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Alberto Kenji Yamabuchi - Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro

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pelos <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s, conduzin<strong>do</strong> o conflito principalmente para o campo acadêmico da<br />

ciência historiográfica.<br />

O centenário <strong>do</strong>s batistas foi celebra<strong>do</strong> em 1982 conforme a <strong>de</strong>cisão tomada<br />

em assembléia convencional realizada em 1969. No mesmo ano da comemoração<br />

centenária, apoia<strong>do</strong> e patrocina<strong>do</strong> pela Convenção, Reis Pereira publicou o seu livro<br />

sobre a história <strong>do</strong>s batistas brasileiros, que se constituiu a obra historiográfica oficial<br />

<strong>do</strong> centenário da <strong>de</strong>nominação. Isso <strong>de</strong>finiu a vitória da posição estabelecida pelo<br />

<strong>do</strong>mínio masculino quanto à <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> marco inicial batista.<br />

Apesar <strong>do</strong>s seus esforços e <strong>do</strong> apoio <strong>de</strong> parte da li<strong>de</strong>rança (inclusive<br />

masculina) batista, Betty <strong>de</strong> Oliveira não logrou êxito em convencer a <strong>de</strong>nominação a<br />

repensar a história das origens <strong>do</strong>s batistas brasileiros. Porém, continuou sua<br />

pesquisa e, ao completá-la, publicou-a em 1985. Não obteve apoio e patrocínio da<br />

editora oficial da <strong>de</strong>nominação batista para o lançamento <strong>do</strong> seu livro. Betty <strong>de</strong><br />

Oliveira precisou usar recursos próprios e contar com a ajuda <strong>de</strong> terceiros, inclusive<br />

pertencentes a outras tradições <strong>de</strong> fé, para publicar a sua obra.<br />

Assim, essa diferença <strong>de</strong> tratamento dispensa<strong>do</strong> à Betty <strong>de</strong> Oliveira pela<br />

li<strong>de</strong>rança da Convenção Brasileira, principalmente no <strong>de</strong>sfecho <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate, se<br />

constituiu a preocupação fundamental <strong>de</strong>sta pesquisa, que procurou respostas a partir<br />

<strong>de</strong> uma leitura <strong>de</strong> gênero.<br />

3.2 Como o problema tem si<strong>do</strong> aborda<strong>do</strong>.<br />

Até esta pesquisa, o <strong>de</strong>bate sobre as origens <strong>do</strong> trabalho batista no Brasil anos<br />

1960-1980 não havia si<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong> ainda pela perspectiva <strong>de</strong> gênero. Na verda<strong>de</strong>,<br />

não houve, até 2003, publicação <strong>de</strong> pesquisa específica no meio acadêmico sobre<br />

esse <strong>de</strong>bate. A dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> <strong>de</strong> Santos 3 provavelmente foi o primeiro<br />

trabalho acadêmico a tratar especificamente sobre o <strong>de</strong>bate e o fez <strong>de</strong>ntro da<br />

perspectiva da ciência historiográfica. Basicamente, Santos comparou e analisou a<br />

meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> Reis Pereira e Betty <strong>de</strong> Oliveira a partir <strong>do</strong>s conceitos <strong>de</strong> Michel <strong>de</strong><br />

Certeau e concluiu que houve coerência e acerto teórico e meto<strong>do</strong>lógico em cada<br />

tese, porque levou em conta a perspectiva i<strong>de</strong>ológica <strong>de</strong> cada protagonista <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate.<br />

3 SANTOS, Marcelo. O marco inicial batista: história e religião na América Latina a partir <strong>de</strong> Michel<br />

<strong>de</strong> Certeau. São Paulo: Jorge Pinheiro, 2003.<br />

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