You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
ARTIGO<br />
®<br />
preparação deve ser observado (Simões; Tenera, 2010).<br />
Lopes et al. (2019) baseado em vários autores sumariza<br />
que nessa etapa é importante decompor as operações de<br />
setup em uma série de ações elementares, o autor segue<br />
observando que para estudar o processo e listar todas as<br />
operações necessárias para o setup da máquina, diversas<br />
ferramentas podem ser usadas, como gravações de vídeo<br />
e folhas de verificação;<br />
• Estágio 1: separando setup externo e interno: após<br />
ter mapeado todas as atividades deve-se isolar o setup interno<br />
e externo. O setup interno é composto por todas as<br />
atividades do setup que só podem ser realizadas com a<br />
paralisação do equipamento. O setup externo são as tarefas<br />
que podem ser realizadas com a máquina em funcionamento.<br />
Nesta fase, verifica-se os setups internos, que<br />
podem ser transformados em setups externos. O objetivo<br />
é que o setup interno seja utilizado unicamente para a remoção<br />
de uma ferramenta e recolocação de outra; assim<br />
a máquina ficará parada o menor tempo possível;<br />
• Estágio 2: convertendo setup interno em externo: o<br />
estágio 2 busca realizar a conversão dos setups internos,<br />
identificados anteriormente em setups. Observa-se que<br />
os tempos convertidos são tempos de procura de ferramenta,<br />
tempos de espera e tempos de posicionamento,<br />
ou seja, tempos gastos na preparação para a realização<br />
da troca de ferramentas e matrizes na máquina. Dessa<br />
maneira, deve-se preparar o ambiente e as condições<br />
operacionais para a realização do setup antecipadamente<br />
e padronizar as atividades a serem realizadas antes do início<br />
da troca de ferramenta;<br />
• Estágio 3: melhoria sistemática de cada operação<br />
básica do setup interno e externo: Shingo (1988) coloca<br />
que o estágio 3 será a melhoria sistemática de cada<br />
operação básica do setup interno e externo. Para tanto,<br />
deve-se tentar reduzir não somente o setup interno, mas<br />
também os tempos de setup. Nesse caso, é necessário<br />
avaliar constantemente os tempos de setup sob o aspecto<br />
do método SMED, sempre tentando reduzir esse tempo<br />
ao máximo.<br />
2.3 TRABALHOS QUE APLICARAM SMED<br />
Essa seção irá descrever alguns trabalhos que aplicaram<br />
SMED. O intuito é descrever o contexto desses trabalhos,<br />
como foram conduzidos e os resultados alcançados.<br />
Os trabalhos foram expostos conforme a data de publicação<br />
(do mais antigo para o mais recente), sendo:<br />
• O primeiro trabalho é de Forroni; Medeiros e Araújo<br />
(2009), com o título: Estudo de Caso da Metodologia<br />
SMED: Redução de Setup em uma Empresa Francesa do<br />
Setor Alimentício. Este trabalho apresentou um estudo de<br />
caso em uma empresa do setor alimentício, umas das líderes<br />
mundiais do setor, mais precisamente o trabalho foi<br />
desenvolvido no processo de higienização do maquinário<br />
que realiza as moldagens das embalagens. A máquina<br />
que serviu como objeto de estudo molda as embalagens<br />
por termoformagem, as quais são preenchidas pelo pro-<br />
duto. Posteriormente, são seladas numa câmara estéril<br />
e finalmente cortadas em conjuntos de dois ou quatro<br />
potes. O tempo da operação de higienização após a aplicação<br />
do método foi reduzido em 27 minutos. Dezesseis<br />
modificações foram propostas sem nenhuma necessidade<br />
de investimento relevante. O único investimento que não<br />
deve ser negligenciado é o que concerne à formação dos<br />
operários para o acompanhamento de novos procedimentos<br />
e mudança de hábitos. Do total das modificações<br />
propostas, 69% não necessitavam de investimento enquanto<br />
31% o exigiam.<br />
• O segundo trabalho estudado é apresentado por<br />
Matos (2012), cujo título é: Utilização da Ferramenta<br />
SMED em Rotinas de Manutenções Preventivas: Estudo<br />
de Caso. Esta pesquisa aborda a questão de manutenção<br />
preventiva em máquinas. A empresa atua na área de injeção<br />
plástica, fabricando embalagens plásticas para o mercado<br />
de alimentos, bebidas, higiene e beleza, limpeza e<br />
farmácia. A pesquisa foi limitada à etapa inicial da Injeção<br />
das peças inacabadas. A aplicação do SMED foi realizada<br />
com o intuito de reduzir o setup no processo. O resultado<br />
demonstrou eficiência com redução de mais de 5h (horas)<br />
no total, custo baixo para implantação e simplicidade da<br />
aplicação da metodologia são os pontos destacados.<br />
• O terceiro trabalho apresentado aqui é o de Emerenciano;<br />
Dantas e Lopes (2017), refere-se à implantação<br />
do SMED em uma fábrica de bobinas, a empresa é familiar<br />
de porte pequeno e trabalha com foco na qualidade.<br />
No início a ideia da implantação do SMED era aumentar a<br />
produtividade, porém no decorrer dos estudos foi possível<br />
além de reduzir setup, diminuir custos e desperdícios.<br />
• O quarto trabalho analisado é o de Lopes et al.<br />
(2020), com o título: Implantação da Metodologia SMED<br />
na Manutenção Preventiva de uma Centrifuga HFB-30.<br />
Essa pesquisa apresenta um estudo de caso que foi<br />
realizado em uma empresa do ramo alimentício, cujo<br />
foco principal é a fabricação de produtos para consumo<br />
humano e animal utilizando o extrato de levedura, tratando-se<br />
de uma indústria de médio porte. Devido à grande<br />
necessidade, impacto na produção e urgência em reduzir<br />
os tempos de preparação, a equipe de manutenção decidiu<br />
por iniciar a aplicação da ferramenta SMED durante<br />
o planejamento da manutenção preventiva, efetuando o<br />
mapeamento de todas as atividades conforme manual,<br />
a serem realizadas pelos mecânicos, instrumentistas e<br />
eletricistas com o tempo planejado de cada atividade. Na<br />
última etapa de implantação do método SMED, todas as<br />
atividades foram analisadas com o objetivo de identificar<br />
oportunidades de melhorias na manutenção preventiva.<br />
No caso estudado, essa análise foi realizada no formato<br />
de brainstorming junto com a equipe de operação e<br />
manutenção, quando foram levantadas as necessidades<br />
de combinar atividades paralelas, reduzir o tempo<br />
das atividades ou simplificar sua execução. Houve uma<br />
grande redução no tempo de manutenção preventiva,<br />
aumentando assim a disponibilidade do equipamento<br />
para produção. Com a utilização da ferramenta SMED no<br />
planejamento de manutenções, os tempos reduziram em<br />
média 80%, convertendo os tempos de máquina parada<br />
em valores de produção por hora, chegou-se à conclusão<br />
de que o ganho potencial total foi aproximadamente de<br />
R$ 500.000,00. Também foi evidenciado uma melhora no<br />
planejamento de produção, aumentando o volume de<br />
recebimento de creme para a centrífuga.<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES<br />
O objetivo deste estudo foi investigar a implantação<br />
do SMED em uma produção de roldana com o intuito de<br />
diminuir o tempo de setup.<br />
Retomando a questão dessa pesquisa (como implantar<br />
e quais são os impactos do uso da ferramenta SMED<br />
nos processos de fabricação de peças para máquinas destinadas<br />
ao setor de marcenaria?), observou-se que a empresa<br />
utilizou os 4 estágios propostos por Singeo Shingo<br />
e com o treinamento dos envolvidos foi possível executar<br />
a implantação e obter expressivos resultados de melhoria<br />
nos tempos de preparação no processo investigado.<br />
Conseguiu-se diminuir o tempo de setup de 40 minutos<br />
para 10 minutos, simplificando, combinando, redistribuindo<br />
e eliminando atividades.<br />
A aplicação do SMED mostrou-se muito eficiente.<br />
Seguindo os 4 estágios propostos pela metodologia<br />
SMED é possível chegar a um resultado significativo e<br />
bem estruturado, sendo o plano de ação a base para sua<br />
execução.<br />
O resultado obtido nesse estudo e o conhecimento<br />
adquirido pelos envolvidos nessa ação mostrou que com<br />
o treinamento e um processo bem organizado, pautado<br />
em uma ferramenta reconhecida trouxe, além de ganho<br />
na produtividade, retorno financeiro e redução de tempo<br />
de setup.<br />
O trabalho apresentado por Forroni; Medeiro e Araujo<br />
(2009), seguiu um objetivo similar, reduzindo o tempo<br />
de setup na operação da empresa em 27%, nesse artigo<br />
foram propostas melhorias simples que também culminaram<br />
no resultado além do esperado. Calhado et al. (2019),<br />
também apresentaram uma redução maior de 67% no<br />
tempo de setup, elevando o nível de operação e melhorando<br />
a produtividade de maneira significativa.<br />
Como limitações do estudo destaca-se que a melhoria<br />
foi implantada em um setor, e como sugestão para trabalhos<br />
futuros, essa melhoria deverá ser estendida à outras<br />
células da empresa, isso poderá proporcionar mais experiência<br />
aos envolvidos na implantação do SMED e mais<br />
benefícios para a empresa.<br />
Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-de-producao/fabricacao-de-maquinas<br />
ACESSÓRIOS INDUSTRIAIS<br />
VAPOR - AR COMPRIMIDO<br />
®<br />
Acessórios industriais e<br />
serviços com qualidade<br />
e segurança<br />
• Engenharia de Aplicação<br />
• MANUTENÇÃO DE Válvulas Industriais<br />
• Calibração de Válvulas de Segurança<br />
(41) 3245-0833 (41) 3239-6400 (41) 98527-8204<br />
110<br />
referenciaindustrial.com.br MARÇO 2022<br />
MARÇO 2022 111