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N.º 13 | TRIMESTRAL | PRIMAVERA | 2012<br />
ENTREVISTA<br />
Marta<br />
Crawford<br />
analisa a<br />
sexualidade<br />
dos casais<br />
CURTO-CIRCUITO<br />
A CHEGADA DO<br />
SEGUNDO FILHO<br />
EXPERIÊNCIA PRÓPRIA<br />
Aprender<br />
a envelhecer<br />
de forma ativa<br />
PAULA MOURA PINHEIRO<br />
"ESPERO QUE A<br />
CRISE FAÇA EMERGIR<br />
NOVOS VALORES"<br />
PÉS NA TERRA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL HI FASHION CORPO & ALMA LAR, DOCE LAR INVESTIR EM MIM<br />
COMPORTAMENTO<br />
CASAIS<br />
SEPARADOS<br />
PELA CRISE
A Caixa Woman vai<br />
continuar a marcar<br />
as nossas vidas<br />
A capacidade de nos reinventarmos, de cairmos e de nos voltarmos a levantar é,<br />
provavelmente, a maior arma que os nossos pais nos deram (ou não), utilizável em todas<br />
as circunstâncias da vida. Os psicólogos chamam-lhe resiliência, um termo emprestado<br />
da Física que remete para a propriedade de alguns materiais se dobrarem sem quebrar,<br />
e o conceito foi adotado, em primeiro lugar, para referir crianças que, apesar do ambiente<br />
adverso em que cresciam, eram capazes de “dar a volta”, transformando-se em adultos<br />
equilibrados e persistentes. Depois, os psicólogos foram alargando escopo do termo,<br />
para incluir todos aqueles que demonstram uma capacidade acrescida de sobrevivência<br />
psicológica a uma catástrofe pessoal, a uma guerra ou a um tsunami, por exemplo. Ou às<br />
consequências mais dramáticas de uma crise económica e social como aquela que, hoje,<br />
vivemos. Porém, atualmente, aplicamo-lo a todos os que conseguem suportar a adversidade<br />
e tirar partido dela.<br />
Porque ser resiliente não significa que não se sintam e chorem as contrariedades e as perdas,<br />
que não se lancem as mãos à cabeça quando a casa (ou o emprego) vai pelo ar, soprada<br />
por um qualquer lobo mau (como na história d’Os Três Porquinhos), nem que o coração<br />
não se parta aos bocadinhos porque perdermos um amor, enfrentamos um divórcio<br />
ou, mais terrível, a morte de alguém querido. Nem tão-pouco que não passemos por períodos<br />
negros, por dentro e por fora, em que, muito sinceramente, só temos vontade de perguntar<br />
“porquê a mim” e de nos compararmos a patinhos feios, de quem ninguém gosta.<br />
Ser resiliente quer antes dizer que fazemos tudo isso, mas, mesmo assim, continuamos a<br />
acreditar que há caminho para lá do obstáculo e que temos o direito e o dever de encontrá-lo.<br />
E se o direito a parece qualquer coisa de que podemos abrir mão, o dever de implica<br />
uma obrigação que não pode ser iludida, uma obrigação para connosco próprios, mas<br />
também para com a nossa família, o nosso país e o nosso planeta. Por isso, é-nos permitido<br />
mergulhar no luto, concedermo-nos uns momentos em que temos pena de nós próprios,<br />
mas, depois, há uma voz interior que nos diz um “já chega, agora toca a andar para<br />
a frente” e nos impele a continuar.<br />
Foi este o espírito da revista Caixa Woman ao longo dos últimos anos. Chegar às nossas<br />
leitoras e contagiá-las com a energia de um novo projeto, indo ao encontro das suas preocupações,<br />
dando-lhes exemplos de mulheres que conjugaram a palavra resiliência nas<br />
suas vidas pessoais e profissionais, encontrando pistas para nascer de novo. No dia em<br />
que anunciamos que esta edição fecha o ciclo da revista em papel e inicia o reforço da<br />
sua presença on-line, procurando caminhos adaptados aos tempos em que vivemos, queremos<br />
agradecer a quem esteve sempre connosco e pedir-vos que nos procurem em<br />
www.caixawoman.pt Porque o segredo desta alquimia está em continuar.<br />
Isabel Stilwell<br />
EDITORIAL<br />
Caixa Woman 3
48<br />
72<br />
84<br />
108<br />
PÉS NA TERRA<br />
N.º 13 | PRIMAVERA 2012<br />
6 Tentações.<br />
8 Holofote. Áurea brilha nos palcos.<br />
10 Experiência própria. O Ano Europeu do<br />
Envelhecimento Ativo.<br />
16 Confissões. À conversa com Paula Moura Pinheiro.<br />
20 Crónica de Vasco Prazeres.<br />
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL<br />
24 Comportamento. Casais separados pela crise.<br />
28 Entrevista. Marta Crawford fala de relacionamentos<br />
a dois.<br />
34 Causa. Vestimos a camisola da Dress for Success.<br />
36 Um dia diferente. Redescobrimos Lisboa em duas rodas.<br />
38 Crónica de Isabel Leal.<br />
HI FASHION<br />
44 Desafio. São precisos dois para dançar o tango?<br />
48 Moda. Tendências a adotar nesta primavera.<br />
58 Crónica de Ana Campos.<br />
CORPO & ALMA<br />
64 Saúde. A prevenção do cancro do colo do útero.<br />
68 Curto-circuito. A chegada do segundo filho.<br />
72 Beleza. Ideias luminosas para a nova estação.<br />
78 Crónica de Carolina Silva.<br />
LAR, DOCE LAR<br />
84 Decoração. Baralhar e voltar a decorar a casa.<br />
90 Ficha técnica. As soluções da Edinteriores.<br />
92 Avental dos famosos. As viagens gastronómicas<br />
de Ljubomir Stanisic.<br />
98 Crónica de Cristina Belo.<br />
INVESTIR EM MIM<br />
100 Mealheiro. Compras de supermercado à distância.<br />
102 Mulher Caixa Woman. O testemunho da cliente<br />
Maria Amélia Nascimento.<br />
104 Vencedora. O rosto bem sucedido da Pelcor.<br />
106 Serviços Caixa. Novo Caixadirecta on-line.<br />
107 Iniciativas. Ano Europeu do Voluntariado em balanço.<br />
108 Fuga. Um paraíso chamado Martinhal Beach Resort.<br />
110 Mundo Verde. O exemplo ecológico da Caixa.<br />
112 Experiências. Conclusões da conferência Cuidar<br />
de Nós, Cuidar do Nosso Bebé
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES.<br />
PÉS NA TERRA E OLHOS NAS ESTRELAS<br />
Cor de<br />
esperança<br />
A Natureza. Sempre ela.<br />
Agora que a primavera chega,<br />
troque o ar condicionado do<br />
escritório pelas pausas ao ar<br />
livre. Recarregue baterias e<br />
renove inspirações. A vida terá<br />
certamente outra leveza assim.
10 TENTAÇÕES<br />
DÉLIBÁB<br />
Quando: 31 de março.<br />
O quê: Música no Grande Auditório<br />
da Culturgest, em Lisboa.<br />
A voz do brasileiro Vitor Ramil<br />
e o violão do argentino Carlos<br />
Moscardini dão vida a um trabalho<br />
intitulado Délibáb. São 12 milongas<br />
(ritmo comum ao Rio Grande do<br />
Sul, Uruguai e Argentina) que<br />
Ramil construiu a partir de poemas<br />
do argentino Jorge Luís Borges e<br />
do brasileiro João Cunha Vargas.<br />
LUÍSA SOBRAL<br />
Quando: 13 e 14 de abril.<br />
O quê: Concerto na Sala Suggia,<br />
na Casa da Música, no Porto,<br />
e no Grande Auditório do CCB, em Lisboa.<br />
Luísa Sobral apresenta The Cherry on My<br />
Cake em dois espetáculos agendados<br />
para a Casa da Música, no Porto, e para<br />
o Grande Auditório do Centro Cultural<br />
de Belém, em Lisboa.<br />
6 Caixa Woman<br />
1<br />
Katinka Bock<br />
Quando: até 13 de maio.<br />
O quê: Exposição na<br />
Galeria 2 da Culturgest.<br />
Matérias tão comuns como o barro,<br />
a madeira, o metal ou o tecido estão na<br />
origem dos trabalhos de Katinka Bock.<br />
A austeridade dos materiais contrasta com<br />
a energia criativa das esculturas desta<br />
alemã nascida em Frankfurt, em 1976.<br />
Dez bons motivos para sair<br />
da sua zona de conforto. A arte<br />
renova-se a cada expressão<br />
e está viçosa neste início<br />
de primavera. TEXTO DE RUI FARIA.<br />
ZONA LETAL, ESPAÇO VITAL<br />
Quando: até 14 de abril.<br />
O quê: Exposição no m|i|mo, em Leiria.<br />
O Museu da Imagem em Movimento/<br />
Município de Leiria, m|i|mo, mostra<br />
a exposição Zona Letal, Espaço<br />
Vital, integrada no projeto de<br />
itinerância da Coleção da Caixa<br />
Geral de Depósitos, que vai já na<br />
sua terceira edição.<br />
4 2<br />
3 COLDPLAY<br />
5<br />
Quando: 18 de maio.<br />
O quê: Concerto no Estádio do Dragão, no Porto.<br />
Depois da presença no Optimus Alive 2011,<br />
os Coldplay estão de regresso a Portugal<br />
para um concerto no Estádio de Dragão.<br />
O alinhamento gira em torno de Mylo Xyloto,<br />
o seu quinto disco de originais, que entrou<br />
diretamente para o primeiro lugar do top<br />
de vendas em 17 países, incluindo Portugal.
AURORA<br />
Quando: 11 de maio.<br />
O quê: Jazz no Grande<br />
Auditório da Culturgest,<br />
em Lisboa.<br />
O arrojo de Sara Serpa, talento<br />
do jazz, tem como parceiro de<br />
viagem o piano de Ran Blake,<br />
um compositor que tem<br />
contribuído para a afirmação<br />
da chamada Third Stream.<br />
10<br />
AND_LAB<br />
Quando: de 1 a 3 de junho.<br />
O quê: Dança no Pequeno Auditório<br />
da Culturgest, em Lisboa.<br />
Integrado no festival Alkantara, o projeto<br />
de João Fiadeiro e e Fernanda Eugénio<br />
é apresentado como uma série de<br />
“paradigmas que nos tiram da ‘zona<br />
de conforto’ e nos colocam em estado<br />
de abertura ao desconhecido”.<br />
PANOS<br />
Quando: de 18 a 20 de maio.<br />
O quê: Teatro no Pequeno Auditório da Culturgest, em Lisboa.<br />
6A sétima edição de PANOS – Palcos Novos, Palavras Novas<br />
junta, na Culturgest, a nova dramaturgia ao teatro escolar<br />
e juvenil. Dois inéditos de Pedro Mexia e Alex Cassal, e uma<br />
peça traduzida do projeto Connections, do National Theatre, de<br />
Londres, foram ensaiadas por mais de 30 grupos de todo o país.<br />
7<br />
89Bicharada<br />
Big Bang<br />
Quando: 25 e 26 de maio.<br />
O quê: Teatro no Grande Auditório<br />
da Culturgest, em Lisboa.<br />
Philippe Quesne/Vivarium Studio regressa<br />
à Culturgest para “evocar uma explosão<br />
gigantesca como teoria fundadora ou uma<br />
simples onomatopeia da banda desenhada”,<br />
refere o programa.<br />
Quando: até 20<br />
de maio.<br />
O quê: Exposição<br />
no Museu Rafael<br />
Bordalo Pinheiro,<br />
em Lisboa.<br />
Bicharada é uma<br />
exposição monográfica sobre a<br />
obra de Teresa Cortez, inspirada na<br />
temática dos animais, que surgem<br />
em esculturas, azulejos ou até em<br />
pratos ou potes. Está patente ao<br />
público na área de exposições<br />
temporárias do Museu Rafael<br />
Bordalo Pinheiro, em Lisboa.<br />
Caixa Woman 7
HOLOFOTE<br />
Busy (for me) foi um dos temas mais rodados<br />
nas rádios e esteve oito semanas seguidas no<br />
top de vendas nacionais. O que Áurea não sabia,<br />
ao designar assim o single do seu álbum<br />
de estreia, é que seria este o seu estado.<br />
A tour de apresentação ainda não acabou,<br />
mas já se anuncia um novo trabalho.<br />
8 Caixa Woman<br />
Ocupada<br />
em ser feliz<br />
TEXTO DE RITA LÚCIO MARTINS.<br />
Já passou um ano e meio desde que<br />
Áurea lançou o seu álbum de estreia<br />
e a sensação é a de que ainda não parou<br />
para respirar. Quase uma centena<br />
de concertos e showcases, com passagens<br />
pelos coliseus de Lisboa e do<br />
Porto, e direito a um São Jorge completamente<br />
esgotado, várias atuações<br />
em programas televisivos e de rádio,<br />
uma sucessão de entrevistas e alguns<br />
prémios, como o Globo de Ouro como<br />
Melhor Intérprete Individual, atribuído<br />
em Maio passado, ou o galardão atribuído<br />
pelos MTV Europe Music Awards,<br />
na categoria de Best Portuguese Act.<br />
Tudo graças a Áurea, álbum de estreia<br />
homónimo, do qual Busy (for me) foi o<br />
single mais entoado. Pois, não restam<br />
dúvidas, Áurea tem estado mesmo ocu-
pada. A trabalhar, é certo,<br />
mas também a ser<br />
feliz, até porque, para<br />
ela, as duas coisas são<br />
indissociáveis. “Em termos<br />
profissionais, a minha<br />
vida mudou muito.<br />
Felizmente, temos tido<br />
imenso trabalho, tive o<br />
prazer de cruzar-me<br />
com pessoas fantásticas<br />
e cresci muito, pessoal<br />
e profissionalmente.<br />
2011 foi, sem dúvida,<br />
um ano muito enriquecedor,<br />
uma verdadeira<br />
bênção na minha vida.”<br />
Quem a vê no palco,<br />
percebe porque se sente<br />
abençoada. É evidente<br />
que tem um dom.<br />
Tão óbvio que é difícil<br />
acreditar que não tenha feito isto a vida<br />
inteira, tais são o seu talento e a sua capacidade<br />
performativa, mas a verdade é<br />
que a música, sendo uma das suas<br />
maiores e mais antigas paixões, não fazia<br />
mesmo parte dos seus planos mais<br />
sérios. Apesar das heranças familiares<br />
(o pai era músico amador e o irmão<br />
acompanhava-a à guitarra em tardes<br />
depois do liceu), os planos de Áurea<br />
passavam pela representação e foi<br />
com esse objetivo bem traçado que se<br />
inscreveu no curso de Teatro da<br />
Universidade de Évora (ela é natural de<br />
Santiago do Cacém). “Foi o meu grande<br />
amigo e compositor Rui Ribeiro quem,<br />
já na universidade, me acordou verdadeiramente<br />
para este destino e, nessa<br />
altura, os meus pais e o meu irmão<br />
apoiaram-me a 100% em todas as minhas<br />
decisões.”<br />
Tudo o resto parece ter surgido naturalmente,<br />
como o seu talento ou a<br />
mania de cantar descalça. “Essa necessidade,<br />
ou hábito, surgiu na altura em<br />
que cantava no Templários Bar, em<br />
Lisboa. Ainda tentei fazer os primeiros<br />
concertos de saltos altos, mas depressa<br />
percebi que me sentia bem mais confortável<br />
se os tirasse. Então, a partir daí,<br />
nunca mais cantei calçada.”. A sua (e a<br />
nos sa) atenção fica toda concentrada na<br />
voz, intensa, com claras influências da<br />
música soul, mas é quase impossível não<br />
registar um cuidado especial com a imagem,<br />
assumidamente sexy. “Tenho a liberdade<br />
para escolher as roupas e ma-<br />
ESPONTÂNEA<br />
quilhagens de que mais gosto ou considero<br />
mais adequadas às situações.<br />
No palco, aproveito para explorar mais o<br />
meu lado feminino, usando vestidos longos<br />
ou curtos, saias e maquilhagens<br />
mais carregadas. Já no dia-a-dia, uso<br />
roupa mais prática.” Em qualquer dos<br />
casos, percebe-se bem que se sente<br />
confortável com os seus 24 anos. É por<br />
isso que, antes de subir ao palco, repete<br />
um gesto, que funciona como celebração.<br />
“Eu e as minhas meninas dos<br />
coros, a Patrícia Antunes e a Patrícia<br />
Silveira, fazemos sempre um brinde com<br />
um cálice de vinho do Porto. É um ritual<br />
nosso... Especial!” E se é verdade que já<br />
beberam muitos cálices no último ano,<br />
mais certo ainda é que tiveram muitas<br />
razões para celebrar.<br />
Nova<br />
Iorque<br />
Charlize<br />
Theron<br />
● A sua banda sonora do momento: “O último disco de James<br />
Morrison, The Awakening.”<br />
● O livro que tem na mesa-de-cabeceira: “O livro de código, estou<br />
a tirar a carta de condução.”<br />
● Um destino de férias: “Nova Iorque.”<br />
● Um truque para relaxar: “Um passeio pela praia resolve muita<br />
coisa.”<br />
● Uma referência de estilo: “Charlize Theron.”<br />
● A última compra que fez: “Uma estante para casa.”<br />
● O que traz sempre na sua carteira: “B.I.”<br />
Caixa Woman 9
Elixir da<br />
eterna juventude<br />
NO ANO EUROPEU DO ENVELHECIMENTO ATIVO E DA SOLIDARIEDADE<br />
ENTRE GERAÇÕES, FOMOS SABER DE QUE FORMA PODEMOS VIVER MAIS<br />
E MELHOR. FALÁMOS COM UMA PROFESSORA DE GINÁSTICA, UMA MÉDICA<br />
E UMA INVESTIGADORA, E COMPREENDEMOS QUE, APESAR DAS DIFERENÇAS<br />
NOS MÉTODOS E NOS OBJETIVOS, SÃO UNÂNIMES NA POSIÇÃO: UM ESTILO<br />
DE VIDA SAUDÁVEL É A MELHOR FORMA DE RETARDAR A AÇÃO DO TEMPO.<br />
TEXTO DE PAULA CRISTÓVÃO SANTOS. FOTOGRAFIA: JOÃO CUPERTINO E FRANCISCO PARAÍSO.
Formada em Comunicação e Gerontologia, a fundadora dos ginásios<br />
Vivafit não tem medo de envelhecer. “O envelhecimento<br />
da minha atitude só depende de mim”, diz a sempre bem disposta<br />
Constance Ruiz. “É da minha responsabilidade fazer<br />
exercício regularmente, comer bem e ser feliz. Penso que esse<br />
é o melhor investimento que posso fazer em mim mesma.<br />
Espero continuar em forma e saudável, e penso que isso vai<br />
ajudar-me a lidar com os desafios que vou tendo vida fora.” Esta<br />
mulher de 44 anos é o derradeiro exemplo do “faz o que eu digo<br />
e faz o que eu faço”. Exercício regular, boa alimentação e oito<br />
horas diárias de sono não serão o segredo para a sua eterna<br />
juventude mas a explicação da energia que lhe permite<br />
continuar a abrir ginásios a um ritmo avassalador. É dela o original<br />
conceito de um treino em circuito, feito num espaço com<br />
acesso exclusivo de mulheres que podem assim treinar de forma<br />
mais descontraída e relaxada. “Temos sócias de todas as<br />
idades, desde adolescentes a senhoras de oitenta anos.” A ela<br />
juntou-se o marido, Pedro Ruiz, outro adepto da vida saudável<br />
e cofundador do negócio. Foi ele quem lhe deu o input empresarial<br />
necessário para transformar uma aposta de risco num<br />
exemplo de sucesso. Hoje, são já 65 os ginásios Vivafit espalhados<br />
por todo o país, o que representa 70% da quota de mercado.<br />
E não ficam por aqui. “Tencionamos expandir o negócio<br />
CONSTANCE RUIZ<br />
“O envelhecimento da minha atitude só depende de mim.”<br />
EXPERIÊNCIA PRÓPRIA<br />
para Singapura, Índia, Uruguai e Chipre”, explica Constance.<br />
Formada pelo American College of Sports Medicine, pela<br />
Aerobica Fitness Association of America e pelo Pilates Institude,<br />
Constance tem ainda várias habilitações dos programas<br />
Les Mills. Mais do que uma profissão, o exercício físico é a sua<br />
religião, uma filosofia de vida que segue sem grandes sacrifícios.<br />
“Os benefícios do exercício são sempre os mesmos, quer<br />
se tenha 20, 30, 40 ou 50 anos. O impacto é a longo prazo,<br />
mas, no que diz respeito ao envelhecimento, nota-se um retardar<br />
de doenças e incapacidades”, diz a mulher que tem 44 anos<br />
no BI. Sim, ao vivo é outra coisa. “Atualmente, um estilo de vida<br />
inativo é prejudicial até para os mais idosos, porque provoca<br />
perda de força, equilíbrio, flexibilidade e resistência.” Está<br />
comprovado que as mulheres acima dos 50 anos que praticam<br />
exercício de forma regular tendem a viver mais anos e a sofrer<br />
menos problemas cardíacos. E se provas fossem precisas,<br />
Constance só precisava olhar para as suas salas de treino para<br />
encontrar exemplos concretos. “Lembro-me imediatamente<br />
de uma senhora na casa dos 50 anos que sofria de uma depressão<br />
e que tomava vários comprimidos por dia. Depois de<br />
ter passado a fazer exercício regularmente nos ginásios Vivafit,<br />
deixou a medicação, já não está deprimida e está visivelmente<br />
mais magra e fortalecida.” Por dentro e por fora.<br />
Caixa Woman 11
Compreender o funcionamento e o comportamento das células<br />
ajuda a perceber porque razões deixam elas de funcionar,<br />
levando ao aparecimento de doenças. É essa a missão<br />
de Cláudia Almeida. A investigadora descobriu um mecanismo<br />
de regulação do tráfego das proteínas existentes nas células<br />
do corpo humano que pode ajudar significativamente no<br />
tratamento de doenças como a de Alzheimer e publicou-o,<br />
com grande impacto, em julho de 2011, na revista Nature Cell<br />
Biology. “Trata-se da identificação de um mecanismo molecular<br />
essencial para o funcionamento do Aparelho de Golgi.<br />
O Aparelho de Golgi modifica e distribui produtos celulares,<br />
desde hormonas a proteínas ligadas à digestão celular ou fatores<br />
de crescimento, e o seu mau funcionamento está ligado<br />
a doenças tão variadas como cancro e doença de<br />
Alzheimer. Ao conhecer o mecanismo responsável pelo ordenamento<br />
das moléculas pós-Golgi, é mais fácil perceber os<br />
problemas por detrás destas patologias”, explica a investigadora,<br />
atualmente a trabalhar no Instituto Curie, em Paris, laboratório<br />
que desenvolve um importante trabalho na área do<br />
tráfego intracelular.<br />
Licenciada em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da<br />
Universidade de Lisboa, em 1999, Cláudia começou a interessar-se<br />
pelas neurociências no momento em que iniciou os<br />
seus estudos de mestrado e de doutoramento, em Nova Iorque.<br />
“Durante o mestrado, comecei a ler bastante sobre demências<br />
e morte neuronal, e fiquei com vontade de perceber melhor<br />
o que se passava a nível celular. No trabalho de doutora-<br />
12 Caixa Woman<br />
CLÁUDIA ALMEIDA<br />
“Gostaria de descobrir algo que permitisse ajudar as pessoas.”<br />
mento, debrucei-me essencialmente sobre as alterações iniciais<br />
que os neurónios sofrem na doença de Alzheimer, muito<br />
antes de ocorrer a morte das células, com a ideia de que,<br />
se perceber a sequência de eventos que levam ao desenvolvimento<br />
da doença, poderá ser mais fácil encontrar um tratamento<br />
eficaz. A noção de que existem muitas pessoas a sofrer<br />
de doença de Alzheimer para as quais não existem<br />
tratamentos eficazes tem sido uma motivação.”<br />
A investigadora defende que o estilo de vida é fundamental<br />
como estratégia antienvelhecimento. “Com certeza que uma<br />
alimentação equilibrada, exercício físico acompanhado de atividade<br />
intelectual enriquecedora, juntamente com o equilíbrio<br />
emocional de uma vida em família são fatores determinantes<br />
sobre o envelhecimento humano.” Ainda assim, e apesar de<br />
todas as medidas preventivas que possam adotar-se, há que<br />
antecipar todos os cenários possíveis e é aí que a Ciência pode<br />
fazer a diferença na qualidade de vida das sociedades.<br />
O aumento do conhecimento permitirá desenvolver novas terapias<br />
que, se tivermos em conta o rápido envelhecimento das<br />
populações, serão cada vez mais importantes. “Utopicamente<br />
falando, gostaria de descobrir algo que permitisse ajudar as<br />
pessoas a mais curto prazo. Não a evitar o envelhecimento,<br />
mas a evitar a neurodegeneração precoce das células nervosas.”<br />
Aos 35 anos, a cientista ainda não pensa no seu próprio<br />
envelhecimento, o que não a impede de precaver o futuro.<br />
“Tento ser feliz e aproveitar bem todas as oportunidades, talvez<br />
seja essa a minha estratégia.”
Licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina da<br />
Universidade do Porto, Zaida de Aguiar Sá Azeredo é doutorada<br />
em Saúde Comunitária pelo Instituto de Ciências<br />
Biomédicas Abel Salazar e Mestre em Gerontologia Social<br />
Aplicada pela Universidade de Barcelona. Médica de Clínica<br />
Geral desde 1982, dá aulas e palestras em temas relacionados<br />
com Saúde Comunitária, Gerontologia e Geriatria. O seu interesse<br />
pela área não é recente. Pelo contrário, surgiu no início<br />
de uma carreira que se adivinharia longa e bem recheada, ainda<br />
na condição de bolseira, na Noruega e na Escócia. “Após o<br />
meu regresso, nunca mais deixei de interessar-me por esse<br />
tema. Fui adquirindo novos conhecimentos, atualizando outros,<br />
e sempre fazendo investigação nesta área.” Esta sede incessante<br />
de sabedoria é uma das ferramentas que utiliza para<br />
crescer profissionalmente, mas também acaba por funcionar<br />
como estratégia na sua cruzada pessoal antienvelhecimento.<br />
“Investigar é ter curiosidade e ter curiosidade significa querer<br />
ver mais além, ou seja, é caminhar em direção ao futuro.”<br />
E, acrescenta, “a investigação na área do envelhecimento é<br />
muito importante não só para melhorar o conhecimento, mas<br />
também para perceber a evolução demográfica e, consequentemente,<br />
planear serviços, perceber as relações sociais e poder<br />
gerir eventuais conflitos e entender as necessidades populacionais.<br />
A investigação é ainda muito útil para fazer um<br />
diagnóstico de situação que nos permita programar ações preventivas<br />
e de promoção. Também nesta área, procuro estar<br />
atualizada, não só lendo, mas também fazendo”. A autora do<br />
ZAIDA DE AGUIAR SÁ AZEREDO<br />
“Investigar é caminhar em direção ao futuro.”<br />
livro Um Idoso como Um Todo (Psicosoma) defende ainda que<br />
a saúde tem de ser vista numa perspetiva global, tendo em<br />
conta as suas vertentes biológica, psíquica, social e espiritual.<br />
“Estas quatro componentes devem ser trabalhadas desde que<br />
somos concebidos, embora de forma diferente para cada etapa<br />
da vida. Assim, para bem envelhecer, há necessidade de<br />
praticar exercício físico, prevenir doenças que são preveníveis,<br />
modificar comportamentos não salutogéneos (hábitos alimentares,<br />
evitar tabagismo, alcoolismo e consumo de drogas<br />
ilícitas, fazer uma higiene do sono com horas suficientes de<br />
sono e em condições ambientais adequadas, etc.), procurar<br />
ter uma vida social ativa e diversificada e, finalmente, desenvolver<br />
o potencial que todos temos no nosso interior, o chamado<br />
self-empowerment.” É precisamente o respeito por estas<br />
regras que lhe permite ter uma vida ativa e equilibrada aos<br />
64 anos. “Procuro ter uma boa dieta, utilizar a marcha como<br />
exercício físico, dispensando o carro, e a natação; em frente<br />
ao computador, tento ter luminosidade e uma postura corretas.<br />
Não fumo e raramente bebo. Penso que sou uma pessoa<br />
tranquila, com sistemas de coping eficazes, não olho para o<br />
passado, a não ser para obter lições para o futuro; vivo o presente<br />
com alegria e sempre olhando para o futuro, isto é, sempre<br />
com projetos a curto, médio e longo prazos. Leio muito,<br />
observo a Natureza e as pessoas, sobretudo as mais velhas,<br />
que me vão dando constantes lições de vida; meditando sobre<br />
elas, procuro desenvolver as minhas capacidades.”<br />
Resumindo, vive. E bem.<br />
Caixa Woman 15
CONFISSÕES<br />
Antes<br />
de entrar para a<br />
SIC, Paula Moura<br />
Pinheiro escreveu para o<br />
Semanário, para o Expresso<br />
e para a Marie Claire. Hoje,<br />
apresenta o programa de cultura<br />
Câmara Clara, transmitido<br />
nas noites de domingo no<br />
segundo canal da<br />
RTP.
A conversa começa como todas as conversas devem começar,<br />
pelo princípio, nas raízes e na infância, mas, depois, passeia-se,<br />
parando aqui e ali, correndo para a frente e voltando<br />
repentinamente para trás. A família é praticamente toda da Beira<br />
Baixa, mas Paula nasceu em Coimbra, em 1964, onde a mãe<br />
era estudante universitária. Aluna de Direito, a mãe de Paula<br />
dava nas vistas porque “era das poucas mulheres no curso e,<br />
sobretudo, porque, entretanto, se casara e tivera duas crianças<br />
sem ter parado de estudar”, conta. A confirmá-lo a caricatura<br />
no livro de fim de curso, em que Paula lá está, com a irmã,<br />
“apêndices” de uma mãe orgulhosa por ter sido capaz de conciliar<br />
maternidade e carreira, como mais tarde usaria dizer-se.<br />
E não há perigo de esquecer as suas “origens” porque é frequente<br />
cruzar-se, na sua vida profissional, com colegas da mãe,<br />
juristas ou advogados, que lhe garantem que andaram com ela<br />
ao colo. Não num sentido figurado, mas porque, de facto, passavam<br />
noites a estudar em casa dos Moura Pinheiro, lugar bem<br />
mais confortável do que as mesas dos cafés gelados.<br />
“Uma ironia poética”, comenta, a rir, convicta de que as memórias<br />
das “capas e batinas, e as imagens difusas da reitoria<br />
da universidade mais antiga do país” ajudaram, de algu-<br />
PAULA MOURA PINHEIRO<br />
“Espero que a crise<br />
faça emergir<br />
novos valores.”<br />
Paula Moura Pinheiro fala de uma forma apaixonada e ficamos com<br />
a certeza de que nada lhe é indiferente. A subdiretora de programação<br />
do segundo canal da RTP e apresentadora do Câmara Clara<br />
é uma mulher de causas e de crenças. O talento é uma delas.<br />
TEXTO DE ISABEL STILWELL. FOTOGRAFIAS DE PEDRO BETTENCOURT.<br />
ma forma, à sua paixão pelos livros, pela escrita e pelo prazer<br />
de saber mais.<br />
Se admite que o ambiente universitário a terá contagiado precocemente,<br />
faz questão de frisar que foi da mãe que herdou o<br />
raciocínio dedutivo, o gosto pela argumentação, o rigor e o vocabulário.<br />
“Cresci com uma mãe que diz coisas tão extraordinárias<br />
como ‘está um céu plúmbeo’. Ninguém fala assim”, diz,<br />
entre gargalhadas. Não admira, constata, que, em criança, de<br />
vez em quando, a olhassem como se observa uma criança precoce,<br />
que usa palavras maiores do que ela. Estranhava os olhares<br />
porque, para ela, aquelas “eram palavras domésticas, de casa”.<br />
A verdade é que, ainda hoje, a mãe é implacável com<br />
qualquer erro gramatical, como Paula lembra a si mesma de<br />
cada vez que escreve ou está “no ar”, ou seja, a trabalhar.<br />
Felizmente é, também, a primeira a elogiar quando “está bem<br />
feito”. Quanto ao pai, era um contraste. Rindo, descreve-o.<br />
“O meu pai era a festa, o gosto pela vida. Perfume Paco Rabanne,<br />
óculos Ray-Ban e sempre o barulho do gelo a chocalhar no copo<br />
de whisky. Gostava de automóveis e de caçar. E gostava de<br />
música: Otis Redding, Marvin Gaye.”<br />
Depois de uma passagem de dois anos por Luanda, a família<br />
Caixa Woman 17
assenta em Lisboa, meses depois do 25 de Abril. Paula tem,<br />
então, nove anos e acaba de passar de uma escola de freiras,<br />
onde fez a Primária, para a escola pública, e tudo lhe parece<br />
estranho. Como reagiu à Revolução dos Cravos? À pergunta,<br />
responde com hesitação, como que à procura das<br />
palavras certas. “Acho que o que vivi foi uma alegoria do que<br />
aconteceu ao país. A minha vida era absolutamente regrada,<br />
havia horas para tudo, a ordem familiar não era contestada e,<br />
de um ano letivo para o outro, o mundo dos adultos enlouqueceu.<br />
De repente, estava tudo tão intensamente ocupado<br />
com outra coisa, a discutir a situação política do país, envolvidos<br />
em agitações familiares também intensas, que nos deixavam<br />
fazer coisas que nunca nos eram permitidas.”<br />
Suspeita que foi toda uma geração que sentiu o mesmo e<br />
confessa que demorou algum tempo a recuperar do embate,<br />
a que correspondeu também a separação dos pais. Mas, aos<br />
poucos, habituou-se à escola<br />
caótica, a uma realidade<br />
mais livre e até ao facto de<br />
o pai ter partido para o Brasil,<br />
onde, depois, voltou a casar,<br />
e de ter ficado em Lisboa,<br />
com a mãe, que também refez<br />
a sua vida. O que sabe é<br />
que, quando deu por isso,<br />
era tempo de entrar para a<br />
faculdade. Estava segura de<br />
que queria seguir Direito, ser<br />
jurista como a mãe, mas ainda<br />
hoje não sabe explicar bem porque é que, no último minuto,<br />
preencheu o impresso de acesso indicando o curso de<br />
Comunicação Social, na Universidade Nova de Lisboa, como<br />
primeira opção. Num primeiro round, o Jornalismo ficou a ganhar,<br />
mas, mais tarde, voltaria ao Direito.<br />
Logo que acabou o curso, foi convidada por um dos seus professores<br />
para fazer crítica de Artes Visuais num jornal e conta<br />
a experiência com tanta vivacidade e entusiasmo que surpreende<br />
quando acaba por dizer que odiou, embora reconheça<br />
que teve uma função “pedagógica, mas dolorosa”. Desse tempo,<br />
recorda que, com a mesma certeza com que se imaginara<br />
a estudar Direito, recusou sequer tentar um estágio na RTP.<br />
Acreditava que o seu futuro ia ser para sempre a escrita, na<br />
imprensa. E “morria de medo com a ideia de ter de enfrentar<br />
uma câmara”. Hoje, habituados como estamos à naturalidade<br />
com que nos fala na televisão, custa a acreditar, mas de<br />
tal forma estava decidida que o seu caminho se fez pelos jor-<br />
18 Caixa Woman<br />
"É muito raro em Portugal<br />
as pessoas dirigirem<br />
convites para cargos de<br />
confiança a alguém com<br />
quem não têm já uma<br />
relação pessoal.”<br />
nais Semanário e Expresso, onde descobriu o gozo da reportagem,<br />
e, pouco depois, pela revista Marie Claire, para a qual<br />
fez reportagens e entrevistas. E é aí que conhece Maria Elisa<br />
Domingues, numa altura em que Maria Elisa estava envolvida<br />
na conceção e no lançamento da SIC. É ela quem insiste<br />
com a Paula para tentar a televisão. À proposta de Elisa, Paula<br />
disse: “Nem morta!” Com a intensidade que a caracteriza. Mas<br />
a inteligência do argumento de Maria Elisa levou-a a pensar<br />
duas vezes. “Disse-me que uma coisa era experimentar e não<br />
gostar; outra, muito diferente, seria nunca chegar a experimentar<br />
por medo. Achei que tinha razão e fico a dever-lhe o<br />
convite e o conselho.” Fez os testes, ficou aprovada e foi convidada<br />
a ficar e, como a própria diz, “aqui estou”. Pelo caminho,<br />
ficaram na nossa memória programas como Sexo Forte,<br />
O Pecado Mora Aqui e O Senhor que se Segue, todos na SIC.<br />
Ou Ligações Perigosas e GLX, na RTP1, e Falatório e Livres e<br />
Iguais, na RTP2. Desde 2005, todos os domingos, às 22h30,<br />
na RTP2, o Câmara Clara,<br />
que Paula fundou, edita e<br />
apresenta, é um dos raros<br />
momentos em que a televisão<br />
não esquece os livros, a<br />
arte e a cultura.<br />
Com intensa atividade no<br />
mundo da imprensa, da televisão<br />
e da rádio, Paula foi<br />
equilibrando a vida profissional<br />
com o seu papel de mãe<br />
de dois filhos. “Nunca é fácil<br />
conciliar as coisas satisfatoriamente, sobretudo quando se é tão<br />
ligada aos miúdos, como sou, e, ao mesmo tempo, se tem uma<br />
curiosidade imensa sobre o mundo, como a que sinto.” Já em<br />
2003, inscreve-se no Instituto Europeu da Faculdade de Direito<br />
da Universidade de Lisboa e faz uma pós-graduação em Direito<br />
Comunitário. “Porque gosto muito de política, não a política partidária,<br />
mas de história e filosofia políticas”, explica, e da história<br />
da União Europeia em particular. “Percebo que, para a grande<br />
maioria das pessoas, é uma grande maçada e percebo que<br />
o seja porque o edifício institucional e de funcionamento da<br />
União é muito complexo, mas sentia uma necessidade irreprimível<br />
de compreendê-lo, para perceber o que estava em jogo.”<br />
No fim da pós-graduação, em mais uma coincidência “poética”,<br />
a Representação do Parlamento Europeu em Lisboa abre<br />
um concurso para jornalistas para produzir um livro “que explicasse<br />
ao cidadão comum o que estava em jogo no Tratado<br />
Constitucional Europeu. O tratado acabou por não vingar, co-
mo todos sabemos, mas o livro, Portugal no Futuro da Europa,<br />
foi publicado com algumas alterações relativamente ao projeto<br />
original. E, a pretexto do livro, a jornalista, com um entusiasmo<br />
que contagiaria qualquer leigo, explica história da União<br />
Europeia, dos ideais do federalismo, em que acredita veementemente,<br />
acabando por confessar que “sou uma grande<br />
entusiasta do projeto da União Europeia e preocupa-me muito<br />
que esteja tão mal entregue a uma geração de dirigentes<br />
políticos que, claramente, não está à altura da ambição que<br />
levou à construção daquilo que acho que é a maior aventura<br />
de engenharia política desde a fundação da federação norte-<br />
-americana. Tenho muita pena, espero que a crise faça emergir<br />
novos líderes e novos valores. Gostaria muito que isto funcionasse<br />
como oportunidade”. E, deste comentário sério, segue<br />
para uma gargalhada, rematando, “eu sei que as pessoas<br />
acham que eu sou maluca, mas a emergência da União é, para<br />
mim, uma história comovente”.<br />
Nada disto é por acaso... Paula Moura Pinheiro não é um<br />
acaso. Assume-se como católica e explica que o seu interesse<br />
pela política e pelo jornalismo são “instrumentais”, no sentido<br />
em que se sente obrigada a servir a comunidade. Assume<br />
que ser católica a obriga a um determinado comportamento<br />
como cidadã e jornalista. E não pretende fugir das suas obrigações,<br />
ainda que esteja consciente de que muitos “acham<br />
que aquilo que faço é irrelevante. Uma coisa é haver quem<br />
não aprecie o meu estilo, mas, quanto ao mérito dos meus<br />
objetivos, aí, a conversa é outra. Por esses objetivos de serviço<br />
à comunidade, eu bato-me, é aí que me inscrevo”.<br />
Depois de dois anos sem fazer televisão e a trabalhar como<br />
freelancer na imprensa e na rádio, recebe um surpreendente<br />
convite de Jorge Wemans para ser subdirectora da RTP2.<br />
Para Paula, a surpresa foi mesmo total. “Eu nem nunca tinha<br />
tomado um café com o Jorge Wemans e achei isso extraordinário,<br />
nunca poderei esquecer-me disso. É muito raro<br />
em Portugal as pessoas dirigirem convites para cargos de<br />
confiança a alguém com quem não têm já uma relação pessoal.”<br />
Para além de tudo isto, afirma que “ser convidada para<br />
a minha estação de televisão favorita, aquela que eu sempre<br />
consumira como espectadora, era um privilégio incrível<br />
e, por isso, aceitei”.<br />
Aceitou um emprego, mas também um desafio. “Eu pertenço<br />
à geração dos que apanharam a privatização das televisões<br />
e entrei nessa onda. Já dentro da televisão, apanhei a<br />
outra revolução, a da emergência da TV Cabo e a da afirmação<br />
da Internet. Tenho consciência de que me foram dados<br />
viver momentos extraordinários no audiovisual.”<br />
Apesar do orçamento pequeno e das dificuldades inerentes,<br />
Paula afirma que o que mais gosta na direção de Jorge<br />
Wemans “é o investimento indiscutível, sem precedentes<br />
(e os números não me deixam mentir), no documentário. Gosto<br />
muito de estar ligada, através desta direção, ao nascimento<br />
de uma nova geração de cineastas, de documentaristas portugueses…<br />
Uma geração cheia de gente muito boa. Todos os<br />
meses, vemos coisas aliciantes. Ainda que as dificuldades sejam<br />
imensas… O dinheiro que há para isto é estupidamente<br />
pouco para o talento que há em Portugal”.<br />
Caixa Woman 19
PERDIDOS E ACHADOS<br />
VASCO PRAZERES<br />
Médico e sexólogo<br />
20 Caixa Woman<br />
Um beijo na<br />
Praça do Município<br />
A noite tinha acabado de chegar, trazendo<br />
ainda mais frio. Lado a lado, um homem<br />
e uma mulher jovens atravessavam<br />
a Praça do Município, que, àquela hora,<br />
se encontrava quase vazia. Conversavam.<br />
Ao passarem junto do pelourinho,<br />
abrandaram o passo, suspenderam as<br />
palavras, olharam-se num silêncio intenso<br />
durante segundos e, sem pararem, colaram<br />
as bocas durante um breve instante. Em<br />
nenhuma outra parte dos corpos tiveram<br />
algum contato. A velocidade da caminhada<br />
tornou a aumentar, mas o silêncio<br />
que antecedera o encontro dos lábios<br />
manteve-se até chegarem à Rua do Arsenal.<br />
Só nessa altura, retomaram o diálogo.<br />
Ao observador involuntário, que seguia no<br />
mesmo trajeto uns metros atrás, pareceu<br />
que as palavras se haviam tornado mais<br />
serenas, mais açucaradas, e que os ombros<br />
dos intervenientes estavam agora mais<br />
próximos, tocando-se de vez em quando.<br />
Foi nessa altura que a sensação de déjà vu<br />
o assaltou. Não demorou muito a<br />
estabelecer a associação de ideias. Aquele<br />
beijo tratava-se de uma réplica, ao vivo,<br />
da célebre fotografia, do início da década<br />
de 50, de Robert Doisneau, Le baiser de<br />
l’Hotel de Ville. O cenário era semelhante,<br />
tratava-se do largo da câmara municipal<br />
de uma grande cidade; os protagonistas,<br />
também, um homem e uma mulher, ambos<br />
jovens, que se deslocam lado a lado<br />
e que, a dada altura, se beijam enquanto<br />
caminham. Na fotografia que correu mundo,<br />
o tom era o da celebração de uma Paris<br />
renascida, liberta do pavor da ocupação<br />
nazi. No furtivo beijo que agora presenciara,<br />
o observador percebeu a cumplicidade<br />
de quem aceita construir algo de novo, de<br />
quem estabelece um pacto de cumplicidade<br />
para o caminho que vai ser percorrido.<br />
Exatamente no mesmo local em que,<br />
cem anos antes, havia sido proclamado<br />
um novo regime, rumo ao futuro.<br />
Mais tarde, ao subir a Rua do Alecrim, no<br />
momento em que se deparou com a estátua<br />
de Eça de Queiroz, com a célebre epígrafe<br />
de A Relíquia (“Sobre a nudez forte da<br />
verdade, o manto diáfano da fantasia.”), o<br />
nosso observador não pôde deixar de pensar<br />
que as conclusões tiradas do quadro vivo que<br />
O único beijo que é dado<br />
com o pensamento<br />
no passado é o da<br />
despedida! Mesmo esse,<br />
traz sempre um fio<br />
condutor para o futuro.<br />
presenciara antes não passavam de mera<br />
ficção. Não, a perceção que tivera só podia<br />
estar certa. O único beijo que é dado com<br />
o pensamento no passado é o da despedida.<br />
Mesmo esse traz sempre um fio condutor<br />
para o futuro. Porém, naquele beijo, não<br />
houvera qualquer sinal de adeus. Tinham<br />
continuado a caminhar, lado a lado, rumo ao<br />
carro que os esperava. Contudo, a realidade<br />
não se consegue perceber sem uma pitada de<br />
fantasia. Pois se até a estátua do Eça, que se<br />
encontra ali, no Largo do Barão de Quintela,<br />
não passa de uma réplica da original…
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valorizar-se, em todos os papéis<br />
da sua vida.
COMPORTAMENTO<br />
Famílias<br />
separadas<br />
pela<br />
Nunca como hoje a emigração portuguesa foi tão qualificada.<br />
E as saídas vão aumentar. Em 2011, os portugueses<br />
inscritos no Eures, o portal europeu de mobilidade profissional,<br />
eram 46.223, um número que mais do que duplicou em<br />
apenas dois anos. Esta novidade das altas qualificações traz<br />
outra consigo: a dificuldade de reagrupamento familiar. Quando<br />
os dois membros do casal têm carreiras que valorizam, é difícil<br />
que um prescinda do que já conseguiu, ou da posição que<br />
mantém, para começar do zero num país de acolhimento.<br />
Muito antes de Souto de Moura ter ganho, em 2011, o mais<br />
alto prémio internacional de Arquitetura, o Pritzker, e de ter<br />
declarado, na cerimónia de entrega do galardão, que “o caminho,<br />
para a arquitetura portuguesa, é emigrar”, já João<br />
Almeida, 42 anos, arquiteto, se tinha feito à estrada. Ou melhor,<br />
ao corredor aéreo para Luanda. É desde Luanda que me<br />
responde à entrevista, via Internet, e começa por dizer que<br />
“o Skype é a melhor invenção dos últimos tempos, mesmo<br />
se, aqui, não funciona sempre”. João emigrou em 2008, cansado<br />
de um país sem perspetivas. “Não me saíam trabalhos<br />
bons. Tinha a sensação de estar a marcar passo e resolvi ar-<br />
24 Caixa Woman<br />
crise<br />
SÃO ARQUITETOS, ENGENHEIROS, MÉDICOS, FISIOTERAPEUTAS,<br />
INVESTIGADORES, TÉCNICOS QUALIFICADOS, PROFESSORES QUE, HOJE,<br />
EMIGRAM E DEIXAM A FAMÍLIA PARA TRÁS. SERÁ O FUTURO MELHOR?<br />
TEXTO DE CARLA MACEDO.<br />
riscar.” Tinha uma filha com um ano e a necessidade de oferecer-lhe<br />
um bom futuro financeiro falou mais alto. “Vejo a<br />
minha filha crescer pelo Skype. Como o fuso horário é o mesmo,<br />
jantamos juntos, sempre com o portátil em cima da mesa.”<br />
Foi uma decisão fácil? “Não foi, nem está a ser”, responde<br />
Teresa Almeida, 41 anos, mulher de João, que está<br />
connosco em conferência. “Para quem fica, é sempre mais<br />
difícil”, acrescenta. “Ainda ponderámos ir todos quando a situação<br />
do João ficou estabilizada, mas não tenho a certeza<br />
de que seja o melhor sítio para crescer.” Ser professora do<br />
Ensino Básico não lhe abre as oportunidades. “Sabe quanto<br />
é que um professor ganha por lá?”<br />
Paulo Rodrigues, 38 anos, escolheu outro destino, a Suíça,<br />
há menos de um ano. Encontro-o no princípio de janeiro, quando<br />
ainda goza as férias de Natal. Tem um sorriso de orelha a<br />
orelha e diz-me que as condições de trabalho no seu país de<br />
acolhimento são muito boas. “As de trabalho, as de vida. É um<br />
país muito organizado, as pessoas cumprem as regras à risca,<br />
é um lugar muito confortável.” Paulo tinha uma empresa
A procura por<br />
uma vida melhor leva<br />
os casais a tomarem a<br />
difícil decisão de viverem<br />
separados, muitas vezes<br />
sem perspetivas<br />
claras para o<br />
reencontro.
de refrigeração que, apesar de ter trabalho, não tinha liquidez.<br />
“Eu não conseguia cobrar. Houve gente que me deu a<br />
palavra de honra em como pagava a tempo e, até hoje, não<br />
vi dinheiro nenhum. Quando a palavra de honra não vale nada…”<br />
Aceitou o convite para ingressar uma equipa de técnicos<br />
de frio e, profissionalmente, não podia estar mais contente.<br />
“Agora, só me falta a família. Onde eu moro, imagino<br />
a minha filha crescer, mas a Rita não quer ir.” Ironia das ironias,<br />
a mulher de Paulo conseguiu finalmente uma colocação<br />
definitiva no ensino público. Com 36 anos, esta professora<br />
do 2.º Ciclo, andou dez anos letivos a mudar de escola.<br />
“Estou a fazer um mestrado em Pedagogia, tenho finalmente<br />
colocação e parece-me absurdo abdicar de tudo isto agora.<br />
Não valorizo mais a profissão do que o amor, do que a<br />
família, mas queria uma vida tranquila há muito tempo. Se<br />
eu for para a Suíça, são mais dez anos à procura de um posto<br />
de trabalho decente, verdade?”<br />
Quando os dois membros do casal têm<br />
carreiras que valorizam, é difícil que um prescinda<br />
do que já conseguiu para começar do zero.<br />
Luísa Andrade também ficou em Portugal, mas por outros<br />
motivos. “O meu marido sentia-se a estagnar e eu sempre<br />
lhe disse que fosse, que continuasse a estudar. Não podemos<br />
sentir que estamos estagnados aos 30 anos.” O até<br />
então médico de Medicina Familiar integrou, em 2011, uma<br />
equipa de pesquisa de Fisiopatologia e Tratamento da Dor<br />
em Madrid, depois de um longo processo de candidatura.<br />
“Eu engravidei durante o processo. E, como não conhecemos<br />
ninguém por lá, preferi ficar junto dos meus pais, para<br />
me ajudarem com o bebé. Estou arrependida de tudo. Não<br />
lhe devia ter dito para ir, não quando pensávamos em engravidar.<br />
Fui leviana. Estar longe do amor da minha vida, ainda<br />
para mais numa altura destas, não é fácil.” Quanto ao futuro,<br />
afirma que “vou deixar o meu filho crescer um pouco.<br />
Depois, vou tentar ir ter com o Rafael, até porque não tenho<br />
um vínculo profissional, sou advogada a recibos verdes, mas<br />
não sei muito bem o que vou fazer profissionalmente. O desemprego<br />
em Espanha está nos 20%.”<br />
Virgínia Lopes, 33 anos, diretora, para Portugal e países<br />
lusófonos, de uma multinacional, também não consegue antever<br />
o futuro. “A minha vida está cheia de ironias. Conheci o<br />
26 Caixa Woman<br />
Rui quando eu vivia em Barcelona e ele, no Porto. Namorámos<br />
anos à distância, com visitas frequentes. Eu consegui trazer a<br />
minha empresa para Lisboa, depois de subir a pulso na hierarquia.<br />
Estabeleci-me aqui para estar perto dele e da minha<br />
mãe. O Rui conseguiu um emprego aqui, começámos a construir<br />
a nossa vida e, agora, foi viver para Barcelona.” O agora<br />
é quatro anos depois de terem começado a viver juntos, é cinco<br />
meses depois de terem comprado um apartamento, é no<br />
momento em que pensavam aumentar a família. Visivelmente<br />
abalada pela nova situação, explica-me que, se pudesse voltar<br />
atrás, voltava e não deixava que Rui Martins, 37 anos, enge-<br />
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES.
nheiro informático com uma especialização em marketing online,<br />
se fosse embora. “Para a área dele, não há trabalho em<br />
Portugal.” Rui recebeu apenas uma proposta para Braga, com<br />
um ordenado de 900 euros brutos. “Achei indecente, mas,<br />
agora, vejo-me a ter vinte anos outra vez e não me apetece.<br />
Acho que mais valia ter esperado por uma oportunidade aqui.<br />
Ou ficava só eu a trabalhar, não sei. Estou farta de aviões, de<br />
casas partilhadas.” Quando lhe pergunto se não há possibilidade<br />
de juntar-se ao namorado em Barcelona, responde que,<br />
“como Portugal está tão afetado pela crise, a minha empresa<br />
tem planos para mim no Brasil. Não sei o que vou fazer”.<br />
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Caixa Woman 27
ENTREVISTA<br />
28 Caixa Woman<br />
MARTA CRAWFORD<br />
“A intimidade<br />
pode ser o maior<br />
antidepressivo.”<br />
Numa altura em que a palavra “crise” mina a disposição dos casais,<br />
a terapeura explica que é preciso repensar as relações a dois. Em muitos<br />
casos, nem são precisas mudanças drásticas. Basta aprender<br />
a comunicar. E voltar a namorar.<br />
TEXTO DE RITA LÚCIO MARTINS. FOTOGRAFIA DE JOÃO CUPERTINO.<br />
As pessoas procuram-na para falar de dificuldades nos relacionamentos<br />
ou especificamente de problemas sexuais?<br />
Depende. Como, além de sexóloga, também sou terapeuta familiar,<br />
as pessoas procuram-me quando há problemas no casamento,<br />
sejam eles de que tipo forem. Alguns queixam-se<br />
dos sogros, outros falam de problemas relacionados com os<br />
filhos, outros questionam-se se ainda se gostam. Em muitos<br />
casos, noto que existe uma grande dificuldade de comunicação<br />
e é aí que o terapeuta pode intervir. Há pessoas que me<br />
procuram porque estão com problemas na relação, mas sentem<br />
que ainda amam e que, por isso, vale a pena fazer um investimento<br />
numa terapia; outros até podem ter dúvidas em<br />
relação ao amor, mas são tão bons sócios, dão-se tão bem<br />
que procuram reacender esse lado mais sentimental e, por<br />
último, há os casais em que a sexualidade já não está a funcionar<br />
bem, seja por ejaculação precoce, falta de desejo,<br />
o que for. Nesse caso, é preciso procurar o que está na origem<br />
do problema, o que motiva essa repetição.<br />
Como se processa então esse acompanhamento?<br />
Na maior parte dos casos, vem um primeiro, individualmente,<br />
normalmente aquele que se sente mais queixoso. Quem<br />
tem algum problema, poderá também ter mais dificuldade em<br />
pedir ajuda. Mas também há muitos casos de casais que sentem<br />
essa necessidade em conjunto, sentem que a vida caiu<br />
numa rotina, que há coisas, no relacionamento ou na sexualidade,<br />
que podem ser melhoradas. Nem todos os casais que<br />
me aparecem no consultório são casais em final de curso.<br />
Normalmente, vejo-os de quinze em quinze dias. Quando percebo<br />
que a situação é pacífica, peço-lhes que venham juntos.<br />
Faço essa avaliação e, depois, apresento uma proposta<br />
terapêutica. Isso pode acontecer logo na mesma consulta ou<br />
na segunda. Agora, também por causa desta crise, tento não
"A terapia<br />
demora seis ou sete<br />
sessões e a ideia é dar<br />
competências ao casal para<br />
que possa enfrentar as<br />
diferentes situações com<br />
as quais vai deparar-se<br />
ao longo da vida."
esticar demasiado este processo.<br />
As pessoas estão ansiosas<br />
e precisam de respostas<br />
logo no início... E, depois, o<br />
fator financeiro também pesa.<br />
A terapia demora seis ou sete<br />
sessões e a ideia é dar compe -<br />
tências ao casal para que possa<br />
enfrentar as diferentes situações<br />
com as quais vai de -<br />
parar-se ao longo da vida.<br />
É importante que ambos estejam comprometidos com a terapia,<br />
que acreditem nela. Por exemplo, há casos em que, no<br />
início da terapia, proíbo que avancem para sexo, para passar<br />
para mim essa responsabilidade de não acontecimento sexual,<br />
mas também para baixar a ansiedade, porque sou eu<br />
que não permito. Por outro lado, recomendo outras experiências:<br />
o voltar à carícia, o redescobrir o corpo, o redescobrir<br />
o outro. O objetivo é que a pessoa se sinta bem nas mãos<br />
do outro, porque, se isso não acontecer, não pode haver desejo<br />
sexual.<br />
Isso é recuperável?<br />
Sim. As pessoas entram em ciclos viciosos, é muito comum.<br />
Vejo essa repetição nos casais que acompanho. Em muitos<br />
casos, as mulheres deixam de ter gestos carinhosos para<br />
não alimentar a ideia de que vai haver sexo. E, quanto mais<br />
elas se afastam, mais eles as procuram. Isto era o mais comum<br />
no passado; hoje, já há muitos casos de homens que<br />
não têm desejo sexual pelas mulheres e há mulheres para<br />
quem o sexo é realmente importante. São mulheres que se<br />
sentem bem com o corpo, para quem a sexualidade é uma<br />
coisa descontraída, que até encaram o sexo como uma forma<br />
de alimentar outras áreas, porque lhes traz satisfação,<br />
prazer e energia. Claro que a intensidade do desejo pode diminuir,<br />
há fatores externos que podem interferir com a disponibilidade,<br />
como o trabalho, os filhos. De facto, no início,<br />
a excitação pode ser maior. Conheço muitos casos de mulheres<br />
que nunca tinham tido um orgasmo e que investiram<br />
muito no início de novas relações. Há o fator novidade, estão<br />
num processo de sedução, de descoberta do corpo do<br />
outro... Claro que não é preciso ter sempre um orgasmo,<br />
mas nunca ter também não é bom.<br />
BILHETE DE IDENTIDADE<br />
Licenciada em Psicologia, na área de Clínica,<br />
pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada,<br />
Marta Crawford é especializada em Sexologia<br />
Clínica. Apresentou os programas televisivos<br />
AB Sexo (na TVI, em 2005 e 2006) e Aqui Há<br />
Sexo (na TVI 24, em 2009), e publicou os<br />
livros Sexo sem Tabus (2006), Viver o Sexo<br />
com Prazer. Guia da Sexualidade Feminina<br />
(2008) e Diário Sexual e Conjugal de um Casal<br />
(2011), todos publicados pela Esfera dos Livros.<br />
É terapeuta sexual na Clínica do Homem<br />
e da Mulher, em Lisboa.<br />
Porque é que isso acontece?<br />
Pode ter a ver com situações<br />
anteriores, com o facto de serem<br />
muito contidas ou incapazes<br />
de se deixarem ir na relação,<br />
por nunca se terem<br />
masturbado durante a adolescência<br />
e não conhecerem<br />
bem ou não se sentirem bem<br />
com o seu corpo. Ou seja, há<br />
várias situações que podem<br />
fazer com que a mulher não se deixe ir, não se entregue<br />
e fique quase como uma espectadora do que está a acontecer.<br />
O orgasmo é precisamente o contrário, é o deixar-<br />
-se ir, o não controlar. Aquelas mulheres que são muito<br />
organizadas e controladoras sofrem frequentemente desta<br />
situação, ainda que não haja uma obrigatoriedade em<br />
que assim seja. Outras vezes, têm vergonha do corpo e,<br />
quando isso acontece, não se podem entregar, com medo<br />
de sentirem ridículas.<br />
O ridículo não existe nestas situações?<br />
Não, mas há muita gente a sentir-se ridícula e a preocupar-<br />
-se com outras questões, mais acessórias, como se estão gordas,<br />
se têm pelos, e não com a envolvência da própria relação.<br />
Também pode ter havido uma situação anterior, uma relação,<br />
uma desconfiança que explique uma maior contenção<br />
e a dificuldade em ter orgasmos. Há aqui vários condimentos<br />
que podem dificultar o orgasmo e o desconhecimento do próprio<br />
corpo é um dos principais. Por isso é que recomendamos<br />
a masturbação, é uma coisa importante.<br />
Ao longo de toda a vida?<br />
Sim. A necessidade de masturbação, mesmo quando existe<br />
uma relação sexual satisfatória, é perfeitamente normal e<br />
positiva. Masturbar alivia a tensão. Só é negativa quando se<br />
substituiu uma coisa pela outra. A dificuldade no relacionamento<br />
pode explicar que a pessoa recorra à masturbação,<br />
porque está sozinha, não é avaliada, não tem de debater-se<br />
com ansiedade. Quando as relações dão prazer, a procura<br />
de intimidade pode ser o maior antidepressivo, a grande vitamina.<br />
Intimidade significa poder viver livremente numa relação<br />
íntima, deixar de estar oprimido pelos pensamentos,<br />
ser capaz de libertar-me, de orientar o outro naquilo que me<br />
Caixa Woman 31
dá mais prazer, de fazer o que me dá mais prazer.<br />
Não se corre o risco de ficar focado apenas no próprio prazer?<br />
É preciso ser egoísta no sexo. A pessoa tem de sentir que tem<br />
direito ao seu prazer. A capacidade de sonhar, de imaginar,<br />
de criar cenários com o parceiro ou parceira é boa, faz bem,<br />
aumenta a excitação, a proximidade. Claro que as rotinas desgastam<br />
a relação, fazem com que se perca a vontade. Os homens<br />
excitam-se mais facilmente, têm um orgasmo mais fácil,<br />
focam-se mais depressa. A mulher tende a pensar no<br />
trabalho, na roupa que ainda não pôs na máquina, nos filhos,<br />
no dia seguinte. Quando chega à cama, não tem vontade.<br />
Como se pode contrariar isso?<br />
É importante descobrir momentos, estratégias que sirvam de<br />
corte entre as atividades do<br />
dia-a-dia e a intimidade.<br />
Pode ser um banho, um NÃO ESQUECER!<br />
chá, um copo de vinho. É<br />
importante pensar nisso ao<br />
longo do dia. Se o tema sexualidade<br />
não me ocorre ao<br />
longo de todo o dia, é difícil<br />
que, ao fim do dia, quando<br />
finalmente tenho um<br />
momento para mim, vá ser<br />
esse o meu pensamento. É<br />
preciso criar essa disponibilidade,<br />
caso contrário, é óbvio que a pessoa vai preferir ver<br />
televisão ou dormir. Basta lembrar as sensações da última<br />
vez em que se fez sexo, trocar umas mensagens carinhosas<br />
durante o dia, imaginar o que gostaria que acontecesse, ou<br />
seja, criar espaços para pensar sobre sexualidade. Se isso<br />
acontecer, a disposição ao fim do dia será completamente<br />
diferente. Quando uma mulher não tem vontade, não tem de<br />
forçar; mas, se nunca tem vontade, então, tem um problema.<br />
As pessoas não têm de estar sempre dispostas.<br />
Não tem, portanto, de haver qualquer tipo de sacrifício?<br />
A partir do momento em que a sexualidade se torna num sacrifício<br />
fica com perna curta. O sacrifício tem que ser medido,<br />
limitado. Se 50% de uma relação é um frete, é provável<br />
que, no mês seguinte, a percentagem já seja muito maior.<br />
E, daí a não ter paciência para sexo, vai apenas um passo.<br />
Os casais não falam sobre isto, às vezes, nem no início das<br />
32 Caixa Woman<br />
l O diálogo é fundamental porque cria intimidade;<br />
l É imprescindível criar essa capacidade<br />
comunicante desde o início da relação;<br />
l O elogio alimenta a relação;<br />
l É importante mimar a relação durante o dia,<br />
através de mensagens, por exemplo;<br />
l Aproveitar a rede de relações para deixar os<br />
filhos e criar espaços exclusivos para o casal.<br />
relações. É mais importante que se fale, desde o início, do que<br />
se faça tudo. Só assim se pode construir uma relação sólida.<br />
Uma relação feliz sem uma componente sexual saudável é<br />
impossível?<br />
É difícil, mas há várias formas de sexualidade. É essa a grande<br />
aprendizagem. A intimidade não é só coito, passa pelo beijo,<br />
pela carícia, pela massagem, pela capacidade de o casal<br />
conseguir conjugar as suas necessidades, umas até mais<br />
afetivas ou mais relaxantes, com a sexualidade. Umas vezes,<br />
isso pode traduzir-se em sexo com orgasmo, em outras, pode<br />
ser apenas sexo oral, masturbação ou carícias. Quando<br />
estes comportamentos são considerados, pelos dois elementos<br />
do casal, tão importantes como a relação coital, não<br />
há a sensação de que estamos<br />
a fazer festinhas<br />
apenas com o objetivo de<br />
chegar a algum lado, porque<br />
elas são valorizadas<br />
por si só. A única forma de<br />
isto acontecer é através do<br />
diálogo, da criação de estratégias<br />
em conjunto. Se<br />
não conseguirem fazer isso<br />
sozinhos, falem com um<br />
terapeuta.<br />
O discurso dos técnicos<br />
aponta sempre na tentativa de salvar o casamento. Não há<br />
casamentos que não devem ser salvos?<br />
Se a pessoa sente que não tem mais para dar, deve aproveitar<br />
esse momento de clarividência. Vejo muitos casais que persistem<br />
no erro. Eu não posso dizer-lhes isso (quem sou eu para<br />
determinar o fim de uma relação?), mas posso ajudá-los a<br />
chegarem a essa conclusão. A terapia pode ajudar a tornar<br />
mais clara alguma coisa que já está no íntimo. Claro que, às<br />
vezes, é difícil tomar a decisão, a vida até está bem organizada,<br />
mas falta qualquer coisa. E o nosso dever é procurar a felicidade.<br />
As pessoas sentem essa urgência da felicidade, têm<br />
menos facilidade de resistir à dor, ao mau estar, e tentam procurar<br />
soluções muito rapidamente, às vezes, aqui no gabinete.<br />
É importante que ponham em causa aquilo que está muito bem<br />
organizado nesta procura de ser feliz. Claro que essa decisão<br />
envolve riscos, mas tudo na vida é assim.
CAUSA<br />
Sucesso de<br />
saltos altos<br />
Na Dress for Success Lisboa, uma equipa<br />
de voluntários trabalha para ajudar mulheres<br />
em busca de um emprego. Mais do que oferecer<br />
roupa, partilham-se conselhos e trocam-se<br />
histórias de vida. TEXTO DE LAURA PATRÍCIO.<br />
Sete segundos. É neste curtíssimo espaço<br />
de tempo que se formam as chamadas<br />
“primeiras impressões”. Mais ou<br />
menos o tempo que levou a ler estas<br />
duas frases. Surpreendida? E se, a isso,<br />
acrescentarmos que, nesse mesmo período,<br />
o cérebro humano é capaz de<br />
produzir, rapidamente, 11 decisões acerca<br />
da pessoa com quem nos confrontamos?<br />
O nível de escolaridade, o nível<br />
económico, a credibilidade, o profissionalismo<br />
e a confiança são alguns dos<br />
campos em que, por vezes sem nos<br />
apercebermos, acabamos por “rotular”<br />
aqueles que conhecemos pela primeira<br />
vez. Quem o afirma é Jorge Freitas, orador<br />
e treinador de comunicação, e autor<br />
do livro 7 Segundos, mas não faltam estudos<br />
vindos dos quatro cantos do mundo<br />
sobre o mesmo tema e com a mesma<br />
conclusão: as primeiras impressões<br />
são mesmo decisivas.<br />
E se agradar a um colega ou cair nas<br />
boas graças dos vizinhos pode ser importante,<br />
ser capaz de produzir uma<br />
boa primeira impressão numa entrevis-<br />
34 Caixa Woman<br />
ta de emprego é fundamental.<br />
Segundo dados divulgados pela União<br />
Europeia, em dezembro de 2011, Portugal<br />
tinha a terceira pior taxa de desemprego<br />
da Zona Euro, com 13,6% da sua população<br />
ativa desempregada. Números assustadores<br />
que assumem contornos ainda<br />
mais expressivos quando se analisa o<br />
desemprego no feminino, historicamente<br />
sempre mais elevado do que o masculino:<br />
13,9%. Geralmente, este seria o ponto em<br />
que fecharia a revista, suspiraria um “que<br />
horror” e agradeceria por ter um empre-<br />
go – se fizer parte do grupo dos empregados,<br />
claro. Ou não. Pelo menos, não se<br />
for como Fernanda Machado, fundadora<br />
e diretora executiva do projeto Dress for<br />
Success Lisboa.<br />
Se o nome Dress for Success (DFS)<br />
não lhe é estranho, não é por acaso.<br />
Primeiro, porque a fonética se prende ao<br />
ouvido e, em segundo lugar, porque<br />
Oprah Winfrey, a rainha do entretenimento,<br />
é uma das madrinhas do projeto nos<br />
Estados Unidos. Foi através do programa
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES.<br />
de Oprah, aliás, que Fernanda conheceu<br />
o DFS e as primeiras impressões não poderiam<br />
ter sido melhores. A missão da<br />
DFS é promover a independência económica<br />
das mulheres, ao garantir-lhes aconselhamento<br />
profissional, uma rede de suporte<br />
e ferramentas de desenvolvimento<br />
de carreira que as ajudem a ter sucesso,<br />
tanto no trabalho, como na vida pessoal.<br />
E, no centro de tudo isto, está uma coisa<br />
muito simples: roupa. Oferecida por mulheres<br />
para mulheres. De quem já não a<br />
utiliza ou precisa dela para quem não tem<br />
o que vestir numa entrevista e nos primeiros<br />
tempos de trabalho.<br />
Entusiasmada com a ideia, Fernanda<br />
candidatou-se para trazer o projeto para<br />
Lisboa. Dois anos e muitos obstáculos depois,<br />
a Dress for Success Lisboa abriu portas,<br />
a 31 de janeiro. Na loja, cedida pela<br />
Freguesia de S. José, a tinta ainda pode<br />
ser fresca, mas já há histórias para partilhar.<br />
“Ainda não tínhamos aberto portas<br />
quando ajudámos a primeira mulher. Era<br />
uma jovem com poucos recursos financeiros<br />
que precisava de roupa apropriada<br />
para uma entrevista e que não tinha como<br />
adquiri-la. Surgiu ainda no meio das obras<br />
de remodelação do espaço, com caixotes<br />
de roupa… Claro que abrimos a porta e<br />
ajudámos”, recorda Fernanda. Porque a<br />
ideia é ajudar mulheres que precisem de<br />
facto e que estejam em busca de emprego,<br />
a DFS tem um protocolo com várias instituições:<br />
centros de emprego, Alto Comis -<br />
sariado para a Imigração e Diálogo Inter -<br />
cultural, centros nacionais de apoio ao<br />
imigrante, empresas de recursos humanos<br />
e departamentos de recursos humanos<br />
das empresas. No entanto, “qualquer mulher<br />
ativamente à procura de emprego,<br />
DRESS FOR SUCCESS<br />
LISBOA<br />
www.dressforsuccess.org/lisbon<br />
Calçada do Moinho de Vento, 3, 1.º<br />
1169-114 Lisboa<br />
desde que devidamente comprovada a entrevista”,<br />
pode recorrer à DFS.<br />
Mais do que roupa (um conjunto para a<br />
entrevista e, em caso de sucesso, um pacote<br />
de cinco a sete conjuntos que podem<br />
ser combinados para servir nos primeiros<br />
tempos num emprego), o que se oferece<br />
a estas mulheres é o poder de acreditarem<br />
nelas mesmas. “A roupa é o primeiro<br />
passo para a implementação do nosso<br />
trabalho junto das mulheres. Para além<br />
disso, temos vários programas que ajudam<br />
as mulheres a crescer no seu posto<br />
de trabalho e a nível pessoal e familiar. Ao<br />
prepararmos o exterior destas mulheres,<br />
tentamos melhorar a sua autoconfiança,<br />
dando-lhes ferramentas de preparação<br />
para a entrevista”, quando falar, como responder<br />
às perguntas, o que o possível<br />
empregador espera delas, conhecer um<br />
pouco melhor a empresa a que estão a<br />
candidatar-se… Tudo isto são pontos que<br />
a DFS trabalha com estas mulheres.<br />
Só que, se conseguir um emprego é uma<br />
batalha ganha, mantê-lo e progredir na<br />
carreira, em consonância com uma vida<br />
pessoal harmoniosa, é uma guerra que<br />
também é preciso saber vencer. Também<br />
aqui a DFS dá uma ajuda. No Programa<br />
de Desenvolvimento Profissional (Profes -<br />
sional Women’s Group), partilham-se ferramentas<br />
ao nível da informática, da gestão<br />
pessoal e de tempo, das finanças<br />
pessoais e de outros campos, de modo<br />
a aumentar as possibilidades de crescimento<br />
num posto de trabalho. A ideia é<br />
estabelecer com estas mulheres uma relação<br />
duradoura, tanto que é comum ver<br />
antigas candidatas a tornarem-se voluntárias<br />
e oradoras nos eventos, partilhando<br />
A Caixa Geral<br />
de Depósitos<br />
aliou-se<br />
à Dress<br />
For Sucess<br />
na sua causa,<br />
tendo<br />
promovido<br />
uma<br />
campanha<br />
de recolha<br />
de peças<br />
de roupa.<br />
as suas histórias de vida. “A Dress for<br />
Success é isso mesmo: uma contadora<br />
de histórias de mulheres.”<br />
Para quem quer ajudar, as possibilidades<br />
são muitas: doar roupa (a Caixa Geral de<br />
Depósitos concluiu, no fim de janeiro, a<br />
primeira campanha dentro da empresa),<br />
voluntariar-se e, claro, espalhar a notícia<br />
de que a Dress for Success Lisboa chegou<br />
e está pronta a ajudar. Gestos muito simples<br />
que podem mudar a vida de muitas<br />
mulheres. E a de quem ajuda também.<br />
Caixa Woman 35
UM DIA DIFERENTE<br />
Lisboa em<br />
duas rodas<br />
Redescobrir Lisboa num passeio de bicicleta<br />
pode ser o caminho para um dia bem passado<br />
em família ou para um alegre convívio de<br />
amigos. Basta aceitar o desafio da Rent a Fun,<br />
uma empresa que aluga bicicletas, algumas<br />
das quais com motor elétrico... TEXTO DE RUI FARIA.<br />
CLÍNICA<br />
DA BICICLETA<br />
A BKEclinic é um serviço<br />
da Rent a Fun que pode<br />
ajudar a fazer a manutenção<br />
da sua bicicleta, reparar a<br />
sua moutain bike após aquele<br />
trambolhão que a deixou em<br />
mau estado ou até recuperar<br />
qualquer velocípede que<br />
a família possa ter mantido<br />
esquecido durante anos.<br />
Passear de bicicleta é, ao mesmo tempo,<br />
uma forma divertida e salutar de<br />
partir à descoberta de uma cidade como<br />
Lisboa. É certo que a capital tem fama<br />
pelas suas sete colinas e os menos<br />
musculados podem achar a ideia demasiado<br />
radical, mas, como para tudo<br />
na vida, há uma solução. Neste caso,<br />
chama-se Rent a Fun, uma empresa sedeada<br />
no castiço bairro de Alfama, que<br />
aluga bicicletas convencionais, mas também<br />
equipadas com motores elétricos,<br />
para minorar o esforço do passeio, que<br />
pode demorar meio dia ou um dia inteiro,<br />
a percorrer bairros antigos ou a partir<br />
para locais bem mais distantes.<br />
Os interessados podem escolher os<br />
seus próprios caminhos ou pedalar em<br />
passeios acompanhados por guias, que
O VANTAGENSCAIXA ESTÁ CADA VEZ MAIS<br />
PERTO DOS SEUS CLIENTES<br />
Os clientes da Caixa podem aceder ao VantagensCaixa, em<br />
qualquer altura, com aquele que é o equipamento que tem ganho<br />
cada vez mais relevância na vida de cada um de nós, o telemóvel.<br />
O processo teve início com o iPhone, atendendo à quantidade de<br />
adeptos deste modelo da Apple, e brevemente irá ser alargado<br />
ao sistema operativo Android, da Google.<br />
No iPhone, a aplicação VantagensCaixa pode ser descarregada<br />
gratuitamente através da Apple Store.<br />
Neste momento, poderá selecionar no seu cartão Caixa Woman,<br />
por georreferenciação, todos os parceiros onde poderá utilizar<br />
o seu cartão perto de si e usufruir de todos os benefícios<br />
associados, sendo ainda possível limitar a pesquiza por<br />
categoria de parceiros e por região.<br />
ajudam a manter o ritmo mais adequado<br />
a cada grupo, visto que conhecem os<br />
melhores locais para as paragens necessárias<br />
para retemperar forças, seja<br />
numa esplanada, num café ou até num<br />
restaurante.<br />
FOTOGRAFIA: PEDRO SAMPAYO RIBEIRO.<br />
SUGESTÕES NÃO FALTAM<br />
Os interessados podem escolher o seu<br />
próprio passeio. Aproveitar as bicicletas<br />
para partir à descoberta dos becos e vielas<br />
de Alfama, visitar as suas igrejas ou<br />
pura e simplesmente vaguear sem destino<br />
ou aproveitar as sugestões criadas<br />
pela equipa, jovem e dinâmica, que gere<br />
a Rent a Fun e que propõe desafios<br />
bem interessantes.<br />
O programa mais emblemático talvez seja<br />
o Go 7 Hills, que percorre alguns dos mais<br />
belos miradouros da cidade, muitos já quase<br />
esquecidos, como o da Senhora do<br />
Monte, que surge sobranceiro à Mouraria;<br />
o Jardim do Torel, de onde podemos deixar<br />
o olhar perder-se ao longo da Baixa,<br />
descobrir o Arco da Rua Augusta e ver o<br />
rio; ou o Miradouro do Monte Agudo, que<br />
espreita a zona norte da cidade, do alto da<br />
Penha de França. Qualquer um destes locais<br />
tem a sua beleza a qualquer hora do<br />
dia, mas todos ganham um especial encanto<br />
ao pôr-do-sol, quando a noite chega<br />
e, com ela, a cidade se ilumina, o que<br />
justifica um passeio diferente, que os seus<br />
promotores apelidaram de Go Lx by Night.<br />
Os mais gulosos podem optar pelo Go<br />
Tejo, que segue ao longo do rio, no seu<br />
curso a caminho do Atlântico, já que a<br />
meta está localizada nos pastéis de<br />
Belém, ou ainda optar pelo Go Taste, que<br />
visita velhos cafés da cidade, as tascas<br />
e os sabores, como o do pastel de bacalhau<br />
ou até a ginjinha.<br />
RENT A FUN<br />
O aluguer de um bicicleta elétrica custa seis euros por hora,<br />
20 euros por meio dia (das 13 às 20 horas) ou 29 euros o dia inteiro<br />
(das 9 às 20 horas). Para os diversos programas disponíveis,<br />
o melhor é contactar a Rent a Fun, embora os mais procurados<br />
sejam os seguintes: Go 7 Hills, o passeio pelos miradouros de<br />
Lisboa (com a duração três horas por 27 euros); Go Lx by Night,<br />
Lisboa ao pôr-do-sol (três horas e um quarto por 25 euros);<br />
Go Tejo, até Belém (duas horas e meia por 24 euros); Go Taste,<br />
passeio por locais e sabores da cidade (três horas e 45 minutos<br />
por 38 euros); Go Green, pelo Parque de Monsanto (três horas<br />
e meia por 28 euros).<br />
Rua Cais de Santarém, 34, Alfama (entre o Campo das Cebolas<br />
e o Chafariz de Dentro). Tel. 92 414 2785/21 888 81 29<br />
www.rent-a-fun.com<br />
Caixa Woman 37
PÚBLICO E ÍNTIMO<br />
ISABEL LEAL<br />
Psicóloga clínica<br />
38 Caixa Woman<br />
Primavera<br />
Mesmo que o Sol no céu, brilhe, que<br />
as andorinhas comecem a chegar, que os<br />
dias de praia sejam já, além de possíveis,<br />
saborosos, parece quase mal andar de<br />
sorriso afivelado, ter os ombros erguidos,<br />
as costas direitas e a testa sem franzidos.<br />
Parece quase mal não ter um ror de<br />
queixas a apresentar, não aproveitar o mais<br />
insípido mote para desfiar um imenso<br />
rosário de desconfortos, não dizer mal, a<br />
eito, de tudo o que nos rodeia e diz respeito.<br />
Parece que o país, que, há anos, estava de<br />
tanga, agora está mesmo nuzinho e que,<br />
por tal, devemos envergonhar-nos da nossa<br />
impudica nudez. Devemos esconder a cara,<br />
imbuirmo-nos do clima de ruína e<br />
mostrarmo-nos decentemente<br />
compungidos e tristonhos.<br />
Para alguns, mergulhar de cabeça na<br />
desgraceira é mais do que fado, é estilo de<br />
vida, e ter como pretexto uma crise<br />
reconhecida internacionalmente, com todos<br />
os condimentos devidos, é um momento<br />
áureo, culminando sucessivos anúncios<br />
de cataclismos próximos, castigadores<br />
do nosso desatino e da nossa leviandade.<br />
Para esses, há, em fundo, um “eu bem te<br />
avisei”, um “eu já te tinha dito”, que, mesmo<br />
que inúteia ou falseados, permitem<br />
o estranho consolo do ter razão.<br />
Para outros, no entanto, o que se passa<br />
à sua volta não consegue transpor os<br />
pequenos muretes defensivos, habilmente<br />
tecidos como recursos pessoais, que<br />
permitem que a vida de cada um não seja<br />
um mero espelho do mundo circundante,<br />
da baixa política ou da alta finança.<br />
Consegue viver-se em sociedade, viver-se<br />
com menos dinheiro e com menos objetos,<br />
ter, algures, um sentimento de perda<br />
ou de desilusão, experimentar sensações<br />
de maior insegurança e, ainda assim,<br />
apreciar o que há para apreciar.<br />
As boas notícias, nos tempos em que<br />
Consegue viver-se<br />
em sociedade, viver-se<br />
com menos dinheiro e<br />
com menos objetos, ter,<br />
algures, um sentimento<br />
de perda ou de<br />
desilusão, experimentar<br />
sensações de maior<br />
insegurança e, ainda<br />
assim, apreciar o que<br />
há para apreciar.<br />
as noticias parecem todas más, são as que<br />
nos permitem perceber que se consegue<br />
sempre descobrir zonas de conforto e<br />
bem-estar, mesmo no meio de adversidades.<br />
Quando se consegue construir redutos<br />
íntimos onde que o que conta é quem se<br />
é e o que se partilha com quem se aprecia<br />
e gosta, o que vai acontecendo como pano<br />
de fundo da nossa existência não passa<br />
de cenários. Uns melhores do que outros,<br />
mas, em todo o caso, cenários que não<br />
têm a força de nos impedir de receber<br />
a primavera que chega.
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES.<br />
Tempo de<br />
arriscar<br />
As tendências da estação apontam na<br />
direção de uma mulher feminina e disposta<br />
a experimentar. Deixe-se contagiar pela<br />
energia da moda e aposte no prazer<br />
de fazer uma coisa pela primeira vez.<br />
HI FASHION ESPELHO MEU, ESPELHO MEU...
BARÓMETRO<br />
LANVIN<br />
42 Caixa Woman<br />
Saco em pele,<br />
¤ 200 p.ap.,<br />
Coccinelle.<br />
Saco em pele,<br />
preço sob<br />
consulta, CH<br />
Carolina<br />
Herrera.<br />
CARTEIRAS<br />
Carteira em pele,<br />
¤ 225, Bimba & Lola.<br />
Carteira com alça<br />
em metal, ¤ 22,95,<br />
New Yorker.<br />
MAIS-VALIAS<br />
Sandálias<br />
em camurça,<br />
¤ 89 preço<br />
aproximado<br />
(pap), Aldo.<br />
Sapatos em<br />
pele, ¤ 29,95,<br />
Stradivarius.<br />
SAPATOS<br />
Sapatos<br />
em camurça,<br />
¤ 79,90, Zilian.<br />
MIU MIU<br />
Sandálias<br />
em pele<br />
metalizada,<br />
¤ 60,<br />
Patrizia<br />
Pepe.
LOUIS VUITTON<br />
PULSO<br />
Pulseira em metal com<br />
cristais, ¤ 20 pap, Aldo.<br />
Pulseiras<br />
em resina,<br />
¤ 49,95 cada,<br />
Uterqüe.<br />
Pulseira<br />
em corrente<br />
metálica, ¤ 40,<br />
Purificación<br />
García.<br />
Relógio com<br />
bracelete em pele,<br />
¤ 120, Massimo Dutti.<br />
OS ACESSÓRIOS BASE PARA COMPLETAR OS LOOKS<br />
E ACRESCENTAR DETALHES FEMININOS AOS DIAS DE CALOR.<br />
Bandolete<br />
em metal,<br />
¤12,99,<br />
Mango<br />
Touch.<br />
Óculos de sol,<br />
¤ 149 pap,<br />
Max & Co.<br />
ROSTO<br />
Travessa<br />
em metal,<br />
¤ 65,<br />
Max & Co.<br />
DONNA KARAN<br />
Colar<br />
em resina,<br />
¤ 5, Primark<br />
Aproveite para usar o seu cartão Caixa Woman. Conheça as marcas parceiras em www.vantagenscaixa.pt
DESAFIO<br />
Lição de<br />
TANGO<br />
É o título de um filme obrigatório. É o nome da escola criada pelos campeões<br />
europeus de tango, no Porto. E é a nossa proposta para apaixonar-se.<br />
Pela vida. Preparadas para uma lição de tango?<br />
A aula começa em Lisboa. Há uma bailarina de dança<br />
contemporânea que acaba de chegar e faz tempo com<br />
aquecimentos. Anunciam-se mais passos no soalho de<br />
madeira, alguns pela primeira vez. Dois casais assomam<br />
também nas escadas, mas apenas elas passam da porta.<br />
Há quem diga que são precisos dois para se dançar o<br />
tango. Elena Gonzalez diz o contrário. “As mulheres<br />
seguem e os homens lideram. Estes workshops têm precisamente<br />
como objetivo trabalhar a parte feminina e técnica,<br />
explicando às mulheres como ‘seguir’ e acompanhar<br />
bem.” Mas não só. “Em Buenos Aires, o homem está<br />
preocupado em agradar à mulher. Na Europa, esta cultura<br />
foi-se perdendo um pouco e ele acaba por estar sobretudo<br />
concentrado nos passos. O que fazemos aqui é lembrar<br />
o nosso par de que não somos apenas a parte que<br />
falta para completar o passo, mas que também temos algo<br />
a dizer.” Por isso, aos domingos, no Tango LAB, é dia de<br />
tango só para elas. Bem longe vão os tempos em que esta<br />
dança estava apenas reservada aos homens dos subúrbios<br />
de Buenos Aires. Por ser considerada obscena a proximidade<br />
entre homens e mulheres, o tango começou por estar<br />
circunscrito aos bordéis, mas a dança massificou-se,<br />
44 Caixa Woman<br />
TEXTO DE PAULA CRISTÓVÃO SANTOS.<br />
nomeadamente na alta sociedade, quando os emigrantes<br />
argentinos a introduziram em Paris, chegando, assim,<br />
num ápice à Europa. Elena ensina tango há cerca de quatro<br />
anos em Portugal, no Tango LAB, que criou juntamente<br />
com Tom Weber. Conheceram-se em Buenos Aires,<br />
numa dança. Elena, natural da Patagónia, estava na capital<br />
da Argentina a aperfeiçoar a técnica. Tom Weber, físico<br />
de profissão, estava em trabalho. Ela só falava espanhol.<br />
Ele só sabia francês. Nessa noite, só comunicaram “em<br />
tango”. E, ao longo da vida, tem sido este o ponto de equilíbrio<br />
a dois. Tom veio trabalhar para Lisboa, para a área<br />
da Imunologia. Elena seguiu-lhe os passos. “Decidi que<br />
queria partilhar o tango argentino tradicional. Não aquele<br />
que se prende com as grandes exibições, mas o tango<br />
mais social, que privilegia o movimento à rigidez de uma<br />
estrutura.” Elena defende uma escola de tango com mais<br />
enfoque no movimento do que na aprendizagem de passos.<br />
“O passo básico começa com um passo do homem<br />
atrás. Imaginemos que estamos numa sala cheia de pessoas<br />
e que este passo não é exequível. O homem fica perdido<br />
porque está preso a uma sequência. E o tango não<br />
é isso, o tango é improviso.” Daí Tango LAB.
Nascido<br />
em Buenos<br />
Aires, o tango<br />
começou por ser uma<br />
dança exclusivamente<br />
reservada aos homens,<br />
mas, hoje, traduz-se no<br />
perfeito equilíbrio<br />
e na fusão de dois<br />
corpos.
PASSOS A NORTE<br />
Afinal, o que é o tango? “Costuma dizer-se, no meio tanguero,<br />
que o tango é um sentimento triste que se baila.<br />
Para mim, o tango é a expressão corporal e musical da<br />
nossa alma. Toda a intensidade e a diversidade dos temas<br />
de tango permitem ao bailarino exprimir, em cada<br />
momento, o que lhe vai na alma, que, às vezes, pode ser<br />
tristeza, outras vezes, alegria, melancolia, saudade,<br />
amor…”, conta Alexandra Baldaque, portuguesa e campeã<br />
europeia de tango em 2011, que, juntamente com<br />
Fernando Jorge, fundou, no Porto, a escola Lição de<br />
Tango (nome que vem do filme/musical Tango Lesson).<br />
“É um prémio e um momento que vão ficar guardados<br />
para sempre nos nossos corações. Para mim, foi o reconhecimento<br />
de dezasseis anos de trabalho e de dedicação<br />
ao tango argentino”, conta. Alexandra recorda uma paixão à<br />
primeira vista. Pouco tempo depois de fazer um workshop<br />
de tango, lembra-se de ter assistido ao espetáculo Tango<br />
Passion, no Coliseu do Porto, e de ter dito para si mesma:<br />
um dia, ainda vou estar daquele lado. Assim foi. Quando<br />
“O abraço entre o homem<br />
e a mulher deve ser intenso,<br />
por isso, tem de haver<br />
proximidade.” ALEXANDRA BALDAQUE<br />
voltou ao coliseu, foi como bailarina e para mostrar o que<br />
tinha descoberto e aprimorado nas suas viagens pela<br />
Europa. “O tango é diferente de todas as outras danças,<br />
é muito mais intenso”, considera, mas também pode ser<br />
mais difícil. “Demora o seu tempo a aprender e a interiorizar,<br />
principalmente para os homens. É necessário ter<br />
a paciência suficiente para esperar, pois só ao fim de<br />
alguns anos o aprendiz se sente capaz de improvisar e de<br />
retirar o prazer que resulta do tango.”<br />
Tentar não custa. Por isso, pedimos o passo básico, para começar,<br />
nem que seja para ensaiar lá em casa, em frente ao<br />
46 Caixa Woman<br />
espelho. Uma espécie de aula à distância com a campeã europeia<br />
de tango. “O tango baseia-se sobretudo no abraço,<br />
o elemento central do tango. As figuras não têm um papel principal.<br />
O abraço entre o homem e a mulher deve ser intenso,<br />
por isso, tem de haver proximidade. Esse contacto é estabelecido<br />
na zona do peito e todo o baile é ‘comandado’ pelo homem,<br />
que procura passar as suas marcas através do peito. O passo<br />
básico começa com o homem a executar um pequeno passo<br />
para trás com a sua perna direita; depois, um passo ao lado,<br />
com a esquerda; direita em frente; esquerda em frente; e junta<br />
a direita à esquerda. A mulher faz a mesma figura com a res-
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES.<br />
petiva inversão dos pés e, quando o homem junta a direita à<br />
esquerda, a mulher cruza a sua esquerda pela frente da direita.<br />
Depois, o homem avança com a perna esquerda, dá um passo<br />
ao lado com a direita e junta a esquerda à direita. O mesmo<br />
para a mulher na posição inversa. Este é o passo básico, que<br />
contempla oito tempos, correspondentes a meia frase musical.”<br />
Preparada para dançar uma milonga ou o famoso Libertango<br />
do compositor Ástor Piazzolla? Talvez não. “Costuma dizer-se<br />
que, no tango, uma figura aprende-se em cinco minutos, mas<br />
caminhar demora uma vida inteira.” Alexandra concorda, mas<br />
tem bons exemplos para nos pôr a caminhar na direção certa.<br />
Embora Jennifer<br />
Lopez e Richard<br />
Gere (em Shall<br />
We Dance?) ou<br />
ONDE APRENDER:<br />
● Tango LAB, Lisboa<br />
Contacto: 91 620 05 53<br />
http://tangolablisboa.blogspot.com<br />
● Lição de Tango, Porto<br />
Contacto: 93 600 78 83<br />
www.licaodetango.com<br />
Al Pacino (em Per fume de Mulher) estejam entre os nomes<br />
mais imediatos, a professora prefere destacar Osvaldo Zotto,<br />
“porque caminhava como um felino”, e Carlos Gavito, “porque<br />
conseguia imprimir intensidade. Nas senhoras, Guillermina<br />
Quiroga, bailarina excecional, que, apesar da sua estrutura pequena,<br />
se torna enorme em palco, e Geraldine Rojas, porque<br />
respira tango”. Inspire-se!<br />
Caixa Woman 47
TENDÊNCIAS<br />
Vestido<br />
em seda<br />
e renda,<br />
¤ 253,<br />
Twin Set.<br />
48 Caixa Woman<br />
Vestido<br />
em seda,<br />
¤ 180 preço<br />
aproximado<br />
(pap),<br />
Elisabetta<br />
Franchi.<br />
Vestido em<br />
chiffon bordado<br />
a lantejoulas,<br />
¤ 581, By<br />
Malene Birger.<br />
GUCCI<br />
Colar em<br />
seda com<br />
missangas,<br />
¤ 10,95, Zara.<br />
ANOS 20<br />
A vida boémia inspira os<br />
vestidos e os tops sedutores,<br />
onde os bordados e as<br />
aplicações são essenciais.<br />
NOVAS BASES<br />
As principais tendências para o Verão moldam-se<br />
a todas as personalidades femininas.<br />
Clutch em<br />
seda e metal,<br />
¤ 90 p. ap.,<br />
Tosca Blu.<br />
Anel em<br />
metal,<br />
¤ 10,99,<br />
Mango.<br />
Relógio<br />
em metal,<br />
¤ 210 pap,<br />
Miss Sixty.<br />
Sandálias<br />
em pele,<br />
¤ 120 pap,<br />
Aldo.<br />
Top em seda<br />
bordada com<br />
canutilhos,<br />
¤ 199, Hoss<br />
Intropia.<br />
Vestido em chiffon<br />
com lantejoulas<br />
bordadas, ¤ 200,<br />
Guess by Marciano.<br />
Sapatos em pele<br />
envernizada,<br />
¤ 139,90, Geox.<br />
Vestido em<br />
chiffon de<br />
seda, ¤ 74,95,<br />
Sisley.<br />
Brincos em<br />
metal e resina,<br />
¤ 4, Primark.
Vestido em<br />
chiffon de<br />
seda, ¤ 195,<br />
Purificación<br />
García.<br />
Chapéu em palha,<br />
¤ 80 pap, Tosca<br />
Blu.<br />
Camisa em<br />
chiffon, ¤ 14,90,<br />
Primark.<br />
Saia em seda<br />
e pele, ¤ 158,<br />
Karen Millen.<br />
Saia em<br />
seda, ¤ 138,<br />
Karen<br />
Millen.<br />
Carteira em<br />
pele, ¤ 195,<br />
Bimba & Lola.<br />
Sandálias<br />
em pele<br />
envernizada,<br />
¤ 119, Geox.<br />
Vestido em<br />
seda e chiffon,<br />
¤ 89, Caramelo.<br />
Óculos de sol,<br />
preço sob consulta,<br />
Longchamp.<br />
PRADA<br />
Écharpe em<br />
algodão e<br />
seda, ¤ 578,<br />
Etro, no<br />
Espace<br />
Cannelle.<br />
Fato de banho em licra,<br />
preço sob consulta,<br />
Calzedonia.<br />
ANOS 50<br />
A cintura marcada é<br />
obrigatória em qualquer dos<br />
looks que visitam esta década<br />
de contraste, seja com saias<br />
mais rodadas, seja com<br />
saias ultrajustas.<br />
Camisola em<br />
malha de seda,<br />
¤ 220 p. ap., CH<br />
Carolina Herrera.<br />
Vestido em<br />
seda, ¤ 99,<br />
Guess Jeans.<br />
Caixa Woman 49
Vestido em<br />
algodão,<br />
preço sob<br />
consulta,<br />
Carolina<br />
Herrera.<br />
50 Caixa Woman<br />
Vestido<br />
em algodão,<br />
¤ 250 pap,<br />
CH Carolina<br />
Herrera.<br />
Blusa em<br />
chiffon,<br />
¤ 19,95,<br />
H&M.<br />
Vestido em<br />
tweed de<br />
algodão,<br />
¤ 199,<br />
Caramelo.<br />
Carteira em<br />
pele, ¤ 215,<br />
Max & Co.<br />
ANOS 60<br />
Linhas direitas e construções<br />
simples são as bases das peças<br />
mais minimalistas inspiradas<br />
nestes anos de mudança.<br />
Colar em<br />
metal,<br />
¤ 19,95,<br />
Zara.<br />
Cinto em pele e<br />
metal, ¤ 5, Primark.<br />
Camisola em<br />
algodão, ¤ 39,95,<br />
Massimo Dutti.<br />
Vestido em<br />
seda, ¤ 203,<br />
By Malene<br />
Birger.<br />
MOSCHINO CHEAP & CHIC<br />
Vestido em<br />
seda, ¤ 299,<br />
Hugo.<br />
Top em seda.<br />
¤ 135, Gérard<br />
Darel.<br />
Sandálias em<br />
pele, ¤ 79,95,<br />
United Colors<br />
of Benetton.
Saia em algodão<br />
estampado, ¤ 34,95,<br />
H&M.<br />
Carteira em<br />
pele e metal<br />
gravado,<br />
¤ 320,<br />
Patrizia<br />
Pepe.<br />
ÉTNICO<br />
Os estampados são obrigatórios<br />
e podem misturar-se entre si<br />
sem esquecer os acessórios<br />
repletos de aplicações e<br />
materiais naturais.<br />
Carteira<br />
Amalfi, em<br />
pele, ¤ 435,<br />
Furla.<br />
Top em<br />
algodão, ¤ 65,<br />
Pepe Jeans.<br />
BURBERRY PRORSUM<br />
Pulseiras<br />
em madeira<br />
e metal, ¤ 4,<br />
Primark.<br />
Cinto em pele entrançada,<br />
¤ 5,99, Parfois.<br />
Sandálias em pele, ¤ 89,90, Zilian.<br />
Vestido em<br />
seda estampada,<br />
¤ 349, Boss<br />
Black.<br />
Colar em<br />
metal,<br />
¤ 35,99,<br />
Mango<br />
Touch.<br />
Camisola em algodão,<br />
¤ 15, C&A.<br />
Cinto em algodão estampado,<br />
¤ 95, Gérard Darel.<br />
Écharpe<br />
em algodão<br />
estampado,<br />
¤ 29,90,<br />
Salsa.<br />
Túnica<br />
em chiffon,<br />
¤ 36,<br />
Glüen.<br />
Caixa Woman 51
Vestido em<br />
seda, ¤ 435,<br />
By Malene<br />
Birger.<br />
Sandálias<br />
em camurça,<br />
¤ 69,90,<br />
Zilian.<br />
52 Caixa Woman<br />
Vestido em<br />
seda com<br />
lurex, ¤ 300,<br />
Caramelo.<br />
Colar em<br />
metal com<br />
cristais,<br />
¤ 300,<br />
Swarovski.<br />
CHANEL<br />
Vestido em chiffon<br />
de seda, preço sob<br />
consulta, Miguel Palácio<br />
para Hoss Intropia.<br />
Cinto em cordoné,<br />
¤ 4, Primark.<br />
Calções em<br />
bordado inglês de<br />
algodão, ¤ 49,95,<br />
Massimo Dutti.<br />
OCEANOS<br />
Os diferentes tons de azul<br />
e as sobreposições de tecidos<br />
relembram as curvas das<br />
ondas. Os acessórios com<br />
temas marítimos são também<br />
essenciais.<br />
Vestido em<br />
chiffon, ¤ 64,95,<br />
Sisley.<br />
Chapéu em<br />
palha, ¤ 29,<br />
Miss Sixty.<br />
Top em<br />
veludo,<br />
¤ 129,<br />
Uterqüe.<br />
Calças em algodão<br />
estampado, ¤ 60,<br />
Pepe Jeans.<br />
Carteira em<br />
gravada, ¤ 9,<br />
Primark.
T-shirt em<br />
algodão bordado,<br />
¤ 130, Gérard<br />
Darel.<br />
Vestido<br />
em algodão<br />
brocado,<br />
¤ 29,95, H&M.<br />
54 Caixa Woman<br />
Vestido<br />
em algodão<br />
bordado,<br />
¤ 408, Guess<br />
by Marciano.<br />
Top em<br />
algodão<br />
bordado,<br />
¤ 85, Pepe<br />
Jeans.<br />
Blusa em<br />
algodão,<br />
¤ 79,<br />
Levi’s.<br />
LOUIS VUITTON<br />
ROMANCE<br />
As rendas estão de volta<br />
para sublimar a arte<br />
do romance. Delicadas<br />
e sempre muito femininas,<br />
potenciam silhuetas etéreas<br />
e repletas de detalhe.<br />
Cinto em pele, ¤ 9,5, C&A.<br />
Colete em croché, ¤ 210,<br />
Hoss Intropia.<br />
Écharpe<br />
em renda,<br />
¤ 29,95, Zara.<br />
Vestido em<br />
renda com<br />
sombra em<br />
seda, ¤ 375,<br />
Purificación<br />
García.<br />
Saia em renda,<br />
¤ 14,90, New Yorker.<br />
Vestido em<br />
organza, ¤ 246,<br />
Max & Co<br />
Vestido em<br />
algodão<br />
bordado,<br />
¤ 392, By<br />
Malene<br />
Birger.
1001 IDEIAS<br />
56 Caixa Woman<br />
Calças em<br />
algodão e pele,<br />
¤ 135, Max & Co.<br />
Casaco<br />
em algodão,<br />
¤ 303,<br />
Guess by<br />
Marciano. Carteira em pele,<br />
¤ 29,99, Parfois.<br />
ESSENCIAIS<br />
AS PEÇAS-CHAVE FUNDAMENTAIS EM QUALQUER GUARDA-ROUPA NESTE VERÃO<br />
PODEM SER A BASE PARA TODOS OS LOOKS.<br />
Camisola<br />
em malha<br />
de algodão,<br />
¤ 140,<br />
Gérard Darel.<br />
Casaco em<br />
algodão,<br />
¤ 39,95, H&M.<br />
Blusão em<br />
camurça, ¤ 438,<br />
Karen Millen.<br />
Calções em<br />
algodão,<br />
¤ 114, Guess.<br />
Calças<br />
em ganga,<br />
¤ 120,<br />
Diesel.<br />
Camisa em<br />
algodão, ¤ 89,<br />
Caramelo.<br />
Vestido<br />
em algodão,<br />
¤ 220, Gérard<br />
Darel.
Top em<br />
algodão,<br />
¤ 195,<br />
Purificación<br />
García.<br />
Blazer<br />
em algodão,<br />
¤ 378, BCBG<br />
Max Azria.<br />
Sapatos<br />
em pele,<br />
¤ 349, Hugo.<br />
Calças em<br />
algodão,<br />
¤ 19,95, H&M.<br />
Trench-coat<br />
em algodão,<br />
preço sob<br />
consulta,<br />
CH Carolina<br />
Herrera.<br />
Vestido<br />
em malha<br />
jersey,<br />
¤ 128, Hoss<br />
Intropia.<br />
Usufrua das vantagens de cartão nas marcas parceiras.<br />
PARCERIA CAIXA E LOJA DAS MEIAS<br />
A Caixa e a Loja das Meias celebraram uma parceria<br />
que permite às clientes titulares dos cartões<br />
de crédito Caixa Woman (1) beneficiarem do<br />
fracionamento das suas compras sem a cobrança<br />
de juros. As clientes Caixa Woman já podem optar,<br />
no ato da compra, por fracionar o pagamento das<br />
suas compras realizadas em qualquer Loja das<br />
Meias em 2, 5 e 8 meses sem juros, bastando<br />
apenas que indiquem a modalidade de pagamento<br />
pretendida à lojista. Para acederem a esta parceria,<br />
as clientes necessitam apenas de efetuar<br />
o pagamento das suas compras com o cartão<br />
de crédito Caixa Woman, não existindo qualquer<br />
adesão prévia.<br />
Esta funcionalidade também se encontra disponível<br />
nas lojas Marc by Marc Jacobs Chiado e Porto, com<br />
as mesmas modalidades de pagamento disponíveis.<br />
(1) TAEG de 23,7%, para um montante de ¤ 1.500, com reembolso<br />
a 12 meses, à TAN de 20,75%.<br />
Vestido em<br />
seda, ¤ 160,<br />
Twin-Set.<br />
Blusa<br />
em seda,<br />
¤ 85 p.ap.,<br />
Stefanel.<br />
Casaco em<br />
malha de<br />
algodão,<br />
¤ 49,99,<br />
Mango.
BASTIDORES<br />
ANA CAMPOS<br />
Stylist<br />
58 Caixa Woman<br />
Nova atitude<br />
A moda desde sempre refletiu as mudanças<br />
e as aspirações sociais. Se a história<br />
separava estas vontades de forma<br />
geográfica, hoje, os designers espelham<br />
uma sociedade global, onde as memórias<br />
coletivas são transversais. Assim,<br />
as grandes inspirações foram décadas<br />
em que as mulheres tiveram um papel<br />
chave nas mudanças sociais e em que<br />
se destacaram pela elegância,<br />
sempre muito feminina.<br />
O final dos anos 20 foi marcado pelos<br />
contornos boémios de uma vida social<br />
em que as mulheres participavam<br />
de forma ativa, mostrando-se cada vez<br />
mais determinadas no seu papel. Com<br />
essa atitude, chegaram também o glamour<br />
e a sensualidade dos vestidos fluidos,<br />
recuperados para esta estação. Já os anos<br />
50 foram outra das inspirações revisitadas<br />
e nas suas mais variadas vertentes, desde<br />
os anos de glamour da Alta-Costura, onde<br />
se destacaram nomes como Christian Dior<br />
ou Cristóbal Balenciaga, às recatadas donas<br />
de casa que, após os anos conturbados<br />
da Segunda Guerra Mundial, tinham<br />
as suas vidas dedicadas à família e que se<br />
vestiam com regras de rigor de conjugação<br />
de cores e de formas, sem esquecer<br />
a rebeldia da juventude, que começa<br />
a misturar as suas roupas com as peças<br />
de trabalho (como os casacos de ganga),<br />
sempre com uma certa sensualidade.<br />
Além destas décadas do século passado,<br />
observaram-se outras inspirações mais<br />
conceptuais. Neste verão, assistimos ao<br />
desfilar dos elementos da Natureza, em<br />
particular do tema oceanos, com todos<br />
os seus mitos e formas. Esta tendência<br />
traduz-se pela reprodução da vida marítima,<br />
seja pela representação em estampados,<br />
como pela recriação do seu movimento,<br />
com a sobreposição de tecidos leves<br />
e fluidos, ou ainda pela aplicação<br />
de materiais mais brilhantes, como<br />
as paillettes, que lembram as sereias.<br />
Numa época global, as influências das<br />
diferentes etnias surgem também como<br />
Os designers<br />
escolheram para base<br />
das suas coleções<br />
inspirações em que<br />
a mulher acaba por<br />
ser sempre o centro<br />
das atenções.<br />
apontamentos de estampados, de tecidos<br />
mais artesanais ou mesmo aplicações<br />
de tecidos ou missangas, o que dá um<br />
novo élan a todas as coleções.<br />
No final das semanas dos desfiles de moda,<br />
uma grande conclusão surgiu na cabeça<br />
dos editores: os designers escolheram<br />
para base das suas coleções inspirações<br />
em que a mulher acaba por ser sempre o<br />
centro das atenções, pela sua feminilidade<br />
ou pela sua atitude. Talvez seja este<br />
o primeiro reflexo de que vivemos tempos<br />
de mudança e de que existem formas<br />
concretas de superar as dificuldades.<br />
A História dá-nos esse exemplo.
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES.<br />
CORPO & ALMA<br />
ENCONTRE O MELHOR QUE HÁ EM SI<br />
Novo olhar<br />
O bem-estar começa no interior.<br />
Adote, por isso, todas as estratégias<br />
para uma existência equilibrada,<br />
saudável e feliz. Depois, sucumba<br />
aos caprichos da vaidade<br />
e descubra as tendências que<br />
se alinham para este verão.
SAÚDE<br />
CALORIAS<br />
NÃO SÃO TODAS IGUAIS<br />
É tido como seguro que, quanto mais<br />
calorias ingerimos, mais peso ganhamos,<br />
mas um estudo coordenado por George<br />
Bray e publicado na revista oficial da<br />
Associação Médica Americana, a Jama,<br />
refere que ingerir poucas proteínas<br />
conduz a um aumento de gordura em<br />
detrimento da massa muscular, logo,<br />
a uma redução da capacidade de queimar<br />
calorias em repouso. Por oposição, um<br />
regime alimentar com 15 a 20 por cento<br />
de calorias aumenta a massa muscular<br />
e melhora o metabolismo. Este estudo foi<br />
levado a cabo pela equipa do Pennington<br />
Biomedical Reserach Center, de Baton<br />
Rouge, em Los Angeles, nos EUA.<br />
62 Caixa Woman<br />
Lactância reduz risco<br />
cardiovascular<br />
Uma criança amamentada pela<br />
mãe durante os primeiros três<br />
meses de vida vê reduzido<br />
em 6% o risco de problemas<br />
cardiovasculares na<br />
adolescência, afirma um<br />
estudo realizado pelo Instituto<br />
Karolinska, de Estocolmo, e por<br />
investigadores da Universidade<br />
de Granada. A pesquisa<br />
envolveu um universo de 1.025<br />
crianças com nove e dez anos<br />
e 971 adolescentes com 15<br />
e 16 anos, mostrando que<br />
aqueles que foram alimentados<br />
com leite materno apresentam<br />
melhores valores aeróbicos, de<br />
pressão arterial, de colesterol<br />
e reduzidos níveis de infeções.<br />
APRENDER PARA<br />
VIVER MELHOR<br />
Informações simples que podem fazer<br />
toda a diferença quando o que está<br />
em causa é o seu bem-estar.<br />
Trabalhar por turnos pode causar diabetes<br />
Segundo investigadores da Escola de Saúde Pública<br />
da Universidade de Harvard, nos EUA, as mulheres que<br />
trabalham por turnos correm vários riscos. Além da incidência<br />
de divórcios e da prevalência de transtornos digestivos<br />
e cardiovasculares, há evidências do risco da ocorrência<br />
de diabetes do tipo 2. A investigação, coordenada por Frank<br />
Hu e publicada na revista PLoS Medicine, acompanhou um<br />
universo alargado de enfermeiras, concluindo que o risco<br />
de diabetes estava relacionado com as rotações dos turnos,<br />
aumentando em 5% no caso de quem trabalhava à noite<br />
durante um ou dois anos e passando de 20% para 40%<br />
se o trabalho por turnos atingia períodos de dez a 19 anos.
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES.<br />
INSÓNIA PODE PROVOCAR<br />
GRAVES RISCOS DE SAÚDE<br />
Investigadores publicaram na revista<br />
Lancet um estudo que aponta para<br />
a urgência no tratamento de distúrbios<br />
do sono, tanto mais que a insónia<br />
pode levar ao aparecimento de<br />
problemas de depressão, diabetes<br />
e hipertensão. Os dados recolhidos<br />
por uma equipa coordenada por<br />
Charles Morin, da Universidade de<br />
Laval, no Quebeque, Canadá, e Ruth<br />
Benca, da Universidade de Wisconsin,<br />
nos EUA, permitiram concluir que<br />
quem apresenta distúrbios do sono<br />
corre um risco cinco vezes superior de<br />
vir a sofrer de ansiedade ou depressão,<br />
enquanto se duplica a possibilidade de<br />
insuficiências cardíacas e diabetes.<br />
ENCARNADO PODE<br />
INIBIR O APETITE<br />
Um grupo de psicólogos<br />
da Universidade de<br />
Basileia, na Suíça, notou<br />
que a utilização de pratos<br />
vermelhos reduz o apetite<br />
comparativamente ao que<br />
acontece com os brancos.<br />
Num estudo que envolveu<br />
mais de uma centena de<br />
pessoas, foram servidas<br />
saladas em pratos<br />
encarnados, azuis e brancos, e quem foi servido em pratos<br />
encarnados comeu cerca de metade dos restantes, o que levou<br />
os investigadores a concluir que a cor pode inibir o apetite,<br />
embora considerem que são necessários mais estudos para<br />
confirmar esta teoria.<br />
Menino ou menina?<br />
Resposta no sangue<br />
Jama, o Journal of American<br />
Medical Association, divulgou um<br />
estudo coordenado por Stephanie<br />
Devaney, do National Institute of<br />
Health, de Bathesda, Maryland,<br />
nos EUA, que garante que a<br />
resposta sobre o sexo de um<br />
bebé pode ser dada por um teste<br />
sanguíneo da mãe logo após a<br />
sétima semana de gravidez e com<br />
uma margem de erro de 5%.<br />
O teste funciona como um radar<br />
capaz de individualizar no sangue<br />
da grávida os traços de ADN do<br />
feto, permitindo identificar a<br />
presença do cromossoma Y ou X.<br />
O DESGOSTO MATA<br />
Um estudo realizado ao longo de cinco anos e publicado na revista<br />
Circulation, da American Heart Association, concluiu que a perda de um<br />
ente querido aumenta significativamente o risco de enfarte. As 24 horas<br />
que se seguem ao falecimento são as de maior risco, mas ele mantém-se<br />
pelo menos ao longo de um mês. O stress psicológico e a angústia<br />
provocam alterações na tensão arterial, mas também insónias e perdas<br />
de apetite. São estas alterações metabólicas que afetam o coração.<br />
Caixa Woman 63
As idas<br />
regulares ao<br />
médico e os exames<br />
da especialidade são<br />
fundamentais para<br />
a prevenção da<br />
doença.
SAÚDE<br />
Prevenir<br />
é o melhor<br />
remédio<br />
Em Portugal, todos os dias morre uma mulher<br />
vítima de cancro do colo do útero, diagnóstico que,<br />
por ano, 900 mulheres são forçadas a enfrentar.<br />
Números que a prevenção pode mudar. Uma<br />
receita que não custa mais do que idas regulares<br />
a um especialista... E a vacinação, com uma<br />
proteção quase total. TEXTO DE CARLA MARINA MENDES.<br />
Não é uma doença de novas ou tãopouco<br />
de velhas. Afeta mulheres de todas<br />
as idades, transformando, todos os<br />
anos, 900 portuguesas em doentes.<br />
Contas feitas, por dia, morre uma mu -<br />
lher, incapaz de resistir à força da<br />
doença. Porque os nú meros falam por<br />
si, a máxima é simples: mais vale prevenir.<br />
E não é preciso muito mais do que<br />
as idas regulares a um especialista e<br />
exa mes que permitem identificar atempadamente<br />
o problema.<br />
Chama-se PVH, o mesmo é dizer papiloma<br />
vírus humano. E embora existam<br />
mais de uma centena destes vírus à nossa<br />
volta, a maioria dos quais inofensivos<br />
para um sistema imunitário que consegue<br />
levá-los de vencida, poucos sabem<br />
que o responsável por este tipo de cancro<br />
pode estar presente, tanto nos homens,<br />
como nas mulheres, sem se fazer notar.<br />
São, em bom rigor científico, dois, mais<br />
conhecidos pelo número, o 16 e o 18,<br />
aqueles que conseguem provocar a<br />
doença ou alterações pré-cancerosas<br />
que podem evoluir para tal. E, à seme -<br />
lhança do que acontece com outros vírus<br />
da mesma família, também com estes<br />
o contacto é frequente. No entanto, em<br />
cerca de 90% dos casos, o inimigo é<br />
eli minado do organismo naturalmente.<br />
O pe rigo reside nos restantes 10%.<br />
Caixa Woman 65
Alexandra Cordeiro, ginecologista no<br />
Hospital dos Lusíadas, confirma. “A infeção<br />
pelo papiloma vírus humano é uma<br />
infeção sexualmente transmissível que a<br />
maioria dos indivíduos consegue eliminar.”<br />
Então, como se explica que uma minoria<br />
não o consiga? A resposta não é simples.<br />
De acordo com a especialista, “a persistência<br />
da infeção pelo PVH, essencial para<br />
o desenvolvimento de cancro, depende<br />
não só do estado imunitário da mulher<br />
aquando do contacto com o vírus, mas<br />
também do genótipo do PVH”. Ou seja,<br />
de acordo com as informações hoje disponíveis,<br />
fruto dos avanços da ciência,<br />
“sabemos que alguns tipos do vírus, denominados<br />
de alto risco, têm maior probabilidade<br />
de persistir e causar cancro.<br />
Em particular, os PVH 16 e 18 são responsáveis<br />
por 75% dos cancros do colo<br />
do útero. Por outro lado, o tabagismo aumenta<br />
o risco de persistência da infeção”.<br />
SILÊNCIO QUE PODE SER FATAL<br />
É muitas vezes silencioso. O que significa<br />
que, embora infetada, a pessoa pode não<br />
saber que o está, o que dá um grande<br />
protagonismo à citologia, ou Papanicolau,<br />
um exame que cabe às mulheres fazer<br />
de forma regular. “É uma medida preventiva<br />
que permite identificar precocemente<br />
mulheres com lesões pré-ma -<br />
lignas do colo, tratá-las e, dessa forma,<br />
reduzir significativamente a hipótese de<br />
progressão para doença invasiva/cancro”,<br />
explica a médica. Embora sem capacidade<br />
para identificar o vírus, o teste<br />
deteta alterações nas células, sendo a<br />
única maneira de verificar se existem<br />
lesões no útero, o que, por sua vez,<br />
permite uma ação atempada no combate<br />
à doença. Lesões que, quando diagnosticadas<br />
a tempo, podem ser tratadas.<br />
E esta é uma forma de prevenção que<br />
começa cedo. Segundo Alexandra Cor -<br />
deiro, “as recomendações internacionais<br />
atuais determinam que se realize a cito -<br />
66 Caixa Woman<br />
SINAIS DE ALERTA<br />
Ainda que, por norma, seja<br />
silencioso, quando instalado,<br />
o vírus pode causar sintomas,<br />
os quais devem servir de<br />
alerta. A dor no decorrer<br />
das relações sexuais, um<br />
corrimento vaginal anormal<br />
ou ainda uma hemorragia<br />
vaginal sem explicação são<br />
sinais que devem levar<br />
a uma consulta médica.<br />
logia entre os 21 e os 65 anos”. No entanto,<br />
“até aos 30 anos, pelo maior risco<br />
de infeção com o PVH, a citologia deve<br />
ser anual”. Depois de passada a barreira<br />
dos 30, “e após três citologias consecutivas<br />
negativas, pode eventualmente passar<br />
a realizar-se a cada dois a três anos”.<br />
Porém, a prevenção não passa apenas<br />
pela ida ao médico. Esta pode ser também<br />
conseguida, “mediante a modificação<br />
dos hábitos sexuais, nomeadamente<br />
a redução do número de parceiros sexuais<br />
e a utilização do preservativo”.<br />
Depois, há ainda a vacinação.<br />
PROTEÇÃO EM FORMA DE VACINA<br />
Está disponível, embora para alguns seja<br />
difícil fazer frente ao seu preço. Contudo,<br />
a vacina contra as infeções pelo PVH ajuda<br />
a reduzir o risco, evitando, segundo os dados<br />
mais recentes, 90% das infeções nos<br />
seis anos seguintes à sua aplicação.<br />
E provada está também a sua eficácia em
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES.<br />
mulheres dos nove aos 26 anos. “A vacinação<br />
permitirá a redução da prevalência<br />
da infeção pelos PVH incluídos, nomeadamente<br />
o 16 e o 18, e, conse quente mente,<br />
uma diminuição a médio prazo do aparecimento<br />
de lesões pré-malignas do colo e,<br />
a longo prazo, do número de casos de cancro<br />
do colo”, salienta a médica. E embora<br />
a recomendação atual do Plano Nacional<br />
de Vacinação seja a sua aplicação a todas<br />
as adolescentes entre os dez e os 13 anos,<br />
“a Sociedade Portu guesa de Ginecologia<br />
recomenda adicionalmente a vacinação das<br />
mulheres entre os 18 e os 26 anos”.<br />
Uma vantagem que se estende agora até<br />
às mulheres mais velhas, já que a vacina<br />
passou a ser recomendada a todas as<br />
mulheres até aos 45 anos, de acordo<br />
com as novas orientações da Agência<br />
SEGURO CAIXA WOMAN<br />
É um seguro de vida criado para mulheres com idades entre os 20<br />
e os 50 anos para proteção em caso de doença grave do foro feminino.<br />
Em caso de diagnóstico positivo, o Seguro Caixa Woman entrega-lhe<br />
metade do capital para que possa, com todo o conforto, selecionar<br />
os médicos e tratamentos que achar mais convenientes. Também para<br />
a apoiar em todas as situações, terá sempre garantido o acesso a uma<br />
segunda opinião médica pela reconhecida rede mundial Best Doctors.<br />
Este seguro garante pagamento do capital seguro, até 100 mil euros<br />
(em caso de morte), e, caso haja diagnóstico de doença grave feminina,<br />
é antecipado 50% do capital seguro, para que não se preocupe com mais<br />
nada a não ser com a sua saúde. Mais detalhes em www.caixawoman.pt.<br />
O Seguro Caixa Woman é um produto da Companhia de Seguros Fidelidade Mundial, S.A.,<br />
comercializado através da Caixa Geral de Depósitos, S.A., na sua qualidade de mediador<br />
de seguros. A Caixa Geral de Depósitos, S.A., doravante apenas CGD, pessoa coletiva<br />
n.º 500960046, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa, com o<br />
capital social de ¤5.150.000.000,00, com sede na Avenida João XXI, n.º 63, 1000-300<br />
Lisboa, solicitou, em 19 de Setembro de 2007, a sua inscrição no Instituto de Seguros<br />
de Portugal, na categoria de Mediador de Seguros Ligado, nos Ramos de Seguros de Vida<br />
e Não Vida, encontrando-se registada sob o n.º 207186041. Os dados da CGD, enquanto<br />
Mediador de Seguros, estão disponíveis e podem ser consultados no sítio do Instituto<br />
de Seguros de Portugal (www.isp.pt). A CGD, enquanto mediador, não tem poderes para<br />
celebrar contratos de seguro em nome do Segurador, nem assume a cobertura dos riscos.<br />
A CGD, enquanto mediador de seguros ligado não tem poderes de cobrança, pese embora<br />
enquanto instituição bancária possa executar as operações próprias desta atividade,<br />
designadamente, as operações de débito em conta ou transferência bancária autorizadas<br />
pelo respectivo titular.<br />
Europeia do Medicamento, feitas com base<br />
em estudos que comprovam a eficácia<br />
deste produto na imunidade de mulheres<br />
mais maduras. No entanto, esclarece a<br />
ginecologista, “a recomendação da vacinação<br />
no grupo etário 26-45 anos deve<br />
ser individualizada”.<br />
PASSAR A PALAVRA<br />
“A prevenção é possível! Passa a Palavra.<br />
Antes que seja tarde.” O slogan da campanha<br />
da Liga Portuguesa Contra o<br />
Cancro para combater a doença invadiu o<br />
país há dois anos. A infeção por PVH tornou-se<br />
protagonista de spots na televisão,<br />
nos jornais e na rádio, o que lhe conferiu<br />
uma notoriedade que, segundo Alexandra<br />
Cordeiro, não se perdeu. “Penso que a<br />
mulher portuguesa está cada vez mais<br />
sensibilizada para esta problemática.<br />
Em particular, desde o aparecimento da<br />
vacina profilática que é crescente a busca<br />
de informação sobre este cancro tão prevalente<br />
e quais as estratégias de prevenção”,<br />
estratégias que configuram a melhor<br />
forma de evitar que mais mulheres<br />
façam parte das estatísticas negras do<br />
cancro do colo do útero.<br />
PROTEÇÃO QUASE TOTAL<br />
São cerca de 20 os tipos<br />
de PVH que podem causar<br />
doenças graves e cancro.<br />
A vacina disponível no<br />
mercado é chamada de<br />
tetravalente, o mesmo é dizer,<br />
é capaz de criar defesas<br />
contra quatro tipos de PVH,<br />
que são, ao todo, responsáveis<br />
por 90% dos carcinomas do<br />
colo do útero e por 90%<br />
das verrugas genitais.<br />
Caixa Woman 67
A sabedoria<br />
conquistada com<br />
o primeiro filho traz<br />
mais tranquilidade,<br />
o que permite tirar ainda<br />
mais partido da<br />
experiência da<br />
maternidade.<br />
Ana, Rute, Marta e Maria são mães pela<br />
segunda vez e, mesmo sem terem essa<br />
intenção, contribuíram, em 2010, para a<br />
ligeira recuperação do saldo natural que<br />
se verificou em Portugal nesse ano.<br />
Em 2010, registou-se um aumento de<br />
nascimentos por mulher em idade fértil.<br />
O índice sintético de fecundidade regressou<br />
ao valor de 2008, isto é, a 1,37 filhos<br />
por mulher entre os quinze e os 49 anos,<br />
depois de 2009 ter sido o pior ano de<br />
sempre, desde que há registos demográficos<br />
no país. Mesmo se os valores<br />
são muito insuficientes para repor o número<br />
de indivíduos da população portuguesa<br />
e o aumento face ao ano anterior<br />
for pequeno, o facto é que nasceram<br />
mais crianças e que, em 2010, aumentou<br />
o número de filhos por mulher. Há razões<br />
para ter esperança de que o número de<br />
casais portugueses com mais do que um<br />
filho aumente mais? Ainda é muito cedo<br />
para pensar assim. Antes disso, vale a<br />
pena apontar as vantagens e as desvantagens<br />
de ter dois filhos, quer do ponto<br />
CURTO-CIRCUITO<br />
A chegada do<br />
segundo filho<br />
O QUE É QUE ACONTECE AOS PAIS DO PRIMEIRO<br />
PARA O SEGUNDO FILHO? PORQUE É QUE UMA<br />
EXPERIÊNCIA TANTAS VEZES DIFÍCIL, COMO<br />
O SÃO OS PRIMEIROS TEMPOS DE VIDA DE<br />
UM BEBÉ, É REPETIDA POR ALGUNS CASAIS?<br />
TEXTO DE CARLA MACEDO.<br />
de vista da Psicologia e da Pediatria, como<br />
simplesmente da perceção das mães.<br />
“O meu segundo filho é muito mais calmo<br />
do que o primeiro.” A frase é repetida<br />
pelas quatro mães entrevistadas, que relembram<br />
a chegada do primeiro bebé como<br />
esgotante. “Eu não podia ouvir a Sara<br />
a chorar que começava a chorar também.<br />
Ia a correr sempre que a ouvia.<br />
Quando ela tinha oito meses, resolvemos<br />
que tinha de habituar-se a confortar-se<br />
sozinha e deixámo-la na cama, a chorar.<br />
A resolução durou uma noite. Nessa noite,<br />
chorou ela e chorei eu.” Estas palavras<br />
são de Ana Ferreira, 41 anos, assistente<br />
social, e têm eco nas de Marta Borges,<br />
35 anos, professora. “Eu não descansava<br />
com medo da morte súbita. Cheguei a<br />
sonhar que o Vicente tinha parado de<br />
respirar e acordei-o porque não o ouvia.”<br />
Rute Gaspar, 32 anos, bancária, e Maria<br />
Catalão, 33 anos, gestora de compras no<br />
setor alimentar, acrescentam que o cansaço<br />
próprio, e dos maridos, que participaram<br />
em todas as tarefas desde o pri-<br />
Caixa Woman 69
meiro dia, levaram a discussões conjugais<br />
quase diárias. “Houve uma altura em que<br />
comecei a questionar se devíamos mesmo<br />
estar juntos”, conta Maria.<br />
Tudo normal. É a crise documentada<br />
pela Psicologia. Alexandra Chumbo tem<br />
quatro filhos, de seis, cinco e três anos,<br />
e um de nove meses, mas é como psicóloga<br />
clínica e presidente da Associação<br />
Família e Sociedade que dá esta entrevista.<br />
Explica que “a Psicologia estuda a<br />
ideia idealizada do primeiro bebé e, em<br />
terapia familiar, estudamos as crises.<br />
A primeira crise é o casamento e a segunda<br />
é o nascimento do primeiro filho.<br />
As pessoas normalmente não associam<br />
esta coisa tão boa de ter um filho a uma<br />
crise na família e é, de facto, uma crise,<br />
porque vem destabilizar muitíssimo a vida<br />
de duas pessoas adultas e independentes,<br />
autónomas, que geriam o seu<br />
tempo. Vem um bebé, uma coisa pequenina,<br />
amorosa, que as pessoas idealizam<br />
e, depois, ele não se porta tão bem como<br />
nos anúncios. É um ser completamente<br />
dependente e não é possível ao casal fazer<br />
o mesmo tipo de vida. A dinâmica e<br />
a estrutura familiar não podem manter-<br />
-se com o nascimento do primeiro filho.”<br />
Então, por que razão ter o segundo?<br />
Porquê arriscar passar por todos os medos,<br />
todas as inseguranças, todo o cansaço<br />
outra vez? Rute ri-se e explica.<br />
“Eu sei que parece que detesto ser mãe<br />
quando falo dos primeiros tempos do<br />
Miguel. A lembrança mais marcante ainda<br />
é, sem dúvida, o cansaço. Mas ser<br />
mãe também é uma coisa maravilhosa.<br />
Eu queria voltar a sentir aquela coisa instintiva<br />
do amor que nunca tinha sentido<br />
antes. Havia qualquer coisa de animal<br />
em mim, que estava muito mais à flor da<br />
pele e que, agora, está a repetir-se.” Ana,<br />
Marta e Maria apontam outras razões.<br />
Oriundas de famílias grandes, nunca se<br />
imaginaram apenas com um filho. Acre -<br />
70 Caixa Woman<br />
ditam que as crianças beneficiam da presença<br />
de irmãos nas suas vidas. Maria,<br />
que é a segunda de quatro irmãs, refere<br />
que, “mesmo quando somos adultas, é<br />
muito bom saber que podemos contar<br />
com as nossas irmãs para tudo”.<br />
O risco foi recompensado, já que todas<br />
estas mulheres referem que os seus segundos<br />
filhos são mais tranquilos, dormem<br />
mais horas, choram menos. Maria<br />
refere que, “aos 14 meses da Luísa, eu<br />
não estava nada parecida com o que estou<br />
hoje, aos 14 meses do Afonso. Não<br />
tenho olheiras, não me sinto terrivelmente<br />
cansada, à beira da loucura. A Luísa só<br />
dormiu uma noite completa quase a fazer<br />
dois anos.” Mas são mesmo as crianças<br />
que são tão diferentes ou será que a mudança<br />
se operou nos pais?<br />
A psicóloga Alexandra Chumbo explica.<br />
VANTAGENS CARTÃO MY BABY<br />
O nascimento de um filho é um acontecimento único, é uma época<br />
de alegria, mas também de mudança, que implica alterações na<br />
gestão familiar.<br />
Para ajudar os pais na gestão do orçamento com as despesas<br />
do bebé, antes e depois do nascimento, a Caixa tem o cartão<br />
pré-pago My Baby, uma ajuda fundamental para os pais.<br />
Vantagens do cartão:<br />
● Cartão multibanco recarregável, para a gestão independente<br />
(eficaz e controlada) das despesas. Validade de três anos, para<br />
separar as despesas mesmo na primeira fase de vida do bebé;<br />
● Pode ser carregado e consultado no multibanco e na Caixadirecta<br />
on-line. Possibilidade de agendar o carregamento para os pais<br />
prepararem o orçamento e pouparem desde logo;<br />
● Permite receber transferências da família e dos amigos através<br />
das referências multibanco inscritas no cartão;<br />
● Segurança acrescida e ideal para compras na Internet;<br />
● Vantagens exclusivas nos hospitais HPP Saúde (por exemplo, oferta<br />
da estadia para acompanhamento no internamento por parto);<br />
● Descontos em parceiros de interesse para os pais e bebé<br />
(atualmente 158 parceiros);<br />
● Oferece a primeira Coleção de Moedas de Euro do bebé na abertura<br />
da conta poupança CaixaProjecto (limitada ao stock existente).<br />
Informe-se numa agência da Caixa ou em www.cgd.pt.
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES.<br />
“O nascimento de um filho é sempre<br />
uma crise, mas o nascimento do primeiro<br />
aparece como crise mais destacada.<br />
A rotina do casal adaptada a receber<br />
uma criança em casa já está montada.<br />
Quando já passámos por um acontecimento,<br />
já aprendemos e, portanto, já sabemos<br />
gerir as variadas situações que<br />
aparecem sempre. O segundo é mais<br />
fácil do que o primeiro porque nós já estamos<br />
preparados para o receber. Se<br />
bem que há sempre exceções.”<br />
É por isso que diminuem os telefone -<br />
mas para o pediatra, as idas às urgências,<br />
os medos do choro inconsolável.<br />
Maria do Céu Machado, diretora do<br />
Serviço de Pediatria do Hospital de Santa<br />
Maria, explica que “a menor ansiedade<br />
dos pais, porque têm mais experiência,<br />
dá segurança” aos bebés. “A atenção excessiva<br />
e a resposta ao mínimo choro ou<br />
exigência levam a que a criança não adquira<br />
resiliência, ou seja, que não adquira<br />
capacidade para aceitar as contrarieda-<br />
des e, por isso, a criança faz uma cena<br />
perante uma pequena situação adversa.”<br />
Há também a noção de bola de neve envolvida<br />
na tranquilidade dos segundos filhos.<br />
Quando o bebé chora e os pais não<br />
sabem porquê, ficam ansiosos e passam<br />
essa ansiedade ao bebé, que chora mais<br />
"O segundo é mais fácil<br />
do que o primeiro porque<br />
nós já estamos preparados<br />
para o receber." ALEXANDRA CHUMBO<br />
e os pais ficam mais ansiosos, etc., etc.<br />
Alexandra Chumbo refere que “parece<br />
haver uma tendência para, à medida que<br />
a família vai aumentando, os bebés sejam<br />
cada vez mais calminhos. Arrisco-me a<br />
dizer que a experiência dos pais e a descontração<br />
que já têm influência muitíssimo,<br />
mas depende também da personalidade<br />
dos envolvidos nos processos”.<br />
Já Maria do Céu Machado alerta para<br />
o risco da descontração total. “Claro que<br />
a experiência e a informação melhoram<br />
o nosso desempenho, mas, depois, há<br />
tendência para se cair no outro extremo<br />
e não ligar nenhuma; acontece com o<br />
terceiro ou quarto filho. Por vezes, é perigoso,<br />
pois passam despercebidas situações<br />
que requeriam intervenção.”<br />
E, para além dos primeiros anos de vida,<br />
há vantagem em ter dois filhos? Em crescer<br />
com um irmão ao lado? A psicóloga<br />
Alexandra Chumbo refere que “os pais de<br />
um filho só têm a tarefa da educação dificultada.<br />
Podem ser pessoas com muito<br />
bom senso, mas o facto de terem apenas<br />
um filho faz com que, inevitavelmente, centrem<br />
tudo muito nele e a aprendizagem de<br />
valores humanos, como a generosidade, a<br />
paciência, a amizade, é muito mais difícil<br />
de trabalhar. Os pais de um só filho relatam-me<br />
muitas vezes, em consulta, que as<br />
crianças têm muita dificuldade em perceber<br />
que não podem ser sempre as primeiras<br />
em tudo ou serem sempre os que ganham.”<br />
Quando há mais filhos numa<br />
família, o que é que muda? “É mais fácil<br />
praticar a bondade, a justiça, porque há<br />
mais gente, há mais hipóteses de conflito.”<br />
Confirmam-no as pa-<br />
lavras de Marta. “Um<br />
dia, a subir as escadas<br />
do prédio, o Vicente<br />
estava a portar-se tão<br />
mal... Foi um filme para<br />
chegar a casa e lembro-me<br />
perfeitamente<br />
de entrar pela porta a<br />
pensar: estás mesmo a precisar de um irmão.<br />
Felizmente, eu já estava grávida. Claro<br />
que, hoje, com cinco anos, ainda faz muitas<br />
exigências de ajudas, mas, se eu tenho o<br />
mais novo, o João, ao colo, ele percebe<br />
que não pode ser. E é muito bonito vê-los<br />
juntos agora. O João quer imitar o irmão<br />
em tudo e o Vicente ajuda-o muitas vezes<br />
e ajuda-me muito a mim.”<br />
Caixa Woman 71
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72 Caixa Woman<br />
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Opte por uma luminosidade<br />
natural, escolha o iluminador como<br />
produto estrela e aplique-o por<br />
cima da base nas maçãs do rosto,<br />
no nariz e um pouco por cima do<br />
lábio superior. Para os dias em<br />
que excessos não lhe interessam<br />
e em que tudo o que quer é sair<br />
de casa com um aspeto impecável,<br />
pele natural, uniforme e iluminada,<br />
as tendências aprovam-no. Se<br />
quiser um detalhe mais brilhante,<br />
faça como em Emilio Pucci e Elie<br />
Saab, onde vimos requintados<br />
olhos com sombras douradas.<br />
Base Flower<br />
Perfection, Bourjois.<br />
Anti-Frizz<br />
Suave e Liso,<br />
Panténe.<br />
Super<br />
Dust,<br />
L’Oréal.<br />
Máscara<br />
suavizante Suave<br />
& Macio, Herbal<br />
Essences.<br />
ENTRELAÇADAS<br />
Românticas e suaves, as tranças continuam<br />
a ser uma presença forte nas tendências<br />
de cabelos. Os cabelos entrançados em nós<br />
molhados, adornados com pérolas em<br />
Chanel e tranças em espiga em Valentino,<br />
ou perfecionistas, a cobrir todo o couro<br />
cabeludo, em Alexander McQueen, foram<br />
alguns dos visuais mais elaborados.<br />
VIVIENNE WESTWOOD/PANTENE
MAYBELLINE<br />
TOQUES DE COR<br />
Tonalidades néon e graffiti nos lábios<br />
ou nos olhos fundem-se nas peles nude.<br />
A aposta é em pequenos toques de cor: olhos<br />
verde relva misturado com azul turquesa em<br />
Vivienne Westwood Red Label; lábios azul<br />
metálico em Mary Katrantzou; ou vermelho-<br />
-sangue em Katie Gallagher. Para os adeptos<br />
de maquilhagem ousada e revigorante, as<br />
cores fortes continuam em voga este ano.<br />
1. Lipgloss Neon Nude, Bobbi Brown. 2. Le Prisme Yeux, no tom<br />
Quatuor, Givenchy. 3. Verniz da coleção de verão, Nails 4’Us.<br />
1<br />
3<br />
2
3<br />
1<br />
2<br />
ROMANCE DE VERÃO<br />
Alguns estilistas optaram pelo regresso de um look anos 20,<br />
requintado e açucarado. Em lábios rosa mate, carteiras azul<br />
mar, cabelos etéreos com aspeto de nuvem e unhas em tons<br />
pastéis são elementos conjugados com os vestidos leves e<br />
volumosos desta estação. Mostram-no desfiles como o de<br />
Jeremy Scott, onde as modelos, com bochechas e lábios rosas<br />
e sardas pintalgadas nas maçãs do rosto, pareciam verdadeiras<br />
bonecas. Em Giles, esta tendência traduziu-se nos lábios<br />
ruborizados, em tom de morango, assim como em Issey Miyake.<br />
1. Candy Face Ombres 5 Lumières, no tom Nº13, Yves Saint Laurent. 2. Shimmering<br />
Cream Eye Color, no tom Pale Shell, Shiseido. 3. Extra Repair Foundation, Bobbi Brown.<br />
JEREMY SCOTT/M.A.C.
Gloss<br />
d’Armani<br />
100,<br />
no tom<br />
Marron,<br />
Giorgio<br />
Armani.<br />
NIVEA<br />
Aerate 08,<br />
mousse<br />
texturizant<br />
e, Redken.<br />
Tendertone Lip Balm FPS 12,<br />
no tom Hot’n’Spicy, M.A.C.<br />
Lip balm, no tom Passion<br />
Berry, The Body Shop.<br />
LÁBIOS COLORIDOS<br />
É a cor no seu expoente máximo,<br />
alegre e divertida. Lábios intensos,<br />
em tons de carmim, coral e canela,<br />
revelaram-se mais originais do que<br />
os vistos nas estações anteriores.<br />
Volumosos e hidratados, com<br />
texturas rugosas e brilhantes,<br />
tiveram grande destaque em<br />
desfiles como Anna Sui, Prabal<br />
Gurung e Donna Karan. Não<br />
coloque de parte os tons naturais,<br />
claro. Esses nunca saem de moda.<br />
Joli<br />
Rouge,<br />
no tom<br />
Poppy<br />
Red,<br />
Clarins.<br />
Shimmering<br />
Rouge, no tom<br />
Temptress,<br />
Shiseido.<br />
Root Lifter<br />
Sensation, Nivea.<br />
Mega Whip<br />
texturizante, Tigi,<br />
na RR Center.<br />
Cabelos volumosos<br />
Domesticar cabelos volumosos é um problema para<br />
muitas mulheres. Agora, podem rejubilar de alegria<br />
já que, nesta estação, o volume regressa nas suas<br />
mais variadas formas. Repletos de textura, rígidos<br />
ou repletos de movimentos, vários desfiles exibiram<br />
modelos com volumosos penteados. Em D&G, os<br />
cabelos fofos e flexíveis foram o centro das<br />
atenções e, em Fendi, o volume foi ao seu extremo<br />
em penteados elevados, num estilo anos 60.<br />
DONNA KARAN/M.A.C.<br />
Laca<br />
Volume<br />
Creation,<br />
Panténe.<br />
Shampoo Fructis Solto<br />
e Brilhante, Garnier.<br />
Caixa Woman 75
FRANKIE MORELLO/M.A.C.<br />
76 Caixa Woman<br />
Verniz,<br />
Anny.<br />
Verniz Cook,<br />
no tom AlFredo,<br />
M.A.C.<br />
UNHAS VERSÁTEIS<br />
Não há regras para as cores<br />
de unhas durante os próximos<br />
meses. Regressam as unhas<br />
em formato amendoado e as<br />
tonalidades são as mais<br />
variadas. Tons doces e pastéis<br />
de rosa e azul, inspirados nos<br />
macarons Ladurée, podem<br />
usar-se metalizados ou<br />
simplesmente glossy. A paleta<br />
cítrica do amarelo ao verde e<br />
os tons terras do bege ao<br />
castanho não ficam de fora.<br />
Quase tudo é permitido, desde<br />
que usado com atitude.<br />
Khol Noir, Make Up For<br />
Ever, na Sephora.<br />
Eyepencil,<br />
Giorgio Armani.<br />
Olhos geométricos<br />
Esta estação, na sua nécessaire, não deverão faltar<br />
os eyeliners em tons coloridos para os dias e as<br />
noites estivais e o tradicional preto para os<br />
clássicos smoky eyes. Além da cor, nos desfiles<br />
internacionais, sombras traçadas em linhas retas<br />
e definidas marcam o olhar. Em Richard Nicoll,<br />
pequenos retângulos negros no canto exterior dos<br />
olhos davam um lift ao olhar enquanto em Emporio<br />
Armani, as formas retangulares se estenderam<br />
a toda a pálpebra superior. As sobrancelhas<br />
destacam-se, uma vez mais, essencialmente<br />
quando conjugadas com uma pele clean e saudável.<br />
Metallic Eye<br />
Shadow, Make<br />
Up Factory.<br />
Verniz, no tom<br />
Water Lily,<br />
Christian Dior.<br />
Verniz,<br />
no tom<br />
April,<br />
Chanel.<br />
Touche<br />
Éclat,<br />
Yves<br />
Saint<br />
Laurent.<br />
Recourbe Cils,<br />
Chanel.<br />
CHANEL<br />
Verniz<br />
Paradox<br />
Collection,<br />
Mavala.
M. KATRANTZOU/M.A.C.<br />
2<br />
1<br />
3<br />
REFLEXOS MARINHOS<br />
Nas unhas, no rosto e nos cabelos, a água foi um elemento<br />
presente em vários desfiles. Em Proenza Schouler, tanto o<br />
rosto como o cabelo emanavam um aspeto atlético e saudável,<br />
enquanto em Damir Koma, um traço no canto inferior do olho<br />
destacou-se com um tom de azul céu. Em Louise Gray,<br />
o eyeliner azul mar na pálpebra superior conferiu um ar<br />
divertido ao olhar. São visuais desportivos e simultaneamente<br />
elegantes que conjugam a frescura dos rostos repletos<br />
de hidratação, com pormenores radiantes de azul.<br />
1. Écrin 4 Couleurs, no tom Les Aqua, Guerlain. 2. Gloss Color Fever,<br />
no tom Green Petal, Lancôme. 3. Verniz Colour&Go, Essence.
FEIRA DAS VAIDADES<br />
78 Caixa Woman<br />
Boas práticas<br />
Janeiro. “Ano novo, vida nova”. Amontoa-<br />
-se uma panóplia de resoluções tomadas<br />
com profunda convicção sobre vários,<br />
mas, no primeiro dia do ano, é certo<br />
e sabido que a coisa já começa a correr<br />
para o torto e as promessas se tornam<br />
simples sombras do que poderiam ter<br />
sido. Ao acordar tarde, juntam-se os<br />
ataques de gula e de sedentarismo,<br />
práticas comuns, aliás, a uma grande<br />
percentagem dos portugueses, que<br />
o justificam com desculpas pouco<br />
convincentes. E aquela energia do final<br />
do ano começa a desaparecer com o<br />
regresso ao trabalho, os dias mais frios e<br />
a noção de que as resoluções não estão<br />
a ser cumpridas. É um ciclo vicioso, com<br />
altos e baixos. Recentemente, li sobre o<br />
mais deprimente dia do ano. Chama-se<br />
“Blue Monday” e está estabelecido na<br />
terceira segunda-feira de janeiro. Sim,<br />
também me interroguei: mas não são<br />
blue todas as segundas-feiras? Voltando<br />
ao tal dia, sobre o qual li um artigo<br />
assinado por um psicólogo no jornal<br />
The Guardian, ele vem na sequência<br />
de “janeiro ser uma longa ressaca<br />
pós-Natal”. Ao que parece, esta segunda-<br />
-feira em particular foi selecionada<br />
através de um cálculo efetuado entre<br />
dívida, motivação, tempo, necessidade<br />
de agir e outras variáveis arbitrárias<br />
impossíveis de quantificar. Ora, tentando<br />
contrariar as probabilidades, decidi que<br />
seria a altura certa para passar da teoria<br />
à prática. Reuni várias amigas, criei uma<br />
página no Facebook e gerou-se um<br />
grupo dedicado à prática de exercício<br />
físico ao ar livre. Uma espécie de “<br />
mexe-te sem gastar um tostão”, com<br />
convívio à mistura e um pouco de cultura.<br />
As arestas ainda estão a ser limadas, mas<br />
o convite foi recebido com entusiasmo.<br />
Começámos precisamente numa<br />
segunda-feira de lua cheia em Lisboa,<br />
e nem o frio ou o cansaço causado por<br />
um longo dia de trabalho superaram<br />
a motivação. Dois dedos de conversa<br />
e risos pelo meio inutilizaram o iPod<br />
durante a caminhada e a fabulosa<br />
paisagem tornou tudo ainda mais fácil.<br />
Não tardou a que surgissem outras ideias,<br />
foram-se juntado outros curiosos e<br />
nasceram novas propostas de atividades,<br />
Reuni várias amigas,<br />
criei uma página no<br />
Facebook e gerou-se<br />
um grupo dedicado<br />
à prática de exercício<br />
físico ao ar livre.<br />
desde o trekking urbano por zonas<br />
bairristas de Lisboa a passeios na praia<br />
(enquanto durar este fantástico tempo<br />
de inverno) aos fins de semana,<br />
terminando no objetivo inicial de praticar<br />
regularmente jogging. Um boost de boa<br />
disposição é quase imediato e a sensação<br />
de promessa cumprida é extremamente<br />
satisfatória. Na realidade, o pouco tempo<br />
disponível não nos permite fazer as<br />
“passeatas” que desejaríamos, mas,<br />
enquanto durar, é a melhor maneria de<br />
combater as crises financeira e moral<br />
destes primeiros meses. Pelo menos<br />
até os dias ficarem mais quentes.<br />
RAMOS.<br />
CARLOS<br />
CAROLINA SILVA<br />
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FICHA TÉCNICA<br />
Decorador<br />
saído da caixa<br />
Democratizar o acesso à decoração e a um<br />
designer de interiores é a missão da Edinteriores,<br />
o primeiro atelier on-line, também pioneiro<br />
da Box Decor. TEXTO DE CRISTINA BELO.<br />
A minha primeira Box Decor foi a pensar<br />
no meu filho de dez anos. Escolhi<br />
a opção Kids para ter um projeto de<br />
quarto renovado à medida da sua pré-<br />
-adolescência e da área pequena, que<br />
exigia uma melhor organização do espaço.<br />
Com todo o know-how de anos<br />
a trabalhar numa revista de decoração,<br />
até poderia dar conta do recado, mas<br />
esta caixa, a um custo acessível, ainda<br />
por cima revertível na execução do projeto,<br />
prometia ser a solução ideal.<br />
Chegou pelo correio e vinha cheia de<br />
boas surpresas: uma simbólica almofadinha<br />
de cheiro, um Lilli teabag caddy,<br />
da Koziol, a apresentação de todos os<br />
parceiros da Edinteriores e um folheto<br />
com o passo-a-passo para ativar a Box<br />
no site. A aventura tinha começado e<br />
o entusiasmo crescia. Rapidamente,<br />
preenchi os formulários, concluí a ativação<br />
e aguardei o contacto para a visita<br />
ao quarto. Após os dois dias prometidos,<br />
recebi o telefonema para<br />
agendar o encontro e a designer, sorridente,<br />
devidamente identificada com<br />
o seu crachá do atelier, e uma Tas -<br />
chelino carregada de catálogos apareceram<br />
à minha porta à hora combinada.<br />
Depois de tirar medidas, observar<br />
90 Caixa Woman<br />
o ambiente existente e conhecer o<br />
Simão, a visita ficou concluída, com<br />
a promessa de o projeto chegar dali<br />
a dez dias à minha caixa de correio,<br />
desta vez, virtual. Agora, sim, começava<br />
a ficar ansiosa, no bom sentido.<br />
Foi em 2007 que Joana Beirão, CEO<br />
da Edinteriores, fundou aquele que seria<br />
o primeiro atelier on-line de arquitetura<br />
e decoração. Não se gaba de ter<br />
sido pioneira, mas reconhece que es-<br />
tava isolada no mercado. “Apostei naquilo<br />
em que acreditava, um serviço<br />
que ajudasse as pessoas a realizar decorações,<br />
e usei a Internet porque percebi<br />
que era um recurso versátil e acessível,<br />
para algo moderno e tecnológico.”<br />
Joana, formada em Arquitetura de<br />
Interiores, acredita que, por esta via, democratizou<br />
o serviço de decoração.<br />
“Antes, as pessoas tinham de pagar<br />
cem vezes mais e convinha conhece-
UMA CAIXA, TRÊS PASSOS<br />
1. Ativar a Box Decor em www.edinteriores.com:<br />
l Crie a conta de cliente;<br />
l Faça login e insira o código de ativação dentro da box;<br />
l Responda ao questionário.<br />
2. Agendar a visita do designer Edinteriores:<br />
rem alguém se precisassem de ajuda;<br />
agora, com o nosso portal e os designers<br />
com discurso acessível e profissionalismo,<br />
é possível ter um serviço adaptado<br />
a cada um.” Em 2011, lança a Box<br />
Decor, um conceito em tudo semelhante<br />
aos kits experiência que vieram revolucionar<br />
o mercado. O atelier Edin -<br />
teriores associa-se a trinta empresas<br />
e 128 marcas, credibilizando um serviço<br />
diferenciador e abrangente, sempre<br />
com garantia de qualidade. Aqui, não<br />
se fala em projetos low cost, mas o orçamento<br />
do cliente é, sem dúvida, uma<br />
das premissas da equipa que tudo faz<br />
para geri-lo bem. Joana Beirão já foi<br />
desafiada a fazer a alteração de uma<br />
sala sem exceder os quinhentos euros<br />
e conseguiu, mas também avisa que<br />
não se conseguem fazer grandes omeletas<br />
sem ovos. “O importante para o<br />
sucesso deste processo é saber exatamente<br />
o que o cliente pode gastar” e,<br />
a seguir, jogar com o reaproveitamento<br />
de peças usadas, produtos de menor<br />
valor comercial, muita criatividade e habilidade.<br />
Depois de receber o projeto,<br />
com a memória descritiva, imagens 3D,<br />
l Aguarde o telefonema até 48 horas após a ativação da box.<br />
3. Receber o projeto de decoração:<br />
lDez dias após a visita do designer, receberá na conta de cliente<br />
no site o projeto de decoração, com memória descritiva, orçamento<br />
detalhado, imagens e filme interativo.<br />
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Para saber qual o código<br />
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benefício, registe-se ou aceda<br />
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detalhado de todos os produtos<br />
e serviços, um verdadeiro roteiro<br />
de compras, o cliente pode decidir dar<br />
continuidade sozinho, já que tem a “papinha<br />
toda feita”, mas, se quiser, também<br />
pode contratar o acompanha -<br />
mento e a montagem pela equipa da<br />
Edinteriores. A experiência diz-me que<br />
é um bom investimento e, já que chegámos<br />
até aqui, porquê parar?<br />
Num ano de grandes dificuldades e desafios<br />
para os orçamentos familiares,<br />
Joana Beirão acredita que “todos podemos<br />
tirar boa vantagem das nossas<br />
casas, deitando um olhar mais crítico<br />
para o interior e aqui está um facto que<br />
pode reverter numa oportunidade”.<br />
E assim, toda a equipa se empenha em<br />
demonstrar o impacto que um projeto<br />
de decoração personalizado pode ter<br />
na melhoria do seu dia-a-dia.<br />
Um projeto à medida por 199,90 euros<br />
inclui o serviço e será descontado na<br />
execução. Sete divisões à escolha para<br />
chegar à casa dos seus sonhos.<br />
Caixa Woman 91
AVENTAL DOS FAMOSOS<br />
Estrada fora<br />
LJUBOMIR STANISIC FEZ AQUILO QUE MUITOS PORTUGUESES NÃO<br />
CONSEGUEM: EXPERIMENTAR. O CHEF FEZ-SE À ESTRADA E FOI À PROCURA<br />
DOS SABORES MAIS GENUÍNOS DO PAÍS. E, DEPOIS, REINVENTOU-OS.<br />
1
FOTOGRAFIA: CONSTANTINO LEITE (PAPA-QUILÓMETROS).<br />
SERRA DA ESTRELA<br />
1. CAÇAROLA DE COGUMELOS<br />
COM QUEIJO DA SERRA<br />
Ingredientes Para 4 pessoas<br />
600 g tortulhos; 4 chalotas; 40 g manteiga;<br />
1 dente de alho; 2 colheres de sopa de<br />
azeite; 120 g queijo da serra amanteigado;<br />
Salsa e cebolinho q.b.; flor de sal e pimenta<br />
q.b.<br />
Preparação<br />
Numa frigideira, aquecer o azeite, adicionar<br />
as chalotas picadas e o alho laminado,<br />
juntar os tortulhos previamente limpos<br />
e cortados em cubos. Quando perderem<br />
água, adicionar 40 g manteiga e saltear,<br />
até ficarem secos e dourados. Finalizar<br />
com flor de sal e pimenta moída na hora,<br />
salsa e cebolinho picado. Misturar bem.<br />
Colocar por cima o queijo da serra amanteigado.<br />
Envol ver o queijo nos cogumelos<br />
para que derreta.<br />
ILHA DO FAROL<br />
2. ATUM LAMINADO<br />
Ingredientes Para 4 pessoas<br />
600 g atum (a parte do tarantelo); 3 cebolos;<br />
1 cebola roxa pequena; 3 colheres<br />
de sopa de azeite; 2 colheres de sopa de<br />
molho de soja; ½ lima; 20 folhas de salsa;<br />
20 folhas de coentros; 500 g flor de sal da<br />
Ria Formosa; sal e pimenta preta q.b.<br />
Preparação<br />
Dividir o tarantelo ao meio para ficar simétrico<br />
e retangular. Dentro de um recipiente,<br />
espalhar o sal, colocar os lombos<br />
e cobri-los com flor de sal misturada com<br />
raspas de lima, pimenta moída na hora,<br />
salsa e coentros picados. Deixar que esta<br />
mistura de sal cubra todo o peixe e levar<br />
ao frigorífico durante precisamente<br />
10 minutos. Tirar do frio, lavar o peixe muito<br />
bem em água corrente bem fria. Secar<br />
rapidamente com a ajuda de um pano<br />
(não pode ficar nenhuma pitada de sal no<br />
atum). Cortar em lâminas muito finas, colocando-o<br />
em escadinha sobre o prato.<br />
Dentro de uma tigela, colocar a cebola ro-<br />
O livro<br />
Foram 5.754 quilómetros, 61 horas em<br />
viagem, 23 dias fora de casa. O resultado<br />
está todo em Papa-quilómetros. Uma<br />
Caminhada pela Gastronomia Portuguesa<br />
(Casa das Letras), um livro que pretende ser<br />
uma homenagem às coisas boas da vida e,<br />
sobretudo, do país. Cada capítulo é consagrado a uma localidade<br />
do continente, onde se redescobrem os produtos mais típicos<br />
e as tradições mais genuínas. Ao mesmo tempo, Mónica Franco,<br />
que assina os textos, traça um roteiro nada óbvio, onde o passado<br />
do chef é habilmente misturado com estórias e sabores locais.<br />
Constantino Leite assina as 1.347 fotografias do livro, que conta<br />
ainda com ilustrações. O resultado é, evidentemente, delicioso.<br />
xa picada finamente, o molho de soja e<br />
o azeite. Mexer bem, colocar esta mistura<br />
sobre o atum e, por cima, o cebolo<br />
cor tado às rodelas, uma pitada de flor de<br />
sal e pimenta moída na hora.<br />
SERRA DO GERÊS<br />
3. SOPA CREMOSA DE FEIJÃO<br />
MOLEIRO COM COUVE<br />
Ingredientes Para 4 pessoas<br />
500 g feijão moleiro seco demolhado<br />
por 24 horas; 70 g pernil fumado; 70 g<br />
presunto; 1 xeróvia; 80 g bolbo aipo picado;<br />
4 folhas de couve galega; 1 cebola<br />
branca grande; 1 colher de chá de<br />
cominhos; sal q.b.<br />
Preparação<br />
Demolhar o feijão moleiro durante<br />
24 horas, mudando a água uma vez.<br />
Cozer o feijão demolhado até a água levantar<br />
fervura. Retirar o feijão. Numa<br />
panela, fazer um refogado ligeiro com<br />
as aparas de presunto e o pernil fumado<br />
bem picado. Adicionar a cebola e, logo<br />
a seguir, o feijão. Deixar cozer durante<br />
cerca de 1h15, triturar com uma<br />
varinha mágica, colocar a couve cortada<br />
em pedaços. Cortar em juliana uma<br />
parte do presunto com pouca gordura.<br />
Colocar sobre a sopa no final.<br />
2<br />
3<br />
Caixa Woman 93
DOURO<br />
4. ESTUFADO DE CABRITO<br />
E LEGUMES<br />
Ingredientes Para 4 pessoas<br />
800 g cabrito limpo e sem ossos; 1 cabeça<br />
de cabrito; 4 fatias de pão saloio de<br />
cerca de 1 cm; 2 xeróvias; 2 curgetes;<br />
2 tomates médios; 3 ramas de aipo; 3 cenouras;<br />
2 colheres de sopa de azeite;<br />
2 dentes de alho; 2 cebolas; 1 copo de vinho<br />
branco; 1 tira de casca de laranja;<br />
1 malagueta; 1 folha de louro; 1 rama de<br />
cenoura; 1 ramo de alecrim; 1 ramo de tomilho;<br />
2 rodelas de gengibre; sal e pimenta<br />
q.b.<br />
Preparação<br />
Fazer primeiro o caldo de cabrito: colocar<br />
a cabeça em água temperada com sal,<br />
meia cenoura, meia cebola e 5 grãos de<br />
pimenta preta. Deixar cozinhar até ficar<br />
saboroso, retirando sempre a espuma que<br />
se vai formando. Num tacho largo, com<br />
azeite, refogar o alho picado, a cebola, o<br />
louro, o tomate e a malagueta, até ficar<br />
bem puxado. Juntar a carne cortada em<br />
cubos e refogar com o vinho. Deixar estufar<br />
até desaparecer a água, mexendo<br />
sempre. Adicionar os restantes legumes<br />
previamente lavados e cortados em gomos.<br />
Regar com o caldo de cabeça de cabrito.<br />
Tapar o tacho e deixar estufar durante<br />
45 minutos. Numa travessa funda,<br />
colocar as fatias de pão previamente torradas<br />
e o estufado de cabrito sobre elas.<br />
94 Caixa Woman<br />
VIDAGO<br />
5. POSTA BARROSÃ<br />
COM BATATAS SALTEADAS,<br />
CENOURAS E MILHO<br />
ASSADO<br />
Ingredientes Para 4 pessoas<br />
4 bifes do lombo de vaca barrosã de 180<br />
g cada; 12 cenouras; 2 maçarocas de milho;<br />
Óleo de girassol q.b.; 20 g manteiga;<br />
2 dentes de alho; 2 hastes de tomilho; sal<br />
e pimenta q.b.. Para as batatas: 600 g<br />
batata roxa média; 2 dentes de alho; 1 folha<br />
de louro; 1 noz de manteiga; 1 fio de<br />
azeite; sal e pimenta q.b.<br />
Preparação<br />
Num tacho, ferver água temperada com<br />
sal. Colocar louro, alho com casca esmagado,<br />
azeite. Adicionar o milho e a<br />
cenoura. Retirar após 3 minutos. Usar a<br />
mesma água já temperada para a cozedura<br />
das batatas. Depois de cozidas, cortar<br />
em rodelas e saltear numa frigideira<br />
antiaderente com o azeite previamente<br />
aquecido e finalizar com uma noz de<br />
manteiga. Temperar os bifes com sal e<br />
pimenta. Numa frigideira de inox larga e<br />
aberta, com um pouco de óleo muito<br />
quente, corar os bifes de todos os lados<br />
até obter caramelização no fundo da frigideira.<br />
No fim, acrescentar 10 g de manteiga,<br />
alho e tomilho. Retirar a carne e<br />
deixar descansar num tabuleiro durante<br />
5 minutos. Servir imediatamente se gostar<br />
de bifes mal passados ou levar ao<br />
4<br />
forno até ficarem no ponto desejado.<br />
Para fazer o molho, escorrer a gordura<br />
da frigideira, colocar ao lume e acrescentar<br />
1 copo de água. Quando reduzir,<br />
acrescentar 10 g de manteiga, mexer para<br />
ligar o molho e servir sobre os bifes.<br />
SAGRES<br />
6. LULAS PICANTES COM<br />
BATATA-DOCE DE ALJEZUR<br />
Ingredientes<br />
5 lulas de 250 g cada; 1 cebola; 2 cebolos;<br />
550 g batata-doce de Aljezur; 4 dentes<br />
de alho; 1 malagueta fresca; 1 folha<br />
de louro; 1 colher de sopa de vinagre de<br />
vinho tinto; ½ chávena de azeite; Sal, pimenta<br />
e tomilho q.b.<br />
Preparação<br />
Limpar as lulas (saqueta, tripa e tinta), deixar<br />
a pele, cortar a cabeça, tirar os olhos,<br />
deixar as guelras e os tentáculos. Num tacho,<br />
colocar as batatas previamente lavadas<br />
(até tirar toda a terra). Esmagar 2 dentes<br />
de alho com casca, juntar o louro, o<br />
tomilho, o azeite e cobrir com água e temperar<br />
com sal. Quando as batatas estiverem<br />
quase cozidas, escorrer a água e deixar<br />
que sequem um pouco. Cortar as<br />
batatas em rodelas de cerca de 1 centímetro.<br />
Saltear numa frigideira com azeite<br />
bem aquecido. Deixá-las corar dos dois lados,<br />
com 1 dente de alho e tomilho. Tirar<br />
do lume e colocar no forno a 1500 Para 4 pessoas<br />
C. Na<br />
mesma frigideira, colocar a malagueta cortada<br />
em rodelas finas, mais um pouco de<br />
azeite, 1 dente de alho laminado, cebola<br />
em meia-lua. Saltear até a cebola ficar<br />
dourada. Adicionar as lulas cortadas em<br />
rodelas finas de cerca de 1 centímetro, com<br />
tentáculos e guelras. Quando começam a<br />
corar, adicionar o cebolo cortado em rodelas<br />
finas, o vinagre e tirar do lume (a lula<br />
fica boa pouco cozinhada). A frigideira<br />
usada nesta receita tem de ser grande para<br />
que as lulas não se sobreponham e não<br />
fiquem com água. Se for numa frigideira<br />
pequena, fazer em várias “rodadas”.
5<br />
6
MECO<br />
7. TORRADINHAS DO MAR<br />
Ingredientes<br />
600 g peixe-espada preto; 8 fatias de pão<br />
da Azóia; 1 molho de acelgas encarnadas;<br />
½ l azeite; 4 dentes de alho; 1 folha<br />
de louro; 1 haste de tomilho; casca de ½<br />
limão; sal e pimenta q.b.<br />
Preparação<br />
Num tacho, adicionar o azeite, o louro,<br />
3 dentes de alho com casca esmagados<br />
e o tomilho. Colocar ao lume. Deixar<br />
aquecer a cerca de 1000 Para 4 pessoas<br />
C. Colocar no<br />
azeite os filetes de peixe-espada previamente<br />
limpos e sem espinhas e temperados<br />
com sal, com muita atenção<br />
para que a temperatura do azeite não<br />
suba, durante 5 a 7 minutos. Torrar o<br />
pão. Saltear as acelgas numa frigideira<br />
com um fio de azeite e 1 dente de<br />
alho laminado. Colocar sobre o pão as<br />
acelgas e, por cima, os filetes de peixe<br />
confitados.<br />
SANTA CRUZ<br />
8. MIL-FOLHAS DE<br />
MORANGO COM MEL<br />
DE EUCALIPTO<br />
Ingredientes Para 4 pessoas<br />
250 g massa filo; ½ kg morangos; 70 g<br />
manteiga; 40 g mel de eucalipto; 3 dl<br />
natas; 2 colheres de sopa de açúcar em<br />
pó; Raspa de 1 lima; 1 colher de café de<br />
canela<br />
Preparação<br />
Derreter a manteiga num tacho, com o<br />
mel, a raspa de lima e a canela. Retirar do<br />
lume, mexer bem e reservar até que fique<br />
morna. Pincelar uma folha de massa<br />
filo com o preparado de manteiga e<br />
mel, colocar outra por cima, repetir o processo<br />
e ainda mais uma folha, repetir.<br />
Cortar em retângulos de 12 cm x 6 cm,<br />
colocar sobre papel vegetal cada retângulo,<br />
sem sobrepor, colocar papel vegetal<br />
por cima da primeira camada e, para<br />
que a folha não voe, colocar umas colhe-<br />
res nas pontas do papel. Colocar num tabuleiro<br />
e levar ao forno a 170º C até que<br />
a massa fique dourada. Bater as natas,<br />
adicionando o açúcar aos poucos, até ficarem<br />
firmes. Num retângulo de massa,<br />
colocar o chantili, por cima, os morangos<br />
previamente lavados e cortados ao meio,<br />
colocar outro retângulo de massa e repetir<br />
o processo, terminando com uma<br />
folha de massa.<br />
VIMIEIRO/ARRAIOLOS<br />
9. REQUEIJADA<br />
Ingredientes Para 4 pessoas<br />
250 g requeijão; 1 dl almece de ovelha;<br />
5 ovos; 120 g farinha; 50 g manteiga;<br />
400 g açúcar; 1 colher de café de canela<br />
em pó; Para as uvas estufadas: 1 pe-<br />
queno cacho de uvas; 4 colheres de sopa<br />
de mel; 1 ramo de alecrim<br />
Preparação<br />
Misturar o açúcar com a farinha.<br />
Acrescentar os ovos e bater muito bem<br />
até o açúcar se desfazer. Adicionar o requeijão<br />
e envolver na mistura. Ferver o<br />
almece com a manteiga. Deixar arrefecer.<br />
Juntar à mistura. Untar uma forma.<br />
Polvilhar com farinha. Despejar lá o preparado.<br />
Levar ao forno previamente aquecido<br />
até ficar dourado. Retirar, deixar arrefecer<br />
e servir com as uvas estufadas.<br />
Para as uvas estufadas: num tacho, adicionar<br />
o mel e o alecrim. Quando começar<br />
a espumar, juntar os bagos de uva<br />
sem o engaço. Mexer durante 3 ou 4 minutos.<br />
Retirar do lume, deixar arrefecer.<br />
8<br />
9<br />
Caixa Woman 97
DONA DE CASA DESESPERADA<br />
CRISTINA BELO<br />
Jornalista<br />
98 Caixa Woman<br />
Divina loucura<br />
A palavra parece piscar em néon quando<br />
lida e, ao ouvi-la, não há quem resista<br />
ao seu poder quase enfeitiçador que dita<br />
e determina hábitos de consumo em vários<br />
sectores. Falo de tendências. Agências<br />
como a Nelli Rodi e a Promostyl trabalham<br />
exclusivamente para antecipar as correntes<br />
no design, na moda e no marketing,<br />
elaborando os chamados cadernos de<br />
tendências que valem ouro, aliás, pagam-se<br />
bem, visto serem uma ferramenta poderosa<br />
que permitirá uma abordagem estratégica<br />
ao mercado. A decoração e o design de<br />
interiores também se norteiam por estas<br />
correntes e os profissionais, as marcas<br />
e as revistas são os primeiros a procurá-las<br />
para criar novos cenários e aliciar<br />
os consumidores a aderir para ficarem<br />
in na moda dentro de casa. Algumas feiras<br />
internacionais de renome são, desde logo,<br />
o local certo para recolher ideias e<br />
inspirações em antevisão, conhecer alguns<br />
dos visionários e dos projetos emergentes<br />
e planificar o trabalho dos meses seguintes.<br />
A Maison et Objet, que se realiza em Paris,<br />
em janeiro e em setembro, é um dos<br />
eventos obrigatórios, ao qual se junta<br />
o Salão Internacional do Móvel de Milão<br />
(de 17 a 22 de abril), que, no ano passado,<br />
celebrou cinquenta anos, mantendo-se como<br />
uma das mais importantes montras de design.<br />
Eu diria que visitar estes certames exige uma<br />
boa preparação física, calçado confortável,<br />
uma seleção criteriosa do que merece ser<br />
visto e um trolley para transportar todos os<br />
CD e catálogos que se vão recolhendo, pois<br />
são milhares de metros quadrados de<br />
expositores, cobrindo toda a fileira casa. Antes<br />
das novidades da primavera italiana, saciamonos<br />
com as inspirações que já chegaram de<br />
Paris. O tema forte é a “Loucura” ou o “Doce<br />
delírio”, o poder da imaginação que se afirma<br />
para dinamitar a conformidade e reacender<br />
a extravagância, a insolência e o atrevimento.<br />
O desafio consiste em sermos menos sérios<br />
e encararmos a casa como uma gruta<br />
de maravilhas, um bazar de curiosidades<br />
e divertirmo-nos em todo o processo.<br />
A arte também é redefinida neste contexto.<br />
Andamos todos a tentar ser super-originais,<br />
únicos, mas a verdade é que a maioria<br />
não vai além de lugares-comuns. A receita<br />
é a hiperpersonalização e a sua casa será<br />
sempre uma obra de arte, porque você<br />
é a única criadora, aquela que interessa.<br />
O desafio consiste em<br />
sermos menos sérios<br />
e encararmos a casa<br />
como uma gruta<br />
de maravilhas.<br />
Finalmente, e à luz do tempo alucinante<br />
em que vivemos, a casa é uma caixa de<br />
sonhos. Por isso, o convite é para explorar<br />
mundos imaginários, estranhos e<br />
tentadores, ilusões óticas, objetos<br />
sobredimensionados, realidades<br />
subvertidas... Uma experiência de doce<br />
loucura. Et voilà! Tudo isto pode parecer-lhe<br />
um pouco abstrato, codificado até, e difícil<br />
de projetar na decoração de ambientes, mas<br />
estas são as linhas mestras com que se<br />
cosem as tendências. E da próxima vez que<br />
vir um editorial de decoração numa revista<br />
ou admirar uma montra bem diferente, vai<br />
sentir o sopro da criatividade inspiradora<br />
que, afinal, não vem do Olimpo...
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES.<br />
INVESTIR EM MIM<br />
QUANDO O PRAZER SE ALIA AO EQUILÍBRIO<br />
conforto<br />
Zona de<br />
Faça da organização um trunfo!<br />
Reserve no seu dia, entre todas<br />
as tarefas e compromissos,<br />
alguns minutos só para si.<br />
Funcionarão como um balão<br />
de oxigénio que lhe trará<br />
forças para tudo o resto.
MEALHEIRO<br />
Supermerc@do<br />
100 Caixa Woman<br />
em casa<br />
Fazer compras sentada no conforto do sofá<br />
é, sem dúvida, cómodo e prático, mas será<br />
mesmo mais barato? Cabe-lhe a si inteirar-se<br />
de todas as condições de serviço e promoções<br />
para fazer a escolha mais adequada.<br />
Sem garagem, sem lugar de estacionamento<br />
à porta do edifício e com vários<br />
lanços de escadas pelo meio, rapidamente<br />
aderi ao serviço de entrega de<br />
compras ao domicílio. Não há nada mais<br />
cómodo do que ter alguém que nos traz<br />
vários sacos carregados para dentro da<br />
cozinha. Na altura, a entrega estava isenta<br />
de taxa de serviço a qualquer hora,<br />
desde que o montante comprado excedesse<br />
os 100 euros. Fiquei logo fã. Da<br />
entrega das compras feitas na loja, passei<br />
à fase seguinte: comprar no supermercado<br />
on-line sem sair de casa. A primeira<br />
vez, demorei horas a criar a minha<br />
TEXTO DE CRISTINA BELO. FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES.
COMPR@R OU NÃO, EIS A QUESTÃO!<br />
● Brindes (algumas cadeias oferecem,<br />
ocasionalmente, produtos com as entregas);<br />
● Controlo do orçamento;<br />
● Compra mais refletida e menos impulsiva;<br />
● Taxa de entrega (o mínimo são ¤3, no horário<br />
alargado, das 8h30 às 18h30, e pode chegar<br />
aos ¤10 entre as 21h e as 22h30). Em<br />
campanhas promocionais, poderá ser gratuita;<br />
● Fator surpresa (não receber todos os produtos<br />
que foram encomendados e sem aviso prévio);<br />
● Recolha na loja (Continente Onlive Drive<br />
é o novo serviço que lhe permite levantar<br />
diretamente no seu carro em apenas cinco<br />
minutos as compras efetuadas on-line e, caso<br />
ultrapasse este tempo, é oferecida a taxa de<br />
serviço de ¤2. Só disponível no C. C. Colombo).<br />
lista de produtos e a adicioná-los ao carrinho.<br />
Ainda assim, rendi-me logo à vantagem<br />
de controlar a despesa à medida<br />
que clicava num artigo, pois via de imediato<br />
o valor total a aumentar. Além disso,<br />
em qualquer momento, é possível retirar<br />
produtos do carrinho virtual e ajustar<br />
o que podemos ou não gastar. Depois,<br />
para coroar a experiência, gravamos a<br />
dita com a lista como favorita ou outro<br />
nome que identifiquemos, por exemplo,<br />
“cabaz do mês”, e, na próxima visita ao<br />
supermercado on-line, estará memorizada,<br />
facilitando a tarefa. Até aqui, só vantagens.<br />
Contudo, no dia em que me informaram,<br />
na linha de assistência do<br />
Continente on-line, já com o carrinho virtual<br />
carregado e pronta a efetuar o pagamento,<br />
que teria de efetuar 250 euros<br />
de compras de uma só vez para ficar<br />
isenta de taxa de entrega, o meu ritual<br />
de ida ao supermercado on-line mudou.<br />
António Souto, da Deco Proteste, alerta<br />
para o facto de que “o consumidor deve<br />
estar inteirado sobre todas as condições<br />
do serviço antes de o efetuar ou, pelo<br />
menos, antes de concluir o ato de com-<br />
pra”. Logo, as indicações<br />
mais relevantes<br />
referentes à disponibilidade<br />
e ao preço<br />
do serviço no local<br />
preferido pelo consumidor<br />
devem estar<br />
bem visíveis no site,<br />
para que o consumidor<br />
não se sinta defraudado<br />
e não perca<br />
tempo em vão.<br />
Maior facilidade em<br />
controlar as compras<br />
efetuadas, facilidade<br />
de poder fazê-las a<br />
qualquer hora, comparar<br />
preços entre<br />
marcas são algumas<br />
vantagens subscritas<br />
pela Deco Proteste. “Mas, se o intuito for<br />
poupar”, acrescenta o técnico António<br />
Souto, “só compensa fazer todas e quaisquer<br />
compras de cabazes que se saldem<br />
como mais baratas do que na deslocação<br />
física a uma loja”. No mais recente<br />
estudo anual realizado aos supermercados<br />
por aquela associação, em outubro<br />
de 2011, verificou-se que, em quase todos<br />
os distritos, existe pelo menos uma<br />
loja física mais barata do que a loja virtual<br />
(considerando o custo do cabaz e taxa<br />
de entrega). Qualquer consumidor poderá<br />
aceder livremente ao simulador no<br />
site www.deco.proteste.pt para proceder<br />
à comparação de cabazes personalizados<br />
entre diversos supermercados do<br />
distrito escolhido, com a inclusão opcional<br />
das lojas on-line. Desta forma rápida,<br />
ficará a saber em que medida a utilização<br />
da loja on-line pode ou não ficar mais<br />
em conta. A Associação do Co mércio<br />
Eletrónico e da Publicidade Interativa<br />
(ACEPI) divulgou dados de que cerca de<br />
16% dos portugueses efetua com regularidade<br />
compras através do seu computador<br />
pessoal e a tendência será para<br />
crescer. Atualmente, são apenas três as<br />
cadeias que disponibilizam este serviço:<br />
Conti nente, El Corte Inglés e Jumbo.<br />
Todas oferecem ocasionalmente promoções<br />
exclusivas on-line, seja em produtos,<br />
vales de desconto, isenção de taxa<br />
de entrega, etc. Para a Deco Proteste, as<br />
campanhas e as ofertas específicas nos<br />
su permercados virtuais são tão apelativas<br />
para o consumidor gastar mais,<br />
como as que ocorrem nas próprias lojas<br />
físicas. Logo, mesmo quando é oferecida<br />
a taxa de serviço de entrega, importa<br />
avaliar se será mais interessante do<br />
que a deslocação à loja. No fim de contas,<br />
compete-nos a nós saber gerir quando<br />
uma promoção é realmente vantajosa.<br />
Mas convém recordar que tempo é<br />
dinheiro e poupa-se sempre em relação<br />
ao processo de compras<br />
tradicional.<br />
POUPE COM OS CARTÕES CAIXA WOMAN<br />
Os cartões Caixa Woman oferecem-lhe uma<br />
percentagem de retorno sobre as compras que tenha<br />
efetuado nos super e hipermercados. Basta usar os<br />
seus cartões Caixa Woman e, conforme o valor das compras efetuadas<br />
com estes cartões fora dos super e hipermercados, assim será o<br />
reembolso. Pode obter até 5% de devolução automática, que lhe é<br />
creditado trimestralmente na conta à ordem no valor máximo de ¤60.<br />
Cartão de crédito com TAEG de 23,7%, para o montante de ¤1.500, com reembolso<br />
a 12 meses, à TAN de 20,75%.<br />
Caixa Woman 101
MULHER CAIXA WOMAN<br />
Como conheceu o serviço Caixa<br />
Woman?<br />
Vi publicidade exposta num balcão da<br />
CGD, reparei na revista Caixa Woman e<br />
pareceu-me interessante terem criado<br />
um produto especificamente para mulheres;<br />
mais tarde, acabei por ficar ren-<br />
dida ao ver os cartões, criados com<br />
grande cuidado estético e ao qual só<br />
realmente uma mulher é sensível.<br />
Como foi o processo de adesão?<br />
Num dia absolutamente normal, ao deslocar-me<br />
a um balcão, perguntei sobre<br />
o que se tratava. Esclareceram-me acerca<br />
do conceito e, depois de ter sido prontamente<br />
elucidada por uma funcionária,<br />
102 Caixa Woman<br />
AMÉLIA NASCIMENTO<br />
Ganhar sem gastar<br />
mais do que o habitual<br />
Amélia Nascimento é empresária e cliente Caixa Geral de Depósitos há<br />
mais de 20 anos. Em 2010, a publicidade sobre o conceito Caixa Woman<br />
e um exemplar da revista fizeram com que aderisse aos serviços. Só por<br />
utilizar, como é hábito, os cartões de crédito e de débito Caixa Woman,<br />
ganhou, recentemente, uma viagem ao Brasil. TEXTO DE JOANA CRUZ/VIDEONOMICS.<br />
resolvi de tornar-me cliente Caixa<br />
Woman.<br />
Habitualmente, quais são os serviços<br />
Caixa Woman que utiliza?<br />
Utilizo essencialmente os pagamentos a<br />
crédito e tiro partido dos descontos oferecidos.<br />
Sou cliente da CGD há mais de<br />
“Sou cliente da CGD há<br />
mais de 20 anos e, apesar<br />
de aceder aos serviços<br />
on-line, não dispenso<br />
a ida aos balcões.”<br />
20 anos e, apesar de aceder aos serviços<br />
on-line, não dispenso a ida aos balcões.<br />
Aprecio o contacto personalizado<br />
e, a meu ver, este não deve terminar,<br />
apesar de ser essa a tendência. Em relação<br />
aos cartões de débito e de crédito,<br />
para além da utilidade comum, acho<br />
fantástico ter acesso a prémios bastante<br />
interessantes.<br />
Como teve conhecimento do concurso,<br />
promovido pela Caixa Woman, que<br />
oferecia uma viagem ao Brasil?<br />
Eu nem sabia e já estava a concorrer<br />
para uma viagem ao Brasil! Limitei-me<br />
a usar os cartões. Estas costumam ser<br />
algumas das surpresas que também fazem<br />
parte das coisas agradáveis do<br />
mundo Caixa Woman. Percebi depois<br />
que quem utilizava os serviços, entrava<br />
naturalmente no concurso. Fui convidada<br />
a deslocar-me ao meu balcão e<br />
foi lá que me deram a notícia de que tinha<br />
sido a vencedora. Fui a cliente que,<br />
entre os meses de outubro e novembro<br />
de 2011 tinha apresentado o maior valor<br />
de compras com os cartões Caixa<br />
Woman. Foi realmente uma surpresa<br />
muito agradável.<br />
Costuma estar atenta às novidades do<br />
universo Caixa Woman?<br />
Costumo ler a revista, embora não regularmente.<br />
É uma leitura muito agradável,<br />
pois tem temas muito diversos e<br />
interessantes. Claro que também já me<br />
tornei fã da página da Caixa Woman no<br />
Facebook.
Amélia<br />
Nascimento<br />
foi a cliente que,<br />
entre os meses<br />
de outubro e novembro<br />
de 2011 apresentou<br />
o maior valor<br />
de compras com<br />
os cartões Caixa<br />
Woman.<br />
Caixa Woman 103
VENCEDORA<br />
Cortiça<br />
em modo<br />
fashion<br />
Sandra Correia, CEO da Pelcor,<br />
lançou a cortiça nos mundos da moda<br />
e do design. Considerada a melhor<br />
empresária da Europa, transformou este<br />
produto tradicionalmente português num<br />
ícone de requinte. Renda-se à excelência.<br />
TEXTO DE SÓNIA GOMES COSTA.<br />
Começou por lançar um guarda-chuva<br />
em pele de cortiça em 2003 e,<br />
desde então, não parou de reinventar o<br />
visual tradicional desta matéria-prima.<br />
Sandra Correia é uma apaixonada pela<br />
cortiça e é essa força que a motiva<br />
na materialização de acessórios de moda,<br />
brindes para empresas e produtos<br />
de decoração sofisticados e contemporâneos.<br />
Mas como é que, de uma rolha<br />
de champanhe, nasce a ideia de inventar<br />
um guarda-chuva e outros objetos<br />
de design? Num período de crise ori -<br />
ginado pela produção excedente de discos<br />
de cortiça para rolhas de champanhe<br />
da Novacortiça, Sandra, na altura,<br />
gerente desta empresa algarvia, não desistiu,<br />
persistiu e acabou por ter a visão<br />
de transformar esta matéria natural<br />
“num produto de aspiração”, conta. Esta<br />
mulher ambiciosa recorda que, na pri-<br />
104 Caixa Woman<br />
meira apresentação comercial, numa<br />
feira para mulheres empresárias em<br />
Espanha, lançou um guarda-chuva totalmente<br />
produzido em pele de cortiça,<br />
exposto no stand da Novacortiça,<br />
S.A. Foi do sucesso desta peça nessa<br />
feira que nasceu a marca Pelcor,<br />
em 2003, com um catálogo de produtos<br />
inovadores para casa, escritório<br />
e acessórios de moda.<br />
A partir dali, a aposta na internacionalização<br />
da marca tem sido uma<br />
constante e a exportação para vários<br />
países, uma realidade. “Por sermos<br />
uma marca icónica, somos frequentemente<br />
convidados para representar<br />
Portugal”, diz a CEO da Pelcor, salientando<br />
a relevância da participação<br />
em diversos eventos, feiras de moda<br />
e de artigos de luxo, um pouco por to-<br />
do o mundo. Um dos momentos altos<br />
da projeção da marca aconteceu<br />
em 2009, quando a Pelcor recebeu o<br />
convite para integrar a exposição<br />
Destination: Portugal, no MoMA (museu<br />
de Arte Moderna), em Nova Iorque<br />
PELCOR<br />
A Pelcor oferece às titulares<br />
do cartão Caixa Woman<br />
os seguintes descontos:<br />
l 10% em compras em<br />
lojas Pelcor;<br />
l 10% (por pessoa) em<br />
visitas turísticas à fábrica<br />
de cortiça Pelcor, em<br />
São Brás de Alportel.<br />
Para saber mais, aceda<br />
a www.vantagenscaixa.pt
e em Tóquio. Em 2010, as peças chave<br />
da coleção Cork Your Style, a Tote<br />
Bag e a Messenger Bag foram escolhidas<br />
para representar o catálogo da<br />
coleção do MoMA naquelas duas cidades.<br />
“É uma felicidade imensa e<br />
quase indescritível ver essa publicidade<br />
pelas ruas de Nova Iorque, nas<br />
estações de metro”, confessa, com<br />
nítido orgulho. A Pelcor vê as luzes<br />
da ribalta também com os produtos<br />
que ofereceu na cimeira da NATO<br />
que decorreu em Lisboa e com a mala<br />
Love Bag Limited Edition, que assinalou<br />
o vigésimo aniversário da<br />
ModaLisboa, em 2011. “Quero que a<br />
Pelcor se torne líder nos acessórios<br />
de moda em Portugal e seja a principal<br />
marca exportadora destas peças<br />
made in Portugal”, assume a empresária,<br />
realçando que o objetivo<br />
passa por ver a marca portuguesa a<br />
representar o nosso país no mundo<br />
inteiro através “da variedade de acessórios<br />
feitos em cortiça, natural por<br />
dentro e trabalhada por fora, num<br />
material eco-friendly”. A Pelcor propõe-se<br />
desenvolver uma gama sustentável.<br />
Como tal, produz a coleção<br />
local mente, usando principalmente<br />
fábricas portuguesas, e escolhendo<br />
tecidos sustentáveis. Sandra admite<br />
que a marca procura sempre ir mais<br />
além, “aperfeiçoar o seu trabalho, a<br />
forma como apresenta os seus modelos,<br />
como comunica e procura inovar<br />
sobre as inovações, que já foram<br />
desenvolvidas por nós até hoje”.<br />
A CEO da Pelcor segue o intuito de<br />
“dar a conhecer a todo o mundo este<br />
produto feito de uma matéria-prima<br />
tão nobre e com uma tradição tão<br />
portuguesa como a cortiça, elabora-<br />
CORTIÇA PARA<br />
MULHERES<br />
COSMOPOLITAS<br />
A coleção da Pelcor<br />
traduz-se numa combinação<br />
de propostas que seguem<br />
as tendências com peças<br />
intemporais. Os artigos são<br />
pensados para mulheres<br />
cosmopolitas, que pretendem<br />
um artigo de excelência, com<br />
um design inovador e amigo<br />
do Ambiente. Além do<br />
produto ícone da marca,<br />
o guarda-chuva, a Pelcor<br />
sugere dois modelos, a Croco<br />
Maya Clutch, uma pochete<br />
em pele de cortiça a imitar<br />
pele de crocodilo, igual<br />
à oferecida a Hillary Clinton<br />
na cimeira da NATO que<br />
decorreu em Lisboa, e a Love<br />
Bag Limited Edition, que foi<br />
produzida para assinalar<br />
o vigésimo aniversário<br />
da ModaLisboa. Fruto<br />
da parceria com a Caixa<br />
Geral de Depósitos, a Pelcor<br />
oferece descontos aos<br />
titulares de vários cartões<br />
da rede CGD na compra de<br />
produtos nas lojas da marca<br />
e também desconto nas<br />
visitas à fábrica, em São<br />
Brás de Alportel, no Algarve.<br />
Guarda-<br />
-chuva<br />
do com muita qualidade e design”, e<br />
espera que cada vez mais pessoas<br />
“conheçam e recomendem a Pelcor<br />
como uma marca de excelência”.<br />
É justo afirmar que a Pelcor abre um<br />
nicho de mercado que praticamente<br />
não existia. Este espírito empreendedor<br />
de Sandra Correia acabou por ser<br />
premiado em novembro último pelo<br />
Parlamento Europeu e pelo Conselho<br />
Europeu das Mulheres Empresárias.<br />
Sandra Correia foi considerada a melhor<br />
empresária da Europa em 2011.<br />
“Receber este troféu é um grande motivo<br />
de orgulho para mim e para a<br />
Pelcor, mas é também um prémio para<br />
Portugal e, em especial, para todas<br />
as mulheres portuguesas”, revela.<br />
Quando não está a trabalhar, Sandra<br />
garante ter uma autodisciplina diária<br />
para ir ao ginásio e praticar reiki<br />
(é mestre desta terapia baseada na<br />
canalização da energia universal) e, faça<br />
chuva ou faça sol, faça frio ou faça<br />
calor, esta mulher faz-se ao mar para<br />
apanhar umas ondas com a sua prancha<br />
de bodyboard. Pode dizer-se que<br />
é, no mínimo, inspiradora.<br />
Croco Maya<br />
Clutch<br />
Love Bag<br />
Limited<br />
Edition<br />
Caixa Woman 105
SERVIÇOS CAIXA<br />
Novo Caixadirecta on-line<br />
O Caixadirecta on-line<br />
está diferente,<br />
ainda com mais<br />
funcionalidades<br />
e possibilidades<br />
de personalização.<br />
A nova imagem faz<br />
com que a utilização<br />
do Caixadirecta on-line<br />
seja mais simples<br />
e agradável.<br />
106 Caixa Woman<br />
Uma vida facilitada é uma vida mais feliz.<br />
Agora, no renovado Caixadirecta on-line,<br />
além de escolher as contas a que tem<br />
acesso, pode personalizar a página inicial,<br />
selecionar atalhos de acesso rápido<br />
às operações que utiliza mais frequentemente<br />
e navegar de forma facilitada, com<br />
menus sempre visíveis. Pode, ainda, contar<br />
com a presença permanente do seu<br />
gestor ou assistente comercial em todas<br />
as páginas do Caixadirecta on-line, que lhe<br />
garante uma assistência presente e muito<br />
útil. Sempre que necessite, envie uma<br />
mensagem segura ou solicite o contacto<br />
para obter apoio na realização de operações<br />
ou para qualquer questão relacionada<br />
com o seu património.<br />
Na área de Oportunidades, conheça as<br />
propostas selecionadas especificamente<br />
para si em cada momento, onde se incluem<br />
as Soluções Caixa Woman. Caso<br />
fique interessada, pode subs crever ou<br />
pedir o contacto do seu gestor ou assistente<br />
comercial, que lhe prestará todos<br />
os esclarecimentos necessários.<br />
Para facilitar a utilização dos diversos<br />
canais, o código de acesso de seis dígitos<br />
passa a ser comum aos serviços telefone<br />
e mobile.<br />
Navegue e redescubra o serviço<br />
Caixadirecta on-line que desenvolvemos para<br />
que continue a gerir as suas contas de<br />
forma fácil, cómoda, rápida e segura.
INICIATIVAS<br />
Missão cumprida<br />
O objetivo estava fixado nas 20 mil, mas os colaboradores e amigos da Caixa<br />
foram mais longe. Mais de 33 mil horas de trabalho solidário e envolvimento<br />
cívico ativo são o balanço positivo de 2011, Ano Europeu do Voluntariado.<br />
Sempre comprometida com causas sociais, a Caixa teve<br />
uma participação ativa no Ano Europeu do Voluntariado,<br />
que se assinalou em 2011. A meta proposta ao colaboradores<br />
era a de atingir as 20 mil horas de trabalho voluntário.<br />
Contas feitas, no encerramento do ano, contabilizam-se<br />
mais de 33 mil horas, o que é um saldo claramente positivo,<br />
animador e solidário.<br />
Às ações desenvolvidas, nas áreas da solidariedade e cidadania,<br />
nomeadamente de interação com as comunidades onde<br />
atua, como o apoio a cidadãos carenciados e/ou debilitados,<br />
somaram-se ainda as iniciativas associadas à proteção do<br />
Ambiente. Em todas elas, participaram colaboradores da Caixa,<br />
mas também familiares e amigos. Todos juntos, confirmaram<br />
que a Caixa está consciente de que o desenvolvimento sustentável<br />
implica contribuir para uma sociedade me lhor e isso<br />
só se consegue através do compromisso de boas práticas e<br />
de ética no envolvimento com a comunidade onde se insere,<br />
tanto na esfera social, como na ambiental.<br />
Além da ação de aniversário da Caixa, que mobilizou centenas<br />
de colaboradores por todo o país, das ações de limpeza<br />
de praias e de outras ações conjuntas com o Banco Alimentar<br />
contra a Fome, contámos também com a valiosa participação<br />
do Grupo de Dadores de Sangue dos Serviços Sociais da<br />
Caixa, da ANAC – Associação Nacional dos Aposentados da<br />
Caixa, da Séniamor (Lisboa e Porto), dos Delegados dos<br />
Serviços Sociais e do Banco do Tempo.<br />
A adesão foi tão expressiva e os resultados, tão animadores<br />
que os colaboradores da Caixa sentem este apelo da solidariedade,<br />
renovando agora o compromisso de resposta ativa<br />
face aos desafios que o desenvolvimento sustentável da<br />
sociedade vier a colocar.<br />
Caixa Woman 107
FUGA<br />
Banho de imersão<br />
Há hotéis com vista para o mar e há hotéis com o mar todo lá dentro.<br />
No Martinhal Beach Resort & Hotel é assim. Não há barreiras para a praia<br />
nem para a felicidade, ela desenrola-se com a suavidade de uma onda.<br />
TEXTO DE RITA LÚCIO MARTINS.<br />
108 Caixa Woman<br />
Manhã luminosa de sábado no Mar -<br />
tinhal Beach Resort & Hotel. A sala dos<br />
pequenos-almoços está quase silenciosa,<br />
com boa parte dos hóspedes presentes<br />
a preferir concentrar-se mais na vista<br />
(e na comida) do que propriamente na<br />
conversa. Olho em volta e vislumbro a minha<br />
interlocutora, de telemóvel na mão, a<br />
fotografar o mar que enquadra toda a sala<br />
do restaurante O Terraço. “Tenho de pôr<br />
esta imagem no Facebook”, explica Chitra<br />
Stern, a proprietária do hotel. Natural de<br />
Singapura, chegou ao Algarve com o marido,<br />
o suíço Roman Stern, há já onze<br />
anos, mas o encantamento ainda não se<br />
esgotou. Pelo contrário, continua maravilhada<br />
com a Praia do Martinhal, cenário<br />
de eleição onde decidiu instalar o projeto<br />
de um hotel e de uma vida.<br />
Inaugurado em abril de 2010, o hotel foi<br />
apenas a reta final de uma corrida que<br />
exigiu grande fôlego à dupla de proprietários<br />
do resort. Começaram pela construção<br />
(e venda) das 25 ville com que<br />
procuraram inaugurar um novo conceito<br />
de alojamento, pensado logo de raiz para<br />
famílias. “Qual é a piada de ir de férias<br />
sem as crianças”, questiona esta mãe de<br />
quatro filhos, todos nascidos no Algarve.<br />
E assim começou a desenhar-se o perfil<br />
de um resort que se estende por 25<br />
hectares e onde se descobrem já 155 casas<br />
e 45 ville (algumas ainda estão disponíveis<br />
para venda). Mas regressemos<br />
ao hotel, à sala voltada ao mar, decorada<br />
com peças Bordalo Pinheiro e mobiliário<br />
contemporâneo de cantos arredondados.<br />
“Tem a ver com o briefieng que demos
ao Michael Sodeau [o designer responsável<br />
pelos interiores], queríamos um espaço<br />
moderno, com peças de design, mas<br />
children friendly.” A verdade é que os interiores<br />
acabam por ser amigos de todos<br />
os utilizadores, já que oferecem aquele<br />
conforto descontraído que faz tanto sentido<br />
num lugar assim.<br />
Integrado no Parque Natural da Costa<br />
Vicentina, o hotel tem todos aqueles<br />
trunfos que marcam a diferença num<br />
hotel com cinco estrelas: peixe fresco ao<br />
almoço, degustado na esplanada do As<br />
Dunas, cozinha de autor ao jantar, servida<br />
no restaurante o Terraço, tratamentos<br />
de assinatura no Finisterra Spa<br />
e uma multiplicidade de espaços de lazer<br />
para miúdos e graúdos, playgrounds,<br />
um trampolim a céu aberto, creche, gi-<br />
COMO CHEGAR<br />
Tome a A2 em direção ao Algarve e,<br />
no final, siga pela A22 (Via do Infante)<br />
em direção a Lagos e Portimão. Deixe<br />
a A22 na segunda saída para Lagos<br />
e siga em direção a Vila do Bispo.<br />
Vire à esquerda antes da entrada na vila<br />
de Sagres, até à Praia do Martinhal.<br />
násio, bicicletas, três piscinas aquecidas…<br />
E gozar é mesmo a sua localização<br />
que o torna tão singular. Porque dormir<br />
a dois passos do mar, deste mar,<br />
terá sempre qualquer coisa de especial.<br />
À noite, porque nos embala e conforta;<br />
de dia, porque nos hipnotiza e relaxa.<br />
Para desfrutar do cenário com toda<br />
a privacidade, nada como ficar hospedado<br />
num dos beach rooms. Sim, são<br />
confortáveis, modernos, aconchegantes.<br />
E têm aquela janela, aquela varanda,<br />
aquela vista a que apetece voltar, uma<br />
e outra vez.<br />
Use o seu cartão CAIXA WOMAN e aproveite as condições especiais.<br />
MARTINHAL BEACH<br />
RESORT & HOTEL<br />
Quinta do Martinhal,<br />
Apartado 54, Sagres<br />
Tel. 282 240 200<br />
www.martinhal.com<br />
Quarto duplo a partir de ¤ 163.<br />
As clientes Caixa Woman<br />
gozam de 10% de desconto<br />
sobre a melhor tarifa BAR<br />
e 5% de desconto sobre as<br />
ofertas promocionais.
MUNDO VERDE<br />
A Caixa foi<br />
considerada pelo<br />
Carbon Disclosure<br />
Project como a melhor<br />
instituição financeira ibérica<br />
no que toca a dar resposta<br />
às exigências de uma<br />
economia de baixo<br />
carbono.
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES.<br />
Cinco anos<br />
de Carbono Zero<br />
Cinco anos depois de lançar o programa Caixa Carbono Zero, a Caixa Geral<br />
de Depósitos é, hoje, uma das empresas portuguesas a dar melhor resposta<br />
às alterações climáticas e às exigências de uma economia de baixo carbono.<br />
TEXTO DE LAURA PATRÍCIO.<br />
Quando, em 2007, a Caixa Geral de Depósitos criou o programa<br />
Caixa Carbono Zero, no âmbito do seu projeto geral<br />
de sustentabilidade, os objetivos eram claros: diminuir ao máximo<br />
a sua pegada carbónica através da redução das emissões<br />
de gases com efeito de estufa e da compensação das emissões<br />
que não se conseguissem evitar. Cinco anos depois, a lista de<br />
tarefas levadas a cabo para cumprir este propósito é vasta e<br />
compensadora. E uma das maiores provas está nas distinções<br />
que a CGD tem vindo a receber, ano após ano, como forma<br />
de reconhecimento pelo seu esforço em construir um mundo<br />
mais verde.<br />
Tendo em conta a imensa importância que cada empresa pode<br />
ter no combate às alterações climáticas, não surpreende que<br />
existam já várias organizações dedicadas a analisar, e a premiar,<br />
o seu comportamento ambiental. O Carbon Disclosure Project<br />
(CDP), que considerou a Caixa Geral de Depósitos a melhor<br />
empresa portuguesa e a melhor instituição financeira ibérica<br />
no que toca a dar resposta às exigências de uma economia de<br />
baixo carbono, faz parte desse grupo. Sedeada em Londres, é<br />
uma organização não-governamental independente que, desde<br />
o ano 2000, trabalha para reduzir as emissões de gases com<br />
efeito de estufa e promover um consumo sustentável de água<br />
por parte das cidades e dos negócios. É também o CDP que<br />
reúne a maior base de dados a nível mundial sobre o impacto<br />
das alterações climáticas, observando, hoje, mais de 3 mil empresas<br />
e publicando, entre outros relatórios, o conceituado<br />
Carbon Disclosure Leadership Index (CDLI), onde as empresas<br />
são pontuadas de acordo com a sua política de carbono e de<br />
onde resultou a classificação da CGD, que acabou por colocar<br />
a empresa portuguesa no top 6 das melhores empresas ibé-<br />
ricas. Contudo, o CDLI não serve apenas para as empresas, é,<br />
também, uma ferramenta útil para os consumidores, cada vez<br />
mais preocupados em ligar-se a organizações empenhadas em<br />
fazer o seu papel no que toca às questões ambientais.<br />
Não é só lá fora que um crescente número de organizações<br />
se dedica a estudar e a premiar os exemplos empresariais de<br />
sustentabilidade, em Portugal, a Euronatura – Centro para o<br />
Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentado é uma das<br />
organizações mais conceituadas deste ramo, publicando, todos<br />
os anos, o reconhecido relatório ACGE, que destaca e distingue<br />
o desempenho das empresas nacionais na construção de caminhos<br />
mais sustentáveis. Também aqui a Caixa Geral de<br />
Depósitos foi distinguida. No índice ACGE 2011, a empresa foi<br />
considerada a melhor do setor financeiro e a segunda melhor<br />
do país, no total das 82 empresas avaliadas.<br />
A diminuição do consumo de energia elétrica e a aposta em<br />
fontes de energia mais limpas, a promoção de uma gestão racional<br />
da mobilidade em serviço, a redução e o encaminhamento de<br />
resíduos e a compensação de emissões, através, por exemplo,<br />
da Floresta Caixa Carbono Zero, na Tapada Nacional de Mafra,<br />
foram algumas das medidas que a CGD colocou em prática dentro<br />
deste programa. Para incentivar os seus clientes a fazerem, também<br />
eles, a diferença, a CGD criou ainda o cartão de crédito Caixa<br />
Carbono Zero, que dá ao utilizador um cash back em créditos de<br />
carbono. Lançou, ainda, o Guia Dia-a-Dia Carbono Zero, que apresenta<br />
um conjunto de boas práticas a adotar e a calculadora de<br />
Carbono Zero, que permite calcular a pegada de carbono resultante<br />
das atividades diárias. Ideias simples com resultados que,<br />
multiplicados, podem mesmo fazer toda a diferença no futuro.<br />
Caixa Woman 111
EXPERIÊNCIAS CAIXA<br />
112 Caixa Woman<br />
Oradores da manhã: De pé o pediatra Mário Cordeiro.<br />
Em baixo à direita: de pé, João Ortigão Costa,<br />
da CGD e na mesa: Eloísa da Cruz Lima, da Escola<br />
de Socorrismo da Cruz Vermelha, Violante Assude<br />
da revista A Nossa Gravidez, promotora do evento, e<br />
Teresa Abreu, pediatra. À esquerda: João Ortigão Costa,<br />
da CGD, pediatra Mário Cordeiro e Violante Assude.<br />
Conferência para mamãs<br />
Quais os cuidados a ter<br />
na primeira infância?<br />
Como preparar<br />
o futuro das crianças?<br />
A conferência promovida<br />
pelo guia A Nossa<br />
Gravidez reuniu<br />
especialistas de diferentes<br />
áreas para responder<br />
às questões das famílias.<br />
TEXTO DE CARLA MACEDO.<br />
FOTOGRAFIA DE JOÃO CUPERTINO.<br />
“Cuidar de nós, cuidar do nosso bebé”<br />
foi o tema da sétima conferência para<br />
mães e pais promovida pelas revistas<br />
A Nossa Gravidez e O Nosso Bebé. O encontro,<br />
que teve o apoio da Caixa Geral<br />
de Depósitos, decorreu no dia 13 de janeiro,<br />
no auditório da Culturgest, em<br />
Lisboa. Compareceram várias dezenas<br />
de casais com filhos pequenos e grávidas<br />
de primeira e de segunda viagens<br />
para ouvirem especialistas convidados,<br />
como Maria do Céu Machado, pediatra e<br />
diretora do Serviço de Pediatria do<br />
Hospital Santa Maria, em Lisboa, o pediatra<br />
Mário Cordeiro, Sandra Nas ci mento,<br />
a presidente da Associação para a<br />
Promoção da Segurança Infantil (APSI)<br />
ou a psicóloga clínica Marta Crawford.
e papás<br />
Ao representante da Caixa Geral de<br />
Depósitos, João Ortigão Costa, coube<br />
a apresentação do tema “Orçamen to<br />
familiar no nascimento do bebé”, que<br />
se debruçou sobre a importância da<br />
poupança ainda durante o período da<br />
gravidez e a gestão dos novos gastos,<br />
onde expôs as soluções da Caixa para<br />
as famílias em crescimento, nomeadamente<br />
as Soluções My Baby<br />
(ver caixa).<br />
Além das conferências, as famílias tiveram<br />
contacto com diversas marcas de<br />
cuidados para mães, recém-nascidos e<br />
bebés, que tinham os seus expositores<br />
no foyer do auditório. A Caixa Geral de<br />
Depósitos tinha também aí um ponto de<br />
informação financeira.<br />
De pé, João Ortigão Costa, da CGD.<br />
Na mesa, João Ortigão Costa, da CGD,<br />
Violante Assude, da revista A Nossa<br />
Gravidez, promotora do evento,<br />
a directora do serviço de Pediatria<br />
do Santa Maria, Maria do Céu Machado<br />
e Teresa Abreu, pediatra.<br />
Eloísa da Cruz Lima,<br />
da Escola de Socorrismo<br />
da Cruz Vermelha.<br />
OFERTA MY BABY<br />
As Soluções My Baby são a primeira oferta<br />
bancária pensada para apoiar futuros e<br />
recentes pais neste momento específico da<br />
vida e têm precisamente como preocupação<br />
a melhor gestão do orçamento familiar e a<br />
constituição de poupança. Mas não só. São uma oferta inovadora<br />
de produtos financeiros e vantagens que visam:<br />
● a simplificação do dia-a-dia;<br />
● a facilitação da gestão das despesas, separando-as das restantes<br />
e permitindo assim uma maior eficácia e controlo nos gastos;<br />
● a poupança para o futuro (como é que os pais podem preparar<br />
e ajudar a garantir o futuro dos filhos, incentivando a constituição<br />
da poupança desde o primeiro momento);<br />
● proporcionar vantagens em saúde e em outros parceiros.<br />
Fazendo um paralelismo com o título da conferência e que capta bem<br />
a essência das Soluções My Baby, estas destinam-se a cuidar do nosso<br />
orçamento familiar e a cuidar do futuro do nosso bebé.<br />
Informe-se numa agência da Caixa ou em www.cgd.pt<br />
Caixa Woman 113
MORADAS<br />
Accessorize – Albufeira: Algarve<br />
Shopping, lj. 0.155. Braga: Lg. Barão de<br />
São Martinho, 25/26. Carcavelos: Riviera<br />
Center, lj. 17. Coimbra: Coimbra Forum,<br />
lj. 1.42. Lisboa: C. C. Amoreiras, lj. 1139;<br />
C. C. Colombo, lj. 1010; C.C. Vasco da<br />
Gama, lj. 1.128; Pç. de Londres, 6-B;<br />
Galerias Saldanha, lj. 022. Oeiras: Oeiras<br />
Parque, lj. 1167. Porto: NorteShopping,<br />
lj. 0520; Shopping Cidade do Porto,<br />
lj. 137. Para mais informações,<br />
contactar tel. 21 386 83 60.<br />
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Lisboa: Av. da Liberdade, 141; Galerias<br />
Saldanha, Av. Fontes Pereira de Melo,<br />
lj. 109; C. C. Amoreiras, lj. 1120. Porto:<br />
Av. da Boavista, 1541. Vilamoura: Marina<br />
Plaza, lj 57. Para mais informações,<br />
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tel. 21 394 40 20.<br />
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Augusto de Aguiar, 31. Para mais<br />
informações, contactar tel. 21 371 17 00.<br />
Elisabetta Franchi – Para informações,<br />
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Espace Cannelle – Estoril: Arcadas do<br />
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informações, contactar tel. 21 466 21 41<br />
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Gérard Darel – Cascais: CaiscaiShopping,<br />
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Colombo, lj. 1081/82; El Corte Inglés. Ver<br />
Loja das Meias. Para mais informações<br />
contactar Acerto tel. 21 434 22 90.<br />
H&M – Cascais: CascaiShopping, lj. 103.<br />
Lisboa: Ed. Grandella, R. do Carmo, 42;<br />
R. Augusta. Montijo: Forum Montijo,<br />
lj. 139. Para mais informações, contactar<br />
tel. 800 200 034 ou consultar www.hm.com<br />
Hoss Intropia – Faro: Forum Algarve,<br />
lj.0.44. Lisboa: Rua Castilho, 59 A, Porto:<br />
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informações, contactar André Costa<br />
& Cia., Lda., tel. 22 619 90 50/22,<br />
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Saldanha, Av. Fontes Pereira de Melo,<br />
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Funchal; Lisboa; Leiria; Porto; Viseu.<br />
Para mais informações, contactar<br />
Arie & Filhos, Lda., tel. 21 445 71 00.<br />
Tara Jarmon – Para mais informações<br />
contactar Acerto tel. 21 434 22 90.<br />
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todo o país. Para mais informações,<br />
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Zilian – : Av. António Augusto de Aguiar, 35<br />
Publisher: Francisco Viana. Directora editorial: Isabel Stilwell. Editora: Rita Lúcio Martins. Copydesk: Carla Sacadura Cabral. Direcção de arte:<br />
Sofia Lucas. Pro jecto gráfico: Filipe Cruz. Colaboraram nesta revista: Ana Campos, Carla Macedo, Carolina Silva, Cristina Belo, Diana Bastos,<br />
Francisco Paraíso, Isabel Leal, João Cupertino, Joana Cruz, Laura Patrício, Paula Cristóvão Santos, Pedro Bettencourt, Rui Faria, Sónia Gomes<br />
Costa, Vasco Prazeres. Design e paginação: Filipe Cruz. Publicidade: 21 330 94 00. Pré-impressão: Graphexperts, Lda., Av. Infante Santo n.º 42<br />
A/B, revistas@graphexperts.pt. Produção: Cofina Media. Impressão: Lisgráfica, S.A., Estrada Consiglieri Pedroso, 90, 2745-553 Barcarena. Depósito<br />
legal: 293.357/09. Registado na E.R.C. com o n.º 125 664. Tiragem: 23 000 exemplares. Distribuição: A revista Caixa Woman é gratuita apenas<br />
para clientes Caixa Woman. Periodicidade: Trimestral.<br />
Customer Publishing Cofina Media | Presselivre – Imprensa Livre, S.A.<br />
Arruamento D à Rua José Maria Nicolau 3, 1549-023 Lisboa | Tel. 21 049 31 31 | www.cofinaconteudos.pt<br />
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MILLEN l Kiwi St. Tropez l MAX & Co. l<br />
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Duci l Tela Bags l the Athlete's Foot l<br />
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Koh & Noor l LojaGioRodrigues.com l<br />
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Pedralua l Stylix l Visual Center l Womb l<br />
Fuxia l Knot – Just For Kids? l Mota Oculista<br />
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Loja do Banho l LardoceLar.com l Poeira l<br />
Porcel l Rita Santos l Roof Interior Design l<br />
Soraya l Steinwall l Superdecor l<br />
Tricana l Conceitos de Arte l<br />
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Ecochama l Espaço Libris l Stylix<br />
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l Restaurante Eleven l Empório do Paladar l<br />
Restaurante Faz Figura l Góshò l<br />
Istofaz–se l Jardim dos Sentidos l<br />
Le Club l Restaurante Orangerie l Pérgula l<br />
Restaurante Praia do Peixe l Restaurante<br />
Refúgio D'EL Rey l Salão Brazil l<br />
Restaurante Tágide l A. Montesinho Turismo<br />
l CityGourmet l Clara Chiado l Clube<br />
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Portugal l Barão de Fladgate l Petra Rio<br />
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Florflor.pt l Horto do Campo Grande l<br />
LardoceLar.com l Pets, Dogs & Rock n'Roll<br />
l Reino dos Bichos l Decoflorália l<br />
Jardim Zoológico l ZOO Santo Inácio<br />
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BodyConcept l Bodyslim l Celeiro<br />
da Memória l CliniAlba l Clinica Dentária<br />
Eduardo VII l Clinica MeiHua l Clinica Vita<br />
Centro l CliniCase l ClubConforto l CNV –<br />
Clinica Médica e Dentária l Corpos Beauty<br />
l Domus Óptica l Ergovisão l EviCare l<br />
Fisiogaspar l iCare l Institutoptico l<br />
LIPOCERO l LiveWell l Metabólica – Clinica<br />
de Gestão de Peso l Molaflex l MyMoment<br />
l Olhar de prata l Óptica 1 l Óptica 70 l<br />
Optivisão l Page Clinic l Persona l Plaza<br />
Clinic l Redenced–enfermeirosPT l<br />
Saudepontocom Centro Médico Dentário<br />
Estético l Saúde Positiva l Tempur l<br />
VeryClinique l Vip – Clinic Portimão l<br />
Uniklinic l Visual Center l 7Seven Spa<br />
Vilamoura l A Loja do Avô l Amaspa l<br />
Aquafals SPA Hotel l Arte & Fala l Brahmi<br />
Oriental Wellness l Centro do Yoga –<br />
Cascais l Centro Internacional de Surf l<br />
CH Clinic l Clinica do Sorriso l Clinicas<br />
Praestigium l Club L l Confort Keepers l<br />
Companhia Feliz l Eva Baby l Garden's<br />
SPA l Home Instead Senior Care l<br />
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Studio l Stylix l Viva Fit l Woman Fit l<br />
Amar Portugal l Bebé Vida l Em Forma l<br />
Espaço Saboia 713 l Maisquecuidar.com l<br />
Sénior Residence lApoio & Companhia l<br />
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Projecto Saúde l Clinica São Pedro l<br />
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Crioestaminal l Herts l Home Instead Senior<br />
Care l IAPA l Lar Valor – Serviços de Apoio<br />
Domiciliário l Largemind – Materiais<br />
Reciclados, Lda. l MIDAS l Retoucherie de<br />
Manuela l School Days l SerHogarsystem l<br />
Work Shop l André Ópticas l Atelier de<br />
Nutrição l Blossom l BTOC l Clinica Vita<br />
Centro l Diversão & Companhia l Domus<br />
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Joalharia de S. Marcus l Koh-I-Noor l
Pedralua l LojaGilSousa.com l<br />
LojaGioRodrigues.com l Stylix l<br />
Luxo24 l Minúcias<br />
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CitySpa l Essentials Prime Clinic Day SPA l<br />
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Puro SPA l Ritual SPA l Spaso Zen l<br />
Spatitude l As Cascatas Golf Resort & SPA<br />
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Monte Santo l Plaza Clinic l Silencetour l<br />
Steps l Tur in Green l VIP – Clinic Portimão<br />
l Amar Portugal l Corpos Beauty l<br />
L'Espace Santé Beauté l Aqua Day Spa<br />
VINHOS E GOURMET<br />
Clube Os Nossos Sabores l Delta Q. l<br />
Ellies Tee l Gourmet Glamour l Puros.pt l<br />
Vinho.tv l Xocoa l Adega Regional<br />
de Colares l Celeiro da Memória l<br />
Amar Portugal l Choc–o–lait<br />
HÓTEIS E VIAGENS<br />
A Flor da Rosa l A. Montesinho Turismo l<br />
Agência de Viagens BEST TRAVEL l<br />
Aquafalls SPA Hotel l Aquapura Douro<br />
Valley l ARTEH – Hotels and Resorts l As<br />
Cascatas Golf Resort & SPA l Bairro Alto<br />
Hotel l Bom Sucesso Design Resort l Casa<br />
da Eira l Casa de Assumar l Casa dos<br />
Matos l Casa Lagar da Alagoa l Casa Melo<br />
Alvim l Casal do Vale da Pedra l Casas da<br />
Lapa l Challet Fonte Nova l Convento do<br />
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Teamtour l Tivoli Hotels & Resorts l TUI<br />
Viagens l Vila Monte Resort l Vila Sol Spa<br />
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ELECTRÓNICA E FOTOGRAFIA<br />
Efergy l Loja 21 l Stylix l VillaStudio<br />
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2Kul l Diversão & Companhia l EvaBaby<br />
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CULTURA, ARTE E LEITURA<br />
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Maquetas l Air Nimbus l Alliance<br />
Française l Casa–Museu Dr. Anastácio<br />
Gonçalves l Escola de Música Clave<br />
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do Chiado l Museu Abade de Baçal l<br />
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Miranda l Museu de Alberto Sampaio l<br />
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Tavares Proença Júnior l Museu de<br />
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Monográfico de Conímbriga l Museu<br />
Nacional de Arquelogia l Museu Nacional<br />
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