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Preparaçao para a morte - Santo Afonso Maria de Ligorio

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CONSIDERAÇÃO XXVII<br />

Da eternida<strong>de</strong> do inferno<br />

Et ibunt hi in supplicium aeternum.<br />

E estes irão <strong>para</strong> o suplício eterno (Mt 25,46).<br />

PONTO I<br />

Se o inferno não fosse eterno, não seria inferno.<br />

A pena que dura pouco, não é gran<strong>de</strong> pena. Se a um<br />

doente se rompe um abscesso ou queima uma ferida,<br />

não <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> sentir dor vivíssima; como, porém,<br />

esta dor passa em breve não se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rá-la<br />

como tormento grave.<br />

Seria, porém, gran<strong>de</strong> suplício, se a intervenção<br />

cirúrgica perdurasse semanas ou meses. Quando a<br />

dor é intensa, ainda que seja breve, torna-se insuportável.<br />

E não apenas as dores, até os prazeres e as<br />

diversões, prolongando-se em <strong>de</strong>masia, um teatro,<br />

um concerto, continuando, sem interrupção, durante<br />

muitas horas, causaria tédio insofrível.<br />

E se durassem um mês, um ano? Que será, pois,<br />

no inferno, on<strong>de</strong> não é música, nem teatro que sempre<br />

se ouve, nem leve dor que se pa<strong>de</strong>ce, nem ligeira<br />

ferida ou superficial queimadura <strong>de</strong> ferro can<strong>de</strong>nte<br />

que atormenta, mas o conjunto <strong>de</strong> todos os males, <strong>de</strong>

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