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Alberto Kenji Yamabuchi - Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro

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categoria útil <strong>de</strong> análise histórica (1990). Nele, Scott aponta que o termo gênero foi<br />

inicialmente utiliza<strong>do</strong> para simplesmente <strong>de</strong>signar os sexos masculino e feminino.<br />

Apenas recentemente o termo tem si<strong>do</strong> usa<strong>do</strong> por teóricas feministas para se referir à<br />

construção e organização social da relação entre os sexos. Fiorenza citou a existência<br />

<strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> orientação feminista <strong>de</strong> gênero:<br />

30<br />

O feminismo <strong>de</strong> gênero (às vezes <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> também feminismo da<br />

diferença) não se centra tanto nas mulheres quanto na construção cultural<br />

e social <strong>do</strong>s gêneros. Em vez <strong>de</strong> pressupor que os papéis <strong>de</strong> gênero se<br />

baseiam nas diferenças naturais arraigadas no sexo biológico, afirma que<br />

o sexo -gênero é um sistema <strong>de</strong> <strong>do</strong>minação culturalmente construí<strong>do</strong>.<br />

Posto que o gênero brinda um marco <strong>de</strong> referência dualista e<br />

funcionalista, o feminismo <strong>de</strong> gênero requer que se estu<strong>de</strong>m “ambos”<br />

gêneros, assim como suas reconstruções i<strong>de</strong>ológicas e culturais. 24<br />

A partir <strong>do</strong>s anos 1970, gênero foi usa<strong>do</strong> para teorizar a questão da diferença sexual.<br />

As feministas norte-americanas ofereceram gran<strong>de</strong>s contribuições no uso <strong>de</strong> gênero<br />

no senti<strong>do</strong> mais recente: o apontamento <strong>do</strong> caráter social das distinções entre os<br />

sexos. O paradigma combati<strong>do</strong> foi o <strong>de</strong>terminismo biológico que fundamentava a<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero.<br />

No entanto, estu<strong>do</strong>s centra<strong>do</strong>s apenas sobre as mulheres se revelaram<br />

limita<strong>do</strong>s. Desse mo<strong>do</strong>, o conceito <strong>de</strong> gênero recebeu contribuições que revelaram o<br />

seu aspecto relacional. Em outras palavras, as mulheres só po<strong>de</strong>riam ser estudadas<br />

em sua relação com os homens. Nenhuma compreensão plena po<strong>de</strong>ria ser alcançada<br />

em estu<strong>do</strong>s que separassem homens das mulheres.<br />

As teóricas feministas com visão política associavam as categorias <strong>de</strong> classe e<br />

raça em suas análises da perspectiva <strong>de</strong> gênero. Esses três eixos se constituíam o<br />

centro on<strong>de</strong> são organizadas todas as formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> injustiça social.<br />

Para Scott, as três categorias não estão no mesmo nível. Classe refere-se à <strong>do</strong>utrina<br />

marxista, às leis econômicas, ao campo histórico e político. Raça (inclusive etnia) e<br />

gênero não têm referências semelhantes.<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> gênero promoveu expectativas no senti<strong>do</strong> da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

acrescentar novos temas, <strong>de</strong> criticar e transformar paradigmas nas diversas áreas <strong>do</strong><br />

conhecimento humano. Sob a ótica <strong>de</strong> gênero, até mesmo a história da humanida<strong>de</strong><br />

haveria <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sconstruída e recontada. Po<strong>de</strong>ria não só haver uma nova história das<br />

24 FIORENZA, Elizabeth Schüssler. Los caminos <strong>de</strong> la sabiduría: una introducción a la interpretación<br />

feminista <strong>de</strong> la Biblia. Trad. José M. L. Gotor. Cantabria, España: Sal Terrae, 2004. (Colección<br />

Presencia Teológica, 132). p. 90. [tradução <strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>r].

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