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53ª Edição_Revista ATRAÇÃO

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Por Tâmara Mannis

Os Transtornos Alimentares:

Anorexia e

Bulimia Nervosa

Aracaju SE BR

*Doutorando em Ciências da Saúde *Mestre Ciências da Saúde *Professor Adjunto da UFS *Professor Adjunto da UNIT

É importante ressaltar que a maioria das pacientes não tem consciência da situação da situação em que se encontram.

Dessa forma, a família deve ser a primeira e principal observadora do comportamento apresentado pelas mesmas.

Recentemente, essas patologias se tornaram assunto em

telejornais e novelas das principais redes de TV do país, o que

não é de se estranhar, visto que, com o advento da industrialização

e a consequente massificação do consumo exacerbado,

quem foge dos padrões de beleza e comportamento, será

impiedosamente excluído da sociedade. Os modelos que divulgam

produtos modernos ( desde roupas a eletroeletrônicos)

possuem um padrão único: "A beleza da magreza". Portanto, recusar

um pedaço de sanduíche, mergulhar nos regimes sem fim

e crucificantes, e até mesmo recorrer a estimulação do vômito

faz parte do cotidiano de milhares de pessoas, principalmente -

e em maior quantidade - adolescentes do sexo feminino.

OS TRANSTORNOS ALIMENTARES SÃO DEFINIDOS COMO

DESVIOS DE COMPORTAMENTO ALIMENTAR QUE PODEM LEVAR

AO EMAGRECIMENTO EXTREMO (CAQUEXIA), ENTRE OUTROS

PROBLEMAS FÍSICOS E INCAPACIDADES, E, ATÉ MESMO, À MORTE,

SENDO OS PRINCIPAIS TIPOS: A ANOREXIA E A BULIMIA NERVOSA.

As pessoas acometidas apresentam características semelhantes

nós dois quadros: visão distorcida da sua realidade física

e preocupação com o peso corporal. No caso da anorexia, as

pacientes normalmente se vêem com mais gordura do que o

que realmente possuem, acreditando sempre que estão acima

do peso, e têm um medo doentio de engordar – o peso corporal

passa a ser o principal foco de atenção da vida dessas pessoas.

A palavra Anorexia origina-se do grego Ann=sem; orexis=desejo

ou apetite. Todavia vários pesquisadores não concordam

que haja falta de apetite nas fases iniciais da doença e sim,

quando as pacientes já se encontram em estados avançados,

caquéticas. As anoréxicas ingerem uma quantidade de comida

muito pequena e se negam a fazer refeições na frente de outras

pessoas, e, quando o fazem, passam horas mastigando o

alimento. Além disso, elas utilizam diuréticos, laxantes e anorexígenos

como artifício para alcançar o peso desejado de uma

forma mais rápida. Apesar dos fatores orgânicos, familiares e

genéticos, a conversão de conflito emocional em sintoma físico

seria a hipótese mais plausível para explicar a Anorexia, tendo

grande destaque, neste quadro clínico, os traços depressivos

apresentados pela maioria das pacientes. Para os cientistas,

essas meninas anoréxicas não possuem uma individualidade

própria, estando sempre atreladas aos desejos de seus pais, e,

nesta situação, a relação da menina com sua mãe é a que merece

maior destaque. Com a abstinência alimentar, as pacientes

passam a acreditar que possuem um domínio do próprio corpo

- de si mesmas - e acabam por transferir todas as suas ansiedades

e seus problemas psicológicos para o comer e o peso.

Já na Bulimia Nervosa, temos como características a preocupação

persistente com o comer e um desejo irresistível por

comida, no qual a paciente apresenta ataques de hiperfagia,

em que grandes quantidades de comida são ingeridas e, após

este episódio, como forma de neutralizar os efeitos do excesso

cometido, há a estimulação do vômito. Culpa e punição são

as principais questões psicológicas atreladas a essa patologia,

onde a raiva e a insatisfação relacionada a algum fator familiar

são deslocadas para comida. Fisicamente, as bulímicas apresentam

faces de lua cheia, lesão da pele no dorso da mão, desgaste

dentário e presença de cáries em razão do suco gástrico.

É importante ressaltar que a maioria das pacientes não

tem consciência da situação em que se encontram. Dessa forma,

a família deve ser a primeira e principal observadora do

comportamento apresentado pelas mesmas. Ataques de agressividade

e isolamento, principalmente durante as refeições, são

os primeiros sinais de que algo não está fluindo naturalmente

com a adolescente.

O tratamento deve ser realizado por uma equipe composta

de nutricionista, médico e psicólogo. A paciente de ser

submetida a uma dieta alimentar, a tratamento medicamentoso

e a sessões de psicoterapia individual e familiar, visto que

o engajamento da família diante do problema é de extrema

importância para que a paciente consiga ter um bom resultado

com o tratamento proposto.

22 Atração_ maio de 2022

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