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CAPELA NOSSA SENHORA<br />
DO PILAR<br />
A capela construída de taipa de<br />
pilão, estilo barroco paulista com<br />
influência <strong>do</strong> barroco mineiro em<br />
devoção a Nossa Senhora <strong>do</strong> Pilar,<br />
remonta o culto à Virgem <strong>do</strong> Pilar,<br />
a mais antiga devoção mariana da<br />
tradição católica, que teve origem na<br />
Espanha, e chega ao Brasil através das<br />
famílias de descendência espanhola.<br />
Trata-se de um <strong>do</strong>s poucos exemplos<br />
arquitetônicos mais bem conserva<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> estilo barroco no <strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba.<br />
Capela de Nossa Senhora <strong>do</strong> Pilar (Imagem Acervo Digital <strong>do</strong> IPHAN).<br />
10<br />
A construção teve início no ano de 1725, pela iniciativa e a expensas <strong>do</strong> Licencia<strong>do</strong> Timóteo Corrêa de Tole<strong>do</strong>,<br />
ao custo total de 592 mil réis, em terreno de sua propriedade, localiza<strong>do</strong> à Rua <strong>do</strong>s Gil (atual Rua Bispo Ro<strong>do</strong>valho),<br />
esquina com a Rua Direita (atual Rua Visconde <strong>do</strong> Rio Branco), e inaugurada em 01/12/1747. A Capela <strong>do</strong> Pilar foi a<br />
segunda edificação religiosa a ser construída no perímetro urbano da Vila de S. Francisco das Chagas de Taubaté.<br />
A primeira igreja dessa vila foi a Matriz de São Francisco das Chagas, mandada construir pelo próprio funda<strong>do</strong>r,<br />
Jacques Félix, por volta de 1640 e dedicada ao orago (padroeiro) da cidade. O frontispício apresenta o desenho<br />
singular da arquitetura colonial paulista, com <strong>do</strong>is flancos (45º) laterais da porta de entrada. As paredes externas são<br />
arrematadas com beirais guarneci<strong>do</strong>s de cachorro e cobertos de telhas capa e canal. As Paredes laterais da capela<br />
mor em taipa de mão e abrin<strong>do</strong> janelas balcão para a capela mor. No interior, colunas de madeira sustentam o coro<br />
guarneci<strong>do</strong> de balaustrada em madeira trabalhada, O altar mor e altares, com proposição rococó (fun<strong>do</strong>s claros e<br />
frisos <strong>do</strong>ura<strong>do</strong>s). A capela manteve a função religiosa até 1950, aproximadamente. Passou por reparo e conservação<br />
em 1870, sob a orientação e a expensas <strong>do</strong> cônego Benjamim de Tole<strong>do</strong> Mello, e nos anos de 1945. 1957 e1964. A<br />
capela foi tombada pelo IPHAN - Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Histórico<br />
Artístico Nacional, e CONDEPHAAT - Conselho de Defesa <strong>do</strong><br />
Patrimônio Histórico, Arqueológico Artístico e Turístico. Em 1985<br />
passou a abrigar o Museu de Arte Sacra da Diocese de Taubaté,<br />
idealiza<strong>do</strong> pelo então responsável pela DMPAHM (Divisão de<br />
Museus, Patrimônio e Arquivo Histórico Municipal), Prof. Paulo<br />
Camiller Florençano, funcionan<strong>do</strong> na capela até o ano de 2009,<br />
com sua transferência para o atual prédio da Mitra Diocesana de<br />
Taubaté, com a criação <strong>do</strong> novo museu MASDE (Museu de Arte<br />
Sacra Dom Epaminondas).<br />
Atualmente se encontra fechada aguardan<strong>do</strong> uma nova<br />
reforma. As intervenções emergenciais e de restauro são<br />
necessárias para que a capela possa manter-se em bom esta<strong>do</strong> de<br />
conservação e voltar a ser utilizada pela população local e turista.<br />
O homem que constrói a capela, bem como sua família, possui<br />
uma história muito interessante no contexto da História <strong>do</strong> Brasil.<br />
Os filhos de Timóteo Corrêa de Tole<strong>do</strong>, cidadão proeminente da<br />
sociedade taubateana <strong>do</strong> século XVIII, tiveram efetiva participação<br />
na Inconfidência Mineira. O melhor exemplo foi Padre Carlos<br />
Corrêa de Tole<strong>do</strong> Piza Mello, vigário de São José <strong>do</strong> Rio das Mortes<br />
(atual Tiradentes-MG), foi um <strong>do</strong>s inconfidentes que morreram<br />
em degre<strong>do</strong> na África; além <strong>do</strong> Frei de Santa Úrsula Ro<strong>do</strong>valho,<br />
capelão da Rainha de Portugal, D. Maria I, posteriormente eleito o<br />
primeiro bispo de Angola na África.<br />
Visão interna da Capela Nossa Senhora <strong>do</strong> Pilar, fechada<br />
para reforma.<br />
Endereço: Largo <strong>do</strong> Pilar, delimita<strong>do</strong> pelas Ruas Souza Alves e<br />
Chiquinha de Mattos - Taubaté (SP).