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CaixaWoman#13

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A Caixa Woman vai<br />

continuar a marcar<br />

as nossas vidas<br />

A capacidade de nos reinventarmos, de cairmos e de nos voltarmos a levantar é,<br />

provavelmente, a maior arma que os nossos pais nos deram (ou não), utilizável em todas<br />

as circunstâncias da vida. Os psicólogos chamam-lhe resiliência, um termo emprestado<br />

da Física que remete para a propriedade de alguns materiais se dobrarem sem quebrar,<br />

e o conceito foi adotado, em primeiro lugar, para referir crianças que, apesar do ambiente<br />

adverso em que cresciam, eram capazes de “dar a volta”, transformando-se em adultos<br />

equilibrados e persistentes. Depois, os psicólogos foram alargando escopo do termo,<br />

para incluir todos aqueles que demonstram uma capacidade acrescida de sobrevivência<br />

psicológica a uma catástrofe pessoal, a uma guerra ou a um tsunami, por exemplo. Ou às<br />

consequências mais dramáticas de uma crise económica e social como aquela que, hoje,<br />

vivemos. Porém, atualmente, aplicamo-lo a todos os que conseguem suportar a adversidade<br />

e tirar partido dela.<br />

Porque ser resiliente não significa que não se sintam e chorem as contrariedades e as perdas,<br />

que não se lancem as mãos à cabeça quando a casa (ou o emprego) vai pelo ar, soprada<br />

por um qualquer lobo mau (como na história d’Os Três Porquinhos), nem que o coração<br />

não se parta aos bocadinhos porque perdermos um amor, enfrentamos um divórcio<br />

ou, mais terrível, a morte de alguém querido. Nem tão-pouco que não passemos por períodos<br />

negros, por dentro e por fora, em que, muito sinceramente, só temos vontade de perguntar<br />

“porquê a mim” e de nos compararmos a patinhos feios, de quem ninguém gosta.<br />

Ser resiliente quer antes dizer que fazemos tudo isso, mas, mesmo assim, continuamos a<br />

acreditar que há caminho para lá do obstáculo e que temos o direito e o dever de encontrá-lo.<br />

E se o direito a parece qualquer coisa de que podemos abrir mão, o dever de implica<br />

uma obrigação que não pode ser iludida, uma obrigação para connosco próprios, mas<br />

também para com a nossa família, o nosso país e o nosso planeta. Por isso, é-nos permitido<br />

mergulhar no luto, concedermo-nos uns momentos em que temos pena de nós próprios,<br />

mas, depois, há uma voz interior que nos diz um “já chega, agora toca a andar para<br />

a frente” e nos impele a continuar.<br />

Foi este o espírito da revista Caixa Woman ao longo dos últimos anos. Chegar às nossas<br />

leitoras e contagiá-las com a energia de um novo projeto, indo ao encontro das suas preocupações,<br />

dando-lhes exemplos de mulheres que conjugaram a palavra resiliência nas<br />

suas vidas pessoais e profissionais, encontrando pistas para nascer de novo. No dia em<br />

que anunciamos que esta edição fecha o ciclo da revista em papel e inicia o reforço da<br />

sua presença on-line, procurando caminhos adaptados aos tempos em que vivemos, queremos<br />

agradecer a quem esteve sempre connosco e pedir-vos que nos procurem em<br />

www.caixawoman.pt Porque o segredo desta alquimia está em continuar.<br />

Isabel Stilwell<br />

EDITORIAL<br />

Caixa Woman 3

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