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festivais de Jazz e Blues em Portugal mas a ideia nunca
chegou a avançar.
F: Porque não se voltaram a juntar para dar aso a
vossa criatividade?
ACR: O disco que estou a gravar tinha sido pensado para
ser o segundo álbum do Côrte-Real Trio. Depois pensei
que se o primeiro teve um relativo sucesso e não fizemos
sequer um concerto ao vivo, teria que fazer qualquer coisa
diferente. Acabei por formar um grupo de rock mais
pesado que era uma ideia que tinha em mente fazer já há
muito tempo.
Nasce assim a banda Cörte-Real, numa altura em que
faço 25 anos de carreira, juntamente com o Bruno Celta,
Nico Guedes e o Nuno Correia.
F: Que afinidades tinhas com os músicos que te
acompanham na banda?
ACR: O Bruno é o roadie de guitarras dos UHF e dos
Tara Perdida. Um dia, há uns anos, oiço-o num ensaio de
som dos UHF a cantar e pensei ‚este gajo é bom’. Conversando
com ele percebi que era uma pessoa afável e
educada, com cultura musical e logo ali vi que tínhamos
afinidade.
O Nuno Correia já o conheço há muitos anos, desde que
entrei para os UHF. Ele tocava com os ‘Pedro e os Apóstolos’.
Houve uma altura que nos cruzávamos muito na
promoção dos nossos trabalhos e foi crescendo uma amizade.
O Nico Guedes não o conhecia pessoalmente mas já conhecia
o trabalho dele porque um dia, o Paulinho, baterista
da Pearl Band, mostrou-me um vídeo dos Budda
Power Blues. Gostei da banda e fiquei maluco com o
baterista. Quando arranquei com o projecto decidi que
precisava de um baterista que trouxesse uma influência
‘Zeppeliniana’, telefonei-lhe, nem sequer sei se ele sabia
quem eu era mas em três minutos, ele disse que sim e perguntou
como queria que tocasse, respondi ‚toca à Nico’
e assim foi.
F: E tens apoios para promover o disco e teres desta
vez mais sucesso comercial….
ACR: Em primeira mão quero-te dizer que duas instituições
de apoio à arte nos estão a ajudar e é graças a
elas que conseguimos lançar o single com a qualidade de
som e imagem que ouviste e viste no vídeo. O mesmo vai
acontecer para o próximo single e para a edição do álbum
em cd, digital e vinil.
Recentemente lançaste o single/videoclipe de apresentação
‘Tiro Os Olhos Do Chão’, que faz parte do álbum que
irás divulgar em Fevereiro.
F: ‘Tiro Os Olhos Do Chão’ é uma mensagem para
que as pessoas alarguem os seus horizontes?
ACR: Também, se quiseres é um bocado a continuação
do ‘Ninguém Manda Em Ti’ da Revolta. Escrita de outra
forma, foi o Bruno Celta que escreveu, mas é um bocado
isso as pessoas precisam de olhar à volta, respirar e começar
a fazer o que têm de fazer porque ninguém o vai
fazer por elas.
F: ‘Sempre pronto a partir, Sou o último a rir’ é
uma metáfora associada à mudança de mentalidade
e ambição individual?
ACR: Quer dizer que ainda temos sangue na guelra (risos)
e que daqui a uns anos não sabemos se temos, por
isso ou fazemos agora ou ficaremos pela intenção.
F: Sinto na letra angustia e revolta, tem a ver com a situação
pandémica que atravessamos ou é mais genérico?
É genérico mas tem a ver com a situação que atravessamos.
A parte lírica do disco foi composta durante a pandemia.
Estávamos cada um na sua casa fechados e foi ao
telefone e via zoom que as coisas foram evoluindo.
Eu gravava os riffs de guitarra, mandava ao Bruno para ele
cantar, ele mandava a maqueta, trocávamos impressões e
fazíamos ajustes e depois enviava para o baixista e para
o baterista para trabalharem as suas partes. Cada um de
nós gravou a sua parte nos seus espaços e assim nasceu o
álbum.
F: Que título vais dar ao álbum?
ACR: XXV, para assinalar os meus 25 anos de carreira
como músico profissional.
F: Cörte-Real é um projecto de continuidade?
ACR: Sim, é essa a intenção, juntei estes músicos porque
são pessoas de quem eu gosto, reconheço-lhes méritos,
foram os únicos com quem contactei e aceitaram logo o
convite. Cörte-Real irá continuar enquanto eu sentir força
para fazer música.
Aliás, posso adiantar-te que metade do segundo álbum já
está composto.
F: Que feedback tens tido por parte do público/fãs
em relação ao single ‘Tiro os Olhos do Chão’?
ACR: Como nunca senti em projecto nenhum, sem ser
nos UHF e isso deixa-me muito feliz. Nenhum de nós,
banda e estrutura à volta da banda, pagou um euro sequer
para promover o single nas redes sociais, ainda assim, os
números de visualizações aumentam a cada dia. Os comentários
e as mensagens que recebo das pessoas estão a
ser muito encorajadores e só por isso já valeu a pena.
Vamos ver até onde nos vai levar, ambicionamos um crescimento
passo-a-passo, por agora encher uma sala e no
futuro, quem sabe, vamos ver.
F: Vais divulgar mais alguma música até ao lançamento
do álbum?
ACR: Sim, vai sair durante o mês de Novembro, o single
com o título ‘Perto do Fim’.
F: Perto do fim da pandemia…..
ACR: Fala da pandemia mas não como estás a pensar,
depois vais ver quando sair. (risos)
F: Uma coisa que achei fantástica, além da sonoridade
instrumental, próxima do hard rock, foi o
casamento perfeito com a voz segura e melodiosa
do Bruno Celta, concordas?
ACR: Concordo plenamente com a tua análise.
F: Para quando o lançamento do álbum e se já
tens datas para concertos ao vivo?
ACR: Dia 17 de Dezembro vamos lançar o álbum e no
dia 4 de Fevereiro, vamos estar a apresentar o disco ao
vivo, na Boutique da Cultura, próxima do CC Colombo
em Lisboa, estamos também a negociar uma data para o
Porto, contamos em breve anunciar novas datas.
F: Queres deixar uma palavra aos fãs e ao
público que te segue nesta tua já longa carreira?
ACR: As minhas palavras são de agradecimento pois as
mensagens que nos estão a fazer chegar criam-nos a responsabilidade
de não gorarmos as expectativas no single
que iremos lançar. Obrigam-nos a fazer mais e melhor e
é para eles todo o meu/nosso esforço e dedicação.
(*) FOCUSMSN.PT
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