Brasil chegará a 26GWem geração de energiadistribuída em 2023Preocupação com produção a partir de matrizes limpas, em razão das mudanças climáticas,além da autoprodução para diminuir custos de empresas e de residências, fez a modalidadechegar a 21,68GW em junho. País deverá investir R$ 38 bilhões ao longo deste anoAté o final de 2023, o Brasil atingiráentre 25 e 26GW de capacidadeinstalada em Geraçãode Energia Distribuída, modalidadena qual o consumidor produzsua própria energia consumida, considerandoseus diversos tipos: solar, eólica,biomassa e biogás, CGHs e outras.Em maio, o país já atingiu a marca de21 gigawatts de produção a partir daEnergia Distribuída, quantidade suficientepara abastecer 10,5 milhões deresidências ou cerca de 42 milhões depessoas, o equivalente a cerca de 20%de toda a população brasileira. Nestecomeço de junho, a Geração Distribuídajá chegou a 21,68GW.Se este ritmo de crescimento semantiver, os investimentos ao longodo ano devem somar mais de R$ 38bilhões no país nesta modalidade deenergia. A preocupação com as mudançasclimáticas e o interesse em diminuiros custos com energia elétricasão duas pautas importantes para a sociedadebrasileira hoje. Estes númerossó comprovam esta tendência de buscarfontes de energia eficientes e dosconsumidores brasileiros se tornarem,ao mesmo tempo, produtores autossuficientesde energia renovável.São Paulo, um dos estados maispopulosos e economicamente desenvolvidosdo Brasil, alcançou recentementeum marco importante no setorde energia: atingiu a impressionantemarca de 3 gigawatts (GW) de capacidadede geração distribuída. Esse feitoreflete o compromisso do estado empromover a transição para fontes deenergia mais limpas e sustentáveis.Em 2022, o estado de São Paulofoi que mais agregou potência ao sistemaelétrico nacional com 1,1 GW –à frente de Minas Gerais (844 MW) eRio Grande do Sul (830 MW), segundoe terceiro colocados, respectivamente.Em março de 2023, outra conquistaimportante para os paulistas, o estadoultrapassou Minas Gerais e tornou-se olíder em GD no Brasil.A geração distribuída refere-se àprodução de eletricidade a partir defontes renováveis em pequena escala,instaladas em residências, comércios,indústrias e propriedades rurais.Essa forma de geração de energia temse tornado cada vez mais popular emtodo o mundo, devido aos benefíciosambientais, econômicos e sociais queproporciona.Em São Paulo, a geração distribuídatem se expandido rapidamente nosúltimos anos, impulsionada por incentivosgovernamentais, como a isençãode impostos e tarifas especiais para osgeradores. Além disso, a conscientizaçãosobre a importância da sustentabilidadee a busca por redução noscustos de energia têm motivado osmoradores e empresários a adotaremsistemas de geração distribuída.Outro estado importante economicamenteno Brasil, o Rio de Janeiro,tornou-se um dos nove no país a ultrapassara marca de 100 mil unidadesconsumidoras (ou UCs, que podemser residências familiares, como casas,apartamentos, comércios, entre outras),que se valem da geração própriade energia, também conhecida por geraçãodistribuída (GD), juntando-se aSão Paulo, Bahia, Minas Gerais, MatoGrosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco,Paraná e Rio Grande do Sul.A classe consumidora predominanteno estado é a residencial, representandoaproximadamente 90%dessas UCs, o que mostra uma disposiçãomuito grande da população cariocaa investir seus próprios recursosem energia renovável. Logo atrás vemas conexões comerciais, que representam7% das UCs, seguida pelas conexõesrurais que representam 2%.O crescimento acelerado da GD nopaís conta com a conscientização dapopulação sobre o assunto. A previsãoé de que o Brasil coloque cerca de 8GW em potência de GD nesse ano. ORio de Janeiro desempenha papel importantenesse crescimento, e o resultadomostra que os cariocas estão preocupadoscom o meio ambiente e coma diminuição dos custos com energia.Assim como em grande parte dosestados, a energia solar é a mais utilizadapelos “prossumidores” (contraçãode produtores e consumidores deenergia). A evolução da geração própriade energia passa principalmentepelos benefícios oferecidos por essamodalidade, em diferentes aspectos.Para os consumidores, a GD se tornouuma alternativa para garantir previsibilidadee baixar custos, além de contribuirpara a transição energética. ALei 14.300 que institui o marco legalda micro e minigeração distribuídas foium importante passo para o desenvolvimentodestas modalidades de produçãoenergética no país.Em relação ao sistema elétrico nacional,a geração própria de energiareduz custos de transmissão e distribuiçãoe contribui para a segurançado sistema, bem como utilizar fontesrenováveis, o que beneficia o sistemacomo um todo. A população ganhacom novas modalidades energéticas,usufrui um sistema cada vez mais limpoe, assim, assegura a transição commenos impacto das mudanças climáticaspara as gerações futuras.Ao segmento e à sociedade restaainda superar algumas dificuldadesimpostas pelas grandes distribuidoras,que ainda criam, em muitos momentos,obstáculos aos prossumidores.Essas tribulações são definidas, enquantotais concessionárias dominam,por outro lado, a geração distribuída,aproveitando-se da concessão quepossuem em sua área de atuação.20RBS Magazine
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