Artigoque uma grande diversidade de perfisprofissionais ainda será contratadaem diferentes fases dos empreendimentos”,observa o diretor do SENAI.“Para se ter ideia da dimensãoque estamos enxergando, a implantaçãode um único parque de energiasolar no estado deverá alcançar milpostos de trabalho este ano, considerandodesde o início da obra até afinalização do comissionamento, previstopara outubro. Uma parte dessaspessoas já está em campo, masoutras oportunidades surgirão e serãonecessárias pessoas qualificadaspara assumir esses postos”, exemplifica.A demanda por profissionaispassa por áreas que vão desde construçãocivil, preparação de estradas,transporte de módulos, eletromecânica,comissionamento de equipamentose de subestações, trabalhotípico de profissionais de eletrotécnicae de engenharia elétrica, segundoo executivo.Só no Centro de Tecnologias doGás e Energias Renováveis (CTGAS--ER), do SENAI-RN, mais de 1.500profissionais foram qualificados/asnos últimos sete anos em cursos ligadosà energia solar, com destaquepara áreas como instalação de sistemasfotovoltaicos, introdução àstecnologias de geração fotovoltaica,tecnologias e instalações de sistemasfotovoltaicos e boas práticas de montagemde estruturas metálicas parausina solar fotovoltaica.Os programas oferecem desdeconhecimentos básicos sobre o setoraté um mergulho aprofundado, emuma especialização técnica, lançadaem 2022. As opções incluem, ainda,uma certificação profissional inéditano país, criada em parceria com aAlemanha, para profissionais que estãoem campo.“O ambiente de geração de energiaelétrica a partir das fontes renováveisé o que mais gera empregos noRio Grande do Norte, do ponto de vistade empregos industriais, e isso semanterá assim pelo menos até o finaldesta década para as fontes eólica,solar centralizada e com novas fronteiras,como a energia eólica offshore(no mar), que vem aí, e a perspectivade utilização dessas energias limpaspara produção de hidrogênio”, acrescentaMello.Condições naturais favorecemdesenvolvimento da indústria no estadoCondições naturais favoráveis aessa indústria não faltam. Dados donovo Atlas Eólico e Solar do Rio Grandedo Norte mostram abundâncianão só do recurso eólico, mas tambémde energia solar no RN.Desenvolvido como fruto de umTermo de Colaboração firmado entreo governo, através da Secretariade Estado de Desenvolvimento Econômico(Sedec), e a Federação dasIndústrias (FIERN), com execução doSENAI-RN - por meio do Instituto SE-NAI de Inovação em Energias Renováveis(ISI-ER) - o documento apontaonde estão as melhores áreas, cominformações inéditas sobre o potencialdo estado e regiões mais promissoraspara investimentos. É o primeiroAtlas de energia solar do estado.“O trabalho desenvolvido peloISI mostra que temos uma relevantecapacidade em território potiguar,de leste a oeste do estado, e é fundamentalpara dar mais subsídios esegurança à tomada de decisão dasempresas investidoras”, diz RodrigoMello.De acordo com as medições eanálises do Instituto, o Rio Grande doNorte tem potência instalável de 82Giga Watt pico (Gwp) para geraçãode energia solar centralizada - geraçãoque inclui projetos acima de5 Megawatts (MW), como usinas degrande porte.O valor estimado em potênciaé mais de 2,5 vezes o consumo deenergia elétrica de todo o Nordestebrasileiro em 2019. O número sobepara 57 GWp de capacidade instalávelse considerados apenas terrenosplanos, o que corresponderia a aproximadamente25 vezes o consumototal de energia do estado em 2019.Em geral, todas as áreas do RNsão muito promissoras para geraçãode energia centralizada, segundo oAtlas. A região intermediária de Mossoróaparece, entretanto, como destaque,com mais de 50% da capacidadeinstalável total.O Atlas destaca ainda que as condiçõesfavoráveis no estado podemviabilizar projetos híbridos eólico-solarem municípios que já possuemmuitos parques eólicos em operação,a exemplo de regiões como João Câmarae Mossoró.Pesquisadores e pesquisadorastambém avaliaram a integração sobreaçudes e lagoas monitorados. Osestudos consideraram 10% da áreaútil em um conjunto de reservatóriose identificaram uma capacidade instalávelde 5,4 GWp, o que equivale a80% do consumo residencial, comercial,rural e industrial em 2019.Para geração distribuída, o potencialpotiguar também é apresentadocomo “abundante”. O potencialde capacidade instalável é de mais de718 Megawatts pico (MWp), o dobrodo que, em 2022, estava instaladono estado. “Neste cenário”, estima oAtlas, é possível gerar entre 1 e 1,3TWh de energia, o que representaquase 20% da energia consumida noestado em 2019”.CrescimentoO setor atravessou os últimosanos em ritmo acelerado. De acordocom dados da Associação Potiguarde Energias Renováveis (Aper), o RioGrande do Norte teve 44.595 sistemasconectados à rede entre 2015e 2023, até o mês de abril, segundolevantamento atualizado em maio.Houve crescimento de 201,5% de2020 para 2021; de 109,3% de 2021para 2022; e de 19,5% de dezembrode 2022 para abril de 2023.Desde o ano passado, a geraçãodistribuída está presente nos 167municípios do estado. Foram investidosR$ 771,62 milhões na atividade,no período. A partir de dados da Aneel,a Associação também calcula que81% das conexões estão em residências,15% no comércio, 3% na classeconsumidora rural e 1% na indústria.A quantidade de empregos diretos eindiretos acumulada até este ano supera12 mil.6RBS Magazine
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