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Gonzaguinha tinha razão – Por: Djalma Moraes – professor, diretor de
relacionamento da ABRH, escritor e ator
Olhando para o cenário mundial
diante da pandemia de COVID
19, encontramos um quadro interessante
de ser analisado, ou seja, enquanto
vemos a mídia divulgar números
alarmantes de infectados e mortos, de
empresas fechadas, pessoas desempregadas,
por outro lado, apesar deste
cenário sombrio, assistimos em nosso
país a uma reviravolta interessante.
Enquanto a política e a economia se
digladiam na burocracia de votações
de decretos, PEC’s e outros dispositivos,
o brasileiro vai à luta. E, como luta!
Para quem não está a par, já inventamos
tecidos que matam o vírus do
COVID, já criamos grupos de apoio
para arrecadar alimentos para pessoas
em condições de vulnerabilidade,
as startups estão produzindo apps que
resolvem milhares de problemas, empreendedores
estão se reinventando
e transformando negócios em novas
oportunidades, o que por si só, denota
que não estamos dispostos a nos entregar
alarmismo graçante que provoca
desmotivação e descrença.
Sejamos honestos, o quadro não é
maravilhoso, nem teremos mudanças
significativas rápidas e eficientes em
curto espaço de tempo, mas já é um
alento vermos grupos de empresários
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se unindo para desenvolver mercados
e se buscar atualização para enfrentar
corajosamente os desafios que surgem
a cada dia.
Como brasileiro, me considero corajoso
e otimista, aprendi muito com meus
próprios erros e vejo outros mais agindo
da mesma forma, independente da
classe social, estamos assistindo uma
reviravolta lenta, silenciosa e poderosa
desde as chamadas “comunidades” até
nas esferas das grandes empresas, onde
já se discute de maneira aberta sobre
diversidade, inclusão de pessoas com
deficiência, gênero e a questão da desigualdade
étnica.
Um grande avanço!
Fico admirado quando leio sobre grupos
de negócios que estão revolucionando
o mercado, mulheres conquistando
espaço nos altos escalões de
muitas corporações, jovens fazendo a
diferença com ideias inovadoras que
alavancam a área de tecnologia.
Ainda temos muito o que fazer para
combater algumas iniquidades que estão
presentes no nosso dia a dia, tais
como, a criminalidade, o consumo de
drogas, a violência contra mulheres, o
abuso infantil, o desemprego e tantas
outras, cabendo aí o mesmo espírito
empreendedor de nos reunirmos para
discutir e propor soluções, de participarmos
mais ativamente das questões
que regem o destino do nosso país, as
quais perpassam a economia, a política,
a saúde, a educação, o trabalho e a
moradia.
Estamos caminhando no sentido de
nos apropriarmos no conceito de sermos
uma nação e não um ajuntamento
de pessoas, onde uns são privilegiados
e outros, relegados ao esquecimento.
Gonzaguinha tinha razão quando diz
que:
“Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão
Eu vou à luta com essa juventude
Que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade
Que não tá na saudade e constrói
A manhã desejada”
(Música: E, vamos à luta – fonte: https://www.letras.mus.br/gonzaguinha/1134707/)
Somos uma nação guerreira formada
por homens e mulheres que em sua
maioria não desiste até alcançar um
ideal, apesar dos sofrimentos, das idas
e vindas dos governos, dos escândalos
causados por políticos e empresários
inescrupulosos, ainda somos um povo
que sempre se reergue, mesmo após
tempestades, desastres ecológicos, econômicos.
Etc.
Parabenizo a nação brasileira, que é a
única no mundo que está a frente de
várias soluções necessárias à recuperação
do nosso orgulho.
Não temos o dinheiro e o poderio de
outras grandes nações, mas temos o
que ninguém tem, a capacidade de recriar
a realidade através da criatividade.
O caminho ainda será longo, mas as
conquistas já começam a aparecer,
queremos mais, muito mais para nossos
filhos, netos e demais brasileiros.
Queremos muito para que possamos
compartilhar e dividir, queremos respeito
e a coragem de nossos ancestrais
como bandeira para a seguirmos cada
vez mais adiante.