MadeiraIndustrial_254Web
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SUSTENTABILIDADE<br />
ACNI (Confederação Nacional da Indústria)<br />
apresentou ao governo federal, uma proposta<br />
para a implementação de um sistema<br />
regulado de comércio de emissões de<br />
carbono no Brasil. O instrumento é uma<br />
importante medida para reduzir as emissões de gases<br />
de efeito estufa e tem potencial de movimentar até R$<br />
128 bilhões em receitas, segundo estimativas do projeto<br />
PMR (Partnership for Market Readiness).<br />
Após avaliar os modelos praticados por EUA (Estados<br />
Unidos da América), UE (União Europeia), México,<br />
Japão e Coreia do Sul, em um estudo lançado<br />
em 2021, a CNI coordenou as discussões com a base<br />
industrial e esboçou a arquitetura detalhada de um<br />
modelo de precificação sob a ótica do cap and trade<br />
– modalidade vista como a melhor para o Brasil –, que<br />
apresenta também aspectos relativos à governança do<br />
sistema.<br />
O documento foi divulgado no evento Diálogo:<br />
Mercado Regulado de Carbono e a Competitividade<br />
Industrial; e pode ser conferido no site da CNI (Proposta<br />
da Indústria para o Mercado Regulado de Carbono).<br />
NOVO MODELO<br />
Os sistemas de precificação de carbono se impõem<br />
de forma crescente no mundo, em particular pelo<br />
grande volume de receitas movimentadas, em torno<br />
de US$ 95 bilhões no ano de 2022, de acordo com<br />
estimativas do Banco Mundial. Por isso, para a CNI,<br />
o país precisa se posicionar de forma proativa nessa<br />
agenda. Regularizar o mercado de carbono é uma das<br />
propostas da indústria para uma agenda de baixo carbono<br />
e integra a missão “Descarbonização”, um dos<br />
quatro pilares de política industrial propostos pela CNI<br />
no Plano de Retomada da Indústria e já inserido entre<br />
as missões que serão debatidas pelo CNDI (Conselho<br />
Nacional de Política Industrial), coordenado pelo MDIC<br />
(Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio<br />
e Serviços).<br />
ENTENDA A PROPOSTA<br />
Entre os anos de 2016 e 2020, a CNI, federações<br />
de indústrias, associações setoriais e empresas participaram<br />
do projeto PMR Brasil. A iniciativa, coordenada<br />
pelo governo brasileiro em parceria com o Banco Mundial,<br />
estudou os impactos da implementação de sistemas<br />
de precificação de carbono no Brasil, mostrando<br />
expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno<br />
Bruto), redução do desemprego e potencial de movimentar<br />
receitas de até R$ 128 bilhões.<br />
O projeto PMR Brasil finalizou em dezembro de<br />
2020, e os resultados sugeriram algumas linhas de<br />
ação para o sucesso do estabelecimento do mercado<br />
regulado de carbono. São elas: implementação gradual,<br />
com o primeiro período de conformidade (de 2 a 5<br />
anos), com ambição modesta e foco no aprendizado;<br />
adoção de um valor mínimo de emissão anual de 25<br />
mil toneladas de CO 2<br />
(gás carbônico) para selecionar<br />
os setores que serão regulados; regulação com abrangência<br />
nacional para evitar a sobreposição de regulações<br />
estaduais; e mecanismos de estabilização de<br />
preços para evitar flutuações muito amplas.<br />
As experiências internacionais trouxeram também<br />
uma questão chave para o mercado de carbono: a implementação<br />
de uma estrutura de MRV (mensuração,<br />
relato e verificação), obrigatória, em escala nacional,<br />
antes do início da operação do mercado.<br />
A contabilização, quantificação e divulgação das in-<br />
74 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023