Educação Museal e Acessibilidade
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EDUCAÇÃO MUSEAL E ACESSIBILIDADE • 2021
isso foram produzidas três peças (FIGURA 1) a partir de pinturas representativas de cada
núcleo da exposição, onde trabalhamos conceitos artísticos como composição, perspectiva
e o jogo de luz e sombra.
A primeira peça foi construída a partir da obra São Francisco de Assis e Quatro Flagelantes,
1499, do pintor Perugino (C.1446/1452 – 1523). Demos destaque à composição
triangular. São Francisco é a figura central, e os seus seguidores, os flagelantes, estão nas
laterais de forma simétrica, mas também destacando a iconografia franciscana, assim como
na pintura original, o livro e a cruz.
A segunda peça foi pensada a partir da obra São Francisco Recebe os Estigmas, séc.
XVI, de Tiziano Vecellio (C.1480/1485 – 1576). Trabalhamos o jogo retórico de perspectiva.
O relevo foi criado de forma que o tato siga o caminho de leitura proposta pelo artista, a
partir da figura de Cristo e passando por São Francisco recebendo as chagas até chegar no
patrono (encomendador da obra).
A terceira e última peça reproduz a obra São Francisco de Assis, Santo Antônio de Pádua
e São Boaventura de Bagnoregio, s/d, do artista Andrea Lilio (1570 – PÓS-1631). É uma
obra com muitas características do Barroco, como o drama, movimento do corpo e o jogo
da luz e sombra. A pintura dá destaque os ícones de cada santo: São Francisco, as chagas
nas mãos e pés; Santo Antônio, o lírio e o terço; São Boaventura, que está atrás, observando
os dois e escrevendo no livro; ao fundo, a cruz e a paisagem nesta ordem. A ideia foi de criar
o relevo para destacar o que “salta aos olhos” que são as partes mais claras da pintura, os
pontos de luz.
As peças táteis foram acompanhadas de mp3 com audiodescrição das pinturas originais
e cadernos auxiliares contendo informações complementares como legenda em Braille
(FIGURA 2) e tinta com tamanho ampliado, imagens em cores saturadas, destaque do
conceito artístico trabalhado em barbante ou acetato. O propósito dos cadernos auxiliares
era dar autonomia ao visitante.
A projeto foi idealizado pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão do Programa Educativo
da Casa Fiat de Cultura e as peças foram produzidas em uma parceria com o FCA
Design Center, localizado dentro da planta da fábrica da Fiat em Betim, MG, mesmo local
em que são produzidos aos protótipos dos carros.
A peças foram acessadas por mais de 400 pessoas com necessidades específicas em
um período de dois meses e meio de exposição. Deste total, tivemos: 134 crianças;197 jovens;
107 adultos e idosos.
Mesmo após o encerramento da exposição São Francisco na Arte de Mestre Italianos,
a Casa Fiat de Cultura continua disponibilizando as peças, juntamente com os cadernos
auxiliares, para apreciação em suas dependências e sob demanda para todos os públicos.
O Programa Educativo da Casa Fiat de Cultura trabalha suas ações a partir do diálogo
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