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Por Tâmara Mannis
Os Transtornos Alimentares:
Anorexia e
Bulimia Nervosa
Aracaju SE BR
*Doutorando em Ciências da Saúde *Mestre Ciências da Saúde *Professor Adjunto da UFS *Professor Adjunto da UNIT
É importante ressaltar que a maioria das pacientes não tem consciência da situação da situação em que se encontram.
Dessa forma, a família deve ser a primeira e principal observadora do comportamento apresentado pelas mesmas.
Recentemente, essas patologias se tornaram assunto em
telejornais e novelas das principais redes de TV do país, o que
não é de se estranhar, visto que, com o advento da industrialização
e a consequente massificação do consumo exacerbado,
quem foge dos padrões de beleza e comportamento, será
impiedosamente excluído da sociedade. Os modelos que divulgam
produtos modernos ( desde roupas a eletroeletrônicos)
possuem um padrão único: "A beleza da magreza". Portanto, recusar
um pedaço de sanduíche, mergulhar nos regimes sem fim
e crucificantes, e até mesmo recorrer a estimulação do vômito
faz parte do cotidiano de milhares de pessoas, principalmente -
e em maior quantidade - adolescentes do sexo feminino.
OS TRANSTORNOS ALIMENTARES SÃO DEFINIDOS COMO
DESVIOS DE COMPORTAMENTO ALIMENTAR QUE PODEM LEVAR
AO EMAGRECIMENTO EXTREMO (CAQUEXIA), ENTRE OUTROS
PROBLEMAS FÍSICOS E INCAPACIDADES, E, ATÉ MESMO, À MORTE,
SENDO OS PRINCIPAIS TIPOS: A ANOREXIA E A BULIMIA NERVOSA.
As pessoas acometidas apresentam características semelhantes
nós dois quadros: visão distorcida da sua realidade física
e preocupação com o peso corporal. No caso da anorexia, as
pacientes normalmente se vêem com mais gordura do que o
que realmente possuem, acreditando sempre que estão acima
do peso, e têm um medo doentio de engordar – o peso corporal
passa a ser o principal foco de atenção da vida dessas pessoas.
A palavra Anorexia origina-se do grego Ann=sem; orexis=desejo
ou apetite. Todavia vários pesquisadores não concordam
que haja falta de apetite nas fases iniciais da doença e sim,
quando as pacientes já se encontram em estados avançados,
caquéticas. As anoréxicas ingerem uma quantidade de comida
muito pequena e se negam a fazer refeições na frente de outras
pessoas, e, quando o fazem, passam horas mastigando o
alimento. Além disso, elas utilizam diuréticos, laxantes e anorexígenos
como artifício para alcançar o peso desejado de uma
forma mais rápida. Apesar dos fatores orgânicos, familiares e
genéticos, a conversão de conflito emocional em sintoma físico
seria a hipótese mais plausível para explicar a Anorexia, tendo
grande destaque, neste quadro clínico, os traços depressivos
apresentados pela maioria das pacientes. Para os cientistas,
essas meninas anoréxicas não possuem uma individualidade
própria, estando sempre atreladas aos desejos de seus pais, e,
nesta situação, a relação da menina com sua mãe é a que merece
maior destaque. Com a abstinência alimentar, as pacientes
passam a acreditar que possuem um domínio do próprio corpo
- de si mesmas - e acabam por transferir todas as suas ansiedades
e seus problemas psicológicos para o comer e o peso.
Já na Bulimia Nervosa, temos como características a preocupação
persistente com o comer e um desejo irresistível por
comida, no qual a paciente apresenta ataques de hiperfagia,
em que grandes quantidades de comida são ingeridas e, após
este episódio, como forma de neutralizar os efeitos do excesso
cometido, há a estimulação do vômito. Culpa e punição são
as principais questões psicológicas atreladas a essa patologia,
onde a raiva e a insatisfação relacionada a algum fator familiar
são deslocadas para comida. Fisicamente, as bulímicas apresentam
faces de lua cheia, lesão da pele no dorso da mão, desgaste
dentário e presença de cáries em razão do suco gástrico.
É importante ressaltar que a maioria das pacientes não
tem consciência da situação em que se encontram. Dessa forma,
a família deve ser a primeira e principal observadora do
comportamento apresentado pelas mesmas. Ataques de agressividade
e isolamento, principalmente durante as refeições, são
os primeiros sinais de que algo não está fluindo naturalmente
com a adolescente.
O tratamento deve ser realizado por uma equipe composta
de nutricionista, médico e psicólogo. A paciente de ser
submetida a uma dieta alimentar, a tratamento medicamentoso
e a sessões de psicoterapia individual e familiar, visto que
o engajamento da família diante do problema é de extrema
importância para que a paciente consiga ter um bom resultado
com o tratamento proposto.
22 Atração_ maio de 2022