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WWW.POSVENDA.PT SETEMBRO 2020<br />

ATUALIDADE<br />

refere Paulo Areal, Presidente da ANCIA<br />

(Associação Nacional dos Centros de Inspeção<br />

Automóvel).<br />

No entender de José Mira, Gerente da<br />

MG Equipamentos o maior impacto “resultaria<br />

da reintrodução do rigor que ao<br />

longo dos anos se foi perdendo. Não será<br />

a nova classificação de deficiências a resolver<br />

as enfermidades de um sector cujo<br />

descrédito atinge hoje patamares preocupantes,<br />

com uma duvidosa contribuição<br />

para os vetores fundamentais que presidem<br />

à sua existência: a segurança rodoviária e a<br />

proteção ambiental. Entre os vários indicadores<br />

que deveriam ser considerados, destacam-se<br />

as baixíssimas taxas de reprovação<br />

que claramente não traduzem o estado do<br />

nosso parque automóvel”.<br />

Ainda segundo o mesmo responsável a<br />

MG Equipamentos, a presente deliberação<br />

pretende transpor a Diretiva 2014/45/EU<br />

com um atraso de mais de 6 anos e de uma<br />

forma provavelmente incompleta. “No<br />

que respeita às emissões”, diz José Mira,<br />

“continuaremos a controlar os diesel de<br />

uma forma que outros estados membro<br />

já consideraram obsoleta. Viaturas Diesel,<br />

às quais se removem filtros de partículas,<br />

poderão cumprir os valores da nova deliberação.<br />

A introdução do equipamento<br />

OBD continua a ficar adiada, contrariando<br />

a própria Diretiva, impedindo o<br />

controlo da maioria dos atuais sistemas<br />

de segurança das viaturas”.<br />

A deliberação, que foi conhecida durante o<br />

mês de julho, vai entrar em vigor no próximo<br />

dia 1 de novembro de 2020, para que<br />

os centros de inspeção técnica de veículos<br />

se possam adaptar a estas alterações. Porém,<br />

estas alterações terão também impacto na<br />

atividade do comércio de veículos usados,<br />

obviamente para quem opera sobretudo<br />

com carros acima dos 4 anos de idade.<br />

A USADOS & PÓS-VENDA recolheu<br />

um conjunto de opiniões, de diferentes<br />

entidades, algumas que estão mais próximas<br />

da atividade dos centros de inspeção,<br />

precisamente sobre o impacto que estas<br />

alterações poderão ter no negócio de<br />

veículos usados em Portugal, sobretudo<br />

se o controlo da alteração do número de<br />

quilómetros irá prevenir as fraudes e dar<br />

uma maior credibilidade a este negócio a<br />

curto e médio prazo.<br />

Nuno Silva<br />

PRESIDENTE DA APDCA<br />

“Na APDCA acreditamos, e sempre defendemos<br />

publicamente, que todas as medidas<br />

que possam ajudar a tornar ainda mais<br />

transparente, claro e justo o comércio de<br />

automóveis usados são bem vindas. No<br />

caso da alteração agora prestes a entrar<br />

em vigor, e que visa um maior controlo<br />

sobre os quilómetros e reduza o risco de<br />

viciação dos mesmos, a pecar é só por ser<br />

tardia. Apesar de ser uma prática em desuso<br />

e raríssima em empresas estabelecidas,<br />

ainda vai existindo junto de alguns<br />

“empresários” com menos escrúpulos e<br />

nos chamados “falsos particulares”. Muitas<br />

das vezes por desconhecimento (os<br />

quilómetros podem ter sido viciados em<br />

trocas anteriores ou no mercado de origem,<br />

no caso de automóveis importados)<br />

outras por iniciativa própria o que, convém<br />

não esquecer, é um crime.<br />

Se esta medida contribuir para que, a partir<br />

de novembro, não haja mais um caso de<br />

viciação de quilómetros, a APDCA aplaude<br />

e congratula-se com os resultados obtidos.<br />

Há muito que defendemos junto dos nossos<br />

associados, entidades públicas, parceiros<br />

e até clientes um conjunto de medidas para<br />

responsabilizar os prevaricadores, incrementar<br />

o controlo e defender os interesses<br />

de todas as partes envolvidas num negócio.<br />

A ideia de constituir um programa inovador<br />

de “usados aprovados e certificados”<br />

é uma das medidas que pretendemos pôr<br />

em prática, mas não é a única e estamos<br />

a preparar um conjunto de ações junto de<br />

diferentes entidades públicas e privadas que<br />

acelerem os objetivos de total transparência<br />

e credibilidade para o setor que estão<br />

inscritos no ADN da Associação desde o<br />

dia da sua fundação”.<br />

Paulo Areal<br />

PRESIDENTE DA ANCIA<br />

“O controlo pelos Centros de Inspeção dos<br />

quilómetros dos veículos vai de encontro<br />

ao disposto na Diretiva 2014/45/UE e assume<br />

elevada importância na medida em<br />

que a manipulação do conta-quilómetros<br />

pode conduzir a uma apreciação errónea<br />

da aptidão do veículo para circular.<br />

Considerando a relevância que esta matéria<br />

assume, o controlo da alteração do número<br />

de quilómetros, associado ao registo da<br />

quilometragem no certificado de inspeção<br />

técnica irá, seguramente, permitir detetar<br />

mais facilmente atos de falsificação ou<br />

manipulação.<br />

Paralelamente, o controlo dos quilómetros<br />

irá contribuir neste domínio específico<br />

para uma maior credibilidade na comercialização<br />

dos veículos usados, no entanto<br />

consideramos que, nestes casos e de modo<br />

a salvaguardar a conformidade do veículo<br />

no processo de transação, deverá ser realizada<br />

uma inspeção técnica sempre que a<br />

última inspeção tenha sido realizada há<br />

mais de 3 meses”.<br />

José Madureira<br />

DIRETOR DE OPERAÇÕES (INSPEÇÕES) DA DEKRA<br />

PORTUGAL<br />

“As medidas previstas terão um impacto

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