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Doruk Salancı (CC3.0)<br />
Calma e vigilância<br />
U<br />
m dos mais belos exemplos na natureza do misto de vigi-<br />
lância, argúcia e calma, encontramos na onça e na sua<br />
miniatura, o gato.<br />
A onça que prepara o pulo não é um animal nervoso. Pelo contrário,<br />
uma das belezas desse felino está em conservar uma verda-<br />
deira calma nas situações mais difíceis. A coexistência da calma<br />
com a vigilância, esse jeitão da onça quando recua com toda a sua<br />
capacidade agressiva e dá o bote furioso, reunindo dois extre-<br />
mos opostos, é uma verdadeira maravilha.<br />
O que agrada ver no gato andando em cima de<br />
um muro é a calma calculada dele. Não é um<br />
bicho preguiça cretino. Está com todos os sen-<br />
tidos atentos, até a cauda em pé serve-lhe<br />
de radar. Ele todo está se equilibrando,<br />
mas na calma.<br />
Nas situações mais difíceis o gato<br />
tem o domínio perfeito da flexibi-<br />
lidade de sua musculatura, joga-se<br />
medindo bem o lance; atento, mas<br />
calmo. Nervoso, nunca. Com jeito<br />
amável, mas sentindo-se ameaçado,<br />
vem uma unhada. Depois en-<br />
colhe as unhas, e mostra aquela<br />
patinha redondinha.<br />
Assim deve ser o católico mili-<br />
tante na hora do perigo: nada de<br />
correr como barata tonta. Susto,<br />
nunca; previsão, sempre. Unhas<br />
capazes de sair do estojo a qual-<br />
quer momento, pulo para qualquer<br />
lado, enxergando até, e sobretudo,<br />
no escuro.<br />
Portanto, muita desconfiança em<br />
relação ao demônio, muito recurso<br />
à oração, nada de nervosismo, calma<br />
inteira, porque Nossa Senhora<br />
nos protegerá.<br />
(Extraído de confe-<br />
rência de 22/6/1974)