bombas estão disponíveis sob a marca BF no mercado de pós-venda. Em<br />
caso de necessidade, era até agora preciso encomendar cada componente individual, como a caixa<br />
da bomba, parafusos <strong>das</strong> ro<strong>das</strong> denta<strong>das</strong>, discos, dispositivos de travamento do parafuso, arruelas<br />
de mola, porcas sextava<strong>das</strong>, luvas de acoplamento e retentores circulares dessas bombas de óleo,<br />
em separado com seu próprio código de artigo. Graças ao novo sistema de configuração, basta agora<br />
escolher uma de entre três bombas com os respetivos códigos de artigo.<br />
PARCERIA COM ENSINO acaDÉMICO<br />
TIPS 4Y | A colaboração entre o ensino académico e as empresas tecnológicas nunca foi tão<br />
estratégico. A Escola Superior de Tecnologia de Setúbal é um excelente exemplo. A TIPS 4Y formalizou<br />
um protocolo de colaboração com a Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, integrada no Instituto<br />
Politécnico de Setúbal, disponibilizando aos alunos ferramentas digitais inovadoras na área automóvel.<br />
O CEO da TIPS 4Y, Pedro Barros, já realizou diversas ações de esclarecimento nas instalações da<br />
ESTSetúbal, onde partilhou a sua experiência como empresário, bem como dados e tendências do<br />
mercado automóvel, aproximando os alunos da realidade empresarial. Esta parceria dirige-se aos<br />
alunos do Curso Técnico Superior Profissional em Tecnologia e Gestão Automóvel. Os alunos têm acesso<br />
gratuito e realizam exercícios práticos na plataforma digital de Orçamentação e Informação Técnica da<br />
TIPS 4Y, empresa reconhecida por criar o melhor conhecimento sobre a identidade automóvel e por<br />
oferecer soluções inovadoras.<br />
REDE DA LEIRILIS APRESENTA NOVOS MEMBROS<br />
RedService | A expansão continua, contando com a entrada de mais duas oficinas<br />
na rede: Beiratop, em Castelo Branco, e Pintauto, em Fafe. Estas oficinas dispõem dos<br />
equipamentos e tecnologias mais avançados, capazes de poder atender qualquer tipo de<br />
viatura. Além dos serviços de mecânica geral e serviços rápidos, estão, também, prepara<strong>das</strong><br />
para realizar serviço de pneus, chapa e pintura. O objetivo da rede é continuar a crescer<br />
juntamente com os parceiros, criando uma estrutura de confiança que disponibiliza os serviços<br />
e ferramentas procura<strong>das</strong> pelos clientes. Recorde-se que a RedService, rede da Leirilis, tem<br />
por base um modelo de negócio caracterizado pelo empreendedorismo, competência técnica,<br />
peças e serviços de alta qualidade, organização oficinal eficiente e ferramentas de fidelização e<br />
angariação de clientes.<br />
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REVENDEDOR DE FERRAMENTAS<br />
PROFISSIONAIS<br />
34 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />
“SEJA ONDE FOR, VAMOS JUNTOS.”<br />
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Notícias<br />
Empresas<br />
PROGRAMA DE INJETORES VDO RECONSTRUÍDOS<br />
Servidiesel | A empresa especialista em sistema Diesel e turbos, anunciou a realização de mais<br />
um marco importante na sua constante evolução tecnológica. Uma vez mais, inovou e foi a primeira<br />
empresa especialista em Diesel no nosso país autorizada a oferecer um serviço oficial VDO de teste e<br />
reconstrução total dos injetores inteligentes (“Smart injectors”), que são aplicados em vários motores<br />
dos fabricantes PSA e VW. O equipamento está homologado pelo fabricante de sistemas Diesel VDO<br />
e permite realizar a reconstrução de injetores com qualidade de fábrica, com custos bastante mais<br />
reduzidos. A Servidiesel desenvolveu, ao longo destes últimos meses, um programa de reconstruídos<br />
de elevada qualidade em termos de gama e stock, a fim de servir prontamente os seus clientes.<br />
CAMPANHA DE COMUNICAÇÃO CONJUNTA<br />
AUTOzitânia e AD PARTS | As duas empresas lançaram uma campanha de<br />
comunicação, denominada “Termine o confinamento do seu automóvel”, onde anunciam<br />
procedimentos de segurança adotados pelas oficinas parceiras. Para demonstrar aos<br />
consumidores que as oficinas parceiras garantem a segurança de todos os clientes e<br />
colaboradores, a Autozitânia e a AD Parts lançaram a campanha de comunicação “Termine o<br />
confinamento do seu automóvel”. Esta campanha de comunicação tem como objetivo transmitir<br />
aos consumidores confiança na visita às oficinas parceiras, demonstrando os procedimentos<br />
preventivos realizados nas oficinas para garantir a segurança, a higiene e a proteção de clientes<br />
e veículos intervencionados. Além da divulgação e promoção de vídeo da campanha “Termine o<br />
confinamento do seu automóvel”, com a demonstração de todos os procedimentos de receção,<br />
tratamento e entrega dos veículos por parte <strong>das</strong> oficinas parceiras, estas terão, também,<br />
disponível material de apoio nas suas instalações para comunicar com os clientes.<br />
Publireportagem<br />
MINUTO VERDE VALORPNEU<br />
SABE QUAIS AS VANTAGENS DA RECAUCHUTAGEM?<br />
C<br />
om o objetivo de promover a atividade de<br />
recauchutagem, a Valorpneu, enquanto<br />
entidade gestora de pneus usados em Portugal,<br />
lançou, no mês de junho, um microsite (https://<br />
recauchutagem.valorpneu.pt/) dedicado à recauchutagem,<br />
onde explica o que é o processo da recauchutagem, as<br />
vantagens da utilização de pneus recauchutados vs pneus<br />
novos, os números da recauchutagem em Portugal e ainda<br />
apresenta a rede de recauchutadores aderentes à Valorpneu<br />
e um vídeo promocional com informações e dados que vão<br />
certamente surpreender os seus visualizadores. Apesar de ser<br />
uma atividade em Portugal com cerca de 70 anos,<br />
fortemente implantada no mercado, particularmente no<br />
domínio dos pneus pesados, com circuitos comerciais e<br />
logísticos muito bem implementados, existe ainda algum<br />
desconhecimento e estigmas em torno dos pneus<br />
recauchutados e <strong>das</strong> vantagens na sua utilização. Para além<br />
de contribuir para a redução dos consumos de recursos<br />
naturais (petróleo e seus derivados, borracha natural), a<br />
recauchutagem é um processo que garante a extensão do<br />
ciclo de vida do pneu, contribuindo para a Economia Circular<br />
e respondendo às exigências de uma sociedade com maior<br />
responsabilidade ambiental. Atualmente, a rede de<br />
recauchutadores aderente à Valorpneu é constituída por 21<br />
empresas, sendo que 17 se encontram no continente, duas<br />
nos Açores e duas na Madeira.<br />
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36 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
1.º ANIVERSÁRIO DO ARMAZÉM DA MAIA<br />
AleCarPeças | Um ano passa depressa e este último não foi exceção. No dia 20<br />
de maio, fez um ano que a AleCarPeças abriu o armazém da Maia. Este é um projeto que<br />
foi pensado para garantir uma cobertura adequada do país, assegurando um serviço<br />
de excelência a todos os parceiros da AleCarPeças. Foi um ano cheio de emoções, de<br />
muito trabalho e de grande sucesso, alicerçado no empenho e profissionalismo de<br />
uma equipa que, desde o primeiro dia, tem sido extraordinária, constituída por André<br />
Duarte, Ruben Leite, Fábio Ferreira, Tiago Magalhães, Tiago Silva, Miguel Martins e José<br />
Longo. A empresa festejou este aniversário de forma reservada mas com a promessa de,<br />
assim que possível, partilhar esta alegria com todos os que têm contribuído para esta<br />
caminhada. Apesar dos tempos de alguma incerteza que vivemos, a AleCarPeças reforça<br />
o compromisso de serviço e qualidade que a tem caracterizado nos quase 40 anos de<br />
existência, com a convicção de estar preparada para o futuro.<br />
AQUISIÇÃO DO GRUPO METALCAUCHO<br />
BBB Industries | A Metalcaucho, fornecedora líder europeia de peças de reposição em borracha e<br />
metal para o setor automóvel, mudou de propriedade. A BBB Industries, líder da indústria de remanufatura<br />
no mercado de reposição automóvel, anunciou que adquiriu as participações do Grupo Metalcaucho, mais<br />
conhecido como “Metalcaucho”. A transação abrange a totalidade dos negócios. Sediada em Barcelona,<br />
Espanha, a Metalcaucho é um fornecedor europeu de pós-venda líder no segmento de produtos de borracha<br />
e metal, com um catálogo que inclui mais de 22.000 referências e ven<strong>das</strong> em mais de 64 países. Sob a<br />
propriedade da Abac Solution, o fundo, juntamente com a equipa de gestão, executou uma transformação<br />
radical dos negócios, resultando no desenvolvimento de produtos líderes do setor. Combinado com os altos<br />
níveis de serviço ao cliente e produtos de alta qualidade da companhia, a Metalcaucho é, atualmente, um<br />
fornecedor líder de produtos de borracha e metal e está posicionada para um crescimento contínuo na<br />
Europa e noutras regiões ao redor do mundo.<br />
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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Junho I 2020 37
produto<br />
A M.E.A.T. FOI CRIADA EM 1945 E, NO INÍCIO DOS ANOS 50, INICIOU<br />
A PRODUÇÃO DAS PRIMEIRAS PEÇAS DE REPARAÇÃO DE CARBURADOR.<br />
EM 1985, A D.O.RI.A., EMPRESA DE PRODUÇÃO DE FILTROS DE<br />
COMBUSTÍVEL, FOI INCORPORADA. É ESTA A ORIGEM DA MEAT & DORIA
MEAT & DORIA<br />
SOLUÇÕES ELÉTRICAS<br />
DOTADA DE UMA VASTA GAMA DE PRODUTOS, EM ÁREAS DIVERSAS DO AFTERMARKET, A MEAT & DORIA<br />
APOSTOU FORTE, NOS ÚLTIMOS ANOS, NO SEGMENTO DOS COMPONENTES ELÉTRICOS DE CONFORTO<br />
E CONTROLO. EM PORTUGAL, A PARCERIA COM A VIEIRA & FREITAS CONTA JÁ COM 20 ANOS<br />
por<br />
Jorge Flores<br />
Parceria da Vieira & Freitas há já duas déca<strong>das</strong>,<br />
a Meat & Doria dispõe de uma multiplicidade<br />
de produtos em catálogo, embora,<br />
nos últimos anos, tenha centrado atenções na<br />
gama de componentes elétricos na área do conforto<br />
e controlo. Contudo, para melhor entendermos<br />
a origem da marca italiana, é preciso recuar até à<br />
década de 40 e separar os dois nomes. A M.E.A.T.<br />
foi criada em 1945 e, no início dos anos 50, iniciou<br />
a produção <strong>das</strong> primeiras peças de reparação<br />
de carburador. Em 1985, a D.O.RI.A., empresa de<br />
produção de filtros de combustível, foi incorporada.<br />
A partir desse momento, a empresa desenvolveu-se<br />
em duas direções (carburação e filtros),<br />
envolvendo hoje, peças de reparação para injeção<br />
de combustível, com a mais-valia da produção<br />
avançada de filtros. Foi o arranque de uma nova<br />
fase de sucesso.<br />
Parceria com 20 anos<br />
No final dos anos 90, com a ambição de tornar-<br />
-se numa empresa de referência no setor <strong>das</strong> peças<br />
elétricas, criou a gama geral Meat & Doria special<br />
parts, tendo, ao mesmo tempo, aumentando a sua<br />
gama de material. Mais tarde, já em 2010, o grupo<br />
lança as primeiras peças de gestão de motor e<br />
válvulas EGR, com a colaboração mais próxima<br />
de fornecedores e fabricantes de veículos, consolidando,<br />
cada vez mais, os seus negócios em vários<br />
países, através do estabelecimento de acordos de<br />
distribuição com empresas de referência no mercado.<br />
Nesse mesmo ano de 2000, era também es-<br />
tabelecida, em Portugal, a parceria com a Vieira &<br />
Freitas Lda. Destes 20 anos de relação, de resto,<br />
nasceu “uma <strong>das</strong> melhor sucedi<strong>das</strong> parcerias da<br />
marca na Europa”, garante fonte da empresa sediada<br />
em Braga.<br />
Hoje, estão no mercado nacional mais de 20 mil<br />
referências de elevada qualidade, desde turbocompressores<br />
a “simples” anilhas de injetores. A gama<br />
da Meat & Doria gama passa por admissão, bobines,<br />
gestão de motor, sensores de todos os tipos.<br />
Além desta oferta, nos últimos anos, o grupo apostou<br />
forte na sua gama elétrica de conforto e controlo,<br />
nomeadamente comutadores, interruptores<br />
e fechos de porta e vidros, aumentando, uma vez<br />
mais, a sua oferta e aliando, de forma crescente, a<br />
qualidade às necessidades do mercado. l<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 39
Mundo<br />
EMPRESAS<br />
Automóvel<br />
DOGA PARTS<br />
QUALIDADE ORIGINAL,<br />
EXPERIÊNCIA E<br />
COMPROMISSO<br />
COM A INAUGURAÇÃO DE UM NOVO ARMAZÉM, PERTO<br />
DE BARCELONA, A DOGA PARTS AUMENTOU A SUA<br />
CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO, TORNOU-SE<br />
MAIS EFICIENTE NA RAPIDEZ DE ENTREGA<br />
DE ENCOMENDAS AOS CLIENTES E OTIMIZOU<br />
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS LINHAS<br />
DE PRODUTO<br />
por<br />
João Vieira
A<br />
Doga é uma empresa familiar que foi fundada<br />
em Barcelona, no ano de 1958. Projeta<br />
e fabrica equipamentos para limpa<br />
para-brisa, depósitos, ventiladores elétricos, molas<br />
pneumáticas, elevadores de vidros e motores elétricos,<br />
além de componentes metálicos. Atualmente,<br />
dispõe de três unidades de produção em Espanha<br />
(Abrera, Navarra e Martorell), além de um centro<br />
técnico localizado em Abrera. Globalmente, tem<br />
fábricas na China, Itália, Tanger, Índia, EUA, Brasil<br />
e México. Exporta os seus produtos para mais<br />
de 70 países e está presente em vários mercados,<br />
nomeadamente de veículos ligeiros, industriais,<br />
pesados e autocarros, máquinas agrícolas, barcos<br />
e motociclos.<br />
Relativamente à Doga Parts, é a divisão de pós-<br />
-venda do Grupo Doga e comercializa produtos<br />
sob esta mesma marca para o mercado de pós-venda<br />
global. Iniciou atividade sob o nome de Abrinsa,<br />
em 1998, como uma empresa local. Em meados<br />
do ano 2000, mudou-se para instalações novas e<br />
maiores. A pouco e pouco, passou de uma empresa<br />
Tempos de pandemia<br />
Em meados de março, a atividade comercial começou<br />
a diminuir, forçando a administração a<br />
apresentar um ERTE (programa de ajuda financeira)<br />
para toda a sua força de trabalho de forma<br />
intermitente. Dessa forma, a empresa permaneem<br />
novas linhas de produto e aumentar a eficiência<br />
para melhorar o atendimento ao cliente. A empresa<br />
fez um grande investimento neste projeto,<br />
construindo um armazém industrial com mais de<br />
5.000 m 2 ”, acrescenta.<br />
O armazém está localizado na nova área industrial<br />
na cidade de Castellolí, ao lado de uma <strong>das</strong> principais<br />
vias de comunicação da região e a 30 minutos<br />
de Barcelona. A estrutura de armazenamento e picking<br />
é totalmente nova e dimensionada para a atividade<br />
atual da empresa, permitindo-a crescer em<br />
novas famílias de produto. A nível de conectividade,<br />
foram utiliza<strong>das</strong> as mais recentes tecnologias para<br />
as áreas de armazém e escritórios, o que facilita a<br />
interação num armazém altamente informatizado.<br />
Portefólio completo<br />
Atualmente, a Doga Parts comercializa toda a<br />
gama de equipamentos de limpa para-brisas (escovas,<br />
braços, motores e acessórios), depósitos,<br />
ventiladores elétricos, molas pneumáticas com<br />
uma gama específica para turismo e uma gama<br />
série de valores, missões e objetivos que definem a<br />
cultura organizacional da empresa, a qual é transmitida<br />
a todos os colaboradores, clientes e fornecedores.<br />
O que a diferencia na essência é a procura<br />
constante pela excelência no atendimento. “Os<br />
clientes valorizam a transparência e a honestidade<br />
no relacionamento, além da nossa obsessão pela<br />
melhoria contínua dos processos, cumprimento<br />
de compromissos e proximidade da equipa para<br />
responder às suas necessidades. Ninguém consegue<br />
prever o que o futuro nos reserva, mas o que<br />
sabemos é que, na Doga Parts, queremos continuar<br />
a trabalhar com paixão, cuidando de todos os<br />
detalhes. Este é o nosso desafio pessoal,” assegura<br />
Roger Palacín.<br />
local para começar a exportar globalmente. No início<br />
de 2013, decidiu rumar a novas infraestruturas,<br />
com 2.500 m 2 de área, tornando-se a marca, definitivamente,<br />
na Doga. As exportações começaram<br />
a ter a mesma importância do mercado nacional.<br />
Com uma evolução e um crescimento constantes,<br />
no início deste ano mudou novamente de instalações.<br />
Hoje, a exportação supera a expressão que<br />
tem o mercado nacional.<br />
Capacidade reforçada<br />
Em meados de 2017, as antigas instalações da<br />
Doga Parts, localiza<strong>das</strong> em Esparreguera, começaram<br />
a acusar problemas de falta de espaço para<br />
armazenamento e, consequentemente, de operação.<br />
“Tínhamos cerca de 3.800 m 2 , divididos em<br />
quatro áreas, que permaneciam em quatro níveis<br />
diferentes, o que dificultava a operação. O pouco<br />
espaço de armazenamento impediu-nos de crescer<br />
como queríamos em novas linhas de produto”, explica<br />
Roger Palacín, diretor de marketing. “O novo<br />
armazém permite ter maior stock de peças, crescer<br />
universal para a indústria, elevadores de vidros<br />
para veículos ligeiros e pesados, motores elétricos.<br />
A empresa aproveita a experiência acumulada de<br />
mais de 60 anos enquanto fabricante de primeiro<br />
equipamento da Doga. Para a marca, a qualidade<br />
do produto é inquestionável, mas o compromisso<br />
com o cliente é essencial, entendendo que as relações<br />
com os clientes devem estar longe de serem<br />
meras transações comerciais. A marca pretende<br />
ser um verdadeiro parceiro para os clientes e o objetivo<br />
é oferecer o melhor serviço desde todos os<br />
departamentos.<br />
O lema da Doga Parts é “Qualidade original, experiência<br />
e compromisso”. Qualidade original,<br />
porque os seus produtos são projetados para primeiro<br />
equipamento. Experiência, porque aproveita<br />
todo o background de fabricante para oferecê-lo<br />
ao mercado de pós-venda. Compromisso, porque<br />
quer ter relacionamentos duradouros e de qualidade<br />
com os clientes. Ao longo dos anos, a equipa da<br />
Doga Parts desenvolveu a sua própria identidade.<br />
Sendo uma equipa jovem e dinâmica, partilha uma<br />
ceu operacional durante toda a crise. No início de<br />
junho, o mercado começou a evidenciar sinais de<br />
adaptação a um “novo” normal e a atividade estava<br />
a aumentar. Desde o início da pandemia que a<br />
administração e o departamento de recursos humanos<br />
monitorizaram a crise, atualizando toda a<br />
informação. A empresa preparou manuais de boas<br />
práticas para o uso de espaços partilhados, a fim<br />
de garantir a segurança de todos os seus colaboradores<br />
em todos os momentos. Além disso, o teletrabalho<br />
foi possibilitado a todos os colaboradores<br />
que precisassem de conciliar a vida profissional e<br />
familiar nesses tempos difíceis.<br />
“Durante a crise, a maioria dos colaboradores esteve<br />
em regime de teletrabalho nas suas residências,<br />
reajustando-se a nível organizacional em tempo<br />
recorde, sem que nenhuma diferença fosse notada<br />
pelos clientes. No final de abril, aproveitámos a<br />
crise para mudar todo o stock <strong>das</strong> instalações antigas<br />
para as novas, de modo a que o cliente não percebesse<br />
nenhuma diferença na gestão diária dos<br />
seus pedidos. Numa situação normal, sem pandewww.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />
Julho/Agosto I 2020 41
Doga PARTS<br />
mia, esta operação ter-nos-ia custado muito mais”,<br />
refere Roger Palacín.<br />
Durante o Estado de Emergência, a Doga Parts colaborou<br />
na luta contra o novo coronavírus através<br />
do fornecimento de motores elétricos para o fabrico<br />
de ventiladores. “Foi uma iniciativa totalmente<br />
altruísta da parte da nossa divisão de engenharia,<br />
que, imediatamente, passou a colaborar com diferentes<br />
empresas envolvi<strong>das</strong> na construção de<br />
ventiladores. Durante este período, fornecemos os<br />
motores para as empresas dedica<strong>das</strong> a essa atividade<br />
de forma totalmente gratuita”, esclarece Roger<br />
Palacín. “No período de pós-confinamento que<br />
atravessamos, é essencial que os clientes saibam o<br />
quanto são importantes para a empresa e temos de<br />
dar prioridade aos seus interesses para manter a<br />
sua confiança e lealdade no futuro. Por isso, a primeira<br />
coisa que fizemos foi perguntar aos clientes<br />
o que eles necessitam. Queremos saber como se<br />
estão a preparar para o ‘novo normal’. A pandemia<br />
obrigou muitos a mudar os seus hábitos mais<br />
simples. Foi criado um novo cenário, que implica<br />
mudanças em todos os aspetos <strong>das</strong> nossas vi<strong>das</strong> e<br />
que inclui os clientes e as suas preocupações, que<br />
também são nossas”, acrescenta.<br />
Neste sentido, a empresa tentou encontrar ma-<br />
DOGA NO MERCADO PORTUGUÊS<br />
“TEMOS UMA META AMBICIOSA PARA PORTUGAL”,<br />
ALICIA MORILLAS, DIRETORA DE EXPORTAÇÃO<br />
presença da Doga no mercado português existe<br />
desde o início da marca. É verdade que essa<br />
A<br />
presença tem-se focado e expandindo,<br />
tornando-se conhecida não apenas pelo fabrico de sistemas<br />
limpa para-brisas OEM para autocarros, máquinas agrícolas,<br />
veículos pesados, industriais e algumas séries de veículos<br />
desportivos, mas, também, para o portefólio de turismo<br />
que a Doga Parts, divisão do Grupo Doga, especializada no<br />
mercado de reposição, oferece a esse setor. Falamos<br />
principalmente dos elevadores de vidros, molas<br />
pneumáticas e universais, escovas e ventiladores elétricos.<br />
Qual a importância do mercado português<br />
para a Doga Parts?<br />
Desde o início do projeto Doga Parts que o mercado<br />
português tem sido (e é) um objetivo a desenvolver. Aos<br />
poucos, temos incorporado importantes parceiros que nos<br />
fizeram ganhar presença em todo o território nacional.<br />
Atualmente, Portugal faz parte do nosso programa de<br />
internacionalização, focado no desenvolvimento devido<br />
ao seu grande potencial. Este programa de internacionalização fez<br />
com que deixássemos de integrar o mercado português na área<br />
de ven<strong>das</strong> da ibéria, introduzindo-o na área de exportação. Desta<br />
forma, acreditamos que podemos potenciá-lo de acordo com a<br />
nossa política de crescimento internacional.<br />
Quais as linhas de produto que vendem, atualmente,<br />
em Portugal?<br />
A Doga Parts dispõe de quatro linhas de produto que compõem<br />
a oferta de turismo: escovas limpa para-brisas, elevadores de<br />
vidros, molas específicas e universais e ventiladores elétricos,<br />
além da gama para veículos industriais. Atualmente, as<br />
quatro linhas de produto estão ativas em todo o país, sendo<br />
comercializa<strong>das</strong> por diferentes distribuidores especializados em<br />
cada uma delas e cuja cobertura é nacional. Hoje, a Doga Parts<br />
comercializa todos os seus produtos em Portugal, em maior<br />
ou menor escala. E continuamos a trabalhar para melhorar<br />
algumas <strong>das</strong> nossas linhas que, estamos seguros, podem ter<br />
maior aceitação no mercado devido à elevada procura e à falta de<br />
especialização. Este último fator é muito importante, pois a Doga<br />
A PRESENÇA DA DOGA NO MERCADO PORTUGUÊS, QUE EXISTE DESDE<br />
O INÍCIO DA MARCA, TEM-SE FOCADO E EXPANDINDO, TORNANDO-SE<br />
CONHECIDA PELO FABRICO DE COMPONENTES PARA DIVERSOS VEÍCULOS<br />
neiras de ajudá-los, desenvolvendo novas políticas<br />
flexíveis de ven<strong>das</strong> e cobrança, tentando adaptá-<br />
-las a cada uma <strong>das</strong> suas necessidades. Sabendo<br />
que o serviço e a entrega rápida <strong>das</strong> encomen<strong>das</strong><br />
são muito importantes no setor, a empresa também<br />
melhorou estes aspetos. “Em momentos como<br />
estes que estamos a viver, cada interação com os<br />
clientes é uma oportunidade de demonstrar os<br />
nossos princípios e valores, sendo fiéis à nossa<br />
marca e ao nosso propósito. É isso que queremos<br />
transmitir-lhes, para estar perto deles nestes tempos<br />
difíceis”, frisa Roger Palacín.<br />
Questionado sobre o futuro do aftermarket pós<br />
Covid-19, Roger Palacín afirma que “os cenários<br />
podem ser muito variados. Já vivemos outras crises,<br />
mas nunca experimentámos uma crise derivada<br />
de uma pandemia. O que é certo, é que to<strong>das</strong> as<br />
grandes crises são sempre acompanha<strong>das</strong> de novas<br />
oportunidades e mudanças, que podem abrir ou<br />
fechar portas. Apenas os mais preparados permanecerão<br />
e o futuro exigirá muito mais”. l<br />
42 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
Parts apresenta-se como especialista nas linhas de produto de<br />
que dispõe. E é isso que queremos transmitir aos nossos parceiros.<br />
Queremos dar valor acrescentado, não apenas por sermos<br />
fabricantes, mas, também, por termos elevado conhecimento<br />
<strong>das</strong> nossas gamas de produto, pela nossa capacidade de resposta<br />
e pelo serviço e qualidade do nosso programa, com gamas de<br />
produto constantemente atualiza<strong>das</strong> e adapta<strong>das</strong> à evolução do<br />
parque automóvel em cada país. Temos uma equipa de recursos<br />
humanos que trabalha, constantemente, em cada uma dessas<br />
gamas, de modo a oferecer as atualizações mais recentes, além<br />
de termos to<strong>das</strong> as informações disponíveis em plataformas<br />
online, como o TecDoc. Não nos podemos esquecer que as nossas<br />
famílias de produto são complexas de gerir, especialmente para<br />
os clientes. E esse serviço ajuda-os muito no desenvolvimento dos<br />
negócios.<br />
Como está estabelecida a vossa rede de distribuidores<br />
em Portugal?<br />
Historicamente, Portugal é um país com uma grande experiência<br />
de importação e com um sistema de distribuição baseado em<br />
grandes players. Esse sistema de distribuição evoluiu ao longo<br />
dos anos, com os distribuidores a criarem redes de oficinas e lojas<br />
próprias, o que nos levou a adaptar a oferta a esta nova realidade.<br />
Alguns distribuidores colaboram com grupos de compras em<br />
Espanha, com os quais já mantemos um relacionamento próximo<br />
há vários anos. Atualmente, como resultado dos nossos acordos<br />
globais com esses grupos de compras espanhóis, podemos integrálos<br />
na nossa rede de distribuição atual. Aos poucos, estamos a<br />
construir uma rede de distribuição que se baseia na especialização,<br />
onde os parceiros atuais e futuros partilham a nossa metodologia<br />
de trabalho para que a distribuição em Portugal da marca<br />
Doga tenha uma estrutura clara, cuja base seja trabalhar com<br />
distribuidores que procuram o mesmo do que nós. Atualmente,<br />
trabalham apenas uma <strong>das</strong> nossas famílias de produto, seja pelo<br />
seu perfil de distribuição ou especialização. Mas a nossa intenção<br />
é aumentar a presença da marca, potenciando a estrutura que<br />
criámos ao longo dos anos e desenvolvendo a marca globalmente.<br />
Continuamos na mesma linha de não querer atomizar a marca com<br />
muitos distribuidores, mas com colaborações de confiança, para<br />
que, juntos, possamos desenvolver a marca Doga. A nossa intenção<br />
é adaptarmo-nos à evolução da distribuição de peças aftermarket<br />
em Portugal, colaborando com parceiros especializados nas nossas<br />
gamas de produtos e alcançando o reconhecimento da marca<br />
graças a essas parcerias.<br />
Como avalia o desempenho da marca no nosso país<br />
nos últimos anos?<br />
Podemos dizer que a evolução é muito satisfatória nos últimos<br />
anos. Ganhámos presença e notoriedade graças às colaborações<br />
com os clientes. Temos uma meta ambiciosa para Portugal, porque<br />
acreditamos no projeto e acreditamos no potencial do país e na<br />
capacidade de desenvolvimento dos nossos produtos. Estamos<br />
convencidos de que a recetividade <strong>das</strong> nossas linhas de produto é<br />
muito boa e, trabalhando duro, podemos obter melhores resultados.<br />
Quais são os objetivos da Doga Parts para Portugal?<br />
A Doga Parts tem um objetivo comum a todos os mercados<br />
presentes e futuros. Uma vez que estamos presentes, devemos<br />
ganhar notoriedade, algo que é alcançado ao longo do tempo,<br />
demonstrando a nossa capacidade de trabalho, serviço e<br />
proximidade junto do distribuidor e dos seus clientes, embora seja<br />
verdade que Portugal tem uma importância especial, porque é um<br />
mercado que estamos a desenvolver há algum tempo. Os nossos<br />
objetivos para 2020/2021 passam por aumentar a presença da<br />
nossa linha de elevadores de vidros, alcançando uma distribuição<br />
abrangente em todo o território, iniciar a distribuição <strong>das</strong> molas<br />
universais, cuja gama incorporámos recentemente, e finalmente,<br />
encontrar distribuidores para a linha de ventiladores elétricos, que<br />
atualizamos, melhorando a oferta e o serviço. Por tudo isso, as<br />
novas instalações são uma grande ajuda, pois temos uma grande<br />
capacidade de armazenamento que nos permitirá responder<br />
rapidamente, melhorando os prazos de entrega. l<br />
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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 43
NOTÍCIAS // PEÇAS E EQUIPAMENTOS À MEDIDA DE CADA NEGÓCIO<br />
Produto<br />
TEXA<br />
APRESENTA AXONE NEMO 2<br />
AXONE NEMO 2, a nova versão do famoso monitor de diagnóstico da<br />
TEXA, um best-seller histórico com mais de 15.000 exemplares vendidos<br />
em todo o mundo, apresenta-se mais rápida e poderosa, garantindo<br />
intervenções completas e precisas. O AXONE NEMO 2 dispõe de um<br />
ecrã de 12” com uma resolução de 2160 x 1440, protegido por vidro Gorilla<br />
Glass, perfeitamente visível, mesmo submetido a luz solar intensa. Conta com<br />
sistema operativo Windows 10 Enterprise, que funciona com um processador<br />
Intel Pentium Quad Core N5000, com 8 GB de RAM DDR4 e 250 GB SSD<br />
PCle de armazenamento. A conectividade é garantida por um avançado sistema<br />
wi-fi de canal duplo e um módulo de Bluetooth 4.2. Outros recursos a<br />
destacar são a existência de duas câmaras, uma frontal de 2 megapixéis e uma<br />
traseira de 13 megapixéis, com flash e focagem automática, úteis para elaborar<br />
relatórios detalhados para os clientes ou enviar fotos para obter assistência<br />
técnica. Graças ao seu poderoso hardware e software IDC5, o AXONE NEMO<br />
2 é muito rápido, sendo capaz de melhorar ainda mais as excelentes prestações<br />
que caracterizaram a geração anterior. Dada a crescente presença da eletrónica<br />
nos veículos, a sua elevada velocidade de cálculo representa uma ajuda muito<br />
importante para o técnico da reparação.<br />
44 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
NOVO GERADOR DE OZONO SANITIZER<br />
PCC | Devido ao contexto atual, a desinfeção irá, possivelmente, tornar-se na manutenção mais comum<br />
num veículo. <strong>Oficinas</strong> de reparação automóvel, empresas de aluguer de viaturas, empresas de transporte,<br />
centros de lavagem automóvel e estações de serviço, devem, necessariamente, oferecer este processo aos<br />
clientes. Perante um panorama caracterizado por muitos equipamentos improvisados, a PCC oferece uma<br />
linha altamente profissional, expressamente desenvolvida para o mercado automóvel. O SANITIZER consiste<br />
num equipamento repleto de recursos e funções exclusivas para eliminar bactérias e vírus. Atualmente, o<br />
SNT-O3 é o único gerador de ozono existente para veículos no mercado, garantindo a qualidade correta do ar<br />
antes da entrega do veículo, protegendo, assim, os seus proprietários e os profissionais da oficina.<br />
FÓRMULAS COM APROVAÇÃO RENAULT<br />
Wolf Lubricants | Apesar <strong>das</strong> condições difíceis a nível global, a Wolf Lubricants<br />
continua a inovar para encontrar os produtos certos para os seus clientes. Hoje, tornou-se<br />
num dos primeiros produtores independentes a lançar os óleos de motor com aprovação<br />
RN17 para os veículos Renault. Cria<strong>das</strong> em 2018, as normas RN17 são uma consolidação<br />
e revisão <strong>das</strong> especificações de fluidos RN0700, RN0710 e RN0720, fornecendo aos<br />
distribuidores e oficinas, de igual modo, soluções únicas e simples. É neste âmbito que a<br />
Wolf Lubricants pode oferecer dois produtos inovadores: 65635 OFFICIALTECH 0W20 C5<br />
RFE (com aprovação RN17 FE) e 65637 OFFICIALTECH 5W30 C3 RN (com aprovação RN17).<br />
Estas adições mais recentes à gama abrangente da Wolf Lubricants são a prova de que a<br />
marca acompanha de perto o mercado dos lubrificantes, identificando e satisfazendo as<br />
necessidades dos clientes à medida que estas se desenvolvem.<br />
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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Junho I 2020 45
Notícias<br />
Produto<br />
FIAMM<br />
NOVA GAMA DE BATERIAS POWERCUBE AGM<br />
As novidades relaciona<strong>das</strong> com o desenvolvimento tecnológico dos veículos<br />
comerciais mais recentes, determinaram um aumento da necessidade<br />
energética dos mesmos, uma tendência crescente nos últimos anos. A<br />
acumulação e conservação de energia tornaram-se tópicos urgentes. No que diz<br />
respeito às baterias de arranque, esta necessidade gerou um aumento importante<br />
relativamente aos requisitos de funcionalidade, duração e fiabilidade do produto.<br />
O resultado dos esforços contínuos da divisão de pesquisa e desenvolvimento<br />
de produtos da FIAMM deu origem à produção dos acumuladores powerCUBE<br />
AGM. O elevado desempenho da powerCUBE AGM deve-se, de facto, ao sistema<br />
AGM (Absorbent Glass Material). Esta nova e diferente tecnologia, comparada<br />
àquela que é encontrada nas baterias tradicionais, aproveita o princípio da recombinação<br />
de gás, um sistema simples mas que requer uma grande precisão<br />
construtiva e seleções precisas dos componentes. Há muitos benefícios como a<br />
redução da autodescarga, alta resistência a vibrações, duração superior aos ciclos<br />
de carga/descarga e superior potência de arranque. Além disso, as baterias<br />
powerCUBE AGM são totalmente sela<strong>das</strong> e isentas de manutenção.<br />
FILTROS DA MARCA WIX<br />
Autozitânia | A Autozitânia aumentou a sua<br />
gama de produtos com a chegada dos filtros WIX,<br />
dando continuidade à sua estratégia de aumento<br />
de portefólio, com filtros de qualidade reconhecida<br />
ao melhor preço. Os filtros da marca WIX abrangem<br />
cerca de 97% do parque automóvel europeu e contam<br />
com cerca de 16.000 referências disponíveis, tendo<br />
como compromisso a fiabilidade e proteção confiável<br />
em toda a sua vida útil recomendada. A inovar<br />
desde 1939, a WIX Filters disponibiliza produtos de<br />
qualidade ao melhor preço para o aftermarket, com o<br />
selo de garantia da MANN+HUMMEL, sendo sujeitos<br />
a elevados testes laboratoriais e cumprindo to<strong>das</strong> as<br />
normas e especificações em vigor.<br />
PORTEFÓLIO REFORÇADO<br />
Krautli portugal | Com o tempo quente, a KRAUTLI<br />
Portugal preparou a época de verão, reforçando o seu portefólio<br />
de peças e sistemas na gama de ar condicionado e climatização.<br />
A empresa oferece, agora, uma gama atualizada de produtos<br />
químicos e ferramentas <strong>das</strong> marcas ERRECOM e EA CLIMA. O produto<br />
estrela da ERRECOM é o nebulizador ultrassónico Atom Machine,<br />
desenvolvido para pulverizar um líquido onde os vapores resultantes<br />
são distribuídos pelo veículo de modo a higienizar e desodorizar<br />
quer o cockpit quer o sistema de ar condicionado. Trata-se de uma<br />
solução eficaz e económica de higienização e desodorização. Além<br />
disso, oferece vários componentes para reparação de compressores<br />
da EA CLIMA, incluindo polias de embraiagem para compressores de<br />
ar condicionado, bobinas eletromagnéticas, válvulas de controlo e<br />
resistências de ventilador, entre muitos outros componentes.<br />
AIR CONDITIONER CLEANER<br />
SPANJAARD | A marca distribuída em Portugal<br />
pela ADIR-Viseu lançou no mercado um novo produto<br />
para limpeza e esterilização (bactericida e fungicida)<br />
do ar condicionado com aroma fresco a limpo e<br />
bastante duradouro. A aplicação do produto é bastante<br />
fácil. A saber:<br />
1. Ligue o ar condicionado da viatura no máximo;<br />
2. Localize o filtro do habitáculo;<br />
3. Agite sempre antes de usar;<br />
4. Aplique a espuma antibatérias e antifungos;<br />
5. Deslique o motor da viatura após cinco minutos;<br />
6. O veículo está limpo e desinfetado.<br />
O vídeo de aplicação do produto pode ser visto no<br />
canal de YouTube da Spanjaard.<br />
46 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
NOVA GAMA DE PINÇAS DE TRAVÃO<br />
AUTO Recto | Ao todo, são nada menos do que 217 novas referências de stock inicial. Trata-se de<br />
uma nova linha de produtos da Elstock, uma marca exclusiva da Auto Recto em Portugal. A empresa passa,<br />
agora, a incluir na sua oferta pinças de travão, linha de produto que é disponibilizada pela primeira vez. A<br />
empresa sediada em Ermesinde considera aliás, que se trata de “uma gama que vale a pena investir de forma<br />
complementar, já que a firma é especialista de referência no ramo elétrico em Portugal”. A adição de novas<br />
referências é feita de acordo com diferentes critérios de seleção, sendo a qualidade do produto um fator<br />
determinante para o investimento realizado.<br />
PRODUÇÃO DE PASTILHAS SEM COBRE<br />
Comline | A marca britânica reafirmou o seu compromisso de produzir pastilhas<br />
sem cobre com o anúncio da classificação “N” da Automotive Aftermarket Supplier<br />
Association (AASA). Esta classificação confirma as pastilhas de travão da Comline como<br />
contendo menos de 0,5% de cobre em peso e permite que a marca use o ícone AASA<br />
LeafMarkTM ‘N’ na promoção da sua ampla gama de pastilhas de travão de to<strong>das</strong> as<br />
marcas. O trabalho da Comline em direção à erradicação do cobre <strong>das</strong> formulações de<br />
pastilhas de travão, data de 2016 após os estudos ambientais realizados na Califórnia<br />
e no estado de Washington. Grupos e reguladores nessas regiões demonstraram,<br />
claramente, que o desgaste <strong>das</strong> pastilhas de travão tradicionais fazia com que o cobre<br />
e outros materiais fossem despejados nas estra<strong>das</strong>, consequentemente poluindo<br />
riachos, rios e o ecossistema marinho em geral. A certificação ‘N’ classificada no AASA<br />
LeafMarkTM defende o compromisso contínuo da Comline em produzir pastilhas de<br />
travão sem cobre.<br />
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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Junho I 2020 47
Notícias<br />
Produto<br />
www.nelsontripa.pt<br />
NOVO PROGRAMA DE BOMBas DE COMBUSTÍVEL<br />
Delphi Technologies | Com mais de 80 anos de experiência de equipamento original<br />
em sistemas de injeção de combustível, o seu novo programa de gestão de combustível incorpora<br />
bombas e módulos de combustível multimarca, incluindo o último em conceção destes produtos.<br />
Disponibilizando ao aftermarket uma nova solução integral concebida em função <strong>das</strong> necessidades<br />
dos clientes, as oficinas independentes podem oferecer uma reparação de sistemas de combustível<br />
profissional e com qualidade de equipamento original, independentemente do veículo. Ao combinar<br />
o melhor de ambos os fatores, uma grande experiência de equipamento original e umas soluções<br />
inovadoras de aftermarket, agora a Delphi pode atender a to<strong>das</strong> as necessidades dos clientes<br />
relativas a produtos, testes e formação com uma única solução integral.<br />
FLUIDO PARA TRANSMISSÕES MERCEDES-BENZ<br />
FUCHS | A empresa anunciou o lançamento do novo fluido de performance premium para<br />
transmissões automáticas, designado TITAN ATF 9134 FE. Este novo fluido foi especialmente<br />
desenvolvido para transmissões automáticas de nove velocidades da Mercedes-Benz da série 725.0<br />
(9G-Tronic ou NAG III) e proporciona economia de combustível inovadora. Com a utilização do TITAN<br />
ATF 9134 FE, é conseguido o máximo conforto na condução com uma dinâmica melhorada devido<br />
a mudanças de velocidade rápi<strong>das</strong>. A nova geração de transmissões automáticas da Mercedes-Benz<br />
alcançou economias de combustível na ordem dos 6,5% em comparação com o modelo antecessor<br />
7G-Tronic Plus. A chave para esta economia de combustível é a utilização de duas bombas de óleo<br />
para fornecimento de óleo, bem como a redução adicional <strong>das</strong> per<strong>das</strong> por atrito na transmissão,<br />
que é conseguida devido à baixa viscosidade do óleo.<br />
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Rua Fernando Vicente - Armazém 15 - 2560-677 Torres Vedras<br />
48 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />
Telefone: +351 261 335 050 - E-mail: geral@nelsontripa.pt<br />
GPS - N39.094609 - W009.251526
Passo a Passo<br />
Colaboração<br />
Centro ZARAGOZA<br />
www.centro-zaragoza.com<br />
1<br />
Preparação da<br />
máquina de rebitar<br />
e dos rebites<br />
REBITAGEM DE UM REBITE FLOW FORM<br />
NESTE PASSO A PASSO, VAMOS DESCREVER O PROCESSO DE REBITAGEM DE UM REBITE FLOW FORM. TRATA-SE DE UM TIPO<br />
DE REBITE QUE TAMBÉM É UTILIZADO NA REPARAÇÃO DE CARROÇARIAS DE ALUMÍNIO, O QUAL REQUER QUE SEJA REALIZADA,<br />
PREVIAMENTE, UMA PERFURAÇÃO DE AMBAS AS CHAPAS A UNIR, PARA, EM SEGUIDA, CRAVAR O REBITE<br />
2<br />
5 8<br />
9<br />
Colocação <strong>das</strong> ferramentas para<br />
extrair rebites e ajuste da máquina<br />
de rebitar<br />
Colocação <strong>das</strong> ferramentas para<br />
perfuração, ajuste e alargamento<br />
Colocação do rebite<br />
Estampagem do rebite Flow Form<br />
3 6 10<br />
Extração do rebite autoperfurante<br />
antigo<br />
Realização do orifício<br />
4 7<br />
Colocação e ajuste <strong>das</strong> ferramentas<br />
para aplanamento da superfície da aba<br />
Colocação <strong>das</strong> ferramentas<br />
para cravar o rebite Flow Form<br />
Vista final do rebite (zonas dianteira e traseira)<br />
50 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
Classificados<br />
09mod_APMariaPia_vw_2016.pdf 2 17/07/19 11:55<br />
AUTO PEÇAS MARIA PIA, LDA<br />
“Com 25 anos de experiência”<br />
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Técnica<br />
&Serviço<br />
REPARAÇÃO DE PAINÉIS DE CARROÇARIA<br />
PROVA PERICIAL<br />
REPARAR OS DANOS SOFRIDOS NOS PAINÉIS EXTERIORES DO VEÍCULO É, SEM DÚVIDA,<br />
UMA DAS OPERAÇÕES MAIS FREQUENTES DO BATE-CHAPA. DIVERSOS FATORES, COMO O TAMANHO,<br />
O TIPO E A FORMA DOS DANOS OU A LOCALIZAÇÃO DOS MESMOS, PODEM, CONTUDO, DIFICULTAR,<br />
EM GRANDE MEDIDA, A SUA REPARAÇÃO<br />
A<br />
habilidade e a experiência do<br />
profissional assumem um<br />
papel crucial para se conseguir<br />
um bom acabamento estético<br />
e, simultaneamente, um tempo de<br />
reparação produtivo. O design dos<br />
veículos surpreende-nos continuamente.<br />
A combinação de linhas curvas<br />
e arestas pronuncia<strong>das</strong> em cada<br />
modelo faz-se com esmero para não<br />
deixar indiferentes os utilizadores e<br />
os amantes dos motores. Estes designs,<br />
para além de procurarem um<br />
objetivo estético, têm como missão<br />
melhorar a rigidez de cada uma <strong>das</strong><br />
peças que compõem o exterior do<br />
veículo, contribuindo para manter a<br />
aerodinâmica durante a deslocação<br />
deste.<br />
Perante panca<strong>das</strong> pequenas e médias,<br />
os painéis exteriores acabam<br />
por sofrer deformações permanentes<br />
ou mossas não pretendi<strong>das</strong> pelos<br />
clientes e exigem a destreza do<br />
técnico de chapa para a sua eliminação.<br />
Em função do tipo de danos<br />
provocados, do tamanho e <strong>das</strong> linhas<br />
da peça, será possível a sua reparação<br />
ou, porventura, seja conveniente<br />
optar pela substituição da peça. Na<br />
atualidade, dada a situação ambiental,<br />
a recuperação de peças através da<br />
sua reparação é uma opção a ter sempre<br />
em conta, porque contribui para<br />
a sustentabilidade ambiental. Pequenas<br />
ações como esta vão contribuindo<br />
para a concretização de objetivos<br />
maiores. No momento de analisar a<br />
peça sinistrada e decidir se a mesma<br />
deve ser substituída ou reparada, o<br />
técnico deve ter em conta diferentes<br />
aspetos, tais como:<br />
• A dimensão, a forma dos danos e<br />
a possibilidade de se recuperar a<br />
linha original da peça;<br />
A funcionalidade e a importância da<br />
peça na carroçaria;<br />
• O acesso à zona de trabalho segundo<br />
as ferramentas de reparação<br />
disponíveis;<br />
• O aspeto económico entre as duas<br />
opções: substituição ou reparação;<br />
Contributo para a sustentabilidade.<br />
Não obstante, a solução adotada deverá<br />
ajustar-se sempre ao duplo re-<br />
52 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
Colaboração Centro ZARAGOZA<br />
www.centro-zaragoza.com<br />
quisito de manter a estética original<br />
do veículo e a segurança do mesmo.<br />
Batimento ou martelagem<br />
Costuma ser a técnica mais rápida<br />
para remover uma mossa e restabelecer<br />
a forma original da superfície da<br />
peça. É necessário dispor de acesso<br />
aos danos por ambos os lados da superfície<br />
e permite remover múltiplos<br />
tipos e tamanhos de danos. Consiste<br />
em bater na deformação com ferramentas<br />
manuais, como martelos<br />
ou alavancas. A operação consiste<br />
em bater na zona convexa com um<br />
martelo e na zona côncava coloca-se<br />
o tais ou encontrador como apoio,<br />
marcando a linha de base.<br />
A habilidade e experiência do bate-<br />
-chapa são primordiais para se recuperar<br />
a forma da chapa de modo<br />
eficiente e conseguir-se um bom<br />
acabamento no qual a aplicação de<br />
massa seja mínima. Deformações<br />
complexas podem requerer o trabalho<br />
de bate-chapas com uma grande<br />
experiência ou destreza. Como ferramentas<br />
de impacto, são utilizados<br />
diferentes tipos de martelos, colheres<br />
ou alavancas. E, como ferramentas<br />
de apoio, os tais ou encontradores.<br />
To<strong>das</strong> elas com diferentes formas<br />
para uma melhor adaptação ao tipo<br />
de impacto e à forma da superfície<br />
trabalhada.<br />
Dispor de um jogo diversificado de<br />
ferramentas facilita e reduz o tempo<br />
de trabalho do bate-chapa. É importante<br />
a escolha adequada dos martelos<br />
e dos tais de acordo com a curva-<br />
A ELIMINAÇÃO DE DEFORMAÇÕES ATRAVÉS DOS DISPOSITIVOS<br />
DE TRAÇÃO EXTERIOR REDUZ OS TEMPOS DE TRABALHO, AO EVITAR<br />
A DESMONTAGEM DE ACESSÓRIOS OU OUTRAS PEÇAS<br />
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que proporcionam um acabamento perfeito. Em segundo,<br />
mais eficiência, graças à secagem excecionalmente rápida<br />
e ao baixo consumo de energia a 40 ° C ou 20 ° C, o que<br />
pode reduzir significativamente os custos operacionais. Isto<br />
é realmente um desempenho fora de série.<br />
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NOVO<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 53
REPARAÇÃO<br />
DE PAINÉIS DE<br />
CARROÇARIA<br />
A HABILIDADE E A PRECISÃO DO PROFISSIONAL, EM CONJUNTO COM<br />
A FERRAMENTA ADEQUada, PERMITE OBTER REParaçÕES DE QUALIDADE<br />
tura da chapa que deve ser trabalhada. Um trabalho<br />
excessivo na zona danificada pode complicar a reparação<br />
e criar irregularidades e novas imperfeições<br />
na superfície. O processo de trabalho consta de três<br />
fases. A saber:<br />
1.ª - Restabelecimento “grosseiro” da superfície por<br />
martelagem até se recuperar a forma aproximada e<br />
a curvatura original da chapa;<br />
2.ª - Verificação do estado da superfície através de<br />
marcação (lixamento em cruz) de traços de controlo<br />
com lima de bate-chapa. Caso sejam deteta<strong>das</strong><br />
pequenas imperfeições, deverão ser revistas de<br />
novo através de martelagem para as corrigir. Será<br />
novamente realizada uma verificação de marcação<br />
para confirmar um bom acabamento na zona trabalhada;<br />
3.ª - Lixagem em torno da zona trabalhada para<br />
se obter uma transição perfeita para as superfícies<br />
adjacentes, de tal forma que o pintor possa conseguir,<br />
posteriormente, um bom acabamento.<br />
Ferramentas de tração<br />
Quando o acesso pela zona interior <strong>das</strong> peças não<br />
existe, é limitado ou implica a desmontagem de<br />
peças, guarnições ou acessórios que aumentam os<br />
tempos de trabalho, pode ser utilizada a técnica de<br />
remoção de mossas através de ferramentas de tração<br />
exterior. Este sistema de trabalho consiste em<br />
ancorar uma ferramenta (soldadura, adesivo) nas<br />
zonas profun<strong>das</strong> do lado exterior do dano e aplicar,<br />
através dela, esforços de tração à superfície até eliminar<br />
a depressão provocada pela mossa.<br />
Os equipamentos de soldadura por resistência elétrica<br />
para a remoção de mossas são uma <strong>das</strong> ferramentas<br />
fundamentais na oficina. A potência destes<br />
equipamentos ronda os 3.000 amperes, suficiente<br />
para soldar as pequenas ferramentas metálicas<br />
(anilhas, parafusos, estrelas, pontas, rebites) à<br />
superfície da chapa. A ferramenta de tração (martelo<br />
de inércia ou variantes deste) é ligada a estas<br />
pequenas ferramentas e, através do conjunto, aplica-se<br />
o esforço de tração para o exterior a fim de<br />
remover a mossa. A soldadura implica o lixamento<br />
da pintura, visto que é necessário soldar a ferramenta<br />
à chapa, mas permite eliminar danos de diferente<br />
tamanho e complexidade. As ferramentas<br />
solda<strong>das</strong> são retira<strong>das</strong> facilmente, realizando uma<br />
rotação sobre si mesmas.<br />
Estes equipamentos incorporam vários tipos de<br />
elétrodos: os específicos para soldar as ferramentas<br />
de estiramento e outros de ponta arredondada<br />
de cobre e grafite para realizar os trabalhos de recolha<br />
da chapa quando há estiramento do material.<br />
A oficina, dependendo do respetivo volume de<br />
trabalho, pode optar por dispor de um único equipamento<br />
de soldadura multifunções com potência<br />
para remoção de mossas da chapa e, também, para<br />
a união de peças de chapa à carroçaria em torno<br />
dos 6.500 amperes, para além de contar com um<br />
ou vários equipamentos mais pequenos e específicos<br />
para as tarefas de remoção de mossas e em<br />
torno dos 3.000 amperes.<br />
Também existem no mercado máquinas de soldar<br />
destina<strong>das</strong> a danos pequenos, tipo granizo ou semelhantes,<br />
nos quais se solda a ponta de um elétrodo<br />
que, posteriormente, é deslocado para trás<br />
extraindo a depressão do dano. Outras ferramentas<br />
servem-se de materiais que se colam através de<br />
adesivo e que não deterioram a pintura do veículo,<br />
sendo utiliza<strong>das</strong> para a extração no caso de pequenos<br />
danos, visto que apenas permitem realizar pequenas<br />
ações de tração. O material colado retira-se<br />
54 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
Nós damos uma mãozinha<br />
através da aplicação de produtos adequados para eliminar o<br />
adesivo, sem danificar a pintura.<br />
A RECUPERAÇÃO<br />
DE PEÇas atraVÉS DA SUA<br />
REPARAÇÃO CONTRIBUI<br />
PARA A SUSTENTABILIDADE<br />
DO AMBIENTE<br />
Varetas metálicas<br />
O sistema de pontas, alavancas ou varetas metálicas é utilizado<br />
para reparar pequenos danos produzidos principalmente<br />
por impactos de granizo, sem danificar a pintura original do<br />
veículo. Os danos reparáveis não devem apresentar um estiramento<br />
da chapa excessivo. Este processo de reparação exige<br />
habilidade e experiência no próprio processo de trabalho, sendo<br />
os trabalhos executados por técnicos especializados.<br />
O método é fundamentado na aplicação de ligeiras pressões<br />
ou impulsos em redor do dano (face interna do dano) através<br />
<strong>das</strong> pontas <strong>das</strong> varetas até que seja conseguida a recuperação<br />
da forma. Este sistema exige o acesso pelo lado interno<br />
da chapa deformada, pelo que, neste caso, é necessário realizar<br />
a desmontagem de guarnições e peças que impeçam o<br />
acesso. O equipamento é constituído por um jogo de varetas<br />
produzi<strong>das</strong> com aços especiais, com diferentes comprimentos<br />
e pontas (redon<strong>das</strong>, finas pontiagu<strong>das</strong>). Também é necessária<br />
uma fonte luminosa fluorescente que permita a visualização<br />
do estado e o acompanhamento do dano.<br />
Para a obtenção de qualidade nos processos de reparação de<br />
peças verifica-se a influência, fundamentalmente, de alguns<br />
aspetos, como a complexidade dos danos, o conjunto de ferramentas<br />
disponível na oficina e a experiência e habilidade do<br />
técnico bate-chapa. l<br />
C<br />
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I 2020 55
epintura<br />
ÁLVARO DE SOUSA BORREGO<br />
ASB ON THE ROAD<br />
FAZ AGORA UM ANO QUE A ÁLVARO DE SOUSA BORREGO LANÇOU O “ASB ON THE ROAD”, UM SERVIÇO<br />
CRIADO PARA SATISFAZER AS NECESSIDADES DOS CLIENTES A NÍVEL DE FORMAÇÃO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA.<br />
O BALANÇO NÃO PODIA SER MAIS POSITIVO por João Vieira
A<br />
aposta neste serviço sobre ro<strong>das</strong> prende-se<br />
com a crescente procura de formação direcionada,<br />
essencialmente, às questões<br />
com as quais as oficinas se deparam todos os dias.<br />
Com este novo serviço, a ASB está apta a responder<br />
localmente e de uma forma mais célere às necessidades<br />
dos clientes. Quando António Cardoso,<br />
colaborador da ASB, apresentou, há cerca de dois<br />
anos, o projeto “ASB on the road”, teve, desde logo,<br />
todo o apoio da administração da empresa para<br />
avançar. “No início, foi necessário desenvolver o<br />
lay-out que permitisse instalar todo o equipamento<br />
adequado às ações de formação e demonstração<br />
que iriamos realizar. Falámos com os nossos principais<br />
fornecedores, 3M e Spies Hecker, que apoiaram<br />
o projeto desde a primeira hora. Atualmente,<br />
dispomos de duas carrinhas totalmente equipa<strong>das</strong><br />
com consumíveis 3M para as ações de formação e<br />
demonstração”, disse António Cardoso.<br />
O serviço “ASB on the road” permite dar resposta<br />
quase imediata aos pedidos <strong>das</strong> oficinas, quer a nível<br />
de formação especializada, quer de assistência<br />
técnica ou consultoria. “Temos três técnicos certificados<br />
com o CCB, que estão habilitados a dar<br />
formação on-job, não sendo necessário os clientes<br />
terem de deslocar-se para fora do local de trabalho”,<br />
refere António Cardoso. Para além <strong>das</strong> ações<br />
e formação on-job, as carrinhas “ASB on the road”<br />
estão equipa<strong>das</strong> com todos os consumíveis utilizados<br />
na repintura de veículos, desde lixas a produtos<br />
de reparação e tratamento. Sempre que são<br />
lançados novos produtos, são realiza<strong>das</strong> demonstrações<br />
em vários clientes, não só para apresentar<br />
as novidades, mas, também, para recolher opiniões<br />
em relação às características e desempenho dos<br />
novos produtos. “O que mais gostamos de fazer e<br />
aquilo que o cliente necessita bastante é a implementação<br />
de um sistema completo de pintura, que<br />
inclui a lixagem, o mascaramento e o acabamento.<br />
E a carrinha permite apresentar, com detalhe, todo<br />
o processo”, explica António Cardoso.<br />
Com várias visitas diárias a diferentes clientes, o<br />
balanço de um ano de atividade do serviço “ASB on<br />
the road” é muito positivo. Mesmo durante a fase<br />
de confinamento provocada pela pandemia de Covid-19,<br />
a atividade <strong>das</strong> carrinhas manteve-se regular,<br />
com muitos pedidos de assistência e formação<br />
por parte <strong>das</strong> oficinas.<br />
Imagem fortalecida<br />
Para Ana Luísa Ribeiro, responsável de marketing,<br />
“o projeto ‘ASB on the road’ foi um desafio muito<br />
interessante, pois conseguimos concretizar o lema<br />
de ‘estar no lugar certo, à hora certa e no momento<br />
certo’. O cliente pede e nós respondemos o mais<br />
rápido possível e da forma mais eficiente. Trata-se<br />
de duas carrinhas que estão totalmente equipa<strong>das</strong><br />
e existem técnicos certificados sempre disponíveis<br />
para dar formação e assistência técnica personalizada,<br />
onde for preciso”. Uma <strong>das</strong> vantagens deste<br />
ÁLVARO DE SOUSA BORREGO<br />
Administradores Álvaro de Sousa e<br />
Fernanda do Carmo Santos<br />
Sede Av.ª General Roça<strong>das</strong>, n.° 70 A/C, 1199 -<br />
012 Lisboa<br />
Telefone 218 153 516<br />
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Email geral@asborrego.pt<br />
Site www.asborrego.pt<br />
serviço é facto de o cliente não necessitar de sair<br />
<strong>das</strong> suas instalações para ter formação técnica especializada,<br />
pois os técnicos da ASB vão dar essa<br />
formação diretamente na casa do cliente, com to<strong>das</strong><br />
as medi<strong>das</strong> de segurança exigi<strong>das</strong> pelo distanciamento<br />
social recomendado pela DGS.<br />
“O sucesso deste projeto resulta, em grande parte,<br />
do apoio prestado pela 3M, que disponibiliza<br />
todos os consumíveis de lixagem e polimento,<br />
assim como da Spies Hecker, que fornece toda a<br />
informação necessária para a oficina rentabilizar<br />
ao máximo o seu trabalho de repintura”, acrescenta<br />
Ana Luísa Ribeiro. O serviço “ASB on the road”<br />
é, de resto, muito valorizado pelos clientes, como<br />
dá conta José Pontes, da oficina J. Pontes, em Famões.<br />
“Para mim, trata-se de uma grande iniciativa.<br />
O técnico desloca-se às nossas instalações para<br />
dar formação e divulgar novos produtos. Esta ação<br />
ajuda a disciplinar o comprador, pois, muitas vezes,<br />
esquecemos que existem produtos específicos<br />
para determinado trabalho, que podem rentabilizar<br />
os nossos serviços. Há muitos anos que defendo<br />
este tipo de serviço, que permite transmitir<br />
conhecimentos aos profissionais sobre novas tecnologias<br />
e novos produtos. Até porque a maioria<br />
<strong>das</strong> vezes não temos tempo para nos deslocarmos<br />
a ações de formação e ficamos desatualizados. Precisamos<br />
de alguém que nos visite para ficarmos a<br />
par <strong>das</strong> novidades”.<br />
Futuro ambicioso<br />
O futuro do serviço “ASB on the road” revela-se<br />
promissor, pois há cada vez mais oficinas de colisão<br />
a solicitá-lo. “Vamos continuar a desenvolver<br />
o ‘ASB on the road’ com mais viaturas e recursos<br />
humanos, pois o mercado necessita deste tipo de<br />
serviço”, frisa Álvaro de Sousa, administrador da<br />
ASB. “O nosso grande objetivo é ajudar os profissionais<br />
com produtos e equipamentos adequados,<br />
de forma a alcançarem resultados de qualidade e<br />
rentáveis. Trabalhamos, há mais de 40 anos, com a<br />
marca de tintas Spies Hecker e com os consumíveis<br />
3M, que oferecem to<strong>das</strong> as garantias de qualidade.<br />
Orgulhamo-nos de cumprir com a promessa<br />
de responder, com a máxima rapidez e eficiência,<br />
a todos os pedidos. Conseguimos alcançar este resultado<br />
uma vez que contamos com uma equipa<br />
de profissionais que trabalha todos os dias neste<br />
sentido. Organização e planeamento são aspetos<br />
fundamentais para este resultado”, acrescenta. E<br />
conclui: “Precisamos de estar atentos à evolução<br />
da repintura automóvel e acompanhá-la. Sabemos<br />
que as marcas que representamos estão a apostar,<br />
cada vez mais, no desenvolvimento de produtos e<br />
sistemas que permitem a rentabilização do tempo<br />
com vista à eficiência energética e à otimização <strong>das</strong><br />
ferramentas digitais. A evolução tecnológica é o<br />
desafio que vai ditar o futuro do mercado da repintura<br />
automóvel”. l<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Julho/Agosto I 2020 57
epintura<br />
GRAVITYPAINT<br />
MUNDO MUDOU<br />
DE CORES<br />
O ANO DE 2020 COMEÇOU DA MELHOR MANEIRA PARA A GRAVITYPAINT. MAS, ENTRETANTO,<br />
O MUNDO “MUDOU DE CORES”, COM A PANDEMIA PROVOCADA PELA COVID-19, E A EMPRESA<br />
TEVE DE REAJUSTAR O SEU FOCO DE VENDAS PARA SUPERAR A CRISE por Jorge Flores<br />
O<br />
balanço dos primeiros quatro meses da atividade<br />
da GravityPaint em 2020 divide-se<br />
em “duas fases completamente distintas”,<br />
reconhece Mário Rui Ferreira, sócio-gerente da<br />
empresa. Duas cores antagonicamente opostas,<br />
no fundo, a descrever o mercado antes e durante<br />
a pandemia de Covid-19. “Em janeiro, fevereiro e<br />
nas duas primeiras semanas de março, íamos com<br />
uma dinâmica muito positiva, registando um crescimento<br />
interessante face a igual período do ano<br />
passado. Na segunda metade de março e no mês<br />
de abril, houve uma quebra abrupta nas ven<strong>das</strong> de<br />
produtos e equipamentos, ligeiramente compensada<br />
pela procura de máscaras, luvas, fatos e gel<br />
desinfetante, entre outros artigos, por parte dos<br />
atuais e de novos clientes”, salienta o responsável<br />
ao <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>. “Confesso que, perante este<br />
cenário, tivemos de reajustar todo o nosso planeamento<br />
comercial e de investimento idealizado para<br />
os próximos meses”, acrescenta.<br />
Na atividade da empresa, a marca Finixa continua<br />
a ter um papel principal nos “diferentes mercados<br />
em que estamos inseridos”, afirma Mário Rui Ferreira.<br />
“É um parceiro fantástico, que merece todo<br />
o nosso empenho, dedicação e agradecimento pelo<br />
voto de confiança que deram ao projeto que a GravityPaint<br />
tinha para o mercado nacional”, frisa. “A<br />
gama de produtos é extremamente ampla e tem<br />
uma excelente relação preço/qualidade/fiabilidade.<br />
A sua aceitação tem sido muito, muito positiva<br />
por parte dos profissionais com quem trabalhamos<br />
diariamente. Destaco o novo sistema de lixagem<br />
SharpWhite e os novos produtos com tecnologia<br />
UV”, acrescenta o responsável ao nosso jornal.<br />
ADN diferente<br />
A criação de uma rede de distribuição no norte do<br />
país continua a fazer “parte do planeamento comercial<br />
para 2020”, garante Mário Rui Ferreira. “Apesar<br />
de já termos quatro clientes para iniciar o projeto,<br />
decidimos, em conjunto, que iremos aguardar por<br />
tempos mais estáveis, no que diz respeito à situação<br />
sanitária do país”, explica o sócio-gerente. “De um<br />
modo geral, considero que o mercado da repintura<br />
automóvel tem excelentes profissionais, com um<br />
nível de exigência bastante elevado em relação aos<br />
produtos e equipamentos utilizados. O conceito<br />
Smart Repair e o Detalhe Automóvel têm vindo a<br />
GRAVITYPAINT<br />
Sócio-gerente Mário Rui Ferreira<br />
Sede Rua da Bica, 17, Núcleo Empresarial da<br />
Venda do Pinheiro II, Armazém AF, 2665 - 608<br />
Venda do Pinheiro<br />
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crescer nos últimos anos e estão cada vez a captar<br />
mais clientes”, acrescenta Mário Rui Ferreira.<br />
No entanto, além da crise provocada pelo novo<br />
coronavírus, o mercado da repintura sofre de um<br />
outro problema: a falta de mão de obra especializada.<br />
“A esmagadora maioria dos profissionais de<br />
repintura tem mais de 50/55 anos, e, brevemente,<br />
retirar-se-ão da atividade. E ao contrário do que<br />
acontece na mecânica, na mecatrónica e na eletricidade,<br />
o número de novos profissionais no setor<br />
da repintura é muito baixo”, avisa. “Questiono se<br />
tem sido feito o suficiente para captar o interesse<br />
dos jovens nesta profissão. Será que, a nível governamental,<br />
houve uma interpretação séria para<br />
esta situação e foi traçado um projeto de formação?<br />
Existem centros capacitados e equipados para<br />
formação no setor da colisão e que se encontram<br />
fechados há anos... Acho que este assunto merece<br />
uma reflexão profunda e uma resposta rápida por<br />
parte <strong>das</strong> entidades competentes”, diz.<br />
A GravityPaint sempre assumiu ter um “ADN diferente<br />
e inovador no mercado”. Mário Rui Ferreira<br />
explica o motivo: “Desde o início que apostamos<br />
em marcas premium, de forma a podermos apresentar<br />
as melhores soluções aos clientes; marcamos<br />
presença nos principais eventos do setor;<br />
organizamos os nossos próprios eventos com fornecedores<br />
e clientes; participamos em formações<br />
regularmente, entre outras atividades. Acreditamos<br />
que é este o nosso caminho e tudo continuaremos<br />
a fazer para merecer a confiança dos nossos<br />
parceiros”, remata o responsável da empresa. l<br />
58 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
A CRIAÇÃO DE UMA REDE DE DISTRIBUIÇÃO NO NORTE<br />
DO PAÍS CONTINUA A FAZER PARTE DO PLANEAMENTO<br />
COMERCIAL PARA 2020, DIZ MÁRIO RUI FERREIRA (À DTA.)
NOTÍCIAS // A ÁREA MAIS COLORIDA DO AFTERMARKET<br />
repintura<br />
CROMAX<br />
AJUDA A VOLtar AO TRABALHO<br />
medida que algumas <strong>das</strong> ordens para ficar em<br />
À casa são levanta<strong>das</strong> cautelosamente na Europa,<br />
as oficinas estão a começar a voltar ao trabalho. Com<br />
muitos governos a recomendarem às pessoas que evitem<br />
utilizar os transportes públicos, o uso de veículos<br />
privados vai aumentar num futuro próximo, o que<br />
pode significar mais trabalho para as oficinas. Mas<br />
numa altura de distanciamento social, isto coloca vários<br />
desafios. A Cromax tem a produtividade no seu<br />
cerne, pelo que as oficinas estão bem prepara<strong>das</strong> para<br />
enfrentar esses desafios. “A combinação de carros a<br />
serem reparados e as medi<strong>das</strong> de distanciamento social<br />
significa que as oficinas precisam de trabalhar de<br />
forma mais inteligente, principalmente quando não<br />
têm uma equipa de colaboradores completa. Mas<br />
graças ao nosso foco na produtividade e inovação, nos<br />
últimos dois anos introduzimos várias ferramentas e<br />
sistemas de poupança de tempo, material e energia<br />
que visam apoiar as nossas oficinas e que se adaptam<br />
na perfeição a alguns dos desafios que as oficinas estão<br />
a enfrentar atualmente à medida que começam<br />
a retomar uma certa normalidade,” afirmou Thomas<br />
Cool, training & technical service leader da Cromax<br />
na Europa, Médio Oriente e África (EMEA).<br />
60 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
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BASF Coatings Portugal | Através <strong>das</strong> equipas <strong>das</strong> suas marcas, R-M<br />
e Glasurit, a empresa disponibiliza um leque alargado de soluções para proteção de<br />
colaboradores e oficinas, bem como de desinfeção de espaços e viaturas. A proteção<br />
<strong>das</strong> pessoas é uma preocupação basilar da BASF, pelo que as máscaras FFP2, o<br />
álcool gel e as viseiras são parte essencial do seu portefólio de produtos, que são<br />
complementados com a oferta de luvas, creme para mãos e óculos de proteção<br />
individual RODIM. A BASF dispõe, também, de um desinfetante sem álcool ou lixívia<br />
que permite a correta higienização do interior <strong>das</strong> viaturas, sem danificar as superfícies<br />
plásticas. Quem pretender uma desinfeção mais profunda, pode optar por uma <strong>das</strong><br />
diferentes soluções de tratamento do ar através de ozono atualmente disponíveis.<br />
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MaxMeyer | O retorno à atividade na fase de desconfinamento apresenta numerosos desafios para<br />
as oficinas de colisão. Entre eles, a melhoria de sua produtividade, fator fundamental na rentabilidade de<br />
cada negócio. Precisamente para obter reparações mais eficientes e lucrativas para os negócios de chapa e<br />
pintura, a MaxMeyer dispõe de ferramentas de cores como o espectrofotómetro RapidMatch GO e o software<br />
PaintManager XI, que melhoram a produtividade nas oficinas do dia a dia. Um dos maiores desafios no retoque<br />
de veículos é o da correspondência correta de cores. E é essencial identificar a cor exata para obter operações<br />
eficientes, evitar repetições e favorecer a produtividade da empresa, fatores críticos para as oficinas de colisão<br />
e que se torna mais relevante após a paragem provocada pela Covid-19. Nesse sentido, para ajudar as oficinas<br />
de chapa e pintura a melhorar os seus processos, a MaxMeyer oferece aos profissionais de repintura de veículos<br />
uma gama abrangente de ferramentas projeta<strong>das</strong> para dar resposta às necessidades dos pintores.<br />
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Spies Hecker | Com a temporada de 2020 de Fórmula 1 suspensa, a Spies Hecker<br />
aproveita a oportunidade para analisar em profundidade a imagem da equipa e o trabalho que<br />
é necessário para aplicá-la. A equipa Formula One Mercedes-AMG Petronas é a atual Campeã<br />
Mundial de Construtores de Fórmula 1 da FIA, tendo conseguido um recorde depois de obter um<br />
título pela sexta vez consecutiva no final da temporada de 2019. Os seus monolugares de corrida<br />
são conhecidos pela aparência elegante nas icónicas imagens pratea<strong>das</strong> que são apresenta<strong>das</strong><br />
to<strong>das</strong> as tempora<strong>das</strong>. À primeira vista, a principal diferença na imagem de 2020 é a adição de<br />
cor de vinho, especificamente nas extremidades <strong>das</strong> asas <strong>das</strong> placas frontais e traseiras, tampa<br />
do motor e, sobretudo, na estrutura tubular em arco. Este toque de cor deve-se ao novo parceiro<br />
principal da equipa Formula One Mercedes-AMG Petronas, a INEOS, uma vez que a cor de vinho<br />
é a cor da sua divisão de desporto, que inclui o Tour de France e as equipas da America Cup.<br />
62 Julho/Agosto I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com