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Comunidade

Artesão José Salgueiredo levou

ARTE

Ao Centro Lusitano

José Salgueiredo é

um emigrante português,

natural de

Aveiro, artista e reside

na Suíça.

Estudou em Aveiro,

onde completou o

ensino básico e frequentou

um ano a

escola profissional.

Cursou electricidade

automóvel, tendo

com 14 anos ingressado

na aprendizagem

de marceneiro/

carpinteiro e aos 19

anos, na metalurgia

mecânica.

Vamos falar com

ele e saber um pouco

mais...

“Só vendi um trabalho”

Lusitano de Zurique — Quem é

José Salgueiredo, fale-nos de si.

— J.S — Cheguei a Suíça em Abril de

1984. Os primeiros 7 anos trabalhei

na restauração e quando recebi

a residência permanente, passei

para o ramo automóvel, o que me

deu grande satisfação. Inicialmente

como ajudante, frequentei vários

cursos (mecânica) e comecei

a fazer manutenção/reparação em

automóveis. Em 2010 passei para

uma empresa de empilhadores

como técnico electromecânico.

LZ — Foi então assim que tudo começou?

— J.S — Desde criança que sempre

tive muita curiosidade em saber e

tentar perceber como eram feitos

os rádios, motores etc. Também fazia

e criava brinquedos, por exemplo

os famosos carros de rolamentos.

O primeiro “barco/caravela” que

fiz foi em cartão, andava na escola

primária no 4º ano. Aos 14/15 anos

fiz outra, mas forrada a fósforos

queimados. Mas foi aqui na Suíça

que comecei a fazer trabalhos

mais complicados. Um dia comprei

uma Caravela em Kit plástico

para montar, mas não me agradou

muito, voltei a fazer uma caravela

em fósforos, mas mais detalhada e

com iluminação interior. Entretanto

tive conhecimento da existência

dos planos para fazer os barcos à

escala e... assim comecei a fazer

trabalhos mais perfeitos e económicos

porque os kits em madeira

são muito caros.

LZ — Porquê o artesanato?

— J.S — Eu não me fico só pelo artesanato/modelismo,

também gosto

de fazer restauros de peças antigas,

rádios, bicicletas, motos, mobiliário…

etc.

LZ — As obras que cria representam

não só o mundo da fantasia,

mas também demonstram grande

realismo. Em que contexto as

enquadra?

— J.S — Eu vejo os meus trabalhos

como arte no modelismo

LZ — Como define a sua Arte?

— J.S — Hobby, passatempo

LZ — Qual a importância da tecnologia

no artesanato?

- JS – Tem sido uma boa ajuda em

alguns trabalhos.

LZ — Considera o resultado do seu trabalho,

arte, ou objectos de consumo?

— J.S — Para mim, é arte porque o faço

como Hobby.

LZ — De todas as peças criadas e vendidas,

existe alguma que se destaque de

entre as demais e porquê?

— J.S — O meu primeiro Barco/modelo feito

em madeira pela perfeição final. Só vendi

um trabalho.

LZ — Os artesãos, são apoiados por alguma

entidade pública ou privada?

— J.S — Não tenho conhecimento pessoal

sobre isso.

LZ — Nos moldes actuais, o artesanato

tem futuro?

— J.S — Para mim não porque o faço só

como Hobby.

LZ — Vive exclusivamente do artesanato?

— JS – Não, uma vez que não vendo os

meus trabalhos.

LZ — Onde está situado o seu atelier.

Pode ser visitado?

— J.S — Não, tenho só uma pequena arrecadação

onde faço os meus trabalhos. Visitas

pode-se fazer, a combinar.

LZ — Sente-se realizado?

— J.S — Sim.

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