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Snoop Dogg
investe 13 milhões de euros na empresa
portuguesa AceCann
Luxemburgo
é o primeiro país da Europa
a legalizar o auto-cultivo de
canábis
SAÚDE
Québec:
Consumo de
canábis entre
jovens diminuiu
depois da
legalização
LAURA RAMOS
Snoop Dogg vai investir 15 milhões de dólares
(cerca de 13 milhões de euros) na empresa portuguesa
de canábis medicinal AceCann, que obteve
a pré-licença do Infarmed no ano passado.
A AceCann conseguiu o investimento através
de uma ronda de investimento liderada pela
Casa Verde Capital, uma empresa de capital de
risco co-fundada pelo rapper norte-americano.
A AceCann referiu que este investimento será
utilizado no desenvolvimento de um centro de
produção em Vendas Novas, onde pretende
“cultivar, processar e extrair produtos médicos
a partir de canábis”. A construção das instalações
da AceCann arrancou em Setembro, mas a
empresa foi fundada em 2019 e recebeu a pré-
-licença do Infarmed para cultivo, importação
e exportação de canábis medicinal em Junho de
2020, estando actualmente a aguardar a licença
definitiva. Com as novas instalações a AceCann
conseguirá “gerir de forma precisa a temperatura,
humidade e outras variáveis” para garantir
que cada planta irá ter os cuidados necessários.
Em comunicado, Pedro Gomes, CEO da Ace-
Cann disse que “queremos criar o gold standard
na canábis medicinal – desde o cultivo à
comercialização, sendo donos da propriedade
intelectual em todos os passos da cadeia de
valor. Com o apoio dos nossos investidores,
vamos conseguir acelerar a missão para desenvolver
produtos consistentes e de elevada qualidade
que dão acesso aos pacientes a inovação
com capacidade para transformar a vida”. A
AceCann aposta na produção de canábis em
“métodos de cultivo mais pequenos, escaláveis
e indoor.
LAURA RAMOS

Os adultos do Luxemburgo vão poder
cultivar até quatro plantas de canábis
em casa, de acordo com um anúncio
feito hoje pelo governo, citado
pelo The Guardian. As novas leis fazem
do Luxemburgo o primeiro país
da Europa a legalizar a produção e o
consumo de canábis.
De acordo com a legislação, pessoas
com 18 anos ou mais poderão cultivar
legalmente até quatro plantas de
canábis, por família, para uso pessoal.
O comércio de sementes também
será permitido, sem qualquer
limite na quantidade ou níveis de Tetrahidrocanabinol
(THC), o principal
constituinte psicoactivo. Também
será possível comprar sementes nas
lojas, importá-las ou comprá-las online,
apostando na produção nacional
de sementes para fins comerciais.
A ministra da Justiça, Sam Tamson,
descreveu a mudança na lei sobre a
produção e consumo doméstico como
um primeiro passo para melhorar a
situação no país: “Achámos que tínhamos
de agir, temos um problema com
as drogas, a canábis é a substância mais
usada e grande parte vem do mercado
ilegal”.
“Queremos começar a permitir que
as pessoas cultivem em casa. A ideia
é que um consumidor não esteja em
situação ilegal se consumir canábis e
que não apoiamos a cadeia ilegal da
produção ao transporte e à venda,
onde existe muita miséria associada.
Queremos fazer tudo o que estiver ao
nosso alcance para nos afastar cada
vez mais do mercado negro ilegal ”,
disse a ministra.
Como irá funcionar
Os produtores caseiros poderão cultivar
até quatro plantas, desde que seja
na sua residência habitual, dentro ou
fora de casa, numa varanda, terraço ou
jardim.
O consumo e o transporte de mais de
três gramas será proibido e não se podem
vender produtos de canábis que
não sejam sementes. O consumo e
transporte de quantidade de até 3 gramas
deixa de ser considerado crime,
mas é uma contra-ordenação, com
multas a baixar para 25€ (em vez dos
250 a 2.500€). “Acima de três gramas,
nada muda, será considerado um revendedor”,
disse Tamson. Também
será proibido conduzir sob o efeito de
canábis.
Efeito dominó
Dezenas de países no mundo já legalizaram
a canábis para fins terapêuticos
e muitos estão a considerar seriamente
a legalização do uso adulto.
Vários países na Europa, como Malta,
Itália ou a Suíça, anunciaram já a
vontade de prosseguir num sentido de
liberalização e regulamentação, por
isso trata-se apenas de uma questão
de tempo. O efeito dominó
já começou.
LAURA RAMOS
O consumo de canábis entre os jovens de 15 a 17
anos na província canadiana do Québec diminuiu
cerca de 3% entre 2018 e 2021, revelam dados
do inquérito “Québec Cannabis Survey”, divulgado
recentemente pelo Instituto de Estatística
do Québec. Em todas as outras faixas etárias, a
partir dos 18 anos, o consumo de canábis após a
legalização aumentou nos últimos três anos.
Realizada entre Fevereiro e Junho de 2021, a terceira
edição do “Québec Cannabis Survey (QCS)”
examinou a prevalência e a frequência do uso
de canábis e vários aspectos da pandemia CO-
VID-19 em relação à sua utilização.
A pandemia COVID-19 parece ter causado impacto
em alguns utilizadores. Dos 20% dos quebequenses
que usaram canábis no ano passado,
24% relataram um aumento no consumo por
causa da pandemia, enquanto que 72% relataram
nenhuma mudança na sua utilização. Os utilizadores
de canábis com altos níveis de sofrimento
psicológico eram, no entanto, mais propensos a
relatar aumento do uso de canábis devido à pandemia
de COVID-19.
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