Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Ciclo de Avaliação e Melhoria Contínua da Qualidade do
Registo do Risco Cardiovascular em Doentes Hipertensos
Diana Ferreira da Silva; Rafaela Ambrósio Sousa; Ana Calada Alexandre
USF Cartaxo Terra Viva; USF São Domingos; USF Cartaxo Terra Viva
Introdução/ Enquadramento:
As doenças cérebro-cardiovasculares são as primeiras causas de morte e doença em
todo o mundo e a principal causa de morte, incapacidade, sofrimento e uso de recursos
económicos em Portugal. A hipertensão arterial é um dos mais importantes fatores de risco
cardiovascular (RCV), cujo controlo intensivo é cada vez mais recomendado. O cálculo do
RCV global apresenta-se como uma ferramenta imprescindível na avaliação individual,
sendo recomendada a sua realização a cada 3 anos nos doentes hipertensos, uma vez que
este valor tem implicações nas condutas de seguimento, vigilância e terapêutica a adotar
pelo médico nos utentes com fatores de risco cardiovascular já conhecidos.
Objetivo:
Avaliação do registo do RCV a 3 anos em doentes hipertensos e verificação da
existência ou não de melhoria após implementação de medidas corretoras, numa unidade
de saúde.
Metodologia:
Dimensão: qualidade técnico-científica. Unidade de estudo: utentes com codificação
K86/ K87 inscritos na unidade. Tipo de dados: processual. Fonte: SClínico® e MIM@UF®.
Registo/ Tratamento: Excel®. Avaliação: interna, interpares, retrospetiva. Critérios de
qualidade: cumprimento do ID023. Padrão de qualidade: insuficiente [0-50%[, suficiente [50-
60%[, bom [60-70%[, muito bom [70-100%]. Medidas corretoras: formação aos profissionais
da unidade de saúde (maio de 2019) e convocatória de hipertensos não cumpridores (maio
a dezembro de 2019). Foram realizadas 3 avaliações, 1ª em março de 2019 (prévia à
aplicação das medidas corretoras), 2ª em junho de 2019 e 3ª em dezembro de 2019 (ambas
posteriores à aplicação das medidas corretoras).
Resultados:
Tendo por base os 1818 doentes hipertensos inscritos na unidade de saúde, na 1ª
avaliação obteve-se uma taxa de registo do RCV a 3 anos de 69,04% e na 2ª avaliação uma
taxa de 72,31%. Na avaliação final registou-se uma taxa de 80,23% de doentes hipertensos
com registo do RCV nos últimos 3 anos.
Discussão:
Verifica-se uma melhoria do padrão de qualidade de “bom” para “muito bom”. Apesar
desta melhoria, apontam-se algumas limitações, nomeadamente a ausência de um médico,
a existência de doentes recorrentemente faltosos e a omissão de registo de alguns dados
no processo clínico informatizado (p.e. requisição de análises sem registo do resultado, o
que compromete o cálculo do RCV). Dada a importância reconhecida da avaliação do RCV
a 3 anos no seguimento e tomada de decisões relativas à saúde nos doentes hipertensos, a
equipa está motivada para a melhoria sustentada deste padrão de qualidade. Importa
reforçar a relevância do registo clínico informatizado como peça fundamental ao cálculo do
RCV a 3 anos, auscultando os entraves sentidos (p.e. múltiplas tarefas a realizar durante
uma consulta, por parte dos médicos).