18.02.2013 Views

Alberto Kenji Yamabuchi - Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro

Alberto Kenji Yamabuchi - Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro

Alberto Kenji Yamabuchi - Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

32<br />

contradições que as isolam entre si, enfim, as estratégias em que se<br />

originam e cujo esboço geral ou cristalização institucional toma corpo<br />

nos aparelhos estatais, na formulação da lei, nas hegemonias sociais. 26<br />

É pretensão sistematizar o pensamento <strong>de</strong> Foucault, porque ele não foi um<br />

filósofo clássico. 27 Foucault trabalhou temas pertencentes aos campos da história,<br />

psicologia, medicina e filosofia. Deleuze o chamava <strong>de</strong> pensa<strong>do</strong>r sísmico. No<br />

entanto, a partir <strong>de</strong> suas obras produzidas nas décadas <strong>de</strong> 1960 a 1980, é possível<br />

construir o seguinte quadro:<br />

ANOS TEMA OBRAS PROJETO PESQUISA<br />

1960<br />

1970<br />

1980<br />

SABER<br />

PODER<br />

SUJEITO<br />

Quadro no. 1: Foucault e suas obras.<br />

História da Loucura<br />

(61). O Nascimento da<br />

Clínica (63). As<br />

Palavras e as Coisas<br />

(66). A Arqueologia<br />

<strong>do</strong> Saber (69).<br />

A Or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> Discurso<br />

(70). Vigiar e Punir<br />

(75). A Vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Saber (76).<br />

O Uso <strong>do</strong>s Prazeres<br />

(84). O Cuida<strong>do</strong> <strong>de</strong> Si<br />

(84).<br />

Arqueologia<br />

<strong>do</strong> Saber.<br />

Genealogia <strong>do</strong><br />

Po<strong>de</strong>r.<br />

Arqueo-<br />

Genealogia <strong>do</strong><br />

Sujeito.<br />

Como os saberes<br />

aparecem e se<br />

transformam?<br />

Por que os saberes<br />

existem e se<br />

transformam?<br />

Como os seres<br />

humanos se<br />

transformam a si<br />

mesmos em sujeitos?<br />

Observa-se que o tema saber-po<strong>de</strong>r é um eixo importante para Foucault.<br />

Porém, em seu ensaio Pourquoi étudier le pouvoir: La question du sujet Foucault<br />

afirmou que o tema geral <strong>de</strong> suas pesquisas foi, na verda<strong>de</strong>, o sujeito. 28<br />

Não obstante, ele ofereceu importante contribuição para o campo político,<br />

quan<strong>do</strong> propôs analisar o po<strong>de</strong>r a partir das relações sociais. Compreen<strong>de</strong>u o po<strong>de</strong>r<br />

não como algo que se possui ou não, mas como algo que se exerce, como uma<br />

relação <strong>de</strong> forças, que permeia toda a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relacionamentos sociais. Imanente às<br />

relações humanas, o po<strong>de</strong>r não po<strong>de</strong> ser situa<strong>do</strong> em superestruturas como pensa o<br />

marxismo. As relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r emanam das relações sociais. Propôs, com esse<br />

conceito, uma microfísica <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

O po<strong>de</strong>r não é uma substância que está diluída <strong>de</strong> forma homogênea na<br />

socieda<strong>de</strong>, como afirma uma teoria <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r. Uma suposta distribuição homogênea<br />

<strong>do</strong> po<strong>de</strong>r levaria à afirmação <strong>de</strong> que, na prática, haveria po<strong>de</strong>r em to<strong>do</strong> lugar e isso<br />

26<br />

FOUCAULT, Michel. História da sexualida<strong>de</strong> I: a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> saber. Trad. Maria T. da C.<br />

Albuquerque e J. A. G. Albuquerque. 16ª. ed. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Graal, 1988, p. 88-89.<br />

27<br />

STRATHERN, Paul. Foucault (1926-1984) em 90 minutos. Trad. Cassio Boechat. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong> :<br />

Jorge Zahar Editor, 2003, p. 7.<br />

28<br />

FOUCAULT, Michel. Pourquoi étudier le pouvoir: La question du sujet Pourquoi étudier le<br />

pouvoir: La question du sujet. Apud FONSECA, Márcio A. Op. cit. p. 21.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!