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ESPÉCIE<br />
Nas últimas décadas têm se observado um aumento<br />
considerável da preocupação com a qualidade ambiental e<br />
conservação da biodiversidade existente no Brasil, o que cria<br />
incentivos para a recuperação de áreas degradadas e áreas<br />
de reservas legais, o que gera um aumento da necessidade<br />
de mudas de espécies nativas. Nesse sentido a produção de<br />
mudas de espécies nativas tem objetivos diversos, sendo<br />
muitos deles voltados para recuperação de áreas degradadas<br />
e reservas legais, paisagismo e arborização urbana,<br />
enriquecimento de áreas, usos em sistemas agroflorestais,<br />
além da formação de plantios homogêneos para finalidades<br />
comerciais, como a produção de madeira. Para isso é necessário<br />
ter o conhecimento da tecnologia de produção dessas<br />
espécies voltado para uma produção em larga escala.<br />
Várias técnicas podem ser usadas na propagação de<br />
espécies nativas e a sua escolha também pode estar relacionada<br />
ao uso final das mudas produzidas e custos envolvidos<br />
na sua produção. Nesse cenário a propagação sexuada por<br />
meio do uso de sementes para multiplicação das espécies<br />
florestais nativas ainda apresenta grande potencial. Esse<br />
método é preferível, por exemplo, para a produção de mudas<br />
a serem usadas na recuperação de áreas degradadas,<br />
pois o mesmo proporciona maior variabilidade genética.<br />
Através do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />
Abastecimento) foram estabelecidas normas para produção,<br />
comercialização e uso de sementes e mudas de espécies florestais<br />
nativas. Com o trabalho dos coletores em áreas destinadas<br />
a coletas de sementes de árvores matrizes, o acesso<br />
às mesmas tornou-se facilitado, assim foi possível criar um<br />
novo mercado, onde viveiros passaram a produzir e vender<br />
mudas de espécies nativas, com a aplicação das melhores<br />
técnicas para cada espécie.<br />
Com o passar dos anos, entretanto, a propagação sexuada<br />
tornou-se limitada para a produção comercial de mudas<br />
em larga escala, em decorrência dos problemas com sementes<br />
de determinadas espécies. Na produção de mudas via<br />
seminal encontra-se problemas relacionados à dificuldade<br />
de determinação da época de floração e frutificação de cada<br />
espécie, dificultando uma coleta contínua de sementes,<br />
além da necessidade de conhecimento de características<br />
próprias de cada tipo de semente. Outro fator de influência<br />
é em relação a dormência das sementes, que é um mecanismo<br />
que atrasa a germinação, podendo ser por fatores<br />
fisiológicos, físicos, mecânicos ou morfológicos. A diferença<br />
do tipo de camada que cobre e protege a semente, chamado<br />
tegumento, implica em diferentes padrões de absorção<br />
de água e oxigênio, além de influenciar no método e tempo<br />
de armazenamento. Isso possibilita separar as sementes em<br />
dois grupos chamados ortodoxas e recalcitrantes.<br />
A propagação vegetativa, por sua vez, ocorre pela multiplicação<br />
assexuada, que proporciona a formação de um<br />
novo indivíduo a partir de um segmento de uma planta já<br />
existente. Esse segmento, chamado propágulo, terá células<br />
As técnicas mais<br />
usuais de propagação<br />
vegetativa são a<br />
estaquia, a miniestaquia<br />
e a microestaquia, sendo<br />
amplamente utilizadas<br />
para a propagação das<br />
espécies exóticas<br />
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