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Vacinação de grupos de risco contra a gripe: protocolo de
avaliação e melhoria da qualidade
Margarida Barros Henriques; Anaísa Silva; Ricardo Alves Coelho
USF Feijó
Enquadramento:
A gripe é uma doença viral aguda com carácter sazonal que afeta predominantemente
as vias respiratórias. A probabilidade de contágio pode ser diminuída através da evicção do
contacto com infetados, da etiqueta respiratória, e da higienização frequente das mãos,
podendo ser evitada através da vacinação anual, que deverá ocorrer nas pessoas que têm
maior risco de sofrer complicações: com ≥ 65 anos, principalmente se residirem em
instituições; com doenças crónicas pulmonares, cardíacas, renais ou hepáticas; diabetes em
tratamento; outras doenças que diminuam a resistência às infeções; e grávidas. Com o
intuito de conhecer a cobertura vacinal dos utentes considerados de risco segundo o
indicador 6.01.04. foi consultado o BICSP à data de Março de 2018, havendo uma cobertura
vacinal de apenas 45,808%.
Objetivo:
Melhorar a cobertura vacinal contra a gripe nos grupos de risco incluídos no indicador
6.01.04.
Metodologia:
Dimensão: qualidade técnico-científica. Consulta do BICSP: indicador 6.01.04 -
Proporção idosos ou doença crónica, com vacina da Gripe. Contexto: estudo retrospetivo
numa USF. Período de estudo: 1ª avaliação de Out. de 2018 a Mar. de 2019, 2ª avaliação
de Out. de 2019 a Mar. de 2020. População: utentes inscritos na USF com diabetes (ICPC-
2 “T89” ou “T90”) ou com doença respiratória crónica (ICPC-2 “R95” ou “R96” ou “R79”) ou
com doença cardíaca crónica (ICPC-2 “K74” ou “K75” ou “K76” ou “K77”) ou com idade ≥ 65.
Intervenção: Medidas educacionais – apresentação em reunião de serviço dos panfletos e
cartazes de sensibilização (Set. 2018); resultados da 1ª avaliação (Mar. 2019); início de
consulta de DPOC pela equipa de internos com promoção ativa da vacinação contra a gripe
(Jun. de 2019); resultados da 2ª avaliação (Mar. 2020).
Resultados:
Previamente à implementação das medidas educacionais os valores encontrados
foram: 36,567% em Out., 41,176% em Nov., 42,482% em Dez. de 2017, 45,938% em Jan.,
45,780% em Fev. e 45,808% em Mar. de 2018. Posteriormente: 1ª avaliação - 36,803% em
Out., 45,820% em Nov., 47,241% em Dez. de 2018, 47,665% em Jan., 47,615% em Fev. e
47,303% em Mar. de 2019; 2ª avaliação - 40,810% em Out., 48,179% em Nov., 50,340% em
Dez. de 2019. Até à data da submissão deste resumo não existiam dados de 2020.
Discussão:
Os resultados da avaliação mensal da cobertura vacinal contra a gripe foram melhores
comparativamente aos valores de 2017, havendo um valor mínimo de aumento 0,2% na
transição de Outubro de 2017 para 2018 e máximo 8% de Dezembro de 2017 para 2019,
não se observando nenhuma regressão desde o início da implementação das intervenções.
Apesar da importante melhoria registada, continuamos aquém de uma cobertura vacinal
ótima nos grupos de risco incluídos nesta amostra. Limitações: viés de leitura pela exposição
dos cartazes em tamanho A4; os folhetos não terem sido, ainda que oportunisticamente,
distribuídos a todos os utentes; possível existência de utentes com requisição de vacina no
exterior e vacinados nas farmácias que não informaram o seu médico ou enfermeiro de
família e como tal não houve registo. É importante manter a sensibilização para esta
temática!