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Preparaçao para a morte - Santo Afonso Maria de Ligorio

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<strong>morte</strong>, a cujo po<strong>de</strong>r não há força que resista. Resistese<br />

ao fogo, à água, ao ferro, ao po<strong>de</strong>r dos príncipes,<br />

mas não se po<strong>de</strong> resistir à <strong>morte</strong>1. Conta Vicente <strong>de</strong><br />

Beauvais que um rei da França, achando-se no termo<br />

da vida, exclamava: “Com todo o meu po<strong>de</strong>r, não<br />

posso conseguir que a <strong>morte</strong> espere mais uma hora!”<br />

Quando chega esse momento, não po<strong>de</strong>mos retardá-lo<br />

nem por um instante sequer.<br />

Por muitos anos, querido leitor, que ainda tenhas<br />

<strong>de</strong> viver, há <strong>de</strong> chegar um dia, e nesse dia uma hora,<br />

que te será a última. Tanto <strong>para</strong> mim, que escrevo,<br />

como <strong>para</strong> ti, que lês este livro, está <strong>de</strong>cretado o dia,<br />

o instante, em que nem eu po<strong>de</strong>rei mais escrever<br />

nem tu ler. “Quem é o homem que viverá e não verá<br />

a <strong>morte</strong>?” (Sl 89,49). Está proferida a sentença. Nunca<br />

existiu homem tão néscio que se julgasse isento<br />

da <strong>morte</strong>. O que suce<strong>de</strong>u a teus antepassados, também<br />

suce<strong>de</strong>rá a ti. De quantas pessoas, que, no princípio<br />

do século passado, viviam em tua pátria, nenhuma<br />

existe com vida. Até os príncipes e monarcas<br />

<strong>de</strong>ixarão este mundo. Não subsistirá <strong>de</strong>les mais que<br />

um mausoléu <strong>de</strong> mármore com inscrição pomposa<br />

que somente serve <strong>para</strong> nos patentear que dos gran<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>ste mundo só resta um pouco <strong>de</strong> pó resguardado<br />

por aquelas lajes. São Bernardo pergunta: “Dize-me:<br />

on<strong>de</strong> estão os amadores do mundo? E respon<strong>de</strong>:<br />

Nada <strong>de</strong>les resta, senão cinzas e vermes”.<br />

É mistér, portanto, que não procuremos essa fortuna<br />

perecedora, mas a que não tem fim, já que nos-

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