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Alberto Kenji Yamabuchi - Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro

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2. A Apresentação <strong>do</strong> Debate.<br />

50<br />

De quan<strong>do</strong> em quan<strong>do</strong> surgem entre os batistas brasileiros interrogações<br />

a respeito <strong>de</strong> qual seja, realmente, a data e o local exato <strong>do</strong> início da obra<br />

batista brasileira. Seria 1871, em Santa Bárbara, São Paulo? Ou 1882,<br />

em Salva<strong>do</strong>r, Bahia? 66<br />

O pastor José <strong>do</strong>s Reis Pereira (1916-1991), “o historia<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s batistas<br />

brasileiros”, 67 resumiu em poucas linhas aquilo que constituiu – e ainda constitui – o<br />

cerne <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate sobre a história das origens <strong>do</strong> trabalho batista no Brasil. Esse <strong>de</strong>bate<br />

impressiona, não pela qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s argumentos <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong>s pelos participantes, mas<br />

principalmente pelo tempo <strong>de</strong> duração: quase 20 anos (1966-1985). Isso também<br />

explica por que a polêmica sobre o acerto histórico <strong>do</strong> marco inicial <strong>do</strong> trabalho<br />

batista conseguiu ocupar um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no contexto da Convenção <strong>Batista</strong><br />

Brasileira (CBB) <strong>do</strong>s anos 1960-1980. E uma conseqüência importante <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate foi<br />

o <strong>de</strong> provocar, ao longo daqueles anos, uma significativa divisão entre as fileiras da<br />

Convenção <strong>Batista</strong> Brasileira, conforme observaram alguns pesquisa<strong>do</strong>res batistas<br />

contemporâneos.<br />

Por exemplo, o Pastor Damy Ferreira, autor e organiza<strong>do</strong>r da obra sobre o<br />

Centenário da Convenção <strong>Batista</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo em 2004, reconheceu:<br />

O assunto <strong>do</strong> marco inicial da nossa história <strong>Batista</strong>, tanto no Brasil,<br />

como em São Paulo, é bastante polêmico e há <strong>do</strong>is grupos distintos:<br />

um que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o marco inicial com a organização da <strong>Igreja</strong> <strong>Batista</strong> em<br />

Santa Bárbara D’Oeste, em 1871; outro que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o marco inicial a<br />

partir da organização da <strong>Primeira</strong> <strong>Igreja</strong> <strong>Batista</strong> <strong>do</strong> Brasil, em Salva<strong>do</strong>r,<br />

em 1882. 68 [grifo meu].<br />

Observa-se que Ferreira colocou o assunto <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate no tempo presente, o que<br />

significa que a polêmica ainda persiste e que não houve, como se pensa, uma<br />

conclusão nos anos 1980 (aparentemente, Ferreira se posicionou, em sua obra, ao<br />

la<strong>do</strong> <strong>do</strong> grupo que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a tese <strong>de</strong> Santa Bárbara D’Oeste). 69<br />

Outro historia<strong>do</strong>r batista, Marcelo Santos, pesquisou sobre o marco inicial <strong>do</strong><br />

trabalho batista brasileiro em 2003 e observou:<br />

66 PEREIRA, J. <strong>do</strong>s Reis. A data <strong>do</strong> centenário. O Jornal <strong>Batista</strong>. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>, 10 mar. 1968, p. 3.<br />

67 PEREIRA recebeu esse título quan<strong>do</strong> foi publicada a 1a. edição <strong>do</strong> seu livro sobre a história <strong>do</strong>s<br />

batistas brasileiros em 1982. Cf. SANTOS, Marcelo. O marco inicial batista: história e religião na<br />

América Latina a partir <strong>de</strong> Michel <strong>de</strong> Certeau. São Paulo: Jorge Pinheiro, 2003. (Coleção <strong>Igreja</strong> sem<br />

Fronteiras), p. 74, 122, nota 156.<br />

68 FERREIRA, Damy (autor-organiza<strong>do</strong>r). Centenário da Convenção <strong>Batista</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

São Paulo: CBESP, 2004, p. 17.<br />

69 Id. p. 25-26.

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