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Saúde mental no ambiente de trabalho precisa de liderança dedicada
Por: Lisia Prado – sócia da House of Feelings, primeira escola de sentimentos do mundo
saúde mental e o bem-estar dos
A colaboradores devem ser uma
prioridade para qualquer empresa.
Especialmente em momentos como
este, quando vivemos a incerteza e
aprendemos a nos ajustar ao trabalho
em casa e a outras mudanças no estilo
de vida.
Como sabemos, o esgotamento é perigoso
para uma organização, sendo um
importante caminho para o desenvolvimento
de transtornos mentais, sintomas
físicos e consequentemente, afastamento
do trabalho. Embora a saúde
mental continue sendo um assunto
delicado no local de trabalho, uma
pesquisa feita no Canadá apontou que
72% dos respondentes, desejam que as
empresas cuidem da sua saúde mental
e bem-estar.
E, inclusive, quase três quartos dos
trabalhadores dizem que querem que
seus empregadores defendam a saúde
mental e o bem-estar dos profissionais
como um dos alicerces para a qualidade
no ambiente de trabalho. Isso é
classificado como mais importante do
que igualdade (48%), sustentabilidade
(38%) e diversidade (31%).
No Brasil com certeza não deve ser diferente.
Então, como agir?
As organizações devem olhar para a
implementação de iniciativas em torno
da criação de políticas, comunicação
e treinamentos, por exemplo. Isso
pode incluir a criação de políticas que
contemplem a saúde mental em nível
corporativo, fornecendo aos colaboradores,
ferramentas e programas de autoajuda.
E, o mais importante de tudo, não apenas
capacitar o RH e os gestores para
identificar problemas, mas sim ter uma
área dedica e especializada, trabalhando
sistematicamente no assunto. Ainda
mais porque é preciso encarar de frente
e sermos sinceros: ainda existe um forte
estigma e dificuldade das pessoas em
falar sobre saúde mental.
Ao revelar problemas, as pessoas temem
ficar isoladas, vistas como anormais
e inadequadas para o trabalho.
Destacar uma liderança exclusiva reforça
o papel essencial das empresas de
apoiar os colaboradores com educação
sobre saúde mental, criando um diálogo
aberto.
Fornecer apoio que promova a conscientização
e o cuidado pode ajudar a
criar um local de trabalho acessível e
positivo, que promova o engajamento
e inclusive atraia talentos.
Considerando que passamos cerca de
60% do nosso tempo no trabalho, e que
o trabalho pode ser repleto de fatores
de estresse – carga de trabalho, prazos,
preocupações relacionadas à segurança
no emprego e assim por diante, ter um
‘porto seguro’ onde seja possível encontrar
apoio para lidar com o estresse
faz sentido. Preparar uma liderança
que seja capaz de lidar com desconfortos
mentais pode ajudara resolver problemas
antes que se tornem debilitantes
– e caros para a organização.
Atualmente, muitos colaboradores estão
no modo de sobrevivência, o que
significa que estão trabalhando para
passar o dia, mas não processaram o
que lhes aconteceu física, emocional,
social e mentalmente. Muitos sofrem
de esgotamento, principalmente aqueles
que trabalham em serviços essenciais.
Promover a saúde mental também
pode ser uma decisão financeira inteligente.
Investir em um local de trabalho
(mesmo em home office) mentalmente
saudável, que conte com um apoio exclusivo,
pode ter um efeito de economia
de custos ao reduzir o absenteísmo
e presenteísmo, bem como reivindicações
por invalidez e perda de produtividade.
Para piorar as coisas, não é tão simples
oferecer um programa de saúde mental
eficaz, até porque cada organização
e profissão têm seus próprios estressores.
Os líderes dedicados precisam avaliar
quais são os fatores de estresse que
acometem a força de trabalho e procurar
recursos que não apenas permitam
fornecer suporte com confiança, mas
também sejam acessíveis. Isso é o que
ajudará a construir uma estratégia eficaz
de saúde mental para combater as
lutas durante e após a COVID-19.
Você já tinha visto a saúde mental por
esta ótica? Caso não, então comece a
pensar quais colaboradores poderiam
capitanear um projeto de saúde mental
efetivo!
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