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CaixaWoman#13

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mo todos sabemos, mas o livro, Portugal no Futuro da Europa,<br />

foi publicado com algumas alterações relativamente ao projeto<br />

original. E, a pretexto do livro, a jornalista, com um entusiasmo<br />

que contagiaria qualquer leigo, explica história da União<br />

Europeia, dos ideais do federalismo, em que acredita veementemente,<br />

acabando por confessar que “sou uma grande<br />

entusiasta do projeto da União Europeia e preocupa-me muito<br />

que esteja tão mal entregue a uma geração de dirigentes<br />

políticos que, claramente, não está à altura da ambição que<br />

levou à construção daquilo que acho que é a maior aventura<br />

de engenharia política desde a fundação da federação norte-<br />

-americana. Tenho muita pena, espero que a crise faça emergir<br />

novos líderes e novos valores. Gostaria muito que isto funcionasse<br />

como oportunidade”. E, deste comentário sério, segue<br />

para uma gargalhada, rematando, “eu sei que as pessoas<br />

acham que eu sou maluca, mas a emergência da União é, para<br />

mim, uma história comovente”.<br />

Nada disto é por acaso... Paula Moura Pinheiro não é um<br />

acaso. Assume-se como católica e explica que o seu interesse<br />

pela política e pelo jornalismo são “instrumentais”, no sentido<br />

em que se sente obrigada a servir a comunidade. Assume<br />

que ser católica a obriga a um determinado comportamento<br />

como cidadã e jornalista. E não pretende fugir das suas obrigações,<br />

ainda que esteja consciente de que muitos “acham<br />

que aquilo que faço é irrelevante. Uma coisa é haver quem<br />

não aprecie o meu estilo, mas, quanto ao mérito dos meus<br />

objetivos, aí, a conversa é outra. Por esses objetivos de serviço<br />

à comunidade, eu bato-me, é aí que me inscrevo”.<br />

Depois de dois anos sem fazer televisão e a trabalhar como<br />

freelancer na imprensa e na rádio, recebe um surpreendente<br />

convite de Jorge Wemans para ser subdirectora da RTP2.<br />

Para Paula, a surpresa foi mesmo total. “Eu nem nunca tinha<br />

tomado um café com o Jorge Wemans e achei isso extraordinário,<br />

nunca poderei esquecer-me disso. É muito raro<br />

em Portugal as pessoas dirigirem convites para cargos de<br />

confiança a alguém com quem não têm já uma relação pessoal.”<br />

Para além de tudo isto, afirma que “ser convidada para<br />

a minha estação de televisão favorita, aquela que eu sempre<br />

consumira como espectadora, era um privilégio incrível<br />

e, por isso, aceitei”.<br />

Aceitou um emprego, mas também um desafio. “Eu pertenço<br />

à geração dos que apanharam a privatização das televisões<br />

e entrei nessa onda. Já dentro da televisão, apanhei a<br />

outra revolução, a da emergência da TV Cabo e a da afirmação<br />

da Internet. Tenho consciência de que me foram dados<br />

viver momentos extraordinários no audiovisual.”<br />

Apesar do orçamento pequeno e das dificuldades inerentes,<br />

Paula afirma que o que mais gosta na direção de Jorge<br />

Wemans “é o investimento indiscutível, sem precedentes<br />

(e os números não me deixam mentir), no documentário. Gosto<br />

muito de estar ligada, através desta direção, ao nascimento<br />

de uma nova geração de cineastas, de documentaristas portugueses…<br />

Uma geração cheia de gente muito boa. Todos os<br />

meses, vemos coisas aliciantes. Ainda que as dificuldades sejam<br />

imensas… O dinheiro que há para isto é estupidamente<br />

pouco para o talento que há em Portugal”.<br />

Caixa Woman 19

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