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Retração do Prepúcio: como aconselhar os pais?
Sílvia Ferreira | Rita Pisco | Daniela Campelo | Maria Ana Kadosh
USF Valflores | Aces Loures Odivelas
Introdução e Objetivos
O prepúcio é uma dobra simples da pele com uma camada queratinizada externa e uma camada mucosa interna, que
cobre a glande. (1) Após o primeiro ano de vida, a sua retração só é possível em cerca de 50% dos rapazes.(2) A fimose
fisiológica caracteriza-se pela incapacidade de retração total do prepúcio, na ausência de patologias sugestivas de
fimose patológica e não necessita de intervenção específica.(3)(4)
Os pais das crianças mostram-se, muitas vezes, preocupados acerca da retractilidade e dos cuidados a ter com o
prepúcio.
Este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão da literatura sobre cuidados a ter com o prepúcio, nomeadamente
ao nível da retração e potenciais lesões.
Metodologia
Pesquisa de artigos em língua inglesa e portuguesa em Medscape, Medline/Pubmed e Cochrane, orientações nacionais
e internacionais das sociedades de urologia e pediatria nos últimos 15 anos. MeSH: foreskin; phimosis, hygienic care.
Resultados
Função protetora da
glande e meato
uretral (5)
Função imunológica
com produção de
diversas substâncias (5)
Prepúcio
Nos primeiros anos, a
parte interna do
prepúcio está aderente
à glande (5)
Torna-se gradualmente
retrátil desde o
nascimento até aos 18
anos (5)
A retração forçada do
prepúcio pode originar
fissuras que formam
cicatrizes e anel fimótico,
com consequente fimose
secundária.(3)(4)
Associação Urológica Canadiana
Retração ativa do prepúcio causa
microrroturas, forma cicatrizes
levando a verdadeira fimose. Os
cuidados com o prepúcio só deverão
começar quando este for retrátil.
Ensinar a criança a manipular e a
fazer a higiene com água e sabão,
durante o banho.(4)
Sociedade Americana de Pediatria
O pénis não circuncisado deve ser lavado
com água e sabão, evitando retração ativa
do prepúcio. A maioria das adesões
presentes no nascimento é resolvida
espontaneamente em 2 a 4 meses e,
quando desaparecem, o prepúcio pode
ser facilmente retraído e higienizado. (6)
Sociedade Europeia de Urologia
Nível de evidência 2b: evitar a
retração de aderências prepuciais
assintomáticas. (7)
Fimose
verdadeira
Prepúcio não completamente
retráctil aos 8-10 anos de
idade (autores a sugerir
idades mais precoces) (4)(8)
Corticosteróides tópicos
Retração suave
Líquen
escleroso
genital
Referenciação
à Urologia (3)(4)
Cicatrizes
no anel
prepucial
Conclusão
A retração forçada do prepúcio deverá ser evitada até a sua camada interna estar
completamente individualizada da glande, o que acontece em diferentes idades. Nesta ocasião, o
prepúcio poderá ser retraído com cuidado para a correta higienização. Não existe evidência clara
de que este gesto, realizado de forma cuidadosa, seja traumático e condicione lesões do pénis.
Balanite
ou ITU
recorrente
(1) Yang C, Liu X, Wei GH. Foreskin development in 10 421 Chinese boys aged 0-18 years. World J Pediatr. 2009;5(4):312–5. (2) Tekgüll S, Gerharz E, Hoebeke P, Kocvara R, Nijman JM, Radmayr R, et al. Orientações Sobre Urologia Pediátrica. Urol Pediátrica. :295–307. (3) McGregor TB, Pike JG, Leonard MP. Pathologic and
physiologic phimosis: Approach to the phimotic foreskin. Can Fam Physician. 2007;53(3):445–8. (4) Dave S, Afshar K, Braga LH, Anderson P. Canadian urological association guideline on the care of the normal foreskin and neonatal circumcision in Canadian infants (Full version). J Can Urol Assoc. 2018;12(2):E76–99. (5) Shahid
SK. Phimosis in Children. Tzortzis V, Okamura T, editors. ISRN Urol [Internet]. 2012;2012:707329. Available from: https://doi.org/10.5402/2012/707329 . (6) Male Circumcision. Am Acad Pediatr [Internet]. 2012 Sep 1;130(3):e756 LP-e785. Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/130/3/e756.abstract .(7)
EAU Guidelines. Edn. presented at the EAU Annual Congress Amsterdam 2020. ISBN 978-94-92671-07-3 (8) Brás Silva C, Alves MC, Ribeiro JC, Ribeiro dos Santos A. Fimose e Circuncisão. Acta Urológica [Internet]. 2006;23(2):21–6. Available from: http://www.apurologia.pt/acta/2-2006/fimos-circ.pdf