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Doença Coronária Isquémica em Idade Jovem
Patrícia Torcato Ferrão
USF Villa Longa
Introdução:
As doenças coronárias isquémicas (DCIs) nos adultos jovens são consideradas uma
patologia rara, sendo o seu diagnóstico etiológico muitas vezes um desafio clínico.
Apesar da incidência de DCIs aumentar com a idade, o risco não pode ser negligenciado em
população mais jovem onde a incidência tem vindo a aumentar nas últimas décadas
(correspondendo a cerca de 5% a 10% do total das DCIs).
O diagnóstico etiológico pode ser complexo pois nas populações mais jovens as
manifestações tendem a ser atípicas, tais como dor epigástrica, indigestão de aparecimento
recente, dor torácica de características pleuríticas, ou dispneia crescente.
Os fatores de risco mais conhecidos para a doença cardiovascular são a hipertensão
arterial, o tabagismo, a dislipidemia, e ainda fatores diretamente ligados ao estilo de vida,
hábitos alimentares e aos níveis de atividade física. Outros fatores associados à doença
cardiovascular são o excesso de peso e a obesidade, a diabetes mellitus, e os hábitos
alcoólicos.
Objetivo:
O objetivo deste trabalho foi determinar a incidência e fatores de risco para DCI nos
utentes jovens.
Metodologia:
Foi elaborada uma pesquisa retrospetiva, onde foram identificados os utentes com
idade igual ou inferior a 55 anos com diagnóstico de acidente vascular cerebral e doença
coronária isquémica, nos últimos 5 anos, bem como os fatores de risco que tinham à data
do diagnóstico.
Resultados:
Foram identificados vinte e três utentes, maioritariamente do sexo masculino (73.9%),
sendo que dezanove casos corresponderam a enfartes agudos do miocárdio (6 com supra-
ST, 4 sem supra-ST, 9 não especificados) e quatro casos corresponderam a angina instável.
Verificou-se um predomínio do sexo masculino dos 35 aos 50 anos e do sexo feminino dos
51 aos 55 anos.
A pesquisa de fatores de risco cardiovascular demonstrou uma elevada prevalência
dos mesmos. Destes utentes, 21% eram hipertensos, 21% tinham dislipidemia, 22% com
obesidade, 29% com hábitos tabágicos e 2% com alcoolismo.
Dois utentes não apresentavam, há data de diagnóstico de DCI, fatores de risco. Dos
casos estudados, dois utentes tinham apenas 1 fator de risco, nove tinham 2 fatores de risco
identificados, e dez tinha 3 ou mais fatores de risco.
Os utentes com diagnóstico de angina instável tinham os quatro a data de diagnóstico
3 ou mais fatores de risco sendo que todos eles tinham dislipidemia e obesidade.
Discussão:
Apesar de menos comum, as DCIs em idades jovens são uma realidade, devendo o
médico de família estar ciente dos fatores de risco e desta forma otimizar os cuidados
prestados, com vista a melhorar a eficácia da prevenção primária.
Devido ao número reduzido de utentes encontrados estes valores não são
valorizáveis, contudo correspondem ao descrito na literatura.