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*Maio/2021 Referência Florestal 229

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ESPÉCIE<br />

Nas últimas décadas têm se observado um aumento<br />

considerável da preocupação com a qualidade ambiental e<br />

conservação da biodiversidade existente no Brasil, o que cria<br />

incentivos para a recuperação de áreas degradadas e áreas<br />

de reservas legais, o que gera um aumento da necessidade<br />

de mudas de espécies nativas. Nesse sentido a produção de<br />

mudas de espécies nativas tem objetivos diversos, sendo<br />

muitos deles voltados para recuperação de áreas degradadas<br />

e reservas legais, paisagismo e arborização urbana,<br />

enriquecimento de áreas, usos em sistemas agroflorestais,<br />

além da formação de plantios homogêneos para finalidades<br />

comerciais, como a produção de madeira. Para isso é necessário<br />

ter o conhecimento da tecnologia de produção dessas<br />

espécies voltado para uma produção em larga escala.<br />

Várias técnicas podem ser usadas na propagação de<br />

espécies nativas e a sua escolha também pode estar relacionada<br />

ao uso final das mudas produzidas e custos envolvidos<br />

na sua produção. Nesse cenário a propagação sexuada por<br />

meio do uso de sementes para multiplicação das espécies<br />

florestais nativas ainda apresenta grande potencial. Esse<br />

método é preferível, por exemplo, para a produção de mudas<br />

a serem usadas na recuperação de áreas degradadas,<br />

pois o mesmo proporciona maior variabilidade genética.<br />

Através do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento) foram estabelecidas normas para produção,<br />

comercialização e uso de sementes e mudas de espécies florestais<br />

nativas. Com o trabalho dos coletores em áreas destinadas<br />

a coletas de sementes de árvores matrizes, o acesso<br />

às mesmas tornou-se facilitado, assim foi possível criar um<br />

novo mercado, onde viveiros passaram a produzir e vender<br />

mudas de espécies nativas, com a aplicação das melhores<br />

técnicas para cada espécie.<br />

Com o passar dos anos, entretanto, a propagação sexuada<br />

tornou-se limitada para a produção comercial de mudas<br />

em larga escala, em decorrência dos problemas com sementes<br />

de determinadas espécies. Na produção de mudas via<br />

seminal encontra-se problemas relacionados à dificuldade<br />

de determinação da época de floração e frutificação de cada<br />

espécie, dificultando uma coleta contínua de sementes,<br />

além da necessidade de conhecimento de características<br />

próprias de cada tipo de semente. Outro fator de influência<br />

é em relação a dormência das sementes, que é um mecanismo<br />

que atrasa a germinação, podendo ser por fatores<br />

fisiológicos, físicos, mecânicos ou morfológicos. A diferença<br />

do tipo de camada que cobre e protege a semente, chamado<br />

tegumento, implica em diferentes padrões de absorção<br />

de água e oxigênio, além de influenciar no método e tempo<br />

de armazenamento. Isso possibilita separar as sementes em<br />

dois grupos chamados ortodoxas e recalcitrantes.<br />

A propagação vegetativa, por sua vez, ocorre pela multiplicação<br />

assexuada, que proporciona a formação de um<br />

novo indivíduo a partir de um segmento de uma planta já<br />

existente. Esse segmento, chamado propágulo, terá células<br />

As técnicas mais<br />

usuais de propagação<br />

vegetativa são a<br />

estaquia, a miniestaquia<br />

e a microestaquia, sendo<br />

amplamente utilizadas<br />

para a propagação das<br />

espécies exóticas<br />

46 www.referenciaflorestal.com.br

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