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ECONOMIA<br />

A<br />

AIE (Agência Internacional de Energia)<br />

lançou relatório em outubro que o<br />

mundo vai sofrer com o aquecimento<br />

global, mas também com "turbulências"<br />

no abastecimento energético, se não investir mais<br />

rapidamente em energias limpas.<br />

No relatório anual, publicado duas semanas<br />

antes da abertura da COP26 (Conferência das Nações<br />

Unidas sobre as Alterações Climáticas), em novembro,<br />

em Glasgow, na Escócia, a agência emitiu "avisos<br />

sérios sobre a direção que o mundo está tomando".<br />

Afirmando que surge nova economia no mercado<br />

da energia, a agência lamentou que o progresso<br />

seja contrariado pela resistência do status quo e dos<br />

combustíveis fósseis, com o petróleo, gás e carvão<br />

representando ainda 80% do consumo final de<br />

energia, responsáveis por três quartos das alterações<br />

climáticas.<br />

Atualmente, os compromissos climáticos dos<br />

governos, se cumpridos, só permitirão atingir 20%<br />

das reduções de emissões de gases de efeito estufa,<br />

necessárias para manter o aquecimento global sob<br />

controle até 2030.<br />

"Os investimentos em projetos de energia descarbonizada<br />

terão que triplicar nos próximos 10 anos<br />

para se conseguir a neutralidade de carbono até<br />

2050", apontou o diretor da AIE, Fatih Birol.<br />

"Se conseguirmos atingir a neutralidade de<br />

carbono até 2050, 2,2 milhões de mortes prematuras<br />

por poluição atmosférica poderão ser evitadas até<br />

2030, 40% menos do que atualmente. Em outros<br />

cenários, irão aumentar", adverte o documento.<br />

A AIE, que faz parte da OCDE (Organização para<br />

a Cooperação e Desenvolvimento Econômico),<br />

apresentou três cenários para o futuro: o das atuais<br />

políticas de redução de emissões efetivamente implementadas<br />

pelos governos; o dos compromissos<br />

de redução assumidos; e o que permite atingir a neutralidade<br />

de carbono em 2050, já tornado público<br />

pela AIE em maio.<br />

No primeiro cenário - o mais pessimista - a<br />

temperatura global aumentará 2,6 graus Celsius em<br />

2100, em comparação com a era pré-industrial; no<br />

segundo, 2,1 graus; e apenas no terceiro será limitada<br />

a 1,5 grau.<br />

O terceiro cenário, atingindo a neutralidade de<br />

carbono até 2050, "exigirá grandes esforços, mas<br />

oferece benefícios consideráveis, tanto para a saúde<br />

quanto para o desenvolvimento econômico", afirma<br />

a AIE.<br />

A agência acredita que é necessário um aumento<br />

do investimento de cerca de US$ 4 bilhões por ano<br />

até 2030 em projetos e infraestruturas de energia<br />

limpa para atingir o objetivo da neutralidade de<br />

carbono até 2050.<br />

O financiamento adicional necessário para esse<br />

objetivo "é menos oneroso do que parece", acrescentou.<br />

Segundo a AIE, 40% das reduções das emissões<br />

pagam-se, por meio da eficiência energética, da luta<br />

contra as fugas de metano ou de parques solares ou<br />

eólicos.<br />

A AIE disse ainda que o atual déficit de investimento<br />

afeta não só o clima, mas também os preços<br />

e a oferta, garantindo turbulências como as que o<br />

mundo sofre atualmente, com as tensões sobre os<br />

combustíveis fósseis.<br />

Nos últimos anos, a depreciação dos preços do<br />

petróleo e do gás limitaram o investimento no setor,<br />

mas a transição para a energia limpa é demasiado<br />

48 www.REVISTABIOMAIS.com.br

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