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SCMedia News | Revista | Julho & Agosto 2022

A revista dos profissionais de logística e supply chain.

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JUL & AGO <strong>2022</strong><br />

Esta situação criou um cenário de alerta para<br />

o mundo, mas que ao nível dos fornecedores<br />

poderia ter sido antecipado, caso não houvesse<br />

tanta dependência. As empresas ficaram então<br />

encurraladas sem que algo se pudesse fazer,<br />

exceto “aprender com aquilo que aconteceu, e<br />

estarmos preparados”. Neste sentido, deixou<br />

duas estratégias:<br />

1. Diversificar o leque de fornecedores, para<br />

não estarmos centralizados num ponto do<br />

mundo, porque se aquela parte do mundo<br />

fechar, ainda conseguimos trabalhar com outra;<br />

2. Termos alguma proximidade geográfica<br />

com alguns players.<br />

Algumas empresas, nacionais e internacionais,<br />

também já estão a adotar este tipo de<br />

estratégias, como é o caso do setor têxtil.<br />

Tiago Pinho dá o exemplo de uma empresa de<br />

estampagem no Norte, que trabalha com uma<br />

grande empresa internacional estrangeira, e<br />

ele contou-lhe que com a pandemia ficaram a<br />

ganhar muito. Devido à situação de as pessoas<br />

ficarem mais em casa e não comprarem tanto,<br />

e também de forma a minimizar o risco de<br />

uma nova falha, as encomendas de milhões<br />

de unidades para a China que eram feitas<br />

antes da pandemia passaram a ser feitas em<br />

fornecedores mais próximos. “Eles não estão a<br />

mandar produzir tanto. Estão a produzir lotes<br />

menores, e querem mais rapidez nas entregas”,<br />

explica, “a abordagem está a ser um bocado<br />

mais cautelosa, preferem ter os fornecedores<br />

mais próximos, a produzir lotes mais pequenos,<br />

mas com prazos de entregas menores”. Ao<br />

mesmo tempo, através desta abordagem, “as<br />

empresas também não ficam com tantos stocks<br />

que não se vão vender, e conseguem ter este<br />

trade-off entre os custos de transporte e o<br />

time-to-market”.<br />

Por muito que se tente fazer, nestas situações,<br />

“vai ser sempre reagir a um fator de disrupção,<br />

vamos ter de repensar as cadeias”.<br />

Hoje estamos também a reagir a questões<br />

como a dependência do petróleo, com o<br />

aumento do custo dos combustíveis, e redução<br />

da pegada carbónica. No entanto, o docente<br />

aponta que “em 2011 a União Europeia emitiu<br />

o livro branco dos transportes, que tinha como<br />

objetivo primordial reduzir a dependência do<br />

petróleo, e em <strong>2022</strong> verifica-se que é muito<br />

urgente a União Europeia reduzir a dependência<br />

do petróleo”.<br />

O transporte rodoviário deixa novas questões<br />

em cima da mesa, e “uma delas, que eu acho<br />

que é dos maiores desafios operacionais aos<br />

gestores é: para transportes superiores a 300km<br />

as empresas têm de arranjar meios alternativos<br />

ao rodoviário. Ou seja: se eu quiser enviar um<br />

contentor de Lisboa para o Porto não vai de<br />

camião. Mas onde temos nós infraestruturas<br />

ferroviárias ou portuárias que me permitam em<br />

tempo útil – e falamos de 3 a 4 horas de viagem<br />

de camião –fazer esse transporte em menos de<br />

um dia ou dia e meio? Se é necessário arranjar<br />

transportes alternativos também é necessário

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